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República
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O governador do Rio de Janeiro, Martim de Sá, concede, nesta data, sesmarias, nos Campos dos Goitacás, aos três irmãos capitães Gonçalo, Manuel e Duarte Correia de Sá
19/08/1627
1 fontes

1° fonte: Efemérides Brasileiras, José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912)
1627 — O governador do Rio de Janeiro, Martim de Sá, concede, nesta data, sesmarias, nos Campos dos Goitacás, aos três irmãos capitães Gonçalo, Manuel e Duarte Correia de Sá, e aos capitães Miguel Aires Maldonado, Antônio Pinto, João de Castilhos e Miguel Riscado.

Essas concessões estendiam-se do rio dos Bagres, ou Macaé, até o Paraíba do Sul, em terras que pertenciam à antiga capitania de São Tomé, cedidas à coroa em 1619 por Gil de Góis da Silveira, herdeiro do donatário (escritura de 22 de março, cit. pelo visconde de Porto Seguro, Hist. ger., I, 460). Os sete capitães afugentaram, depois de muitos combates, o mesmo gentio que no século anterior havia destruído a Vila da Rainha, fundada no Paraíba do Sul por Pero de Góis, e formaram os primeiros estabelecimentos de criação nos distritos de Macaé e Campos.

O general Salvador Correia de Sá e Benevides adquiriu, depois, algumas terras ao sul da Paraíba, e os jesuítas, beneditinos e carmelitas também se estabeleceram ali. A capela de São Salvador, mandada levantar por Sá e Benevides, ficava 10 léguas distante da margem meridional do Paraíba. Baltasar Lisboa dá para a fundação dessa capela o ano de 1652.

É possível que, estando ausente do Brasil, o general a houvesse mandado construir então, mas a sua fazenda de açúcar deve ter sido fundada antes de 1643. Nas vizinhanças dessa capela, formou-se uma povoação, que em 1678 foi transferida para o lugar em que ora se acha a cidade de Campos. Em 1662, os moradores da primitiva povoação formaram uma República, nome que, mesmo em documentos oficiais portugueses, se dava por esse tempo ao governo municipal, e, 11 anos depois, por ordem do ouvidor-geral em correição, doutor João Velho de Azevedo, instalaram solenemente a vila, participando do fato o ouvidor da comarca do Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1673.

Outras povoações do Brasil criaram, ilegalmente, como Campos em 1662, o governo municipal. Nesse caso está Pindamonhangaba, que em uma só noite, em 1704, levantou o pelourinho e elegeu os oficiais da Câmara, separando-se do município de Taubaté. O resultado da queixa, levada ao rei pela Câmara de Taubaté, foi a carta régia de 10 de julho de 1705, confirmando o voto popular que criara o novo município.

Muitos documentos dos séculos XVI, XVII e XVIII mostram a independência e a altivez com que as Câmaras e os procuradores do povo falavam aos governadores e mesmo ao rei, defendendo os privilégios municipais ou queixando-se dos delegados da coroa. Assim, o procurador da Câmara do Pará, Manuel Guedes Aranha, apresentou em Lisboa, no ano de 1653, um Papel político, no qual dizia que “se os governadores representavam as pessoas reais, as Repúblicas (Câmaras e Senados) representavam os primeiros governos do mundo”.

A carta régia de 17 de julho de 1674 criou, nas margens do Paraíba do Sul, duas capitanias em favor do visconde de Asseca e de seu irmão João Correia de Sá. Com o correr dos tempos, ficaram as duas reunidas com o nome de capitania do Paraíba do Sul ou de Campos dos Goitacás.

Mudada a vila de Campos para o lugar onde hoje se acha a cidade, revoltaram-se por vezes os habitantes contra os procuradores do donatário ou contra as autoridades civis e a própria Câmara. As revoltas mais importantes foram as de 1720 e de 1748. Em ambas lutaram, enfurecidos, os partidos locais, ensanguentando as ruas da vila.<>BR>
A revolta de 1720, dirigida por Bartolomeu Bueno, foi reprimida a custo por tropas mandadas do Rio de Janeiro. Na de 1748, contra a posse do procurador do donatário, dizem que até as mulheres combateram, distinguindo-se uma heroína popular, Benta Pereira, pelo furor com que, a cavalo, perseguia os defensores do donatário. As autoridades foram depostas, elegendo-se novos oficiais da Câmara; no entanto, pouco depois, em julho, chegou com 300 homens de tropa o mestre de campo João de Almeida, enviado pelo governador Gomes Freire de Andrada, e a revolta ficou dominada.

Entretanto, como procurador do povo de Campos, tinha ido a Lisboa, antes ou depois destes acontecimentos, Sebastião da Cunha Coutinho Rangel (pai do bispo Azeredo Coutinho), e essa missão concorreu provavelmente para que o próprio donatário desistisse da posse da capitania, entrando em acordo com o governo (provisão do Conselho Ultramarino de 1o de junho de 1753 e carta de padrão, de 14 do mesmo mês e ano). Desde 28 de março de 1835 Campos ficou tendo o título de cidade.






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