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Caminho do Mar
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A estrada aberta por fundadores de SP para vencer paredão da Serra do Mar, por Edison Veiga, de Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil
27 de dezembro de 2024, sexta-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (2): São Paulo/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (1) José de Anchieta (1534-1597)
 Temas (5): Calçada de Lorena, Caminho do Padre, Caminho do Peabiru, Rio Mogy, Serra do Mar

Registros mencionados (4)
1. Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei
1 de janeiro de 1553
2. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
25 de janeiro de 1554
3. Calçada de Lorena
setembro de 1790
4. A primeira rodovia para Santos, vencendo a Serra do Mar, é a chamada Estrada Velha de Santos (ou Estrada da Maioridade de D. Pedro II)
1844
Registros mencionados (4)
01/01/1553 - Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei [25214]
25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi [8156]
01/09/1790 - Calçada de Lorena* [28452]
1844 - A primeira rodovia para Santos, vencendo a Serra do Mar, é a chamada Estrada Velha de Santos (ou Estrada da Maioridade de D. Pedro II) [8756]




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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XIV
1909. Atualizado em 17/08/2025 01:25:42
Relacionamentos
 Cidades (5): Carapicuiba/SP, Santos/SP, São Bernardo do Campo/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (27) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Amador de Medeiros, Antônio Pinto (n.1558), Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Belchior da Costa (1567-1625), Brás Cubas (1507-1592), Carl Gustav Hedberg (1774-1827), Clemente Álvares (1569-1641), Francisco de Assis Mascarenhas (1779-1843), Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen (1783-1842), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gentil de Assis Moura (31 anos), João Mendes de Almeida (1831-1898), João Ramalho (1486-1580), Jorge Moreira (n.1525), Luís da Grã (n.1523), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Preto (1559-1630), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Mem de Sá (1500-1572), Pedro Collaço Vilela, Pero (Pedro) de Góes, Rodrigo Alvares (f.1598), Ulrico Schmidl (1510-1579), Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855)
 Temas (54): “o Rio Grande”, Apiassava das canoas, Caminho de Piratininga, Caminho do Peabiru, Caminho São Paulo-Santos, Caminhos até São Vicente, Canôas, Capitania de Minas Gerais, Capitania de São Paulo, Córrego Supiriri, Cruzes, Dinheiro$, Enguaguassú, Estrada Vergueiro, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Ferrovias, Gentios, Geografia e Mapas, Goayaó, Inhayba, Ipiranga, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Metalurgia e siderurgia, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Montanhas, Nheengatu, NS do Carmo de Santos, O Sol, Piaçaguera, Pontes, Porto das Almadias, Portos, Pouso Alto, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Cubatão em Cubatão, Rio dos Couros, Rio dos Meninos, Rio Geribatiba, Rio Goyaó, Rio Mogy, Rio Pinheiros, Rio Tamanduatei, Rio Ururay, Rio Ypiranga, São Paulo de Piratininga, Serra de Cubatão , Serra do Mar, Taperovira, Ururay, Vila de Santo André da Borda, Ybyrpuêra

Registros mencionados (3)
1. Martim Afonso concede sesmarias
10 de outubro de 1532

Antes, porém, de transcrevermos os trechos daquela sesmaria, devemos declarar que encontramos no convento do Carmo de Santos, num maço de documentos que serviram a frei Gaspar para documentação de seus trabalhos históricos, os autos do processo que Braz Cubas, intentou contra os herdeiros de Pedro de Góes, a respeito dessa sesmaria que ai vem na íntegra, mas que difere, na parte referente ás linhas divisórias com o que vem transcrito nos Apontamentos de Azevedo Marques.

Segundo este último escritor, a sesmaria de Pedro de Góes foi concedida com a seguinte confrontação...

"Hei por bem lhe dar e doar as terras de Taquararira com a serra da Taperovira que está da banda onde nasce o sol com as águas vertentes com o rio Jarabativa, o qual rio e terras estão defronte a ilha de São Vicente donde chamam Goyayo, a qual terra subirá para a serra acima até o cume e dai a buscar o Capetevar, e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda norte e por ele abaixo até ygoar por terra em outro rio que tem ai o outeiro e dai tornará dentro a um pinhal que está da banda do campo Gioapê e dai virá pelo caminho que vem de Piratininga, e entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mororê e dai dentro no pé da serra de Ururay e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramacoara e então pelo rio São Vicente a entestar coma dita serra de Taperovira donde começou a partir..."

No manuscrito de Frei Gaspar, vem descrito do seguinte modo:

"... Hei por bem dar e doar as terras de Taquaraopara como será de Tapirovira que está da banda donde nasce o sol com as águas vertentes com o rio Geribatiba, o qual rio e terras estão defronte da ilha de São Vicente onde chama Guassú a qual terra sairá por a serra acima até ao cume, e dai embeiçará com o Poterim e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda do norte e por ele abaixo até yguar por terra com outro rio que tem ai o outeiro, dai tornará dentro a um pinhal que está dentro do campo Ijabapé, dai virá pelo caminho que vem de Piratininga entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mororé e ai dentro ao pé da serra Ruirinai e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramaquera e então pelo rio São Vicente tornará e entestar com a dita serra de Tapirovira donde começou a partir..."

O donatário fizera, concessão a Pedro de Góes das terras de Taquararira, situadas entre a ilha de São Vicente ou Guassú (Engaguassú) e o rio Jabaratyba como vem nos Apontamentos ou Geribatiba como reza o manuscrito e cuja grafia hoje é Jurubatuba também chamado Rio Grande ou Pinheiros.

O ponto inicial das divisas é a barra do rio Jurubatuba de Santos, bem distinto do outro de igual nome afluindo para as águas salgados no largo de Santa Rita. Dai ela subia pela serra da Taquararíra deixando á esquerda o vale do Quilombo e as águas de Jurubatuba. Ao chegar ao alto da serra do Paranápiacaba "ia buscar o Capetevar" ou embeiçar para o Poteriu, que pela disposição topográfica local deve ser o ponto mais alto do contraforte denominado Mourão, que como se sabe pe por onde desce a linha Inglesa e cuja maior elevação fica fronteira á estação do Alto da Serra.

Desse ponto a "entestar com o rio que está da banda do norte" (está da banda e não que core nesse rumo) o que é perfeitamente aplicável ao outro Jurubatuba atualmente conhecido com o nome de Grande ou Pinheiros. Segue por esse rio "abaixo até ygoar (?) por terra (?) em outra que tem ai o outeiro". O termo igoar ou ygoar, aparece ai talvez por erro do próprio original visto as duas cópias serem iguais.

No antigo português igoar era o termo que depois modificou-se para igualar, mas nesse sentido aquela palavra não teria cabimento, porque o outeiro maior que ai existe (Ponto Alto) não margeia rio algum que nesse ponto faça barra no Jurubatuba e com o qual pudesse ser comparado.

É verdade que esse outeiro serve de cabeceira ao rio dos Couros a que nessa época se dava o nome de Tamandatiiba, mas mesmo que se queira dar ao termo igoar a significação de frontear, as palavras "por terra" ficam sem sentido.

Quererá se referir ao rio Pequeno cuja confluência no Jurubatuba se dá cerca de uma légua do ponto onde esta rio fronteia o Ponto Alto.

É porém, certo que de um ponto qualquer do tio ela "tornaria dentro a um pinhal que está dentro do campo Gioapé" ou Ijabapé e que combinam ser os mesmos pinheiros de que fazem menção as sesmarias dos jesuítas e de mestre Bartholomeu, a que nos temos referido.

Dos "pinhais" seguia pelo caminho velho de Piratininga que como já vimos atrás quando nos referimos a sesmaria de Amador de Medeiros, passava pelo Ponto Alto, atravessando depois, dentre esse ponto e o pinhal, porém, muito próximo a este, o rio Jurubatuba.

Deste rio para diante, o caminho seguia em região de campo até a vizinhança da serra de Poço onde entrava na zona da mata que atravessava numa garganta entre essa mesma serra e a outra elevação denominada serra do Cubatão. Ai ganhava as cabeceira do ribeirão Perequê pelo qual descia até o porto das Armadias ou de Santa Cruz.

Frei Gaspar diz que entrava-se pelo "esteiro chamado Piraique o qual faz confluência com o rio Cubatão Geral pouco acima da ilha do Teixeira ... hoje chamam-lhe Piassaguera, nome composto do substantivo piassava que significa "porto" e do adjetivo áquera, "coisa velha" ou para melhor dizer "antiquada".

Essa anotação de Frei Gaspar fez com que Cândido Mendes e outros escritores pretendessem que o Piassaguera é o rio Mogy e que a estrada antiga atingisse o alto da serra pelo mesmo vale por onde hoje sobe a São Paulo Railway. [Páginas 13 e 14]

Se fosse o seu primitivo traçado, grande necessidade teria sido a de Mem de Sá transferindo-a para o vale do rio das Pedras. O próprio frei Gaspar querendo encarecer a impraticabilidade da serra diz que aquele talvez fosse o por caminho que tem o mundo, enquanto que os ingleses, trezentos anos depois, escolheram como única vereda por onde podiam levar a sua estrada de ferro o mesmo vale que não podia ser palmilhado pelos raros pedestres daquela época.

Demais, que razão poderosa poderia haver para forçar uma volta tão grande?

Felizmente ai está a sesmaria de Pedro de Góes cuja demarcação poderá se transformar em enigma aos que quiserem traçal-a pelo vale do Mogy. Felizmente subisse como magnífico atestado da sua existência o leito antigo da primitiva estrada, em parte francamente visível no campo Ijabapé hoje do Zanzalá, com seus profundos sulcos, alguns de mais de dois metros de profundidade e onde como padrão de sua antiguidade aparecem, no centro do caminho, madeiras de aparência tri-secular, como passareira, com diâmetro de cinquenta centímetros.

Por ela ainda transitam peças de gado que se desgarram das boiadas em Santos e que atingem o campo pelo vale do Perequê.

Além desta provas, poderemos apresentar uma outra e de cunho científico, assinalada num mapa raro pertencente hoje á Biblioteca Pública do Pará e confeccionado pelo cosmógrafo João Teixeira em 1640 e denominada - Descrição de todo o marítimo da terra de Santa Cruz, chamado vulgarmente o Brasil.

