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Registro do segundo testamento de Balthazar Fernandes na fazenda de Miguel Bicudo Bejarano na paragem Aputeroby
21/04/166001/09/2025 03:45:15

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Registro do segundo testamento de Balthazar Fernandes na fazenda de Miguel Bicudo Bejarano na paragem Aputeroby, vila de Santa Ana da Parnahyba da Capitania de São Vicente: “Nossa Senhora da Ponte ou Nossa Senhora da Visitação em Sorocaba (...) doou aos beneditinos, na pessoa de Fr. Anselmo da Ascensão, a capela de Nossa Senhora da Ponte”

O inventário de Balthazar dele, o primeiro feito em Sorocaba, foi lido por Silva Leme. E então, com todos os papéis dos cartórios até 1800, foi recolhido ao Arquivo Público de São Paulo, onde não são catalogados e expostos à consulta, senão alguns. [“Memória Histórica de Sorocaba” parte I, março de 1965. Aluísio de Almeida. Página 349]

Afondo d´E. Taunay, na História Antiga da Abadia de São Paulo, prefere 1660, copiando o texto de Marques. Este felizmente dá a fonte: Livro de Notas de Parnaíba de 1660. Aliás, a crítica do texto é decisiva. Lá está paragem e não vila de Sorocaba. O tabelião é de Parnaíba, quando aqui já havia um, se fôsse em 1661. [Memória Histórica de Sorocaba I, 1970. Aluísio de Almeida. Páginas 349 e 350]

"(..) que lhe couber diretamente por sua morte (...)"

"(...) Mandarão dar os traslados necessários (...)"

Em 21 de abril de 1660, Baltazar Fernandes garantiu a fundação doando aos Monges de São Bento, de sua Parnaíba, a capela de Nossa Senhora da Ponte e outros bens. Já tendo construído a Igreja de Nossa Senhora da Ponte, atual Igreja de Sant’Ana, do Mosteiro de São Bento e sua casa de moradia, no Lajeado, Baltazar Fernandes garantiu a fundação do novo povoado, doando aos Monges de São Bento, de Parnaíba, muitas glebas de terra, a capela de Nossa Senhora da Ponte e outros bens, com a condição de que construíssem o convento e mantivessem escola para quem desejasse dedicar-se aos estudos.

Isso atraiu para a nova paragem muitos moradores espalhados pela região, auxiliando o povoamento e motivando a vinda de novos habitantes para a localidade. O povoado recebeu o nome de Sorocaba, denominação que tem sua origem no Tupi-guarani, que significa terra (aba) rasgada (çoro)

Fernandes doou as terras que lhe couberam por causa da morte de sua esposa, Isabel de Proença. Essas terras compreendiam uma área que ia desde o Rio Sorocaba até as divisas com Curitiba. Juntamente com as terras e a igreja, foram doados 12 vacas, um touro, 12 índios para trabalhar na terra, uma índia para cozinhar para os padres e mais um índio para trabalhar na sacristia.

A condição para essa doação consistia na obrigação de os padres rezarem 12 missas ao longo de todo ano e mais uma celebrada no dia de Nossa Senhora da Ponte, em novembro. “Essa doação está documentada em escritura, registrada em Santana de Parnaíba, da qual possuímos uma cópia. Temos de lembrar que Santana de Parnaíba é anterior a Sorocaba e era muito mais povoada e desenvolvida. Hoje, Sorocaba desenvolveu-se de tal modo que suplantou todas as demais cidades da região, exceto Campinas”, comenta o responsável pelo Mosteiro.

E aquele povoado era bem diferente do que é a Sorocaba moderna e bem-estruturada da atualidade. Na região, existia apenas a igreja e em torno dela viviam os 400 índios de Balthazar Fernandes. Ele também vivia nos arredores, mas a cerca de 1.800 metros de distância do Mosteiro, numa região hoje denominada Lajeado, perto de Campolim.

Quando Balthazar Fernandes faleceu, em 1661, já havia coordenado um intenso trabalho para que aquela população que vivia ao redor da igreja fosse transformada em vila. No mesmo ano de sua morte, o povoado passou a se chamar Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. O nome do município é indígena, significa “terra rasgada”, batizado assim pelos índios por causa das erosões presentes na região. “Para que um povoado fosse elevado à condição de vila era necessário que houvesse 30 fornos, o que significava que em torno da igreja havia 30 famílias estabelecidas. Houve duas tentativas de fundação de outras vilas próximas daqui, só que não foram para frente. O Pelourinho de um desses povoados, o de Ipanema, está aqui em Sorocaba, na Rua Nogueira Martins”, diz Dom José Carlos.

