1° fonte: Revista da Semana, página 49 - Tragédia Guarani, por Eduardo Tourinho
Treze Reduções são fundamentalmente apontadas em Guayrá. A capital era a de Nossa Senhora do Loreto, que ficava junto à foz do Pirapó (onde o peixe salta). Foi onde Montoya, em 1613, escreveu a preciosa Arte y vocabulario de la lengua Guarani. A de Santa Maria Maior situava-se ao norte da foz do Iguaçu. As de São José, São Francisco Xavier, São Miguel e Annunciación ficavam no Tibagi. As de Santo Antônio, São Tomé, São Paulo e Jesus Maria eram no Ivaí. À direita do Paranapanema estava a de São Pedro. Mais distante, a de Los Angeles. Na margem direita do Iguaçu demorava a de Santa Maria. No tempo das invasões bandeirantes, aldeias nativas - como Tambo e Tatu, no Piquiri - estavam em vias de se transformar em Reduções.
A maioria do gentio aldeado era de Guaranis. Mas havia também Camperos, Gaingangues, Cabeludos, Guaianazes, Gualaxos, Carijós... Quando, em 1629, foram atacados pelas Bandeiras de Manuel Preto e Antônio Raposo Tavares, abrigavam as Missões mais de 100.000 silvícolas. Nessa ocasião, 15.000 foram mortos e 60.000 aprisionados. Foram depois, vendidos em São Paulo e nas Capitanias do norte do país. Tão grande foi o número de escravizados que o preço das "peças" baixou de cem para vinte mil réis.
(...) Foi em 1629 que Manuel Preto e Antonio Raposo Tavares investiram contra as Reduções de Santo Antônio, São Miguel, Encarnación, São José, Jesus Maria e São Francisco Xavier.
Com 900 mamelucos e 2.000 nativos auxiliares, haviam eles deixado São Paulo no dia 18 de setembro de 1628. No começo do ano seguinte, entrincheiraram-se à margem esquerda do Tibagi. Sob o pretexto de recapturação de um silvícola que fugira do acampamento, foi desfechado o assalto. Dirigiu-o Simão Álvares. Tudo foi destruído e 2.000 nativos se tornaram escravos.
A 23 de março de 1629, comandou Antônio Bicudo de Mendonça o ataque à Redução de São Miguel de Ibituruna. Estava abandonada.