Nesse trabalho e na folha que corresponde ao porto de Santos, se vê assinalado em posição que se identifica perfeitamente a do Perequê, um ribeirão que traz a legenda de Esteiro do João Ramalho.

Do porto das Armadias, a linha perimétrica da esmaria continuava pelo Ururay ou Cubatão até a ilha deCaramaquara ou atual Casqueirinho, de onde pelo rio São Vicente seguia até o ponto inicial.

Antes de passarmos as divisas da sesmaria de Bras Cubas, voltaremos ainda um instante ao caminho velho para fizermos que das margens do Jurubatuba até as proximidades do Zanzalá, ele ia ora paralelo, ora cruzando os pontos atualmente seguidos pela estrada do Vergueiro. Dai para diante, seguia em direção diferente para procurar a garganta da serra do Poço. [Página 15]
2. Hoje não resta dúvida de que o fundador do primeiro núcleo de povoação em Piratininga foi Martim Afonso de Souza
30 de novembro de 1532

A meu ver, o assento da antiga povoação de João Ramalho fica compreendido no âmbito de um círculo de quilômetro e pouco de raio, em torno da atual vila de São Bernardo. Em um estudo que, há cerca de seus anos, apresentamos ao Instituto, fixamos o local a cerca de quilômetro e pouco para o norte do núcleo da vila atual.

Machado de Oliveira, com pouca diferença, opina do mesmo modo, pois que afirma assentar hoje a vila de São Bernardo no terreno da primitiva povoação.

Frei Gaspar da Madre de Deus, que, de quantos escritos e cronistas se ocupam do assunto, foi quem mais documentos manuseou e melhores fontes teve, haurindo ainda na tradição mais viva, diz que o local da povoação ficava nas terras da fazenda de São Bernardo, de propriedade dos beneditinos, ordem a que ele pertencia.

João Mendes de Almeida e Azevedo Marques opinam, porém, diversamente, dando o assento da extinta povoação de João Ramalho como sendo á margem do córrego Guapetuba, vizinho da atual Estação de São Bernardo, na estrada de ferro, e cerca de uma légua para nordeste da vila do mesmo nome. A localização de Santo André nesse ponto não se compadece entretanto com o fato conhecido e por todos inconteste e é que a vila de João Ramalho ficava no "caminho do mar", isto é, no caminho velho de Piratininga para São Vicente, caminho ainda hoje de fácil reconhecimento e que não passava o Guapetuba.

Saindo de São Paulo pelo Ipiranga que vadeava próximo de sua confluência com o Tamanduatehy, o caminho velho do mar ia atravessar o ribeiros dos Meninos perto de Inhoahíba, e dai margeando o galho maior desse ribeirão, chamado então Tamanduatiiba, e hoje rio dos Couros, passava no lugar onde está a vila de São Bernardo, galgava as cabeceiras do dito Tamanduatiiba, a leste do Ponto Alto e daí já atravessando mato, descambava para o rio Jeribatiba, Rio Grande atual que, como se sabe, corre através a mata serrana; passava esse rio em direção á serra do mar e através do caminho do Gioapé, descia para o litoral pela gargante do Pereké ao esteiro do Ramalho, donde, pelo rio Cubatão, navegando os lagamares chegava a Santos ou a São Vicente. Tal é o traçado do primitivo caminho que de épocas imemoriais não era senão um trilho praticado pelo gentio, atravessando a mata, serrana na parte mais estreita e ganhando o campo de Piratininga na projeção dele mais avançada para o lado do mar.

O caminho velho, a partir do litoral, oferecia assim duas seções naturais bem distintas, a da mata serrana que se estendia desde o Perekê até as cabeceiras do Tamaduatiiba, nas vizinhanças do Ponto Alto e gargante do Botujurú e a do campo de Piratininga, desde aquelas cabeceiras até São Paulo. São as duas seções a que aqui chamaremos - zona da mata e zona do campo. [Página 28]

Era num ponto desse caminho que devia estar a vila de Santo André da Borda do Campo, segundo nol-o afirmam os cronistas e historiadores e, a julgar-se (ao meu ver, muito razoavelmente) pela denominação da própria vila, o assento devia estar á margem do campo de Piratininga, pois que borda do campo não tem outro significado, isto é, não tem como se interpretar senão como o lugar onde a mata termina e o campo começa.

Ora, o local atravessado pelo caminho velho de Piratininga, e situado á margem do campo ou á borda do campo não é outro senão aquele onde está hoje a vila de São Bernardo. Portanto, a extinta povoação de Santo André teve o seu assento nesse lugar ou mui próximo dele.

O sr. dr. Luiz Piza, um dos da comissão nomeada, pela segunda vez, pelo nosso Instituto para dizer sobre o assunto, chegou, porém, a resultado diverso: localizou a extinta povoação de João Ramalho no sítio Caveiras, entre o rio Jeribatiba ou rio Grande e a serra do mar, portanto, dentro da zona da mata, o que vale tanto como deixar sem significado o nome aliás tão expressivo de Borda do Campo, característico do local. Além disso, o sr. dr. Luiz Piza, assim opinando, desprezou um elemento de não menor valia, isto é, a distância de São Paulo e Santo André que os antigos fixaram em duas e meia para três léguas, enquanto o lugar Caveiras fica a mais de quatro.

O sr. Gentil Moura, cujos esforços no investigar são tão dignos de aplausos, examinando documentos antigos de sesmarias e percorrendo os lugares e estudando-os, acabou por assinalar o assento da extinta povoação de Santo André em um ponto á margem do Rio Grande, "... a uns quinhentos metros da estrada Vergueiro e um quilometro da ponte". Deu nos assim, a bem dizer - um "Santo André á Borda do Campo". Mas esta solução a que chegou o sr. Moura não satisfaz ás condições do problema histórico-geográfico pelas razões que passo a expor. Em primeiro lugar porque os documentos de que se serviu não dão para tanto, pois que, submetidos á crítica, o que deles mui logicamente se infere é que a povoação de João Ramalho não podia estar á margem daquele rio.

Esta circunstância é de si tão importante que nenhum cronista ou historiador a deixaria de referir. O rio Jeribatiba era o rio mais volumoso de quantos atravessava o caminho de Piratininga; era também o único navegável por pequenos barcos e canoas com que naqueles tempos se descia a corrente até o Tieté; era portanto uma artéria de comunicação para o interior e que não raro se utilizavam os moradores, e o fato de se achar a vila de Santo André em uma das suas margens não escaparia certamente aos escritores coevos ou quem dela nos fizesse a descrição. A Ulric Schmiedel que a visitou em 1552, quando passou do Paraguay para São Vicente e aos Jesuítas que dela se ocuparam em suas cartas, informações, ou em suas, cronicas, essa circunstância decerto não passaria despercebida. Demais, é preciso ter em consideração o modo por que naqueles tempos se redigiam os documentos ou cartas de sesmarias. Não havendo, como então não havia o hábito das medições prévias das terras que se concediam, á falta de dados de maior rigor, os escrivães, como as partes interessadas, se contentavam com citar nas escrituras os rumos pelos vizinhos contratantes ou por linhas naturais do terreno, como, por exemplo, um rio de maior caudal, acaso atravessado ou prolongado, uma cumiada de serra, um ponto alto ou morro vem visível, balizando então as linhas do perímetro que descreviam com simples indicações de objetos ou acidentes mínimos do terreno que nelas se encontram, ou seja uma barroca no campo, uma cruz quebrada, uma árvore de vulto como um pau de canoa, ou então um grupo de pinheiros, uma mancha de campo e, como circunstância mui digna de assinalar-se - "um trecho do caminho do mar"", fosse embora cortanto ou acompanhando esse caminho. Em tais condições, quando até de acidentes mínimos se lançava mão para assinalar um rumo, á falta de indicações mais precisas, pode-se acaso admitir que as escrituras de quatro sesmarias, quais as do Padre Luiz da Gram, Pedro de Góes, Bras Cubas e Bartholomeu Carrasco, todas, segundo o sr. Moura, com um ponto comum, na vila de Santo André, em um grupo de pinheiros, deixassem de citar a vila a vila ai tão vizinha, tão próximo, para só se referirem a esse grupo de pinheiros ou a um trecho do caminho do mar?

Que indicação melhor e de mais seguro alcance para assinalar numa região tão despovoada, pondo tão importante como esse que afeta a quatro sesmarias, do que essa mesma povoação de Santo André se por ventura fosse ai o assento dessa vila? [Páginas 29 e 30]
3. Salvador Pires obteve, de parceria com Amador de Medeiros, umas terras de cultura, com matos e capoeiras, na região do Ipiranga
1571

Para isso, nos serviremos primeiramente, da cópia, que tiramos no mosteiro de São Bento, desta cidade, da sesmaria concedida a Amador de Medeiros, e onde se determina o ponto ocupado pelas terras de Bartholomeu Carrasco, também chamado Bartholomeu Rodrigo ou, mais propriamente, Mestre Bartholomeu e que é o ponto iniciado da sesmaria concedida ao padre Luiz de Gram para o colégio de São Paulo.

Pelos termos da concessão feita ao geral dos jesuítas, vê-se que a vila de Santo André ficava de Piratininga para o mar, tendo seu ponto iniciado em uns pinheiros que estavam próximos á casa de Mestre Bartholomeu.

Com o auxílio desses documentos, reconstituímos o caminho velho ou caminho dos índios desde Piratininga até o Ponto Alto, a meia légua do Rio Grande ou Jurubatuba, oferecendo assim a primeira prova de nossa opção sobre o ponto em que devia ter assento aquela vila.

A segunda prova, que também servirá para verificar o ponto determinado pela primeira, será dada pelo delineamento da sesmaria de Pedro de Góes, controlada pela sesmaria de Braz Cubas, e que tem como as sesmarias do mestre Bartholomeu e padre Luiz da Gram, um ponto divisório comum a todas e que é um capão de pinheiros.