A quantidade de terras recebidas pelo Mosteiro de São Bento de Sorocaba era muito grande. Quando Balthazar Fernandes faleceu, surgiu um conflito entre os monges beneditinos, a Câmara Municipal – que já havia sido instalada – e alguns herdeiros do fundador de Sorocaba, que queriam anular a escritura de doação das terras.

Esse conflito durou cerca de 200 anos. “Eles não conseguiram nos tirar daqui. A Câmara Municipal, para que esse conflito crescesse, concedia terras que pertenciam ao Mosteiro para todo mundo que quisesse se estabelecer na região, bastava pedir. Isso, de certa forma, ajudou no desenvolvimento da cidade. Ou seja, Sorocaba crescia não apenas porque havia uma vida espiritual promovida pelo Mosteiro, mas também porque havia essa doação de terra”, lembra Dom José Carlos.

“Foi um conflito muito grande, tanto que em 1667, teve de vir à cidade o Padre Provincial, que era o Frei Francisco da Visitação, pertencente à congregação portuguesa. Para tentar apaziguar os ânimos, o Frei Francisco fez uma nova escritura com a Câmara.” Nessa nova escritura, foram estabelecidos os novos limites das terras do Mosteiro. A Câmara Municipal fez algumas exigências, entre elas, a permanência dos monges em Sorocaba. Se, por acaso, a Ordem Beneditina removesse os monges da cidade, deveria devolver ou doar à Câmara todo o patrimônio do Mosteiro. “O Frei Francisco da Visitação pediu para que as esmolas não entrassem nesse acordo, porque era impossível devolver o dinheiro, mas se prontificou em manter sempre dois ou três monges no Mosteiro, com a obrigação de ensinar a Língua Portuguesa, o Latim e o Canto. E ficamos aqui até hoje. Os Beneditinos dificilmente sairão de Sorocaba porque o povo não deixa”, conclui o responsável pelo Mosteiro de São Bento.A Fé que renova e restauraApesar de tanta importância para o surgimento de Sorocaba e de ser considerado pela população um marco da cidade, o Mosteiro de São Bento ficou em condições muito precárias, devido à ação do tempo e às reformas pelas quais passou ao longo de sua história. Para que essa história não fosse perdida, iniciou-se um processo de restauração, já que o Mosteiro de São Bento e todo o complexo onde ele está instalado, uma área com cerca de 12 mil metros quadrados, foram tombados, em 1985, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Artístico (Condephat). Para coordenar esse trabalho foi chamado Dom José Carlos, que já possuía experiência nesse tipo de empreitada. Como acontece em quase todos os processos de restauração, as dificuldades são muitas e vão desde a contratação de pessoal especializado até os corriqueiros problemas financeiros. Segundo Dom José Carlos, também foi necessário realizar um trabalho de conscientização junto à população, demonstrando a importância de se preservar a história da cidade. “Eu vim para Sorocaba em 2001 com a principal incumbência de restaurar o Mosteiro de São Bento para voltar a receber os monges. Nós não tínhamos nada, nem dinheiro, nem projeto, apenas a conversa e a vontade, que já existiam há 25 anos, mas não acontecia nada”, comenta Dom José Carlos. Diante das dificuldades, foi fundada a Associação de Amigos de São Bento, formada por pessoas que contribuem mensalmente para que o patrimônio histórico seja mantido. Esse é um dos caminhos existentes para que a história de Sorocaba seja preservada. O Mosteiro assinou um protocolo de intenções com uma empresa de engenharia de São Paulo, a Novata, e o o arquiteto do Mosteiro de São Bento da capital, os quais se compro-meteram a angariar fundos e aplicar na restauração do complexo arquitetônico. Outro meio que também é utilizado pelo Mosteiro de São Bento de Sorocaba para conseguir recursos é através da Lei Rouanet, que permite às pessoas físicas ou jurídicas aplicarem parte do Imposto de Renda devido ao Governo na restauração desse patrimônio histórico. “Já estamos trabalhando com várias empresas, e a primeira a aderir ao projeto, e à qual devemos muito do que estamos fazendo, é uma de agronegócios localizada aqui em Sorocaba, a Iharabrás. Ela confiou plenamente em nós, quando não tínhamos nada, e graças à contribuição dela, conseguimos elaborar o projeto de restauração. Agora já contamos também com o apoio da Petrobrás, que está intervindo na restauração da taipa, temos um convênio com a prefeitura, para restauração do casarão que faz parte do complexo do Mosteiro, e também com o Estado, cuja liberação da verba está nos trâmites burocráticos”, explica Dom José Carlos. O Mosteiro de São Bento de Sorocaba ainda mantém algumas paredes originais da construção da então Igreja de Nossa Senhora da Ponte, em 1654, como as do presbitério e da sacristia. O retábulo, que data do século 18, veio de Portugal, e tem detalhes da madeira revestidos com lâminas de ouro.

