É provável que tenha vindo ao Brasil em 1590 por mandato de D. Francisco de Souza, pois era mineiro de ouro, e seguido para São Paulo, juntamente com Manuel Juan, a fim de averiguar os indícios do minério na região.
Era Gabriel Soares de Souza um homem nobre dos que ficaram casados nesta Bahia, da companhia de Francisco Barreto quando ia à conquista de Menopotapa, de quem tratei no capítulo décimo terceiro do livro terceiro. Este teve um irmão, que andou pelo sertão do Brasil três anos, donde trouxe algumas mostras de ouro, prata, e pedras preciosas, com que não chegou por morrer á tornada, cem léguas desta Bahia, mas enviou-as a seu irmão, que com elas se foi depois de passados alguns anos à Corte, e nela gastou outros muitos em seus requerimentos, até que el-rei o despachou, e se partiu de Lisboa em uma urca flamenga chamada Grifo Dourado a 7 de abril de 1590 com trezentos e sessenta homens, e quatro religiosos carmelitas, um dos quais era frei Jerônimo de Canavazes, que depois foi seu Provincial.
Cap. 24 da obra de Fr. Vicente do Salvador intitulado: "Jornada que Gabriel Soares fazia ás minas dos sertão, que a morte lhe atalhou." Era Gabriel Soares um homem nobre dos que ficaram casados nesta Bahia, da companhia de Francisco Barreto, quando ia á conquista de Monomotapa, de que tratei no capítulo 13 do livro terceiro: este teve um irmão que andou pelo sertão do Brasil três anos, donde trouxe algumas mostras de ouro, prata, e pedras preciosas, com que não chegou por morrer á tornada, cem léguas desta Bahia, mas enviou a seu irmão, que com elas se foi depois de passados alguns anos á Côrte, e nela gastou outros muitos em seus requerimentos, até que El-Rei o despachou, e se partiu de Lisboa em uma arca flamenga chamada Grifo Dourado a 7 de abril de 1590, com trezentos e sessenta homens, e quatro religiosos carmelitas, um dos quais era Fr. Hieronimo de Canaveres, que depois foi seu provincial. [Página 446]