A sesmaria de Amador de Medeiros, conforme se vê transcrita no Livro do Tombo do Mosteiro de São Bento, ás fls. 38 e 39, foi concedido nos seguintes termos:

Pedro Colaço cappm. em esta Capitania de São Vicente pelo senhor Martim Afonso de Sousa, capitão e governador dela por El-Rey Nosso Senhor, e do seu Conselho, etc., etc. Faço saber a quantos esta minha carta de sesmaria virem, em como por Amador de Medeiros, ouvidor que ora é em esta Capitania pelo dito senhor e morador em esta vila de Santos, me foi feita uma petição em que dizia que havia dezoito anos que nela era morador aonde sempre ajudou a sustentar com a sua pessoa e fazenda, assim dos inimigos como das mais coisas necessárias e sendo sempre pronto a sustentar muitos, trabalhos sem nunca haver dos capitães passados, nem uma terra de sesmaria, e como ele ora determina com ajuda de Nosso Senhor fazer fazendas, rossas e criações no campo, me pedia que pelas confrontações seguintes lhe desse de sesmaria para fazer a sua fazenda.

Que pedia um pedaço de terra que parte pelo rio de Tamandatiiba, perto de uma roça que João Roiz tem junto a Inhoaiva e dai correrá direto a um pico alto e redonto, que se mostra do campo estar cumiada alta como tudo se mostra de uma cruz que está no caminho que vai de Santo André para São Paulo que uma pedra de corisco quebrou, que se diz que João Ramalho o pôs alí; e di dito pico alto irá pela dita cumiada sempre até ir dar no caminho que vai para Jrobatiba; e partir com os herdeiros do mestre Bartholomeu que Deus tem e daí partindo sempre com eles até vir ter com terras de Pero da Silva e tornar a dar no dito rio de Tamandatiiba e por ele acima até donde começou a partir; e assim outro pedaço de terra que parte no Ipiranga com terras de Antonio Pinto e com os capões que vão para a banda de Jrabatiba e com terras de Antonio Rodrigues de Almeida e de Jorge Moreira para a banda de Piratininga e das outras bandas com campos e com quem de direito deva partir, porquanto essas terras estão devolutas e ele suplicante as quer possuir e fazer que rendam para El-Rey N. Senhor e para o senhor Martim Afonso de Sousa, do que lhe mandaria fazer carta do que receberia mercê.

O que visto por mim seu dizer e pedir ser justo e em saber ser assim tudo o que o dito suplicante em a dita petição relatava, lhe dou as terras conteudas em sua petição pelas demarcações em ela alegadas e declaradas, em nome do senhor Martim Afonso de Sousa ... E eu Antonio Rodrigues de Almeida, escrivão das datas as fiz por seu mandado, ano de 1571. Pedro Colaço.
[Páginas 7 e 8]
Registros mencionados (7)
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias [21966]
30/11/1532 - Hoje não resta dúvida de que o fundador do primeiro núcleo de povoação em Piratininga foi Martim Afonso de Souza [21818]
1553 - Amador de Medeiros chega á Capitania de São Vicente [470]
22/01/1560 - Antonio Rodrigues de Almeida pede terras “(...) até se findar no rio da Tapera do Cacique e dali irá por ele abaixo até chegar ao dito regato, onde começou primeiro a partir, que será onde se vê o dito regato meter no rio Anhangavahy” [21983]
1571 - Salvador Pires obteve, de parceria com Amador de Medeiros, umas terras de cultura, com matos e capoeiras, na região do Ipiranga [27486]
27/09/1814 - Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen assume a direção da Fazenda Ipanema [6120]
2024 - Jorge Moreira é dono de terras em Ipiranga [20466]




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Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo, volume VI
1895. Atualizado em 23/10/2025 15:51:08
Relacionamentos
 Cidades (12): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Barueri/SP, Cubatão/SP, Iguape/SP, Itapecirica da Serra/SP, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Salto de Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (28) Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antonio Rodrigues "Sevilhano" (1516-1568), Artur de Sá e Meneses (f.1709), Brás Cubas (1507-1592), Braz Rodrigues de Arzão (1626-1692), Domingos Fernandes (1577-1652), Domingos Fernandes da Cruz (1680-1767), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708), Hans Staden (1525-1576), João Alvares Coutinho, João Cubas, João Furtado de Mendonça, João IV, o Restaurador (1604-1656), João Martins Claro (1655-1725), João Pires Cubas (n.1460), João Ramalho (1486-1580), Manoel Fernandes de Abreu “Cayacanga” (1620-1721), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel de Melo Godinho Manso, Mem de Sá (1500-1572), Pedro de Sousa Pereira (1643-1687), Pedro de Souza Pereira "o velho" (1610-1673), Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Pero Correia (f.1554), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Ulrico Schmidl (1510-1579)
 Temas (42): “o Rio Grande”, Apiassava das canoas, Apoteroby (Pirajibú), Assunguy, Bairro de Aparecidinha, Bairro Itavuvu, Biesaie, Bituruna, vuturuna, Buraco de Prata, Cachoeiras, Carijós/Guaranis, Colégios jesuítas, Cruzes, Enguaguassú, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Gentios, Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Maniçoba, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Otinga, Paranaitú, Pela primeira vez, Peru, Pirapitinguí, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio dos Meninos, Rio Sorocaba, Rio Tamanduatei, Sabaúma, São Paulo de Piratininga, Serra de Cubatão , Serra de Paranapiacaba, Tupis, Vale do Anhangabaú, Vila de Nossa Senhora da Ponte, Vila de Santo André da Borda, Ybyrpuêra

Registro mencionado
1. O Provedor-Mor Pedro de Sousa Pereira, que já antes visitara Paranaguá para inspecionar a purificação e averiguação das minas, de que se fez, talvez por iniciativa sua, uma planta, tomada pelos holandeses em alto-mar, voltou a percorrê-las em 1658, depois de anunciar-se o descobrimento de nova beta, mais rica do que as anteriores
1 de janeiro de 1658

Conta Calógeras, escudado na Informação de Pedro Taques, que Pedro de Sousa Pereira, administrador das minas do sul, tendo de dar cumprimento á carta régia de 28 de novembro de 1657, que lhe mandara averiguar o valor e a natureza das lavras de Paranaguá, expedira ordem aos camaristas de São Paulo, em 3 de abril de 1658, para que fizessem descer ao litoral os índios das aldeias reais, afim de os localizar em pontos convenientes das costa; mas a isso se opuseram os edis, escrevendo em tal sentido ao administrador geral das Minas, Duarte Correia Vasqueannes, e a d. João IV. [Página 486]
Registros mencionados (25)
10/08/1540 - Terras para Bras Cubas [22539]
1543 - Bras Cubas funda aí uma casa de misericórdia, primeiro estabelecimento do gênero criado no Brasil [20206]
1553 - Nascimento de Suzana Dias. Filha de Lopo Dias e da nativa Bartira [19181]
29/08/1553 - Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues" [8154]
1554 - Serafim Leite afirma expressamente que, no ano de 1554, ainda não tinham começado a residir em Piratininga moradores portugueses, daí não existirem filhos deles na Escola de Meninos, em que o Irmão Antônio Rodrigues ensinava a ler, escrever e cantar [21832]
01/03/1554 - Expedição planejada por Thomé de Souza; (...) notícia dada pelo Padre Anchieta em 1554; enquanto a localização do Ypanema da primeira descoberta de Afonso Sardinha* [22438]
30/03/1554 - Anchieta* [25645]
25/04/1562 - Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578) [19976]
11/05/1562 - Certidão de Jacome da Mota, escrivão da câmara do Porto de Santos, costa do Brasil [25903]
18/01/1567 - O governador-geral do Brasil Mem de Sá entra na baía do Rio de Janeiro com uma esquadrilha [9937]
14/08/1601 - Martim de Sá partiu para Portugal com nove barris de prata que D. Francisco de Sousa lhe confiou, trazidos do Alto Peru [23816]
1604 - Falecimento de Afonso Sardinha, "O Moço" [20263]
1610 - Sorocaba (data estimada) [20093]
30/04/1653 - Pedro de Souza, Administrador das minas, recebeu ordem do Rei Dom João IV para fazer indagações a respeito das minas [21197]
28/11/1657 - Carta régia [1335]
01/01/1658 - O Provedor-Mor Pedro de Sousa Pereira, que já antes visitara Paranaguá para inspecionar a purificação e averiguação das minas, de que se fez, talvez por iniciativa sua, uma planta, tomada pelos holandeses em alto-mar, voltou a percorrê-las em 1658, depois de anunciar-se o descobrimento de nova beta, mais rica do que as anteriores [22531]
16/09/1663 - 12090 [25345]
29/11/1677 - D. Rodrigo foi mandado seguir para o sul, para as minas de Paranaguá e de SABARABUÇU, região onde o movimento "bandeiristico" teve foco em São Paulo [23167]
28/04/1679 - Conde da Ilha do Príncipe reivindicou, perante a câmara de São Vicente, os seus direitos á antiga doação régia [25344]
20/06/1682 - Luiz Lopes de Carvalho recebe o cargo de administrador das minas de prata de Sorocaba, que havia supostamente descoberto: “Por Luiz Lopes de Carvalho irâ sua custa as minas da Prata de Sorocaba com o titulo de Administrador dela” [20912]
15/06/1684 - Reporta [25518]
23/04/1686 - Governador [25516]
08/02/1687 - As minas de Biraçoiaba são referidas em uma carta régia como minas de prata e ferro [20914]
29/11/1698 - Mina de Vituruna [1521]
18/09/1830 - Documento [25741]




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Carta Corografica da Capitania de São Paulo
1766. Atualizado em 20/03/2025 18:53:01
Relacionamentos
 Cidades (11): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Cubatão/SP, Curitiba/PR, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Temas (23): Araritaguaba, Caminho até Cotia, Caminho de Curitiba, Caminho Itú-Porto Feliz, Capitania de São Paulo, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Geografia e Mapas, Morro do Lopo, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, Rio Capivari, Rio Cotia, Rio dos Couros, Rio Pardo, Rio Pequeno, Rio Piracicaba, Rio Sapucaí, Rio Sorocaba, Rodovia Raposo Tavares, Serra da Mantiqueira, Serra de Jaraguá, Trópico de Capricórnio





