1 fonte - *Um neerlandês em São Paulo, Jacyntho José Lins Brandão Data: 01/01/1975
2 fonte - *A escravização indígena e o bandeirante no Brasil colonial: conflitos, apresamentos e mitos, 2015. Manuel Pacheco Neto Data: 01/01/2015
Requerimento de Diogo de Quadros, ainda não assinado por ele. No entanto, o requerente recusou-se a assinar o documento que lhe cabia, abandonando bruscamente o prédio da Câmara, visivelmente contrariado por ter ouvido palavras de admoestação relativas à entrada que fizera ao sertão, em 1606, quando haviam morrido muitos brancos e índios. Além disso, Quadros ouviu dos presentes que sua expedição fora uma fraude, pois não tivera o objetivo de procurar metais — como havia sido claramente propalado —, mas sim o de ir atrás de índios:
[...] o dito capitão Diogo de Quadros não quis assinar seu requerimento, pois requerendo-lhe que o assinasse foi pela porta afora por lhe tocarem em coisas de sua parte que eram em prejuízo do serviço de sua majestade, como foi a ida ao sertão em que lhe mataram muitos homens brancos e índios das aldeias, dizendo que iam buscar amostras de metais e foram a dar guerra ao gentio, como é público e notório [...] (Ibid., p. 237).
Essa conturbada sessão da Câmara, realizada em fevereiro de 1609, demonstrou que o Conselho piratiningano agiu com rigor diante do apresador Diogo de Quadros, diferentemente do governador-geral Diogo Botelho, que, mais de dois anos antes, agira com certa tolerância em relação ao mesmo homem – como já abordamos neste trabalho –, expedindo contra ele uma inconvincente provisão, no exato momento em que sua expedição caçava índios no sertão.
Ao que parece, a acabrunhante reunião de 1609 não bastou para dar qualquer lição ao homem que, insatisfeito, fizera da porta da rua a serventia da casa, deixando atrás de si os membros do Conselho, o capitão dos índios e o escrivão Simão Borges, este último com a pena na mão e um documento por assinar. Aproximando-se o final do ano de 1611, Diogo de Quadros novamente providenciava uma entrada ao sertão. Fazia-o furtivamente, ocultando-se atrás da figura de Baltazar Gonçalvez. A Câmara, a princípio, não sabia de seu envolvimento, tendo apenas o conhecimento de que não poucas pessoas se preparavam para partir:
[...] muita gente, vizinhos e moradores desta vila, brancos e negros, iam ao sertão desta capitania dizendo que iam a descobrimentos ou à outra parte ou a descer gentio e que não sabiam com que ordem e que não era bem que se fizessem coisas semelhantes sem ordem, pelo muito que importava a esta terra [...] (ACTAS DA CÂMARA, 1611, p. 296). [A escravização indígena e o bandeirante no Brasil colonial: conflitos, apresamentos e mitos, 2015. Manuel Pacheco Neto. Página 90]
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!