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RASULHenrique da Cunha 01/01/1599 1 fontes 1° fonte: No fluxo do Anhembi-tietê: o rio e a colonização da capitania de São Vicente nos séculos XVI e XVII, 12.2020. José Carlos Vilardaga, Universidade Federal de São Paulo As canoas que percorriam o Anhembi merecem uma atenção especial. Poderiam ser de dois tipos, de pau ou de casca, e ambas estão presentes, por exemplo, nos inventários paulistas do século XVII, como no de Domingos Luis, o moço, de 1613, com sua canoa de pau; ou Henrique da Cunha, de 1599, com sua canoa de casca, menos valiosa e mais simples que a anterior. [Holanda, Sérgio Buarque de, “Relíquias das monções I”, Costa, Marcos. (org.). Sérgio Buarque de Holanda. Escritos coligidos – 1920-1979, São Paulo, Perseu Abramo, 2011, 2 vols,]
Eram embarcações sem quilha, leme, vela e âncora, feitas a partir das cascas de árvores e conhecidas como igaras, ou escavadas a fogo, machado e enxó numa peça monóxila de madeira, conhecidas como ubás ou pirogas. A madeira poderia ser a peroba, abundante nas margens dos rios Capivari e Sorocaba, afluentes do Anhembi, ou de timbó, imbaúba ou ximboúva. Eventualmente, nos percursos terrestres, jangadas e pelotas de couro poderiam também ser utilizadas de modo mais improvisado para as travessias.
O tipo de madeira dava o limite da escavação e das medidas das canoas, mas elas costumavam ser, nestes rios platinos, mais estreitas que as usadas no Norte, especialmente na Amazônia. Os rios como o Anhembi eram menores, mais rasos, acidentados e sinuosos, o que exigia maior capacidade de manobra. Em função dos obstáculos, a navegação no rio era essencialmente diurna, e a tecnologia destas canoas, amplamente utilizadas tanto pelos Tupi quanto pelos Carijó (Guarani), era fundamentalmente indígena, sofrendo algumas adaptações no século XVIII para a realidade das Monções. De todo modo, nestes caminhos fluviais dos séculos XVI e XVII, os colonos vão manter sem grandes alterações as formas de construção das canoas e as maneiras de percorrer os rios oriundas das experiências indígenas - como remar em pé ou ficar nu nas passagens dos barcos pelas cachoeiras -, mesmo porque, em verdade, serão eles que continuarão a construir e pilotar parte dessas canoas, muitas vezes como escravizados. [Sobre as canoas e o saber indígena, ver: Carvalho, Entre rios e impérios; Holanda, Sérgio Buarque de, Monções e Capítulos de expansão paulista; Kok, Glória, O sertão itinerante: expedições da Capitania de São Paulo no Século XVIII, São Paulo, Hucitec/FAPESP, 2004; Miranda, Fernando Márquez, “La navegación primitiva y las canoas monóxilas (contribución a su estudo)”, Revista Museo la Plata, T.XXXIII, p. 6-87.]
D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses 23/05/1599 2 fontes 1° fonte: “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
2° fonte: “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador Nas suas idas e vindas ao Paraguai, conheceu a Paragem de Sorocaba, onde os bandeirantes costumavam fazer um pouso, antes de chegarem em casa - Parnaíba ou São Paulo. E foi aí
"nessas datas de terras de sesmaria de uma légua de terra em quadra; outra légua de terra nessa mesma paragem de Sorocaba, da outra banda do rio correndo da ponte para cima até a cachoeira",
parte doada por sua mãe e por seu irmão André, parte conquistada por ele mesmo, que decidiu se estabelecer com uma fazenda de criação de gado e plantação, o embrião da futura Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. [Página 65]
Essa ponte a que se refere o documento não foi construída por Balthazar, mas já existia desde o final do século XVI, mandada construir por D. Francisco de Souza, governador geral do Brasil, quando em visita às minas do Morro Araçoiaba. Era uma ponte pequena, estreita, porém no mesmo local da atual, na rua XV de novembro. [Página 66]
Balthazar não foi o primeiro a se interessar pela região. Antes dele, a história registra duas tentativas de formação de povoado. A primeira foi em 1589, quando os Afonso Sardinha, pai e filho, descobriram minério de ferro no Morro Araçoiaba, instalando nesse local, dois anos depois (1591), uma fundição de ferro. A descoberta atraiu a atenção do Governador Geral do Brasil, Francisco de Souza, que, em 23 de maio de 1599, conforme narrativa do historiador Jesuíno Felicíssimo Júnior:
"Acompanhado de grande e imponente séquito, constituído de fidalgos coloridamente trajados, técnicos, infantes e nativos, sob o som de música marcial, partiu para Araçoiaba".
Permaneceu entre nós durante sete meses, ocasião em que fundou, oficialmente, no local, a povoação de Nossa Senhora do Monte Serrate. [Páginas 82 e 83]
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