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“Viagem à provincia de São Paulo e Resumo das viagens ao Brasil, provincia Cisplatina e missões do Paraguai”. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853)
1940. Atualizado em 23/10/2025 15:57:13
Relacionamentos
 Cidades (15): Araçariguama/SP, Barueri/SP, Carapicuiba/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Cubatão/SP, Guarapuava/PR, Guarulhos/SP, Itapeva/SP, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (17) Antônio Pires de Campos, Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), Daniel Parish Kidder (1815-1891), Daniel Pedro Müller (1785-1841), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gertrudes Eufrosina Aires (1777-1846), José de Anchieta (1534-1597), José de Sousa Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830), Lopo de Souza (f.1610), Luís da Grã (n.1523), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Mem de Sá (1500-1572), Pascoal Moreira Cabral Leme (1654-1724), Pierre-François-Xavier de Charlevoix (1682-1761), Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
 Temas (30): Aldeias, Apoteroby (Pirajibú), Bairro Éden, Sorocaba, Bairro Itavuvu, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho do Padre, Caminho do Peabiru, Caminho Sorocaba-Porto Feliz, Capela “Nossa Senhora da Ponte”, Cochipone, Convento/Galeria Santa Clara, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Itaqué, Maria Leme da Silva, Monserrate em Cotia, Montanhas, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora dos Pinheiros, Olhos D´água, Pão d´alho, Rancho de Braga, Ribeirão das Furnas, Rio Pinheiros, São Filipe, São Paulo de Piratininga, Tamoios, Vila de Santo André da Borda, Ytá-pé-bae

Registros mencionados (5)
1. Bertioga
22 de janeiro de 1531

Antes mesmo dos europeus terem tomado posse da ilha de São Vicente, o local em que Itú se eleva agora era ocupado por uma tribo de nativos guaianazes. Foram esses nativos do número dos que acorreram em defesa do país (1530), quando souberam que Martim Afonso de Sousa quis da mesma se apoderar; mas, vendo que o chefe de todas as tribos guaianazes, o grande Tebireça, tinha feito aliança com o capitão português, retiraram-se para a selva.

Atraídos, um pouco mais tarde pelo amor que Anchieta e seus companheiros demosntravam pelos homens de sua raça, os nativos de Itú, conduzidos pelo seu cacique, reuniram-se à colônia que os jesuítas acabavam de fundar sob o nome de São Paulo de Piratininga.

Foi possivelmente nessa ocasião que alguns portugueses mamalucos começaram a fixar-se em Itú; os primeiros habitantes da localidade foram aniquilados ou dispersados, e, desde 1654, a antiga aldeia tornou-se uma vila portuguesa. [Página 227]
2. Martim Afonso fundeou no Rio de Janeiro
30 de abril de 1531

Partiu Martim Afonso de Lisboa pelos fins do ano de 1530 e, a 30 de abril de 1531,(5) fundeou na do Rio de Janeiro, que os indígenas dominavam Ganobará ou Nithoy. Como os tamoios, selvagens desconfiados e belicosos não lhe permitissem estabelecer-se ali prosseguiu viagem até o Rio da Prata; depois, voltando para o norte, entrou, no dia 20 de janeiro de 1532, numa baía que, protegida por duas ilhas. [Página 19]
3. Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)
12 de outubro de 1580
4. “Não é caminhando que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo”
1656

em grande parte do litoral; e, se, algumas vezes, em certas regiões da costa raramente visitadas, há tão pouca hospitalidade quanto nos portos, é isso devido ao natural apático dos habitantes, cujo sangue mesclou-se com o dos indígenas, e que são congenitamente inervados pelo extremo calor e por alimentação muito pouco substanciosa.

Bem pesado tudo o que acabo de dizer, torna-se claro que à cidade de Santos, pela sua localização, advêm as maiores vantagens, que teria per- dido se, à semelhança de alguns pequenos portos da província, não tivesse diretas comunciações com o interior.Para ir do litoral à planície de Piratininga, os portugueses, até 1560, só tinham um perigosíssimo caminho, infestado pelos tamoios, seus fidalgais inimigos. Estes selvagens se ocultavam nos matos, à direita e à esquerda do caminho, atacando de improviso os viajantes, despojando-os, aprisionando-os e levando-os para seus bárbaros festins.Tocados de compaixão, os jesuítas Luiz de Gram e Nóbrega resolveram por um fim a essa dolorosa situa- ção, que tanto atemorizava a população branca. Os referidos jesuítas, com mais dois padres seus colegas, tão empreendedores quão industrio- sos, favorecidos pelo governador Mem de Sá e auxiliados por indígenas catequizados, abriram, com perigo de vida, um novo caminho, seguindo um traçado isento do perigo de ataques por parte dos selvagens. Os habitantes do planalto e os do litoral puderam, afinal, comunicar-se entre si, sem se expor a horrorosos suplícios, e testemunharam o mais vivo reconhecimento aos padres da companhia de Jesus e ao governa- dor Mem de Sá. É certo, e nem o contrário poderia imaginar-se, que essa estrada em nada se assemelhava às que, atualmente, são abertas, com tanta arte, em meio das mais escarpadas montanhas.

O padre VASCONCELOS, que pela mesma passou cem anos depois de sua abertura (1656), afirmou não ter ela passado por qualquer modificação, e assim a descreveu, mostrando como era difícil o seu trajeto e como é admirável a região que atravessa: — "Não é caminhando" — disse o padre Vasconcelos — "que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo.

A profundeza do vale é aterrorizante, e o número de montanhas que se elevam, umas por cima das outras, faz quasi perder toda a esperança de chegar ao fim. Quando se acredita estar no cume de uma delas, chega-se ao sopé de outra mais alta ainda. Mas é verdade que, repetidas vezes, sente-se recompensado das fadigas da ascenção. Quando eu me sentava sobre um rochedo e lançava o olhar para baixo, parecia-me estar olhando do alto do firmamento, e que o
5. “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800)
1797

Gaspar da Madre de Deus reconhece que a narrativa de Charlevoix sobre as incursões paulistas no Paraguai é exata, muito mais exata do que certos relatos portugueses. [Página 40]
Registros mencionados (17)
22/01/1531 - Bertioga [26243]
30/04/1531 - Martim Afonso fundeou no Rio de Janeiro [22544]
25/01/1532 - Ramalho aproxima-se á Jerybatuba três dias depois da chegada de Martim Afonso á Bertioga [27125]
1539 - Falecimento de Pero Lopes de Sousa em Madagascar [13422]
31/03/1560 - Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? [10473]
12/10/1580 - Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro) [20121]
1654 - A requerimento de Gonsalo Couraça de Mesquita, foi a capela elevada em 1654 a categoria de vila de Itú, nome significativo da catadupa distante 5 a 6 quilômetros ao este do aldeamento [1319]
1656 - “Não é caminhando que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo” [25009]
06/04/1718 - Descobrimento das primeiras minas de ouro em Mato Grosso, junto ao Coxipó-Mirim, por Pascoal Moreira Cabral, Antônio Pires de Campos, João Antunes Maciel, Domingos Rodrigues do Prado e outros paulistas [10524]
1722 - Voyage aux Indes Occidentales [25401]
01/10/1722 - Miguel Sutil de descobriu as minas de ouro à beira do córrego da Prainha, próximo de onde hoje está a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito [8538]
01/10/1722 - Miguel Sutil chegou á Cuiabá [15407]
1723 - Pascoal [26212]
1797 - “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) [22667]
01/09/1809 - Chega em Sorocaba o sueco Frederico Luiz Guilherme de Varnhagem* [6032]
09/12/1819 - Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) parte de Paulo rumo ao Rio Grande [25008]
16/12/1819 - Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) [26069]




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Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia
outubro de 1952. Atualizado em 21/03/2025 03:23:54
Relacionamentos
 Cidades (11): Juquiá/SP, Registro/SP, São Paulo/SP, Cananéia/SP, Piedade/SP, Iguape/SP, Cubatão/SP, São Vicente/SP, Santos/SP, São Bernardo do Campo/SP, Itanhaém/SP
 Temas (9): Estrada de Ferro Sorocabana, Rio Juquiá, Caminhos até Piedade, Geografia e Mapas, Estrada da “Cabeça da Anta”, Estradas antigas, Léguas, Ferrovias, Rio da Ribeira, o Isubay





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Duplicação e melhoria até o litoral: entenda 5 pontos da concessão da Rota Sorocabana. saopaulo.sp.gov.br/spnoticias
5 de julho de 2024, sexta-feira. Atualizado em 14/10/2025 15:00:36
Relacionamentos
 Cidades (16): Ibiúna/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Sorocaba/SP, Juquiá/SP, Alumínio/SP, Votorantim/SP, Mairinque/SP, Tapiraí/SP, Piedade/SP, São Roque/SP, Salto de Pirapora/SP, Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Itu/SP, Pilar do Sul/SP, São Miguel Arcanjo/SP
 Temas (9): Dinheiro$, Rodovia Raposo Tavares, Estrada São Roque-Ibiúna, Rodovia Castelo Branco, Estrada da “Cabeça da Anta”, Léguas, Caminhos até Piedade, Caminhos/Estradas até Ibiúna, Pontes

Registros mencionados (3)
1900 - “A cidade de São Paulo em 1900. Impressões de Viagem”. Alfredo Moreira Pinto [24504]
1908 - Comissão Geográfica e Geológica. São Paulo, Brésil [24819]
26/06/1940 - “Sorocaba de ontem e de hoje”, jornal Correio Paulistano. Página 17 [24918]




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A História de Tapiraí. Por Barão do Pirapora
16 de dezembro de 2018, domingo. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (4): Tapiraí/SP, Juquiá/SP, Piedade/SP, Araçoiaba da Serra/SP
 Temas (8): Serra de Paranapiacaba, Santa Catarina, Japão/Japoneses, Estradas antigas, Habitantes, Estrada da “Cabeça da Anta”, Caminhos até Ypanema, Fazenda Ipanema

Registro mencionado
1. Por insistência do Capitão José Francisco da Rosa, vereador e Presidente da Câmara Municipal de Piedade, eleito em janeiro de 1857, foi enviado ao Presidente da Província Paulista alguns pedidos, e entre eles o pedido de abertura de uma estrada que ligasse Ipanema a Juquiá
janeiro de 1857
Registros mencionados (1)
01/01/1857 - Por insistência do Capitão José Francisco da Rosa, vereador e Presidente da Câmara Municipal de Piedade, eleito em janeiro de 1857, foi enviado ao Presidente da Província Paulista alguns pedidos, e entre eles o pedido de abertura de uma estrada que ligasse Ipanema a Juquiá* [24623]




