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RASULGabriel Ponce de Leon chega em Santana de Parnaíba, casado com a filha "índia" de Balthazar 01/01/1632 8 fontes 1° fonte: História Viva - Conceição do Mato Dentro
2° fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida Vê-se com nitidez a união simbólica das duas raças ibéricas no coração da América. Raças que o caldeamento com os guaranís renovou em proporções gigantescas. Desse matrimônio nasceu em Vila Rica Maria de Torales, que se casou com outro vilarriquenho: Gabriel Ponce de Leon e com ele e outros parentes se transplantou para São Paulo antes de 1634 e depois de 1630.
3° fonte: “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador De 1628 a 1632, Balthazar Fernandes, acompanhando o seu irmão André, participou da grande invasão das missões de Guairá, cativando os chamados "nativos missioneiros" e transferindo-os para Santa Ana de Parnaíba.
4° fonte: Biografia Pedro Rodrigues Cabral, consultado em Geni.com
5° fonte: Nobiliarchia Paulistana Histórico e Genealógica, Tomo I, 1978 E o dito Gabriel Ponce de Leon foi filho do capitão Barnabé de Contreras, e de sua mulher Violante de Gusman. Este ilustre cavalheiro da província do Paraguay se passou a capitania de São Paulo com outros fidalgos seus parentes, entre os quais foi Bartholomeu de Torales (filhos de Bartholomeu de Torales, e de sua mulher Violante de Zunega, naturais da Vila-Rica da cidade de Paraguay) que casou na matriz de São Paulo a 12 de setembro de 1636, com Maria de Góis, filha de Antonio Raposo e de sua mulher Isabel de Góes. E sua irmã Maria de Zunega, mulher do capitão Balthazar Fernandes o povoador já referido. Barnabé de Contreras y Leon e sua mulher Beatriz de Espinoza, naturais de Santiago de Xerez da província do Paraguay trouxeram a filha Violante de Gusman que na matriz de São Paulo a 12 de agosto de 1637 casou com Domingos do Prado, filho de Martim do Prado. Anna Rodrigues Cabral, faleceu com testamento a 13 de maio de 1634; natural da Cidade Real de Guairá, filha de Antonio Rodrigues Cabral, e de Joana de Escobar, casada com Bartholomeu de Torales.
6° fonte: Global History e História transnacional, Cambridge University Press: “Perspectivas de abordagem espacial na porção meridional da América Portuguesa (séc. XVI-XVIII)” 1° Colóquio Internacional História e Espaços. Fernando V. Aguiar Ribeiro, Doutorando em História Econômica pela Universidade de São Paulo e bolsista CNPq. Pesquisa contou com apoio da CAPES para etapa de doutorado sanduíche no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) em 2012. Mais que uma crítica às histórias fundamentadas nos quadros nacionais, a história global permite, através de uma nova abordagem em relação às fronteiras, novos entendimentos no processo de colonização do continente americano.
Dentro dessa perspectiva, verificamos que a fundação da vila de Sorocaba, no planalto da capitania de São Vicente, está inserida em uma rede transimperial. Balthazar Fernandes, responsável pela elevação do povoado a município, casou-se “segunda vez com dona Isabel de Proença de Abreu, paulista, em cerca de 1630, viúvo que estava de Maria de Torales”.
Com o primeiro casamento estabelece Fernandes ligações familiares e, portanto, políticas, com os Torales, importante família que comandava Ciudad Real no Paraguai. Depois dos ataques dos paulistas às missões jesuíticas nessa região, migraram para a capitania de São Vicente e se estabeleceram em Sorocaba.
A respeito da família Torales, Carlos Jensen aponta que “tenemos entonces que Bartolomé de Torales, hijo del capitán Bartolomé de Torales y Violante de Zúñiga, casó con doña Ana Rodríguez Cabral, natural de Ciudad Real y fallecido en Brasil en 1634. Luego casó en Brasil con María de Goes, hija de Antonio Raposo e Isabel de Goes”1065.
Continua a descrição relatando que “María de Zúñiga casó con Balthazar Fernandes, hermano del famoso corsario de los serones André Fernández. De este matrimonio nació María de Torales. Esta casó con Gabriel Ponce de León”.1066
A partir dessas relações, Carlos Jensen conclui que, “como se puede ver, estos Guaireños radicados en San Pablo eran miembros de tres familias de Ciudad Real, los Orregoy Mendoza, los Torales y los Contreras, quienes transmitieron apellidos maternos como ser Zúñiga, Ponce de León, Guzmán y Espinosa”1067.
A integração entre vicentinos e paraguaios não se deu somente com a migração de guairenhos para Sorocaba. Anos antes, o português “Antônio González do Rego que nombrado Teniente de Gobernador de San Juan de Vera de las Corrientes en 1603. Sus vinculaciones familiares y sus servicios prestados en las fundaciones de Concepciõn del Bermejo y de San Juan de Vera lo convertían en uno de los principales vecinos de la Gobernación del Río de la Plata”1068.
Notamos, pois, que a integração entre elites políticas na porção meridional da América somente pode ser observada quando ampliamos a escala da espacialidade analisada. E, mais [Página 6 do pdf]
7° fonte: A Colônia em Perspectiva: Pesquisas e Análises sobre o Brasil (XVI-XIX). Por Maria Isabel de Siqueira, Victor Hugo Abril, Helena Trindade de Sá, Valter Lenine Fernandes A vila de Sorocaba, fundada em 1661, teve um processo de criação distinto das demais do planalto. Aluísio de Almeida descreve que no século da descoberta, a região era trilhada por um caminho terrestre-fluvial que ligava São Paulo ao Paraguai. Por iniciativa de D. Francisco de Souza, governador geral do Brasil, iniciou-se atividades de estímulo à mineração na capitania de São Vicente. Nesse intento, fundou-se, por volta de 1599, a vila de Nossa Senhora do Monte Serrate.
