Marino inglés, autor de The admirable adventures and strange fortunes of Master Antonie Knivet. Según Carlos Sixirei, "Una de las figuras más curiosas del mundo bandeirante de fines del siglo XVI es la del marino inglés Anthony Knivet, quien participó en la expedición corsaria de Thomas Cavendish contra el puerto de Santos en 1591. Prisionero de los portugueses entró como criado del Gobernador Salvador Corréia de Sá "o Velho". Mientras permaneció en Brasil participó en siete entradas en territorio indígena. En 1596 cayó prisionero, junto con otros portugueses, de los indios tamoios quienes solo respetaron la vida de Knivet porque se declaró francés y los indios se habían aliado con los franceses en tiempos. La permanencia de Knivet en Brasil fue extraordinariamente aventurera protagonizando varios intentos de fuga que acabaron mal hasta que, por fin, en 1602 pudo embarcarse para Lisboa y, de allí, regresó a Inglaterra. Veinte años más tarde escribiría sus experiencias en una de las obras fundamentales para el conocimiento del Brasil de la época de Felipe 11 en la que, entre otras cosas, deja claro que las bandeiras no eran hordas desorganizadas de cazadores de indios sino que se trataban de expediciones muy organizadas que obedecían a una severa disciplina militar y se regulaban por una especie de legislación consuetudinaria. (Sixirei: Bandeiras e Bandeirantes...)
Amiudando-se as entradas dos paulistas, que intensificavam a sua ofensiva, encontramos logo no ano seguinte de 1595 o capitão Manuel Soeiro, capitaneando outra léva de bandeirantes contra os carijós. Nela tomou parte Sebastião de Freitas, o antigo soldado de Gabriel Soares, que em 1596 de novo se achava em São Paulo.
Foi neste de 1596, que saiu de São Paulo a mais importante das bandeiras, até então registradas. Parece-nos ter ela tomado rumo norte, pelo vale do rio Parahyba, indo capitaneada pelo Capitão Mór João Pereira de Sousa Botafogo, a fazer "guerra da Parnahyba, conforme rezam os documentos.
Saiu ela de São Paulo no mês de outubro de 1596, na mesma ocasião em que do Rio partia a gente de Martim de Sá, que ia contra os Tamoyos, orientado conforme o roteiro, que Knivet nos legou.
Por esse itinerário de Knivet, a arrancada de Martim de Sá deveria ter arribato em Paraty, subido a serra do Mar, atravessados os campos de Cunha, e em seguida transposto os rios Parahytinga e Parahyba, justamente na ocasião em que julgo estar trilhando essas regiões a bandeira de Botafogo, que por São Miguel deveria ter chegado ao vale do Parahyba.
É possível terem sido Botafogo á gente de armas de Martim, indo com eles perlustrar os sertões do rios Verde e Sapucahy, na faina da destruição dos restos da tribo tamoya.
É preciso ficar em memória que é apenas um hipótese a aventada. É possível e quiçá provável mesmo que seja a de João Pereira de Sousa Botafogo, um empreendimento diverso do de Martim de Sá, cujo itinerário Knivet descreve.
Basílio de Magalhães, no seu já citado "Expansão geográfica", diz que a expedição de Martim de Sá, composta de 700 portugueses e 2000 nativos, teria partido não em 1596, como supúnhamos, mas em 14 de outubro de 1597, isto é, um ano após.
Sendo assim, vê-se que nada teria de comum uma expedição com outra, a não ser a região do Parahyba percorrida por ambas. O que parece não restar dúvidas é quanto a participação dos paulistas na expedição de Martim de Sá. Esta teria sido uma reedição da de Salema, vinte e três anos antes. [O Bandeirismo Paulista e o recuo do meridiano, 1924. Alfredo Ellis Junior. Página 39. Páginas 55 e 56]