1° fonte: O encontro entre os guarani e os jesuítas na Província do Paraguai e o glorioso martírio do venerável padre Roque González nas tierras de Ñezú, 2010. Paulo Rogério Melo de Oliveira
O famoso Tayaoba, principal dos principais do Guairá, também reunia vários povos sob o seu domínio. Montoya, ao relatar a primeira entrada que fez na província de Tayaoba, disse que este
nombre fué de un principal cacique gobernador de muchos pueblos, del cualtomó toda aquella província el nombre. O prestígio do cacique era tão grande que sua fama corria toda a região. Corrió la voz por todos nuestros pueblos de la venida de Tayaoba, conta-mos Montoya, y á porfía iban de 30 y 40 leguas á verlo, maravillándose dever un hombre tan famoso.
Por volta de 1618, no Paraná, Roque González recebeu uma junta de 400 índios, a frente dos quais estavam os seus caciques: Entre ellos venía el cacique más principal de este rio con grande acompañamiento de canoas que, puestas en ala en esta tabla del rio (...).560 As expressões o mais principal ou o principal dos principais são muito frequêntes nas cartas dos missionários.
O que nos leva a supor uma hierarquia entre os caciques. Embora cada aldeia estivesse sob o governo de um chefe, estes chefes estavam ligados a uma rede de poder e a caciques mais poderosos. De acordo com o padre Roque, o cacique principal que vinha a frente dos índios exercia sua autoridade sobre os povos do Paraná, na região onde foi fundada a redução de Itapua. Em síntese, a documentação jesuítica, por um lado, limitou o poder dos caciques às aldeias em que viviam e aos povos que governavam, mas por outro lado, deu relevo a vários caciques como Arapizandú, Cabaçamby, Tayaoba, Ñezú, cujo poder extrapolava os marcos da aldeia e se derramava para outros povos. Eram chefes famosos e de grande reputação que se destacavam do grande número de caciques anônimos e de menor [Páginas 247 e 248]