Alguns quadros com motivos sacros, a grade do coro e o ambão da direita de quem entra na igreja são provenientes do Mosteiro de São Bento, localizado na cidade de São Paulo. Diversas peças e utensílios também são antiguidades raras, como a imagem de Nossa Senhora do Pilar, de 1711. “As paredes são de taipa, têm mais de 350 anos. O primeiro trabalho que foi realizado aqui foi a prospecção das paredes.

O segundo foi a prospecção da taipa. Foram abertas ‘janelas’ no reboque das paredes para que pudéssemos saber qual a condição da taipa. A partir daí, estamos removendo esse reboque, que foi feito com cimento, material que não casa com a taipa. Então, nos cômodos internos do Mosteiro, o reboque está estufando e estourando. Na parte externa do Mosteiro, o reboque foi retirado, mas fizemos um revestimento sobre a taipa para conservá-la das intempéries. Mas na parte interna, percebe-se que em vários trechos foram colocados tijolos para encamisar a taipa que estivesse muito deteriorada ou mal colocada.

Encontramos um buraco que tinha 50 centímetros de profundidade, na parede, por 1,5 metro de altura, cabia uma pessoa dentro. O Mosteiro não caiu até hoje porque não cai nunca mais. As paredes são resistentes”, diz Dom José Carlos. Depois de muito tempo de conversa com cidadãos preocupados em preservar a memória de Sorocaba e de entendimentos com instituições públicas e privadas, no que tange a arrecadação de fundos para a obra, o Mosteiro de São Bento de Sorocaba está em pleno processo de restauração. Logicamente, Dom José Carlos ainda necessita de maior engajamento da população para que as obras prossigam em ritmo satisfatório.

Agradecido pelas colaborações que o Mosteiro tem recebido, Dom José Carlos não deixa de dar seu testemunho de fé, consagrando a Deus e à Virgem Maria os êxitos alcançados nessa empreitada. Segundo ele, até 2003, nada tinha acontecido em relação ao trabalho para o qual fora convocado. Quando o Abade da Ordem de São Bento, na ocasião Dom Luiz Proença, hoje resignatário, visitou-o em Sorocaba, Dom José Carlos manifestou sua preocupação em relação ao trabalho que não prosperava, pensou até que o problema fosse com ele. O Abade o tranqüilizou e disso que era o Diabo que estava travando o andamento da restauração. No dia seguinte, Dom José Carlos fez uma promessa para que restauração do Mosteiro de São Bento de Soro-caba fosse iniciada e concluída: ao final de todas as missas que celebrasse, pediria que os fiéis o acompanhassem em uma Ave Maria. E assim tem sido deste então. “O mais importante de ressaltar é que todo esse trabalho nós devemos unicamente a Deus, através de Nossa Senhora, que tem intercedido pela nossa obra”, finaliza Dom José Carlos, confiante nos ensinamentos de São Bento: Ora et labora (ora e trabalha).Por Vagner Apinhanesi

Lá está paragem e não vila de Sorocaba. O tabelião é de Parnaíba, quando aqui já havia um, se fôsse em 1661.[3]

12. ° Nossa Senhora da Ponte ou Nossa Senhora da Visitação em Sorocaba. Por doa- ção de Baltasar Fernandes, filho do ex-Governador de S. Paulo, Manuel Fernandes. Tal como fizera o irmão em Parnaíba, doou aos beneditinos (21/IV/1660), na pessoa de Fr. Anselmo da Ascensão, a capela de Nossa Senhora da Ponte. Os beneditinos tomaram conta desta casa em 1667 para assistir o fundador, sua família e povoadores, mas pouco se sabe acerca da sua vida 574 . [4]

O inventário de Balthazar dele, o primeiro feito em Sorocaba, foi lido por Silva LemeSegunda-feira, 1 de Janeiro de 1900Fonte: Memória Histórica de Sorocaba - Parte I p. 349E então, com todos os papéis dos cartórios até 1800, foi recolhido ao Arquivo Público de São Paulo, onde não são catalogados e expostos à consulta, senão alguns.