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Annaes do Parlamento Brazileiro
1858. Atualizado em 21/03/2025 02:56:07
Relacionamentos
 Cidades (3): Sorocaba/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Iguape/SP
 Temas (6): Caminhos até Ypanema, Fazenda Ipanema, Estradas antigas, Caminhos a Iguape, Estrada da “Cabeça da Anta”, Peabiru: Iguape





.  10º   
Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853)
1 de dezembro de 1819, quarta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:51:05
Relacionamentos
 Cidades (3): Itapetininga/SP, Itu/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (9) Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), Caiubi, senhor de Geribatiba, Gertrudes Eufrosina Aires (1777-1846), Johann Baptist Spix (1781-1826), José de Sousa Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830), Manoel Fabiano de Madureira, Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
 Temas (17): “o Rio Grande”, Bairro Éden, Sorocaba, Cachoeiras, Caminho Sorocaba-Itapetininga, Capela “Nossa Senhora da Ponte”, Colinas, Guaianás, Pela primeira vez, Pelourinhos, Peru, Pirapitinguí, Pitanguy, Pontes, Rio dos Meninos, Rio Sarapuy, Rio Sorocaba, Vinho

Registros mencionados (3)
25/01/1532 - Ramalho aproxima-se á Jerybatuba três dias depois da chegada de Martim Afonso á Bertioga [27125]
01/12/1654 - Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* [6604]
1710 - Mapa Nova et Accurata Brasiliae totius Tabula de Pieter Schenk [24705]




.  11º   
“O Sistema Produtor do Alto Tietê: Um Estudo Toponímico”. Edelsvitha Partel Murillo
2008. Atualizado em 15/10/2025 02:23:59
Relacionamentos
 Cidades (6): Curitiba/PR, Itanhaém/SP, Mogi das Cruzes/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP, Suzano/SP
 Pessoas (4) Braz de Piña (1565-1643), Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco de Assis Carvalho Franco (13 anos), Jerônimo Leitão
 Temas (10): “o Rio Grande”, Caminho de Curitiba, Estradas antigas, Nheengatu, Rio Anhemby / Tietê, Rio Bohi, Rio Geribatiba, Rio Goyaó, Rio Jaguari, Ytacurubitiba

Registros mencionados (7)
22/01/1502 - André Gonçalves e Américo Vespúcio descobrem o porto, a que deram o nome de Rio de São Vicente / Cruz de Pedra [9907]
05/12/1593 - Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas [20496]
01/01/1609 - Bras de Pinha - Serra Piaçaba (Mogi) - 5,400* [32086]
10/12/1609 - Terras [26158]
06/03/1610 - Doação de sesmaria [29110]
25/04/1626 - Carta de datas [29111]
1633 - Demarcação de terras por Bras Cubas [24154]




.  12º   
De Santa Catarina aos incas: 500 anos da saga de Peabiru
9 de abril de 2024, terça-feira. Atualizado em 09/04/2025 02:55:37
Relacionamentos
 Cidades (7): Corumbá/MS, Florianópolis/SC, Laguna/SC, Palhoça/SC, Ponta Grossa/PR, Potosí/BOL, São Vicente/SP
 Pessoas (3) Aleixo Garcia (f.1526), Juan Diaz de Solís, Ruy Diaz de Guzman (1559-1629)
 Temas (16): Caminho do Peabiru, Caminhos até São Vicente, Carijós/Guaranis, Cariós, Cordilheira dos Andes, Estradas antigas, Geografia e Mapas, Incas, Léguas, Nheengatu, Ouro, Paiaguás, Prata, Rei Branco, Rio da Prata, Rio Itapocú

Registros mencionados (1)
1524 - Armada de João Dias de Solis teria sido "desmantelada" [19955]




.  13º   
Geoprocessamento aplicado a estudos do Caminho do Peabiru. Por Ana Paula Colavite e Mirian Vizintim Fernandes Barros
2009. Atualizado em 24/10/2025 02:17:31
Relacionamentos
 Cidades (9): São Vicente/SP, Teodoro Sampaio/SP, Florianópolis/SC, Iguape/SP, Botucatu/SP, Itapeva/SP, Paranaguá/PR, Villa Rica del Espiritu Santo/BRA, Peabiru/PR
 Pessoas (2) Ulrico Schmidl (1510-1579), João Ramalho (1486-1580)
 Temas (23): Geografia e Mapas, Rio Itapocú, Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Rio Latipagiha, Abangobi, Biesaie, Kariesseba, Tupinambás, Caminhos a Iguape, Schebetueba, Caminho Sorocaba-Botucatu, Reino Villa, Tupiniquim, Rio Paranapanema, Rio Amambahy, Rio Uruguai, Habitantes, Descobrimento do Brazil, Missões/Reduções jesuíticas, Rio Paraná, Rio Paranapanema, Cayacangas

Registros mencionados (1)
1631 - Muitas tribos fossem dizimadas [1152]




.  14º   
Mapa “Sobre o Itinerário de Ulrich Schimidel”, de Reihnard Maack
1952. Atualizado em 23/10/2025 15:57:14
Relacionamentos
 Cidades (10): Botucatu/SP, Cananéia/SP, Capão Bonito/SP, Curitiba/PR, Iguape/SP, Itapeva/SP, Itu/SP, Paranaguá/PR, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (2) João Ramalho (1486-1580), Ulrico Schmidl (1510-1579)
 Temas (20): Abangobi, Biesaie, Caminho até Cananéa, Caminho de Curitiba, Caminho do Peabiru, Caminho Sorocaba-Botucatu, Caminho Sorocaba-Itapetininga, Caminhos a Iguape, Curiosidades, Estradas antigas, Geografia e Mapas, Reino Villa, Rio Anhemby / Tietê, Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Schebetueba, Serra de Ibotucatu, Tupinambás, Tupiniquim, Vila de Santo André da Borda





.  15º   
Correio Paulistano (28.8.1864)
19 de agosto de 1864, sexta-feira. Atualizado em 21/10/2025 02:48:05
Relacionamentos
 Cidades (10): Botucatu/SP, Capivari/SP, Ibiúna/SP, Itapetininga/SP, Itu/SP, Juquiá/SP, Piedade/SP, São Roque/SP, Sarapuí/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (3) Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo (62 anos), Guilherme Schuch de Capanema, Manoel Fabiano de Madureira
 Temas (8): Câmara Municipal de Sorocaba, Caminho Sorocaba-Piedade, Caminhos até Piedade, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Léguas, Rio da Ribeira, o Isubay, Rio Sarapuy





.  16º   
Jornal O Pioneiro
16 de Setembro de 1996, segunda-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (4): Caxias do Sul/RS, Potosí/BOL, Santa Maria/RS, Sorocaba/SP
 Temas (15): Cavalos, Escravizados, Estradas antigas, Geografia e Mapas, Mulas, Mulas, Música, Nheengatu, Ouro, Peru, Prata, Rio Paraná, Rio Uruguai, Sesmaria, Tropeiros

Registro mencionado
1. Ouro
1700
Registros mencionados (6)
1550 - Quando as minas de prata de Potosí (Peru) aumentaram a riqueza do tesouro espanhol, um tipo humano específico surgiu no Cone Sul [450]
1700 - Ouro [25937]
01/02/1732 - Sorocaba: Registro da primeira tropa de muar em Sorocaba* [9656]
1750 - O gaúcho encontrado nos Campos de Cima da Serra é diferente, interpreta o pesquisador Mário Gardelin, ao analisar o período entre 1750 e 1950 [1685]
1785 - Criação de uma cavalaria [1804]
1850 - Os tropeiros começam a se fixar por mais tempo em cada estância [2016]




.  17º   
João Mendes de Almeida (1831-1898) - “Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”
1886. Atualizado em 23/10/2025 15:51:07
Relacionamentos
 Cidades (9): Bertioga/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Curitiba/PR, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Miguel Paulista/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (44) Amador Bueno de Ribeira (1584-1649), Américo Vespúcio (1454-1512), Ana Camacho, Antonio de Aguiar Barriga (1600-1655), Antonio Pedroso de Barros (1610-1652), Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartholomeu Bueno I (1555-1620), Bernarda Luiz Camacho, Brás Cubas (1507-1592), Caiubi, senhor de Geribatiba, Diogo Garcia de Moguér, Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615), Domingos Luís Grou (1500-1590), Fernão d’Álvares (n.1500), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Dias Velho (f.1689), Francisco Dias, Mais velho (1578-1645), Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Inês Monteiro de Alvarenga, João Mendes de Almeida (1831-1898), João Pires de Medeiros, João Pires, o gago (1500-1567), João Ramalho (1486-1580), Jorge Ferreira (1493-1591), José de Anchieta (1534-1597), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Maria Pires de Medeiros, Maria Pires Fernandes, Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Matheus da Ascenção, Mauro Teixeira, Mécia Rodrigues (1602-1665), Mecla-Açu (Mécia Fernandes) (1557-1625), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pero (Pedro) de Góes, Pero Capico, Piqueroby (1480-1552), Ruy Pinto (f.1549), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), Salvador Pires de Medeiros (1580-1654), Salvador Pires, moço (1570-1616)
 Temas (57): “o Rio Grande”, Aldeia de São Miguel (Guarapiranga), Apiassava das canoas, Bacaetava / Cahativa, Biscainhos, Caciques, Caminho de Piratininga, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Descobrimento do Brazil, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fortes/Fortalezas, Gentios, Goayaó, Graus, Grunstein (pedra verde), Guaianás, Guaianase de Piratininga, Ibiapaba, Ipiranga, Itacoatiara - Ilha do Cardoso, Léguas, Mequeriby, Morpion, Mosteiro de São Bento SP, Nheengatu, Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora da Visitação, Nossa Senhora de Montserrate, O Sol, Ordem de Cristo, Patuahy, Porto das Almadias, Rio Amazonas, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Cubatão (Nhundiaquara), Rio dos patos / Terras dos patos, Rio Geribatiba, Rio Juquiri, Rio Pinheiros, Rio Piratininga, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Serra de Paranapiacaba, Tabajaras, Taperovira, Tapuias, Tumiaru, Tupinambás, Tupiniquim, Ururay, Vale do Anhangabaú, Vila de Santo André da Borda, Ytá-pé-bae, Ytutinga

Registros mencionados (10)
1. Bertioga
22 de janeiro de 1531

Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby. visto que a cronica não refere senão três, Tebir-içá, Piquiroby e Cayubi, quando Martim Afonso de Souza aportou á Buriqui-óca, ou, por corrupção, Bertioga. Aliás, foi o chefe que "não preservou em lealdade para com os brancos".

Eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias. Um cronista moderno (Machado de Oliveira, Quadro Histórico da Província de São Paulo), narrando quais eram as nações nativa que habitavam o território da capitania de São Vicente, nos limites da atual província de São Paulo, guayanás, tupis, carijós, além das do sertão, e expondo que os guayanás tinham por principais chefes em serra acima, o cacique Tebyreçá, com aldeias nos campos de Pirá-tininga, e no litoral o cacique Cayubi, ou, melhor, Cahá-uby, com aldeias á margem do rio Gerybatiba e em outros pontos da costa, de sorte que a serra de Paranapiacaba servia de linha de separação a essas duas confederações, acrescentou: "A História ainda faz menção a tribo Ururay, pertencente á confederação guayaná, ocupando um dos recantos dos campos de Pirá-tininga, e tendo por chefe o cacique Piqueroby, que déra sua filha por mulher a Antonio Rodrigues, companheiro de João Ramalho, e talvez sócio com este em seu desterro. Desta tribo fundou-se a opulenta aldeia de São Miguel, que, como as outras, não escapou á comum destruição por que todas elas passaram."

Após essa narração, o mesmo cronista não deixa de mencionar o chefe das tribo Ururay, por ocasião da descida de Tebyreçá e de João Ramalho, com trezentos sagitários, ao encontro de Martim Afonso de Souza: mas, apenas, para assinalar que foi precisa a sua anuência ao plano de bem receber os portugueses da armada.

Assim escreveu ele que João Ramalho "tivera por companheiro nessa empresa a Antonio Rodrigues, que aliara-se á filha de Piqueroby, chefe da tribo Ururay, depois de conseguir deste, á imitação do régulo de Pirá-tininga, sua anuência a favor do desembarque de Martim Afonso".

De então em diante, cronista algum dá notícia de Piqueroby. Ignora-se se recebeu o batismo; se viveu ainda muito tempo; se recusou-se á comunhão social com os portugueses. Apenas a História registra que Antonio Rodrigues, seu genro, obtivera uma sesmaria em terras fronteiras ao porto do Tumiarú, em São Vicente, e aí residia; e que na sesmarias de Pedro de Góes, segundo o respectivo título, fôra encravado o território pertencente á tribo Ururay, figurando de língua ou interprete, e testemunha, na designação das divisas, conjuntamente com João Ramalho, o mesmo já referido Antonio Rodrigues.
2. Martim Afonso concede sesmarias
10 de outubro de 1532

Sesmaria de Pedro de Góes

Martim Afonso de Souza, do conselho de El-Rei Nosso Senhor, governador destas terras do Brasil, etc. Faço saber aos que esta minha carta virem, que havendo respeito em como Pedro Góes, fidalgo da casa de El-Rei Nosso Senhor, serviu muito bem Sua Alteza nestas partes e assim ficar nesta terra para povoador, que com ajuda de Nosso Senhor ficará povoando.

Eu hei por bem de lhe dar e doar as terras de Taquararira com a serra de Taperovira que está da banda d´onde nasce o sol com águas vertentes com o rio Jarabatyba, o qual rio e terras estão defronte da ilha de São Vicente donde chamam Gohayó, a qual terra subirá para serra acima té o cume e dai a buscar o Capetevar, e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda norte e por ele abaixo até Ygoar por terra em outro rio que tem ali outeiro e dai tornará a um pinhal que está na banda do campo Gioapê e dai virá pelo caminho que vem de Piratininga a entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mamoré e dai dentro ao pé da serra de Ururay e virá dentro por este rio a entestar com a ilha de Caramacoara e então pelo rio São Vicente tornará a entestar com a dita serra de Taperovira donde começou a partir, e assim os outeiros e cabeças d´águas e todas as entradas e saídas das ditas terras, por virtude de uma doação que para isso tem de El-Rei Nosso Senhor.....

E por virtude da qual doação lhe dou as ditas terras, as quais serão para ele dito Pedro de Góes e para todos os seus descendentes, com declaração que ele as aproveite nesses dois anos primeiro seguintes e, não o fazendo, as suas ditas terras ficarão devolutas para delas fazer aquilo que me bem parecer; e as ditas terras serão forras e isentas sem pagarem nem uns direitos, somente dizimo a Deus: e por este mando que logo seja metido de posse das ditas terras, e esta será registrada no livro do tombo que para isso mandei fazer. Dada em Piratininga a 10 de outubro de 1532. Pedro Capico, escrivão de El-Rei Nosso Senhor e das sobreditas terras o fez. E porquanto aqui não faz declaração onde vão entestar sobre a serra que vem sobre o mar, entender-se-a desde a ponta da serra é uma quebrada, que assim faz por onde Francisco Pinto parte e todo ele com esta.

Saibam quanto este publico instrumento de posse virem, em como, no ano de 1532, dia 15 de outubro, e em a ilha de São Vicente, dentro da fortaleza, por Pedro de Góes, fidalgo da casa de El-Rei Nosso Senhor, foi apresentada a mim escrivão ao diante nomeado uma carta de doação de certas terras que mui magnifico Senhor Martim Afonso de Souza, do conselho de El-Rei Nosso Senhor, governador em todas estas terras do Brazil, e levei comigo a João Ramalho e Antonio Rodrigues, línguas destas terras, já de quinze e vinte anos estantes nesta terra, e conforme o que eles juraram assim fiz o assento, como mais largamento se verá pelo livro do tombo que o dito governador para isso mandou fazer, e com meu poder o meti de posse delas ao dito Pedro de Góes de todas as terras que na carta faz menção, e lhe meti nas suas mãos terra, pedra, paus e ramos de árvores que das ditas terras tomei e pela qual o dei por empossado e dou deste dia para todo o sempre tão solenemente como o direito se pode fazer, e lhe publiquei e notifiquei a doação de El-Rei Nosso Senhor e assim as condições dela para que em nem um tempo possa alegar ignorância, e ele dito Pedro de Góes aceitou a dita posse e se deu por empossado e ficou de cumprir as ditas condições que as hei por declaradas como se claramente as especificasse. Testemunhas que a tudo foram presentes o sobredito João Ramalho, Antonio Rodrigues e Pedro Gonçalves que veio por homem de armas nesta armada, que veio por capitão-mór o dito Senhor Governador, as quais assinaram no livro do tombo comigo escrivão. Em testemunho de verdade, eu como publico escrivão da Fazenda de El-Rei Nosso Senhor e destas sobreditas terras e tabelião público pelo dito Senhor fiz este instrumento; e traslado do sobredito tombo aquelas cláusulas e forças necessárias para dar tudo por instrumento ao dito Pedro de Góes, feito em Yrarabul, onde ora tem feito por virtude da dita posse o dito Pedro de Góes uns tijupares, e o assinei de meu publico sinal que tal é. [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida (1831-1898). Páginas 223, 224, 225 e 226]

A história do Brasil refere, entre inumeros outros nomes de chefes, Uirá (tatú-bola), Pirá-uassú (baleia), Ita-gi (machado de pedra), Inajá-guassú (palmeira grande), Acayu-miry (cajú pequeno), Lavara-eté (onça), Metara-uby (pedra verde); e, da capitania de São Vicente, Tebyreçá ou Terbir´-içá (formiga daninha), e Cahá-uby (mato verde, ou floresta).

O nome Piquiroby, assim escrito nas cronicas, não é senão Pi-kì-yrob, "pinheiro". Pi, "pele ou casca", ki, "espinho, ou ponta aguda", yrob, "amargo": "árvore de casca amarga e folhas agudas". Parece que não há outra explicação; tanto considerados os motivos que passamos a expor. Ou, quem sabe, seria Pi-cury-oby?.

A aldeia Ururay, cujo era chefe ou maiorial Piquiroby, estava situada, segundo cronistas, em um recanto dos campos de Pitá-tininga. Não podia deixar de ser á margem de um rio Pi-kì-yrob, cujo nome aparece corrompido em Maqueroby, nas notas que, em 1674, o padre Lourenço Craveiro, reitor do Colégio da Companhia de Jesus em São Paulo, escreveu sobre o título de sesmarias de Pedro de Góes; e esse rio era assim denominado, por correrem suas águas entre extensos pinhais, até entrar no rio Anhemby (Tieté).

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay. [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida (1831-1898). Página 328]

O primeiro título declara: "... pelo caminho de Piratininga (caminho velho do mar para São Paulo) a entestar com a serra que está sobre o mar (Paranapiacaba) e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Maroré e dai dentro no pé da serra de Ururay, e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramoacara (a que está na barra do rio Cubatão, onde vem dar a ribeira Ururay) ... " [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida (1831-1898). Página 352]
3. Hoje não resta dúvida de que o fundador do primeiro núcleo de povoação em Piratininga foi Martim Afonso de Souza
30 de novembro de 1532

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay.

Alguns chronistas referem que os indigenas desta aldea foram transferidos posteriormente para S. Miguel que por isso foi denominado de Ururay; sendo capitão-mór, loco-tenente do então donatário Lopo de Souza, Jeronymo Leitão, o qual «concedeu-lhes terras por uma só sesmaria lavrada aos 12 de Outubro de 1580, na qual consignou aos Índios dos Pinheiros seis léguas em quadro na paragem chamada Carapicuiva, e outras tantas aos de S. Miguel em Ururay.