(...) Aluísio de Almeida descreve que Balthazar Fernandes, antes de fundar o referido município, casou-se segunda vez com dona Isabel de Proença de Abreu, paulista, em cerca de 1630, viúvo que estava de María de Torales. Com o primeiro casamento estabelece ligações familiares e, portanto políticas com os Torales, importante família que comandava Ciudad Real no Paraguai. Depois dos ataques dos paulistas às missões jesuíticas nessa região, migraram para a capitania de São Vicente e estabeleceram-se na região de Sorocaba.
8° fonte: “Fundação de municípios no planalto de São Paulo em um contexto de integração entre América Portuguesa e Espanhola (sé. XVI-XVIII)”. Fernando V. Aguiar Ribeiro. XXVIII Simpósio Nacional de História Após a destruição das reduções jesuíticas pelos paulistas e diante da definitiva decadência do Guairá, várias famílias migraram para São Paulo. Jensen descreve que Antonio Gonzáles do Rego, um dos fundadores de Concepción del Bermejo e de San Juan de Vera, “con la llegada de los portugueses a Santiago de Xerez se pasó al bando de estos, sirviendo como guía de los mismos en el saqueo del Itatín, para posteriormente escapar junto con los bandeirantes a San Pablo” (2009:408). [Página 8]
Antonio Gonzáles do Rego “estuvo casado con doña María de Zúñiga, a la cual embarcó rumbo a San Pablo junto con su casa y servicio en compañía de sus cunados Gabriel Ponce de León y Sebastián de Peralta. Estos estaban casados con las hermanas de doña María de Zúñiga” (JENSEN, 2009:480 e FRANCO, 1989:250-1).
Após a morte de Gonzáles do Rego, “María de Zúñiga casó con Baltazar Fernández, hermano del famoso corsario de los sertones André Fernández. De este matrimonio nació María de Torales. Esta casó con Gabriel Ponce de León” (JENSEN, 2009:380).
A interpretação de que o Guairá correspondia a uma região de integração entre o Paraguai e a capitania de São Vicente é corroborada pela migração dos vizinhos da região a São Paulo após o conflito com os jesuítas. Inclusive o apoio dado aos bandeirantes demonstra que a relação das elites locais guairenhas estava mais ligada aos paulistas do que aos padres inacianos.
Sobre essa questão, Carlos Jensen conclui que “estos Guaireños radicados en San Pablo eran miembros de tres familias de Ciudad Real, los Orrego y Mendoza, los Torales y los Contreras, quienes transmitieron apellidos maternos como ser Zúñiga, Ponce de León, Guzmán y Espinosa” (2009:381).
O Guairá atuou, desde seus primórdios no século XVI até sua destruição e êxodo em meados do XVII, como uma zona de trânsito entre o Paraguai e São Paulo. Uma região fluida, marcada pela integração das elites locais através do estabelecimento de contratos matrimonias e interesses comuns. Tal panorama afasta, portanto, a interpretação de dois impérios ibéricos com fronteiras americanas definidas e consolidadas e do isolamento das empresas de conquista e colonização no Novo Mundo nos primeiros séculos. [Página 9]
Testamento da esposa de André Fernandes Antônia de Oliveira 21/04/1632 2 fontes 1° fonte: “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil
2° fonte: “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador De 1628 a 1632, Balthazar Fernandes, acompanhando o seu irmão André, participou da grande invasão das missões de Guairá, cativando os chamados "nativos missioneiros" e transferindo-os para Santa Ana de Parnaíba.
Um documento importante para conhecer o bandeirante Balthazar Fernandes é o inventário de sua cunhada, Dona Antônia de Oliveira, esposa de seu irmão André. O inventário foi registrado em Santana do Parnaíba, em 21 de abril de 1632. Como informações mais importantes, o historiador Sérgio Coelho separa dois registros.
O primeiro revela que a família Fernandes já tinha propriedade na região de Sorocaba, perto do Morro Araçoiaba. Ao relacionar os bens de raiz da família detalha:
"Uma carta de dada de terras em Biraçoiava". Em outro trecho, listando as dívidas a serem pagas, lembra: "Deve a Paulo de Amaral seus patacas de um porco cevado que lhe matou em Bitaçoiava indo para o sertão".
Esse detalhe esclarece que não apenas tinha terras em Araçoiaba, como também mantinha alguma atividade no lugar. Pode-se até entender e se confirmar, por este texto, que aqui era o caminho dos bandeirantes que seguiam para o sertão.
O documento traz outras informações, que merecem ser registradas. Entre os credores da inventariante, está o seu cunhado Balthazar: "Deve a Balthazar Fernandes duzentos alqueires de trigo em grão de maquias do seu moinho e empréstimos, desde o tempo que fez o seu moinho".
Dona Antônia registra também a posse de um "burro castiço (de boa raça) avaliado em 4$000 quatro mil réis". O mesmo documento estebelece que uma vaca parideira estava avaliada em 1$200 réis.
São Paulo ainda não conhecia o burro nessa época (século XVI) e esse exemplar raro foi trazido por André André Fernandes, seu esposo, quando de sua passagem pelo Paraguai. Os burros e as mulas foram introduzidos, em São Paulo e no restante do Brasil, somente a partir de 1732, cem anos depois deste inventário. [“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”, 2014. Sérgio Coelho de Oliveira]
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