  1ª fonte  
  Data: 1492

Colombo zarpou de Palos de la Frontera, em Huelva, com 89 marinheiros divididos por duas caravelas, a Pinta e a Nina, e uma nau, a Santa Maria


  2ª fonte  
  Data: 1865

“Curiosidades Brasileiras”, F. L. d´Abreu Medeiros. Diário de São Paulo


  3ª fonte  
  Data: 1927

“História Antiga da Abadia de São Paulo 1598-1772”. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958). Tipografia Ideal


“Saibam quantos este publico instrumento de escriptura de doação virem que, no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil seiscentos e sessenta, em os vinte e um dias do mez de abril, no sitio e fazenda de Manoel Bicudo Bejarano, na paragem chamada Apoteroby, termo da villa de Sant’Anna do Parnahyba da Capitania de São Vicente [...] doava deste dia para todo sempre aos reverendos padres do Patriarcha S. Bento do mosteiro de Parnahyba a igreja de Nossa Senhora da Ponte com toda a sua fabrica sita na paragem chamada Sorocava, com obrigação d’elles ditos padres lhe fabricarem um dormitorio com quatro cellas, sua despensa, cozinha e refeitório, e assim lhes dava e doava toda sua terça, que direitamente lhe couber por sua morte, assim de bens moveis como o de raiz e peças do gentio da terra [índios] para o serviço da igreja”. [26792]


  4ª fonte  
  Data: 1938

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXV*


A igreja ia se aprontando devagarinho. Estava coberta, sem forro e sem soalho. Fizeram-lhe um retábulo decente. A ima- gem de Nossa Senhora, pequenina, acompanhava-o sempre. De- via de ter um menino nos braços. Mas, qual seria o título litúrgico? Talvez nem o soubesse o humilde artífice que a fizera. E lá está, no altar novo, a imagem da Virgem. Os raros sitiantes da redondeza vêm alí rezar o terço, ou talvez ouvir uma missa do vigario de Parnaiba, sobrinho do fazendeiro. Vão admirar a ponte, o rio. Voltam para as roças: tinham estado na igreja de Nossa Senhora da Ponte. Assim nasce um orago.

E no dia 21 de abril de 1660, após as negociações e vaivens de tais negocios, estavam reunidos no Apotubú, em casa de Manuel Bicudo Bezarano, o seu sogro, já velho, Baltasar Fer- nandes, Claudio Furquim, Jacinto Moreira, André de Zuniga, e mais o vigario parnaibano Francisco Fernandes de Oliveira e os reverendos monges beneditinos da residencia e convento de Parnaiba o presidente frei Tomé Batista e frei Anselmo da Anunciação. O tabelião Antonio Rodrigues de Matos, aparando com solenidade a pena de pato, começou a escrever no livro proprio:

Saibam todos quantos este público instrumento de doação virem... etc. na paragem chamada Apoterobí, termo da vila de Santana de Parnaiba, da capitania de São Vicente, partes do Brasil, etc. Em resumo, os beneditinos recebiam de Baltasar Fernandes, para todo o sempre, a igreja de Nossa Senhora da Ponte, com toda a sua fábrica, toda a terça que lhe cabia, por sua morte, em terras e escravos, doze peças do gentio da terra por conta da dita terça, um moço gentio para a sacristia e uma moça india para a cozinha. "E outrosim lhes dava dose vacôas e um touro."

Nomeava especialmente, na terça, o seu moinho e a vinha, como quem diz: não faltará hostia nem vinho para o santo sacrificio. Em troca, comprometiam-se a levantar, por sua conta, dormitorio com quatro celas, despensa, cozinha e refeitorio, a assistirem na igreja, rezando pelo fundador, 12 missas anuais, alem da festividade de Nossa Senhora da Ponte.

E, desde já, cabia aos padres, para o seu sustento, unia roça onde se estava plantando mandioca, com os limites do rio, do convento e das fazendas de Braz Esteves e Diogo do Rego e Mendonça (outro genro do povoador). E, como o escrivão ganhasse pelo trabalho, dobrou-o em tamanho com as fórmulas cumpridas do costume.

Todos ouviram em silencio a leitura da doação. E assinaram os clérigos com toda a facilidade, os leigos com o vagar e o escrúpulo de mãos habituadas a outros misteres. Depois, o escrivão deitou o pó de areia nas últimas linhas. Talvez só houvesse a areia da parede. O certo é que estes nomes ficaram gravados em versais douro na historia de Sorocaba.

Em plena renascença, a Ordem de São Bento ressurgia aquem do Oceano, com as glorias de civilizadora, que sempre tinha sido da Europa. Belos caminhos segue a Providencia! [p. 140, 141]

b) A primeira Igreja Matriz (1661-1667)

Cem anos durou a primeira igreja de Sorocaba, começada cerca de 1661 pelos moradores chefiados pelos filhos, genros e parentes de Balthazar Fernandes. Estes fizeram as duas igrejas: a de Nossa Senhora da Ponte, que ficou pertencendo a São Bento em 21 de abril de 1660, e a matriz para a qual se mudou a mesma Senhora, e que, em 1667, segundo o documento da Câmara, de que tiramos estes informes, estava pronta, pelo menos coberta.