Parece que a antiga aldeia de Ururay de 1531, fora fraccionada em duas, logo que João Ramalho edificou a villa de Santo André e que os padres da Companhia de Jesus, fazendo demolir esta, fundaram a de S. Paulo, 1554 — 1560; pois que o titulo da sesmaria de 12 de Outubro de 1580 os presuppõe já estabelecidos nos dous lugares, Pinheiros e S. Miguel. E tanto mais provável é isso, quanto é sabido o costume dos indigenas de não manterem suas aldeãs muitos anos, no mesmo lugar.

Também Pedro Taques, Nobiliarchia Paulistana, na Revista do Instituto Histórico, Geográfico e Ethnographico do Brazil, XXXIV, parte primeira, página 31, referindo-se a João Pires, bisneto de Piqueroby, escreveu:

"Foi abundante em cabedaes, com estabelecimento de uma grandiosa fazenda de terras de cultura em uma légua de testada até o rio Macoroby, que lhe foi concedida de sesmaria em 1610, com o seu sertão para a serra de Juquery."
4. Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo
10 de fevereiro de 1533

Faço saber aos que esta minha carta vieram que havendo respeito como Ruy Pinto, cavaleiro da ordem de Cristo, servio cá nestas partes Sua Alteza e assim ficou para povoador nesta terra, que com ajuda de Nosso Senhor ficou povoado. Hei por bem de lhe dar as terras do Porto das Almadias onde desembarcam quando vão para Piratinim quando vão desta Ilha de São Vicente, que se chama Apiaçaba, que agora novamente chama-se o porto de Santa Cruz, e da banda do Sul partirá pela barra do Cubatão pelo porto dos outeiros que estão na boca da dita barra, entrando os ditos outeiros dentro nas ditas terras do dito Ruy Pinto. E dai subirá direto para a serra por um lombo que faz, por um vale que está entre este lombo e uma água branca que cahe do alto, que chamam Ytutinga e, para melhor se saber este lombo, entre a dita água branca, por as ditas terras não se mete mais de um só vale e assim irá pelo dito lombo acima, como dito é até o cume do serro alto que vai sobre o mar e pelo dito cume irá pelos outeiros escalvados que estão no caminho que vem de Piratinim. E atravessando o dito caminho irá pela mesma serra até chegar sobre o vale Ururay (Seria de certo lá a aldeia de Piqueroby) que é da banda norte das ditas terras, onde a serra faz uma fenda por u ma selada, que parece que fenece por ali, a qual serra é mais alta que outra por ali ajunta e dela que vem por riba do vale de Ururay, da qual aberta cahe uma água branca;do alto desta dita barra desce diretamente ao rio de Ururay, e pela veia d´água irá abaixo até se meter no mar e outeiros escalvados (...)

João Mendes de Almeida (1831-1898) diz:

O segundo título anda declara: "E, atravessando o dito caminho (de Piratininga, irá pela mesma serra (Paranapiacaba) até chegar sobre o vale de Ururay, onde a serra faz uma fenda por uma selada, que parece que fenece por ali junta, e dele vem por riba do vale de Ururay, da qual aberta cáe uma água branca, e do alto desta dita barra desce direitamente ao rio de Ururay, e pela veia da água irá abaixo até se meter no mar e outeiros escalvados..." Conforme este título o Ururay fica para a banda do Norte, com referência á barra do rio Cubatão.

A verdade, em suma, é que já naquele século XVI, não existiam vestígios alguns da aldeia Ururay, no vale do mesmo nome, mencionado no título de sesmaria de Ruy Pinto, passado e assinado em 10 de fevereiro de 1533 pelo próprio Martim Afonso, sob o título de Governador das terras do Brasil, e ainda então não donatário.

Ururay, nome de uma serra e de um pequeno ribeiro que ali nasce, era também a denominação da aldeia. [p. 352]
5. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
25 de janeiro de 1554

Mais tarde vieram o padre Manoel de Paiva, superior, o padre José de Anchieta, e outros. Fundaram o Colégio de São Paulo em janeiro de 1554; e, desde então, por causa da escravização dos gentios, começou a luta surda e latente entre os padres jesuítas e os que queriam especular com os infelizes nativos.

Entretanto, outra causa não deixara de concorrer originariamente para criar um certo conflito entre os padres da Companhia e os que acompanhavam a João Ramalho: - a fundação da vila de São Paulo, em prejuízo de Santo André. [Página 107]

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay.

Alguns chronistas referem que os indigenas desta aldea foram transferidos posteriormente para S. Miguel que por isso foi denominado de Ururay; sendo capitão-mór, loco-tenente do então donatário Lopo de Souza, Jeronymo Leitão, o qual «concedeu-lhes terras por uma só sesmaria lavrada aos 12 de Outubro de 1580, na qual consignou aos Índios dos Pinheiros seis léguas em quadro na paragem chamada Carapicuiva, e outras tantas aos de S. Miguel em Ururay.

Parece que a antiga aldeia de Ururay de 1531, fora fraccionada em duas, logo que João Ramalho edificou a villa de Santo André e que os padres da Companhia de Jesus, fazendo demolir esta, fundaram a de S. Paulo, 1554 — 1560; pois que o titulo da sesmaria de 12 de Outubro de 1580 os presuppõe já estabelecidos nos dous lugares, Pinheiros e S. Miguel. E tanto mais provável é isso, quanto é sabido o costume dos indigenas de não manterem suas aldeãs muitos anos, no mesmo lugar.

Também Pedro Taques, Nobiliarchia Paulistana, na Revista do Instituto Histórico, Geográfico e Ethnographico do Brazil, XXXIV, parte primeira, página 31, referindo-se a João Pires, bisneto de Piqueroby, escreveu:

"Foi abundante em cabedaes, com estabelecimento de uma grandiosa fazenda de terras de cultura em uma légua de testada até o rio Macoroby, que lhe foi concedida de sesmaria em 1610, com o seu sertão para a serra de Juquery."

Quando os padres da Companhia de Jesus resolveram convidar os nativos para povoarem a sua vila de São Paulo, a fim de ser mais facilitada a catequese, não são mencionados senão Tebir-içá e Cayubi. E até o cronista (Gaspar da Madre de Deus), cujas primeiras narrações já foram transcritas, tratando da escolha do local para a fundação do Colégio da Companhia de Jesus, escreveu:

"Eram os campos de Pirá-tininga habitados nesse tempo por algumas tribos guayanás que obedeciam a Tebyreçá e Cayubi, os régulos que, consentindo no desembarque de Martim Afonso, perseveravam em lealdade para com os brancos, tudo em deferência a João Ramalho. Chegados os padres ao campo, e fitando na formosa miragem do país que ante eles se distendia, fizeram parada nas alturas sobranceiras ao rio Tamanduaethy e ribeiro Anhamgabahú, e ai levantaram um rustico aposento para abrigo, e em que celebrou-se missa a 25 de janeiro de 1554, dia em que se soleniza a conversão de São Paulo, que dai derivou seu nome a povoação que então se começou a edificar naquelas paragens; e, como para essa edificação dependia-se de gente afeita a tais trabalhos, convidaram os jesuítas a Tebyreçá e Cayubi para que com suas tribos viessem levantar seus alojamentos nas vizinhanças do sítio em que haviam feito seu aposento; e assim praticaram, estabelecendo-se Tebyreçá no local em que vê-se hoje o mosteiro de São Bento, e derramando-se os nativos pela área que depois serviu de assento á atual cidade.

Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias. Parece que Piquiroby já era falecido; e ou, aliás, foi o chefe que "não preservou em lealdade para com os brancos", visto que a cronica não refere senão três, Tebir-içá, Piquiroby e Cayubi, quando Martim Afonso de Souza aportou á Buriqui-óca, ou, por corrupção, Bertioga.
6. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
5 de abril de 1560

Em 1560, "um pedaço de terra que, partindo por um regato que está a par do mosteiro de Pirá-tininga, e que irá cortando pelo dito regato até entestar com roças de Fernão Alves, onde foi o primeiro tujipar, e dali irá cortando ao longo do campo até partir com terras de Antonio Pinto, e irá partindo com ele até se findar no rio da Tapera do Cacique, e dali irá por ele abaixo até chegar ao dito regato, onde começou primeiro a partir, que será onde se vê o dito regato meter no rio Anhangavahay". [p. 387]
7. Cubatão
22 de agosto de 1567

Em 1567, para confirmação de concessão anterior em 1556, uma légua de terra com todas as aguas interiores, para fazer engenhos no Cubatão* demarcada da maneira seguinte:

"Indo desta villa de Santos pelo rio do Cubatão arriba, da borda do dito rio da banda do norte, direito ao cume da serra mais alta, partindo com terras de Francisco Pinto, ou de quem forem, lhe irá correndo pelo cume daserra mais alta, uma legua em comprido para a banda do sudoeste, e dalli, donde se acaba a dita légua, descerá por ahi abaixo ao rio do Cubatão, que vem ao longo da serra, em chãos delia correndo para a banda do nordeste, e dalli virá correndo pelo dito rio abaixo até onde primeiro começou a partir com o dito Francisco Pinto; — e assim lhe dava mais a agua grande, que chamam o Cubatão (*), que aparece desta villa de Santos, com todas as mais aguas que dentro de suas confrontações houver."

Escreveu Azevedo Marques que Cubatão significa entre os indígenas "porto de mar morto nas fraldas das serras e montes." [Páginas 387 e 388]
8. Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)
12 de outubro de 1580

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay.

Alguns chronistas referem que os indigenas desta aldea foram transferidos posteriormente para S. Miguel que por isso foi denominado de Ururay; sendo capitão-mór, loco-tenente do então donatário Lopo de Souza, Jeronymo Leitão, o qual «concedeu-lhes terras por uma só sesmaria lavrada aos 12 de Outubro de 1580, na qual consignou aos Índios dos Pinheiros seis léguas em quadro na paragem chamada Carapicuiva, e outras tantas aos de S. Miguel em Ururay.

Parece que a antiga aldeia de Ururay de 1531, fora fraccionada em duas, logo que João Ramalho edificou a villa de Santo André e que os padres da Companhia de Jesus, fazendo demolir esta, fundaram a de S. Paulo, 1554 — 1560; pois que o titulo da sesmaria de 12 de Outubro de 1580 os presuppõe já estabelecidos nos dous lugares, Pinheiros e S. Miguel. E tanto mais provável é isso, quanto é sabido o costume dos indigenas de não manterem suas aldeãs muitos anos, no mesmo lugar.

Também Pedro Taques, Nobiliarchia Paulistana, na Revista do Instituto Histórico, Geográfico e Ethnographico do Brazil, XXXIV, parte primeira, página 31, referindo-se a João Pires, bisneto de Piqueroby, escreveu:

"Foi abundante em cabedaes, com estabelecimento de uma grandiosa fazenda de terras de cultura em uma légua de testada até o rio Macoroby, que lhe foi concedida de sesmaria em 1610, com o seu sertão para a serra de Juquery."
9. Fechamento do caminho do mar
19 de maio de 1641

Depois seguio-se uma pendência, até 1653, para a readmissão dos jesuitas; porque o governo de Portugal, o governador no Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sà e Benevides, e as autoridades em geral, reclamavam isso, e traziam os implicados sob a pressão de processos, de perseguições e de prisões, além das excommunhões incorridas.

Em vão o supra-referido governador do Rio de Janeiro tentou visitar a villa de S. Paulo, a fim de pacificar os ânimos; os revoltados cortaram a estrada, e em outros pontos da mesma estrada levantaram paliçadas, para obstarem-lhe a viagem.

A camara de S. Vicente, porém, estava de melhor acordo; e convidara mesmo a de S. Paulo a reflectir sobre o assunto, porque fora violento o acto da expulsão dos padres em 1640, e continuariam as devassas e os processos. A camara de S. Paulo cedeu; e disso tomou assento no dia 18 de Maio de 1641, contanto que os padres da Companhia aceitassem certas condições: no dia seguinte, porém, nova desordem popular, para obrigar a camará a revogar o assento anterior!

Nova resistência fez ainda o então denominado povo á execução do alvará de 3 de Outubro de 1642, de D. João IV, para que os padres expulsos fossem restituidos ao seu Colegio em S. Paulo!
10. “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800)
1797

Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Memórias para a história da capitania de São Vicente, I, em nota ao § 154, afirma que Pirá-tininga, ou Piratinim, é um ribeiro, afluente do Tieté: e faz referência ao auto de demarcação das terras de Braz Cubas, feito em São Paulo em 1633, além de uma carta de sesmaria, passada por Jorge Ferreira aos 9 de agosto de 1567.

Supõe mesmo que seja o Tamanduatehy. Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), porém nos Apontamentos históricos, geográficos, biográficos, estatísticos e noticiosos da província de São Paulo, no nome Piratininga, o refuta com vantagem, dizendo que, se em documentos antigos ha a palavra rio de Piratininga, é significando que pelos campos desse nome passa um rio. Em verdade, não há notícia de tal rio Pirá-tininga. [Páginas 332, 333, 334, 335 e 336]
Registros mencionados (54)
1480 - Provável nascimento do cacique Piqueroby de Ururay [22414]
27/06/1499 - O navegador espanhol Alonso de Hojeda avista uma terra alagada. O visconde de Porto Seguro supõe que essa terra fosse a das bocas do Açu ou do Apodi, no Rio Grande do Norte. [11225]
22/04/1500 - O “Descobrimento” do Brasil [20175]
01/05/1500 - Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás [7461]
07/09/1502 - André Gonçalves e Américo Vespúcio chegam a Lisboa depois de terem feito a primeira exploração do litoral brasileiro, do cabo de São Roque a Cananéia. [11875]
10/05/1503 - Resolveu El-Rei D. Manoel nova expedição, sob o comando de Gonçalo Coelho, com o titulo de capitão-mór [21936]
01/01/1527 - Chegada de Diogo Garcia de Moguer [21461]
22/01/1531 - Bertioga [26243]
03/03/1531 - Concedidas terras a Bras Cubas “que for da conquista de El-Rey nosso Senhor e que está onde chamam Jarabatyba” [25971]
22/01/1532 - Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” [9728]
25/01/1532 - Ramalho aproxima-se á Jerybatuba três dias depois da chegada de Martim Afonso á Bertioga [27125]
10/02/1532 - Sesmaria a Ruy Pinto [24364]
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias [21966]
15/10/1532 - (...) quinze dias do mês de outubro, e em a ilha de São Vicente, dentro da fortaleza, por Pedro de Góes, fidalgo da casa de El-Rei Nosso Senhor, foi apresentada a mim escrivão ao diante nomeado uma carta de doação de certas terras que o muito magnífico Senhor Martim Afonso de Souza, do conselho de El Rei. Nosso Senhor, governador em todas estas terras do Brasil, deu ao dito Pedro de Góis, por virtude de um poder paa isso lhe deu Sua Alteza, as quais terras se chama Tecoapara (*) e a serra de Tapurihetera que está da banda donde nasce o sol, águas vertentes com o rio de Gerybatyba, o qual rio e terras estão defronte (...) [25004]
30/11/1532 - Hoje não resta dúvida de que o fundador do primeiro núcleo de povoação em Piratininga foi Martim Afonso de Souza [21818]
10/02/1533 - Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo [21990]
04/04/1538 - Concessão de sesmaria no Ypiranga [22004]
01/11/1549 - Leonardo Nunes, o único jesuíta ferreiro, com mais 10 ou 12 meninos e alguns Carijós (Guaranis) partiu para São Vicente [20814]
1553 - Nascimento de Suzana Dias. Filha de Lopo Dias e da nativa Bartira [19181]
08/09/1553 - João Ramalho fundou uma povoação / vila de Santo André [20042]
1554 - Elevação de Santo André da Borda do Campo a vila é confirmada por Bras Cubas [22052]
25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi [8156]
22/09/1557 - Antonio Rodrigues de Almeida feito capitão-mór governador e ouvidor ela capitania ele Santo Amaro de Guaibe [21984]
22/01/1560 - Antonio Rodrigues de Almeida pede terras “(...) até se findar no rio da Tapera do Cacique e dali irá por ele abaixo até chegar ao dito regato, onde começou primeiro a partir, que será onde se vê o dito regato meter no rio Anhangavahy” [21983]
05/04/1560 - A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão [21938]
08/07/1562 - Anchieta: oitavo dia [23953]
10/07/1562 - Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga [8749]
16/04/1563 - “sendo coisa maravilhosa que se achavam ás flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios, e, o que mais é, dois filhos, que eram cristãos detestavam conosco contra seu pai, que era contra nós” [21989]
09/08/1567 - Sesmaria a João Ramalho [21982]
22/08/1567 - Cubatão [26274]
12/10/1580 - Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro) [20121]
17/03/1590 - A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada [22292]
01/06/1592 - Após o falecimento do sogro solicitou terras para os pequenos cunhados* [20489]
04/07/1598 - Para a fundação do mosteiro foram concedidas pelo capitâo-mór Jorge Corrêa duas sesmarias, como vê-se no livro de registros na Thesouraria de Fazenda [21945]
15/04/1600 - Os oficiais da Câmara ratificaram, o que já havia sido feito por seus colegas, a Frei Mauro Teixeira [26681]
1609 - Obra do padre Fernão Guerreiro [21980]
1610 - Concedida sesmaria a João Pires, bisneto de Piqueroby [21988]
1625 - Falecimento de Mécia Fernandes [28370]
01/03/1638 - Bula papal à Companhia de Jesus a direção dos Índios* [21937]
18/05/1641 - Câmara de São Paulo cedeu [22001]
19/05/1641 - Fechamento do caminho do mar [23301]
07/06/1644 - Ordem do Rei D. João IV para a descoberta das "tais" minas de ouro e prata [21961]
03/06/1652 - Restituição dos padres jesuítas aos seis colégios [21985]
05/02/1654 - Tentativa de invasão da vila de São Paulo [22280]
09/02/1654 - Reunida a camará com o capitão-mór, e pessoas notáveis da vila, entre as quaes o visitador da Companhia de Jesus, o abade do mosteiro de S. Bento, o prior do convento do Carmo e o governador dòo convento de S. Francisco, ordens monásticas já existentes (*), é resolvido conservar a José Ortiz de Camargo no cargo de ouvidor, sem porém poder usar da provisão, até chegar o ouvidor sindicante. Este acordo, ao qual nâo se quiz sujeitar o referido Ortiz [22282]
15/11/1660 - Salvador Correia de Sá suspende do exercício de seus cargos o ouvidor Antonio Lopes de Medeiros e o juiz ordinário D. Simão de Toledo Piza [21956]
16/11/1660 - Lourenço Castanho Taques, um dos paulistas mais poderosos, escreve uma violenta carta aos oficiais da Câmara do Rio de Janeiro [21957]
02/03/1661 - Após uma cavalgada de três dias, Balthazar solicita a Salvador Correia que Sorocaba seja elevada a categoria de "Vila" [6584]
28/04/1679 - Conde da Ilha do Príncipe reivindicou, perante a câmara de São Vicente, os seus direitos á antiga doação régia [25344]
05/05/1682 - Carta régia autorizando os paulistas Manuel Fernandes de Abreu, Jacinto Moreira Cabral e Martim Garcia Lombria a estabelecer fundições de ferro em Araçoiaba [10785]
23/03/1720 - Bartholomeu Paes de Abreu propos ao rei abrir um caminho pelo interior [22000]
23/05/1720 - Morro de Hybyticatú do termo da villa de Sorocaba [21026]
1797 - “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) [22667]
1880 - Revista do Instituto Histórico, Geographico e Ethnographico do Brasil, XL [26244]




.  18º   
A Vila de São Paulo em seus primórdios – ensaio de reconstituição do núcleo urbano quinhentista
2009. Atualizado em 24/10/2025 02:37:27
Relacionamentos
 Cidades (6): Campinas/SP, Jundiaí/SP, Mogi das Cruzes/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (13) Afonso d´Escragnolle Taunay (23 anos), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Brás Cubas (1507-1592), Diogo Gonçalves Lasso (f.1601), Fernão Cardim (1540-1625), Francisco de Sousa (1540-1611), Frei Vicente do Salvador (1564-1639), João IV, o Restaurador (1604-1656), Manuel João Branco (f.1641), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pedro Collaço Vilela, Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Salim Farah Maluf
 Temas (46): “o Rio Grande”, Algodão, Ambuaçava, