1° fonte: A ESTRADA PARA ALCÁCER QUIBIR. Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Mestrado em História do Império Português (data da consulta)
Independentemente do reforço espanhol (ou da ausência deste), D. Sebastião contrata mercenários alemães e italianos, ainda que não tenham sido conseguidos os efectivos desejados (pretendia o rei a contratação de 3000 de cada uma destas nacionalidades; mais tarde dará ordens para se conseguir o concurso de mais 2000 soldados espanhois) e no capítulo da logística, mandara o rei adquirir munições em Espanha e pólvora em Itália.
Já próximo do desfecho deste capítulo da história, mostra-se o rei preocupado com o segredo da operação, enviando ao embaixador em Madrid indicações para que este solicitasse a Filipe II “o encerramento dos portos de Peñon e Melilha a fim de por ali não passarem notícias para Molei Moluco” – também aqui, não consta que o monarca espanhol tenha dado algum passo no sentido de satisfazer as pretensões do sobrinho. Não é certo que a medida fosse eficaz (do ponto de vista da finalidade – negar informações ao inimigo), mas é mais um indicador da postura do rei vizinho relativamente ao auxílio à aventura do rei português.
E no capítulo das informações, é sabido que o rei mantinha constante a pressão de pesquisa86. Também não se tem por certo que as fontes fossem as mais fiáveis, mas o que importa – para efeitos da presente tese – era o que chegava aos olhos e aos ouvidos de D. Sebastião, e que essas informações o encorajavam a desenhar o mais favorável dos cenários. Tudo apontava para um inimigo desgastado e disperso, e as notícias da impossibilidade de ser reforçado só animavam ainda mais um rei cada vez mais propenso a acreditar numa campanha fácil.
Reúne o rei uma frota das maiores até então vistas87 para o embarque da força combatente e do apoio logístico entendido como necessário (mais um sinal de que a expedição não era um acto de um qualquer tresloucado, mas sim de alguém que...[p. 83]