A paróquia só foi provida, efetivamente, em 1679, data onde principiam os livros de batizados e casamentos. Em 1747, o vigário encomendado Pedro Domingos Pais, distinto sorocabano, resumiu para o Exmo. e Revdmo. Sr. Dom Bernardo Nogueira, 1° Bispo de São Paulo, o estado da igreja e paróquia:

"A igreja matriz desta freguesia é da invocação de Nossa Senhora da Ponte, tem dois altares laterais e a capela-mór na qual se acha colocada a imagem de Nossa Senhora da Ponte em um nicho; nos colaterais se acha da parte do Evangelho colocada a imagem de Nossa Senhora do Rosário, e da parte da Epístola está colocada a imagem de São Miguel, cujos altares estão encostados ao frontispício do arco da capela-mór da banda de fora; tema capela-mór retábulo de talha dourada, com seu camarim e tribuna também dourada, e onde se expõe nas festas o S. S. Sacramento; tem sacrário também dourado e a capela-mór é forrada pelo teto somente. A igreja é feita de taipa de pilão sem naves, cujo corpo não está forrado nem estradado e somente ladrilhado de tijolos. Os altares colaterais tem seus retábulos pequenos, com seus nichos dourados. Tem sacristia por detrás da capela-mór, assoalhada por cima. A igreja tem uma lâmpada de latão grande e bem feita, na qual sempre se conserva lume, porque se conserva todo o ano o Santíssimo Sacramento. Tem três sinos, um de seis arrobas, outro de três e outro de arroba e meia pouco mais ou menos... Tem pia batismal de pedra..."

O padre Domingues era bem conciso, não há dúvida. Temos, pois, na capela-mor, o retábulo dourado, um sacrario, uma mesa de altar, que não existem mais, em arquitetura simples. Umcamarim para exposição do Santíssimo: é o conhecido trono de muitos degraus, que conhecemos as velha´s igrejas, avançando sobre o orago retábulo a dentro, e onde se acendiam dezenas de
[p. 142]

Onde mandou fazer Baltasar Fernandes a primeira imagem de Nossa Senhora da Ponte? Em Parnaiba ou São Paulo? Ou veio feita da Baía ou do Porto?

Inclinamo-nos à crer que qualquer santeiro vulgar fez a cabeça, mãos e pés da imagem, e o Menino, o resto, o manto azul marchetado de estrelas, se incumbia de simplificar, De fato, nada tem de artístico a imagem de roca que foi colocada no Consistorio da Irmandade do Santíssimo, num oratorio à esquerda e com os fundos para o muro da capela-mor, c aí ficou até 1918.

O bom povo sorocabano, porem, era cioso de sua velha padroeira. Às quintas-feiras, logo após a missa que sempre havia do Santíssimo, recordação dos portugueses, embora o Senhor estivesse no altar-mor, os assistentes não se esqueciam de dar a volta (não havia porta lateral direta) e visitar N.º S. da Ponte e o Senhor-Morto do Consistorio.

Chamou-se igreja de Nossa Senhora da Ponte a que hoje se diz de São Bento, e dedicada a Santana. Já estava pelo menos coberta e já tinha o título de Senhora da Ponte, quando, a 21 de abril de 1660, o capitão fundador Baltasar Fernandes a entregou com patrimonio aos beneditinos de Parnaiba, por escritura passada em Apoterobi, fazenda de Manuel Bicudo Bezarano é com a condição de 13 missas anuais (12 por alma do doa-dor e 1 em honra da Senhora da Ponte) e de construirem o Mosteiro,

Depressa os padres aceitaram a oferta. Imediatamente veio Frei Anselmo da Anunciação receber tudo e levantar o convento. De tanta sorte estava o povoador que, já a 3 de março seguinte, de 1661, apenas com 30 casais esparsos colina abaixo, o governador do Rio, então em São Paulo, Salvador Correia de Sá e Benevides, i he erigia em vila o povoado. Incumbia-lhe, pois,fundar a casa da Câmara e Cadeia e... matriz, porquanto os beneditinos, ordem isenta, não podiam ser párocos.

