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Caminho do Peabiru
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¨ RASUL

Em 1557 Sardinha recebe a vasta região de Ybitátá em troca (escambo) da construção de uma ponte no Rio Jeribatiba para escoamento de mantimentos essenciais à villa, e aqui constitui fazenda
01/01/1557
2 fontes

1° fonte: “Na capitania de São Vicente” II. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil
Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. [Página 202]



2° fonte: História de Carapicuíba. João Barcellos
Da sua Fazenda Ibitátá à Fazenda Carapocuyba, passando pela Fazenda Jaraguá e o Arraial-Fazenda da Mina de Ouro do Byturuna, além dos arraiais mineiros de Cubatão e de Byraçoiaba, que constitui a primeira Via do Ouro na Capitania de São Vicente, Affonso Sardinha - o Velho, a par da sua atividade de banqueiro (que financia e vive de rendas, a grande atividade judaica) e vereador, é um autêntico imperador nos sertões do Piabiyu (Ybitátá e Carapocuyba) e d´Ypanen (Jaraguá, Byturuna e Byraçoiaba), e é dele a maioria das casas alugadas a padres e oficiais do reino em Santos e São Paulo... [Página 13]



O desenho do primeiro ciclo da colonização luso-vaticana e espanhola nas margens fluviais do Anhamby (Tietê), dominado pelos nativos goayanazes, e no leito sertanejo do Piabiyu (Caminho do Peru), aberto e dominado pelos guaranis m´byanos, leva a um nome comum a ambos: Afonso Sardinha - o Velho.

Injustamente esquecido pela maioria dos historiadores e acadêmicos, portugueses e brasileiros, ele foi o precursor do bandeirismo e da siderurgia a oeste da Vila piratininga. Na sua estratégia de conquista dos sertões, ele domina os goayanazes da Aldeia Carapocuyba, em 1557, e instala aí a sua segunda sede fundiária entre o Anhamby e o Piabiyu. Mas, é só por que quer tomar terra e escravizados? Não...

Para elucidar esta questão, eis um pedaço da História que os manuais escolares não contam: Um pedaço da História contado por Mello Nóbrega citando Theodoro Sampaio.

"(...) Descendo o rio para (...) São Paulo, tocava-se o sítio de Nossa Senhora da Esperança com um aldeamento fundado por Manuel Preto, e que veio a ser depois a capela e povoação de Nossa Senhora da Expectação do Ó; deixava-se pouco mais abaixo, à esquerda, o sítio de Embuaçava, de Afonso Sardinha, e podia-se ir até as primeiras lavouras de Parnaíba, se se não preferisse desembarcar no porto de Carapicuíba, ou entrar pelo Jeribatiba para visitar Pinheiros e mais além Ibirapuera (...)";

O que significa isto? Que para ele, "o Velho", Sardinha, a conquista dos sertões exige pontos estratégicos tanto fluviais como terrestres. Dois portos fluviais são de importância fundamental: o do Pinheiros, onde tem a sua fazenda Ybitátá, e o de Tietê, lá na Carapocuyba.

E, na prática colonial, os jesuítas seguem os passos do político e minerador que, ao morrer em 1616, lhes deixa tudo em doação, com exceção do Sítio Embuaçava, que coube como herança em vida ao filho (mameluco) Affonso Sardinha - o Moço, que morre em 1604 no meio de uma batalha com nativos. É assim que a Aldeia & Porto Carapocuyba tem, entre 1557 e 1610, tanto valor estratégico quanto a Santa Anna de Parnaíba, que cresce despovoando São Paulo.

Também por isto, e por que os documentos históricos falam por sí, é justo dizer-se que "a definição sócio-colonial de Carapocuyba acontece com a fazenda-porto que Affonso Sardinha estabelece em 1557, após sitiar os nativos". [Páginas 23 e 24] Em 1557 recebe a vasta região de Ybitátá em troca (escambo) da construção de uma ponte no Rio Jeribatiba para escoamento de mantimentos essenciais à villa, e aqui constitui fazenda.

(...) Em 1557 Affonso Sardinha - o Velho recebe em "sesmaria" (doação de terras do rei através da Capitania de São Vicente) as terras de Ybitátá em troca de mandar construir uma ponte sobre rio Jeribatyba e facilitar o escoamento dos produtos agrícolas e pecuários que chegam pelo Piabiyu e outras estradas do "sertão dos karai-yos" (ou "carijós").

Tomada de Carapocuyba. No mesmo ano de 1557, e interessado em abrir caminho terrestre pelo Piabiyu e fluvial pelo Anhamby, o poderoso luso-paulista toma a Aldeia Carapocuyba e nela estabelece precária fazenda, porque o seu interesse está focado no portinho fluvial. O "velho" Affonso Sardinha determina e manda fazer "fábrica" de uma Capela no centro do que fora a aldeia goayanaz para evangelização de todas as pessoas. [Página 25]







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