Mas, independente das duas visões, o que podemos aferir sobre a existência efetiva de ouro em São Paulo? Como já dito, as notícias que atraíram o governador davam conta de certo ouro encontrado pelos Sardinha (o velho e o moço), nas cercanias de São Paulo. Em novembro de 1598, na iminência da chegada de Souza, Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais.
Seu filho, mameluco, bastante rememorado nas narrativas sobre a descoberta do ferro na Capitania de São Vicente, também esteve envolvido coma vida sertanista. Em 1598, nas atas da câmara, os vereadores fizeram uma queixa contra ele, pois o filho que carregava o mesmo nome do pai, Afonso Sardinha,
"havia ido ao sertão e levou em sua companhia outros mancebos e mais de cem nativos, tinha intenção de ir à guerra e saltos e correr e terá com intenção de tirar ouro e outros metais (...)".
Não era pouca a monta; certamente o cabedal de cem nativos não era acessível a qualquer pessoa.