Mãos à obra! Ele, seus filhos, genros, amigos e escravos“começaram a nova matriz, certamente, em 1660 ou 1661. Que podia estar funcionando pelo menos em 1667, quando já havia Cadeia. De-certo, então, puseram Nossa Senhora e o Menino numandor e, ao som daquelas toadas melancólicas do Padre-Nosso,Ave-Maria e Salve Rainha que só sabem hoje os nossos caipi- [p. 170]

ras, vieram colocá-la em seu novo trono. Trono de amor, dondetem espargido tantas graças.E, lá, em São Bento, os bons religiosos deixaram outraNossa Senhora de joelhos, aprendendo num livro aberto sobreo colo de Santana. ´. Santana, que eles trouxeram de Parnaiba,certamente, e lá está, agora, no seu alto nicho, enquanto as gera-ções vão passando, para o pó do sepulero. ..A 1.4 matriz de Sorocaba durou, certinhos, 100 anos. Tinhacapelá-mor assoalhada e forrada. Retábulo dourado com a Se-nhora e o Menino, uma salinha assoalhada atrás do altar-mor,sacristia, Um arco-cruzeiro, sob o qual havia grades separandocapela-mor e corpo-da-igreja. Apoiando-se na parede do arco-cruzeiro, dois altares laterais, com seus retábulos; à esquerda,São Miguel e à direita Nossa Senhora do Rosario. Quasi quecertamente uma só nave, e só duas paredes laterais. Numa des-tas, um arco dando para a capelinha da Conceição. Um púlpito,desses pregados à parede. Na entrada, uma pia batismal, de pe-dra, em aberto. Doutro lado, a escada para 0 coro. Mais acima,o torreãozinho com os 3 sinos. O corpo da igreja não era forrado.O chão não foi sinão atijolado. E tinha bancos fixos ao solo.“Tambem uma pia de agua benta. E´ isto o que se pode deduzir dainformação prestada, em 1747, pelo padre Pedro Domingues, edos assentos de óbitos (davam o lugar da sepultura).À belíssima e grande imagem atual de Nossa Senhora daPonte é de 1770, mais ou menos. A última pintura (incarna-ção) foi há uns 50 anos,De 1770 é a da 2.º matriz. De 1839-1840 a 3º, que apro-veitou da 2: a capela-mor, as paredes internas e o frontispíciocom a torre (esta é de 1818). À 44 matriz é de 1924 (aprovei-tando a frontaria toda e torre da 32); é catedral desde 1925:Só a igreja de São Bento, primeira de N.º S.º da Ponte,não sofreu mudanças essenciais desde 1660 Um monumento deantiguidade, pois, é por muitos desconhecido. [p. 171]

Braz Esteves Leme é um patriarca em Sorocaba, tal como João Ramalho em São Paulo, ou mesmo o primeiro Braz Esteves Leme, que se não casou, mas de quem foi ele um dos catorze filhos ilegítimos havidos com mulheres indígenas. São também catorze dos filhos que lhe deram as pobres carijós de sua casa e seis os que houve em legítimo matrimonio com dona Antonia Das.Chamá-lo-emos Braiz Teves, como aparece no documento de 21 de abril de 1660, onde Baltasar Fernandes faz a doação,aos beneditinos da Parnaiba, da igreja de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba e de um patrimonio cujas terras se limitavam com "o campo onde está Braz Teves". E´, pois, um dos primeiros povoadores de Sorocaba, já então sogro de Pascoal Moreira Cabral, o 1.O, e avô do pequeno Pascoal Moreira, o 2.O fundador de Cuiabá.Grande escravagista conjecturamos que foi O sitio Braz Teves, pelo número de filhos naturais e no Sarapuí por ter sido em carijós a sua fortuna, que em parte permitiu afazendar-se o primeiro Pascoal e, acaso, começar suas correrias o 2.O. Confirmamos a nossa opinião com encontrar o nome dele nas listas de brindeirantes que fizeram a caça aos indios do sul e do Guairá, e publicados pelo historiador das Bandeiras, dr. Afonso d´E. Taunay.Os escravos, primeiro capturados numa longa . . . e os seus região que se estendia de Itanhaem aos Patos, carijós tomaram, em São Paulo, o nome da tribu principal: carijós, e conservaram esse apelido até à extinção da escravidão vermelha por Pombal, inclusive nos arquivos paroquiais, posto que, ao depois, pertencessem a outras tribus e raças, até.Escrevendo, em 1747, no Livro do Tombo, o vigario de Sorocaba, Padre Pedro Domingues Pais, por informações dos antigos, diz que Braz Teves "era homem rico do gentio da terra, que era o cabedal daquelle tempo", e tinha a sede da sua fazenda a 7 leguas "desta villa", junto ao rio Sorocaba e próxima´a barra do ribeirão Sarapuí. [p. 172]

Tão pequena, e teve a cingir-lhe a cabecinha de madeira umapequenina coroa de ouro, o primeiro ouro de Goiaz, a darmoscrédito aos cronistas, e que lhe mandou um Manuel Correia, es-pecie de bandeirante proletario, não desses que rangem a dentuçacontra tudo que é sagrado, mas desses humildes trabalhadoresque honram um povo. À sua oferta é de pobre. Mas, note-sebem: são as primicias! Não consta que Pascoal Moreira Cabrale outros felizardos de um momento (que tambem morreram po-bres) se lembrassem de um presentinho para a sua terra. Paraa Europa foi o ouro dos bandeirantes. Porem, o pouco, que erao tudo de Manuel Correia, aqui ficou. Certo, antes de sair paraà arrancada temerosa, ajoelhara-se diante do querido icone epedira boa sorte. Não ficou rico e milionario. Mas, entrou nahistoria das bandeiras com uma nobreza de sentimentos que mar-cam uma época.Há qualquer coisa de comum entre os Correias e Nossa Se-nhora do Pilar. Dir-se-ia que eles deram à igreja a imagem, ouzelavam do altarzinho.A data de 1647, para o descobrimento das primeiras minasgoiinas, cai por terra diante do simples fato de que só em 1660se fundou a igreja de São Bento, A de 1719 concorda, alem dis-so, com o parentesco mais próximo entre Manucl Correia e Ca-tarina, a que desejou ser enterrada junto à Senhora do Pilar.Havia tempo de ele chegar e nascer-lhe esta talvez filha.E porque não há de ser desta mesma piedosa familia po-voadora de Mato-Grosso um poeta (poema foi tambem o gestodo ancestral) que a Nossa Senhora tem ofertado tantas coroas.digamos logo, Dom Aquino?DD)“Aos nove dias do mez de Julho de mil setecentos e cin-coenta e nove annos falleceu da vida presente Catharina Cor-rea natural desta villa casada com Geraldo Domingues. Fez tes-tamento em que ordenava que por sua alma se dissessem tantasmissas de corpo presente, quantos sacerdotes se achassem pre-sentes; e que seu corpo amortalhado no habito de São Fran-cisco fosse sepultado no Mosteiro de Sam Bento junto ao altal(sic) de Nossa Senhora do Pilar onde com efeito foi sepultadano habito de Nossa Senhora do Carmo por se não achar o habitoque pedia. Falleceu com todos os sacramentos e sendo da idade [p. 178]
[20136]


  5ª fonte  
  Data: 1964

“Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)


(...) assinatura da escritura, e que aconteceu no sítio do genro Bejarano em Apotribú, a 21 de abril de 1660, sendo aceitantes frei Tomé Batista e frei Anselma da Anunciação. [9049]


  6ª fonte  
  Data: 2011

“O Campo Largo Sorocaba”, A História de Araçoiaba da Serra, 07.2011. Dagoberto Mebius*


Os construtores da capela de N.S. das Dores mal sabiam que estavam construindo uma cidade. Foram eles alferes Bernardino José de Barros, cujas terras eram parte da antiga sesmaria da mãe de Baltazar Fernandes, que se estendia até Curitiba, Antônio Gomes de Carvalho e José Lopes Machado – estes dois últimos não são citados em nenhum das fontes – constam, porém da obra de Vicente Hypnarowski. No livro de Tombo n.º 14, registrou-se:

“... no dia 14 de novembro de 1826,às 4 horas da tarde benzi (Padre Gaspar Antônio Malheiros) a nova capela... no dia 15 de novembro de 1826, às 10 horas da manhã, já com a imagem da santa introduzida, deu-se início a primeira missa solene...”.As despesas para todas essas providências foram efetuadas pela colaboração do povo e de Bernardino José de Barros, que em troca recebeu o direito de ter sete campas para nelas serem sepultados, ele, sua mulher e outros benfeitores.
[20269]


  7ª fonte  
  Data: 2014

“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador


A paragem de Sorocaba começa ter vida. O número de casas, moradores e sítios cresce todos os dias, desenhando os primeiros contornos do sonho do povoador. Em 1660, cinco anos após ter deixado Santa Ana do Parnaíba, Balthazar sente a necessidade de dar uma melhor condição de vida aos moradores, que começavam a ocupar as terras em sua volta. Lembrou-se de sua mãe, Suzana Dias e do seu irmão André Fernandes que, para consolidar o povoado de Santa Ana de Parnaíba, atraíram para o local os monges beneditinos, doando-lhes terras e bens.

Os padres representavam assistência religiosa para os moradores, educação e escola. Decidiu seguir o exemplo da família. Nessa época, 1660, Sorocaba ainda pertencia à Vila de Santa Ana de Parnaíba e, por isso, Balthazar precisou se dirigir até aquela povoação, com o propósito de doar terras e bens aos padres de São Bento de Santa Ana do Parnaíba, a fim de que eles se instalassem em Sorocaba. [Páginas 82 e 83]
[21228]


  8ª fonte  
  Data: 2018

“15 de agosto é uma data para comemorar: Sorocaba surgiu em fins de 1654”, Jornal Diário de Sorocaba


EVANGELIZAÇÃO - Pelo documento firmado em Santana do Parnaíba, Baltazar Fernandes doava aos padres beneditinos, além da Capela de Nossa Senhora da Ponte (depois de 1667, com a construção da primeira igreja matriz de Sorocaba, transformada em igreja de Santa Ana), terras no centro do povoado, "um touro, doze vacas, moço índio para atender a sacristia e moça para a cozinha, 12 índios fortes para cuidar da lavoura e da criação, uma roça de mandioca para começo, a propriedade da vinha e do moinho", embora reservado o uso-fruto de parte desses bens até a sua morte, ocorrida em 1667. [19871]


  9ª fonte  
  Data: 2020

“José Custódio de Sá e Faria e o mapa de sua viagem ao Iguatemi”, Jorge Pimentel Cintra e Rafael Henrique de Oliveira


Cruzaram também o riacho Putribu, pouco distante da sede da fazenda de mesmo nome. Em 21 de abril de 1660, nessa fazenda de Manuel Bicudo Bejarano, compareceram o tabelião de Santana de Parnaíba para registrar que Baltazar Fernandes doava aos beneditinos de Parnaíba a capela de Nossa Senhora da Ponte. Esse ato, presentes as partes interessadas, deu origem à cidade de Sorocaba. [24863]


  10ª fonte  
  Data: 2024

Sobre a Fundação de Sorocaba, Vagner Apinhanesi (data da consulta)


Em 21 de abril de 1660, Baltazar Fernandes garantiu a fundação doando aos Monges de São Bento, de sua Parnaíba, a capela de Nossa Senhora da Ponte e outros bens. Já tendo construído a Igreja de Nossa Senhora da Ponte, atual Igreja de Sant’Ana, do Mosteiro de São Bento e sua casa de moradia, no Lajeado, Baltazar Fernandes garantiu a fundação do novo povoado, doando aos Monges de São Bento, de Parnaíba, muitas glebas de terra, a capela de Nossa Senhora da Ponte e outros bens, com a condição de que construíssem o convento e mantivessem escola para quem desejasse dedicar-se aos estudos.

Isso atraiu para a nova paragem muitos moradores espalhados pela região, auxiliando o povoamento e motivando a vinda de novos habitantes para a localidade. O povoado recebeu o nome de Sorocaba, denominação que tem sua origem no Tupi-guarani, que significa terra (aba) rasgada (çoro)

Fernandes doou as terras que lhe couberam por causa da morte de sua esposa, Isabel de Proença. Quando faleceu Fernandes doou as terras que lhe couberam por causa da morte com Curitiba. Juntamente com as terras e a igreja, foram doados 12 vacas, um touro, 12 índios para trabalhar na terra, uma índia para cozinhar para os padres e mais um índio para trabalhar na sacristia.

A condição para essa doação consistia na obrigação de os padres rezarem 12 missas ao longo de todo ano e mais uma celebrada no dia de Nossa Senhora da Ponte, em novembro. “Essa doação está documentada em escritura, registrada em Santana de Parnaíba, da qual possuímos uma cópia. Temos de lembrar que Santana de Parnaíba é anterior a Sorocaba e era muito mais povoada e desenvolvida. Hoje, Sorocaba desenvolveu-se de tal modo que suplantou todas as demais cidades da região, exceto Campinas”, comenta o responsável pelo Mosteiro.

E aquele povoado era bem diferente do que é a Sorocaba moderna e bem-estruturada da atualidade. Na região, existia apenas a igreja e em torno dela viviam os 400 índios de Balthazar Fernandes. Ele também vivia nos arredores, mas a cerca de 1.800 metros de distância do Mosteiro, numa região hoje denominada Lajeado, perto de Campolim.
[4222]



Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/12/1939
Página 140


ID: 12555


Construção do Mosteiro São Bento
Data: 01/01/1654
Créditos/Fonte: Ettore Marangoni
Balthazar Fernandes e seus "operários". Largo de São Bento (bb) (z) (£) (horse) (ig) (!)(.241.


ID: 3413


Quando os Monges eram uma Civilização Beneditinos: espírito, alma e corpo
Data: 01/01/1934
Créditos/Fonte: Geraldo José Amadeu Coelho Dias
Página 247


ID: 5997



  


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