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Testamento da esposa de André Fernandes Antônia de Oliveira
2 fontes
21 de abril de 1632, quarta-feira
 Fontes (6)

1° fonte: 01/01/1920
Inventários e Testamentos, 1920. Volume VIII
Inventário de Antonio de Oliveira que se fez por morte e falecimento da mesma, mulher do capitão André Fernandes.

Nesta vila de Santa Ana da Parnaíba da capitania de São Vicente partes do Brasil etc. em 21 de abril de 1632 nesta dita vila nas casas da morada do capitão André Fernandes o juiz ordinário e dos órfãos João de Godoy foi comigo o tabelião a fazer o inventário da fazenda que ficou por morte e falecimento de Antonio de Oliveira mulher do capitão André Fernandes de que mandou a mim tabelião fazer este auto em que assinaram e eu Manuel de Alvarenga tabelião o escrevi com declaração que ... sobredito tabelião o escrevi. João de Godoy. [Página 315 do pdf]

Termo de juramento dado ao capitão André Fernandes

Dia 21 de abril de 1632 nesta dita vila o juiz ordinário João de Godoy deu juramento dos Santos Evangelhos sobre um livro deles ao capitão André Fernandes para que sob cargo do juramento bem e verdadeiramente [Página 313, 319 do pdf]

Rol da Fazenda que se achou e foi lançada neste inventário

Prata lavrada
- Um prato (...)
- Um saleiro velho de prata
- Duas tamboladeiras grandes
- Um capo
- Uma naveta e mais cinco pratos pequenos e um de cozinha e um pucaro com seus (...) e um (...) e quatro colheres. [Página 320 do pdf]

Um pedaço de roça de mandioca que está em Juquiri

Gabo vaccum

Quarenta cabeças de gado vaccum entre grandes e pequenas. Com declaração que se não deita aqui o gado que está em Jarabativa por se não saber a copia que é e neste gado fica metido o da capela. Um burro castiço.

Terras

Uma carta de data de terras em Birachoiava. Outra carta de data de terras em It(..)hy termo desta vila de duas léguas a saber da dita carta se deitou uma légua em patrimônio a Francisco Fernandes de Oliveira de que está de posse por autoridade da justiça.

Outra carta de data de terras em Juquiri de uma légua a saber dada digo (...) braças rio abaixo onde chamam Jurum(...).

Mais manifestou que deitava aqui tudo aquilo que se achar diretamente ser seu liquido nas terras de Jurubativa e em outra qualquer parte que tenha porquanto ele não sabe. [Página 316, 322 do pdf]

Rol do que se deve

Pedro da Costa doze alqueires de trigo grão a dois tostões o alqueire. Mais uma peroleira de vinho em quatro pesos que tudo lhe deu de sinal para lhe fazer uma moenda de canas de açúcar.

Devo Paulo de Amaral seis patacas de um porco cevado que lhe matou em Birachoiaba indo para o sertão. [Página 321, 327 do pdf]



2° fonte: 01/01/2014
“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador
De 1628 a 1632, Balthazar Fernandes, acompanhando o seu irmão André, participou da grande invasão das missões de Guairá, cativando os chamados "nativos missioneiros" e transferindo-os para Santa Ana de Parnaíba.

Um documento importante para conhecer o bandeirante Balthazar Fernandes é o inventário de sua cunhada, Dona Antônia de Oliveira, esposa de seu irmão André. O inventário foi registrado em Santana do Parnaíba, em 21 de abril de 1632. Como informações mais importantes, o historiador Sérgio Coelho separa dois registros.

O primeiro revela que a família Fernandes já tinha propriedade na região de Sorocaba, perto do Morro Araçoiaba. Ao relacionar os bens de raiz da família detalha:

"Uma carta de dada de terras em Biraçoiava". Em outro trecho, listando as dívidas a serem pagas, lembra: "Deve a Paulo de Amaral seus patacas de um porco cevado que lhe matou em Bitaçoiava indo para o sertão". Esse detalhe esclarece que não apenas tinha terras em Araçoiaba, como também mantinha alguma atividade no lugar. Pode-se até entender e se confirmar, por este texto, que aqui era o caminho dos bandeirantes que seguiam para o sertão. O documento traz outras informações, que merecem ser registradas. Entre os credores da inventariante, está o seu cunhado Balthazar: "Deve a Balthazar Fernandes duzentos alqueires de trigo em grão de maquias do seu moinho e empréstimos, desde o tempo que fez o seu moinho".

Dona Antônia registra também a posse de um "burro castiço (de boa raça) avaliado em 4$000 quatro mil réis". O mesmo documento estebelece que uma vaca parideira estava avaliada em 1$200 réis.

São Paulo ainda não conhecia o burro nessa época (século XVI) e esse exemplar raro foi trazido por André André Fernandes, seu esposo, quando de sua passagem pelo Paraguai. Os burros e as mulas foram introduzidos, em São Paulo e no restante do Brasil, somente a partir de 1732, cem anos depois deste inventário. [“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”, 2014. Sérgio Coelho de Oliveira]






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