O uso costumeiro de mandar os filhos ao sertão obtém persistência de geração em geração. No testamento de Domingos Fernandes, em 24 de janeiro de 1653, ele declara que mandou os filhos Tomé e Felipe ao sertão, ‘donde trouxeram muitas peças, das quais Tomé levou 12 para casa e aos demais dei menos’.18
No tocante às filhas desta “família fundadora”, em que Metkalf (1990,
283-304) menciona que elas ficavam com a maior parte da riqueza como dote para
os genros, Custódia Dias casou-se com Geraldo Beting, o mineralogista alemão
de Geldres que vem a São Paulo na equipe solicitada por D. Francisco de Sousa.
Mas foi assassinado pelos paulistas quando retornava de uma de suas pesquisas
com muitos metais da região de Sabarabussu do Rio das Velhas, entre 1610-1611.
Isto mesmo! Desde 1602, com a jornada que fez Nicolau Barreto e atingiu as
imediações de Pitangui, os sertanistas da Serra Acima já sabiam onde se
encontrava o ouro do Sabarabussu. Um dos motivos da morte de D. Francisco de
Sousa, registrado pela historiografia, desgostoso e depressivo, abandonado na sua
casa na Vila de São Paulo, está ligado a este assassinato.
A outra filha de Suzana, Catarina Dias, casou-se com Antônio Rodrigues Velho, o Araá, de cujo ramo provém o Velho da Taipa, de Pitangui, genro de José
de Campos Bicudo, o Monteiro. Segundo seu testamento, em 1616, (Vol. 11, fls
47 a 53,1616) Antônio Rodrigues Velho ‘a segunda vez foi casado com Joana de
Castilho [com quem], teve seis filhos. [...] Cita os irmãos: Francisco Rodrigues
Velho (a quem nomeia testamenteiro e curador dos filhos), Garcia Rodrigues
Velho, o Padre Jorge Rodrigues, já então falecido’.19
Da “Casa” de Suzana Dias, do clã dos Campos Bicudos, Maria Bicudo –
moradora em Juqueri, Santana de Parnaíba, falecida em 1659, filha de Antônio Bicudo Carneiro e de Izabel Rodrigues, mãe de Margarida Bicudo casada com Felipe de Campos Bander Borth – era casada com Manuel Pires. Este sertanista
conquistou no sertão muitos gentios bárbaros que, sendo batizados se tornaram
peças administradas trabalhando na agricultura, sob a doutrinação do primeiro
filho, Padre Estevão Rodrigues da Companhia de Jesus.
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Em seu testamento, como foi se tornando tradição, também Maria Bicudo
‘declarou que mandou o filho Salvador para o sertão com sete negros (grifo
meu)[...]. Deixou terça para sua filha Margarina Bicudo casada, em 1643 em S.
Paulo, com Felipe de Campos Bander Borth e para Isabel Bicudo casada com
Francisco de Arruda Sá’.
21 Este, com sesmaria em Itatiaiuçu, era tesoureiro dos quintos nas Minas22, no período anterior a Guerra dos Emboabas. [Os Campos Bicudos da “Casa” de Suzana Dias. Página 284]
Antonio Rodrigues Velho foi 1.º casado com Catharina Dias, e 2.ª vez com Joanna de Castilho, falecida em 1631, f.ª de Francisco Martins Bonilha e de Antonia Gonçalves, à pág. 287 deste; faleceu com testamento em 1616 em S. Paulo, em que declarou ser cunhado (*) de Francisco Jorge, cunhado de Brigida Machado e irmão de Francisco Rodrigues Velho, seu testamenteiro, de Garcia Rodrigues e do padre Jorge Rodrigues. Teve da 2.ª mulher: