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1635
Caminho do Mar
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¨ RASUL

Balthazar Fernandes está com André nas reduções orientais do Uruguai, território do Rio Grande do Sul, onde se proveu dos últimos escravizados chegando ao seu número, em Parnaíba, a quase quatrocentos, incluídas as crianças
01/01/1636
1 fontes

1° fonte: “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
Em 1636 Balthazar Fernandes está com André nas reduções orientais do Uruguai, território do Rio Grande do Sul, onde se proveu dos últimos escravizados chegando ao seu número, em Parnaíba, a quase quatrocentos, incluídas as crianças. Para esses sertões os paulistas preferiam fazer a viagem de canoa, de Santos a Laguna, onde agiam os seus "cunhados", nativos como espiões e auxiliares.






Carta de Manuel Juan Morales ao rei Filipe IV (1605- 1665), “O Grande”
01/01/1636
4 fontes

1° fonte: Relatório apresentado á Assembléia Geral Legislativa na segunda sessão da décima-segunda legislatura, pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, José Mariano de Matos
Foi-me recomendado o exame da estrada que se havia projetado para um porto de embarque no rio Juquiá, afluente da ribeira do Iguape: as notícias que achei acerca desta estrada davam a distância entre Ypanema e o referido porto de nove até dezesseis léguas.

Como eu não conhecia o rumo em que ficava o porto em questão, resolvi seguir por qualquer caminho que para lá conduzisse, calcular a posição astronômica e dai deduzir a distância e a direção á fábrica.

Informei-me dos habitantes do lugar se havia meio de transitar com os meus instrumentos geodésicos, afirmaram-me que havia estrada pela qual passavam animais carregados, boiadas, etc.; além disso tive notícia que posteriormente a 1859 se havia gasto 14:000$00 rs. com ela.



2° fonte: “Jesuítas e bandeirantes no Guairá (1549-1640)”. Pedro de Angelis (1784-1859)
XXXVI - São Paulo, os paulistas e as bandeiras julgados por um espião castelhano em 1636

Relatório de Manuel Juan de Morales das coisas de San Pablo e males de seus habitantes feito a Sua Majestade por um Manuel Juan de Morales da mesma cidade. 1636

vem f. 1 p. a este estado do Brasil no ano de 1592, enviado por seu avô de V. Mag., sendo Virey de Portugal o Duque de Alba, e vindo como governador do Brasil, D. Francisco de Sosa, que ao chegar me enviou ao Serjipe morro a mais de 200 léguas da Baía, para descobrir minas, onde Gabriel Suarez, que veio como descobridor de ouro, se perdeu.

No ano de 1595, ele me enviou a esta Capitania para descobrir um engano, e tendo encontrado, e coletado ouro, fui pessoalmente contar-lhe o que havia acontecido, e novamente ele me ordenou que voltasse na companhia de um garimpeiro. , que não fez nada. , e tendo vindo outro de prata, descobrimos uma montanha chamada Sirasoyaba, que é muito rica de Ferro, e disse que era de prata, em confirmação do que enviou uma pedra, que deve ter trazido ao pai de V. Mag. por ordem de quem veio de D. Francisco de Sosa para frequentar as minas de prata, que vendo que nada foi obtido e que o mineiro alemão havia morrido, ele enviou o mineiro de ouro, o mineiro de prata e eu ao tribunal. chegamos a Valladolid no ano de 1600.

Primeiro. as três vidas da misericórdia feitas dos engenhos de açúcar de ferro (dos quais apenas um está perfeitamente acabado) já terminaram, e as fundições de ferro morreram, e isso não está mais funcionando. Vendo a perda de S. Mag., pedi a D. Francisco de Sosa e Diego Luis de Oliveira (a quem Vossa Majestade possa ser informado dos meus actos) que me enviassem fundições, e até agora os tenho conseguido. [Jesuítas e bandeirantes no Guairá (1549-1640), 1951. Páginas 182 e 183]

Isso pode ser visto muito claramente pelo que V. Mag. tinha de renda no ano de 1603 nesta terra, que era de setenta mil maravedis por ano, quando veio daquela corte mandei elevá-lo até o dia de hoje, que é 1636, ao número de três mil e seiscentos cruzados.

Construir navios é tão fácil que, sendo um homem pobre sem índios, construí dois navios para ir a Angola para negros para esta Capitania, e para aumentar o V.Mag. as quintas de ouro. Bem, se as minas de ferro fossem trabalhadas, desde que o ferro estivesse à mão, quão fácil seria Vossa Majestade fazer navios sem nenhum custo de madeira ou ferro? E sem custo, nem trabalho para carregá-la, porque a madeira fica no mesmo porto, onde são feitos os navios, e as minas de ferro e ouro ficam a apenas 16 léguas do porto da cidade de Santos, e a estrada é tão plana, que até uma légua do rio pode dar lugar a carroças. [Página 185]

E para que Vossa Majestade tenha mais certeza de pessoas suficientes, e sem medidas tirânicas para esta tentativa, pode ser dada ordem para que os Padres da Companhia possam entrar na terra até os limites da Coroa de Castela, e trazer estes índios Capitania para construir aldeias livres, com as quais Vosso Mago terá sempre um excedente de gente a baixo custo, e os manterá felizes, porque a manutenção é muita, e com pão, linho e coisas semelhantes em quantidade moderada, eles servirá a Você. Mag. tão feliz, que eles serão os melhores companheiros dos Pais para trazer outros novamente.

Mas os portugueses dos cananeus impediram-lhes a passagem, porque não consideram justo que os da Campanhia vão trazer servos a Cristo, porque lhes é tirado o assunto de fazer escravos. E ainda mais que os Padres não estão sujeitos a esta Capitania, porque ela termina, como mais tarde contarei doze léguas além do cananeu.

Se as minas fossem estabelecidas aqui, poderia Vossa Majestade poderia ordenar que fossem feitas dois galeões de guerra que eram cap. e Almiranta que de acordo com a capacidade do terreno tudo é muito fácil, e que no seu Comp.a Os açúcares do Brasil entram na frota, para que na sua preservação fiquem a salvo dos corsários, e que alguns dos melhores cargueiros ter uma defesa competente, o que será útil segurança de tão grande lucro porque embora o inimigo com um exército dê algum cuidado, porém não há forças no mundo armada todo ano, e V. Majestade tem tanto açúcar todo ano no Brasil quanto seus vassalos trazem para a Espanha, que mais de cem grandes navios podem ser lançados ao mar.

Quantos, senhor, os holandeses levaram só pela ganância de chegar antes a Lisboa? Os inimigos trazem dois ou três navios para roubar e costumam tirar os meios dos muitos que saem desta costa, deixam-no juntos em defesa suficiente, preservados com segurança, e depois de alguns dias partem para chegar mais cedo. [Página 188]

Só na primeira via (de três que passam duas pelo Brasil, e uma por Buenos Aires com o Procurador da Companhia de Jesus, que em breve partirá daquela província) enviou a Vossa Majestade uma transferência da doação, em que o conde é dado cem léguas de terra na costa do Brasil, e para ele do final do terceiro fólio até o quarto fólio inteiro será registrado como as cinqüenta e cinco léguas são contadas de treze léguas ao norte de Cabo Frio até o rio de Curpare, que fica junto à ilha de São Sebastião, e depois as quarenta e cinco léguas, que faltam a cem, são dadas do rio de São Vicente [Página 190]

O continente está tão bem defendido que nos é possível escalá-lo, exceto por dois caminhos, um dos quais foi considerado pior que o outro, e uma vez tomada esta terra pode ser defendida com cem homens de um cem mil por causa da aspereza, e empecilhos aos que sobem, e falta de manutenção, porque as ilhas que primeiro têm que ser levadas para chegar a esta cidade de São Paulo, são sustentadas pelo que vai daqui.

Esta é esta terra, Senhor, que quando o resto do Brasil se perdeu, só pôde recuperar daqui. As ilhas que o mar faz em tantas voltas como aqui são todas excelentes para o açúcar e o topo do continente, onde fica a vila de São Paulo, e a vila de Parnaíba, e algumas vilas indígenas têm a riqueza do ouro, e ferro que eu disse, e a abundância de pão, e carne, e o resto que mencionei e se o povo não se divertisse indo aos índios cativos, seria mais abundante. E se as minas de ouro e ferro forem trabalhadas, esta será uma riqueza segura. Até agora tem estado em grande perigo porque as pessoas desta cidade, que é a maior e mais animada, passam quase o ano inteiro no estrangeiro porque mal chegam de uma viagem, quando partem para outra, e se ocorre uma invasão fazem não teria o capitão de quem daria uma mão para defender esta terra, e se ele estivesse perdido, e as minas tivessem sido descobertas pelo inimigo (como ele as descobriria se as tomasse) não lhe faltariam índios tão ricos quanto os de Castela são para Vossa Majestade. [Página 191]

Se esta se perdesse, seria difícil recuperá-la, e todo o bem e segurança viriam de estabelecer verdadeiramente as minas, porque fornecem pessoas e defesa, e quase sem pessoas de Vossa Majestade a terra estaria suficientemente protegida, porque se os nativos não defenderem seu rei, defenderão seus tesouros, bem, podem... com facilidade e segurança. [Página 192]

Outros transtornos menores, com os quais as pessoas são assaltadas, como vender sal a preço excessivo, dar um alquer para 10 ou 12 pessoas, mandar V. Mag. levar um no Rio Genero, e coisas semelhantes, a pessoa que V Mag. As provisões que o vosso Pai de V. Mag. me mandou dar, das quais fiz menção neste memorial, foram uma em Valladolid no ano de 1602, e outra em Lisboa no mês de Agosto do mesmo ano. [Página 193]



3° fonte: “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
Em 1636, aquele que pode ter sido um dos maiores produtores do planalto, edono de dois moinhos, o mineiro Manuel João Branco (ou Manuel Juan de Morales),falava ao rei da abundância e da riqueza de São Paulo na produção do trigo. John Monteiro, autor do trabalho mais importante sobre o tema, revela as íntimas filiações entre a expansão desta lavoura no planalto e a crescente organização das bandeiras de apresamento. Ao coincidir os dois tópicos, ele mostra, firmemente, como os indígenas capturados e descidos nas entradas não eram necessariamente revendidos a outras capitanias ou vilas, mas, sim, aproveitados, em sua maior parte, na expansão agrícola de São Paulo; expansão esta que conectava a economia de São Paulo à economia colonial.

Outro documento famoso, anteriormente citado e que pode nos dar mais pistas, é a carta de Manuel Juan Morales ao rei, de 1636. Chamado por Cortesão de “espião castelhano”, numa leitura bastante enviesada, Morales relata sua permanência em São Paulo desde pelo menos 1595, o que tornaria seu “serviço de espionagem” uma tarefa quase vitalícia.

De qualquer modo, a carta cumpre bem o papel de denunciar uma série de descalabros, justificando mercês ao próprio missivista, detentor da solução de uma parte dos problemas Outro documento famoso, anteriormente citado e que pode nos dar mais pistas, é a carta de Manuel Juan Morales ao rei, de 1636.

Chamado por Cortesão de “espião castelhano”, numa leitura bastante enviesada, Morales relata sua permanência em São Paulo desde pelo menos 1595, o que tornaria seu “serviço de espionagem” uma tarefa quase vitalícia. De qualquer modo, a carta cumpre bem o papel de denunciar uma série de descalabros, justificando mercês ao próprio missivista, detentor da solução de uma parte dos problemas.

O tema dos metais de São Paulo perpassa seu relato, já que o autor era especialista em minério de ferro. Viera a São Paulo na demanda deste mineral, por mandato de D. Francisco, e atuara juntamente com um mineiro de ouro - que faz questão de desqualificar - e um mineiro de prata.

Apesar dos indícios sugeridos, Morales pouco reforça a existência substancial do minério, ressaltando e lamentando apenas o fracasso dos engenhos de ferro, depois que deixaram de ser de “particulares”.

Quanto a Manuel Juan Morales (vulgo Manoel João Branco), mineiro de ferro e “espião”, ele reclamava de nunca terem sido enviados os peritos solicitados, ainda insistindo na demanda em 1636, enquanto provavelmente desfrutava de sua riqueza baseada no trigo, no tráfico de escravos da Guiné e na criação e venda do gado... e até mesmo em seus empreendimentos minerais.



4° fonte: Estrada do Padre Dória (1832-1842): estudo de geografia histórica nos caminhos da Serra do Mar, 2019. Alexandre da Silva. USP. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia






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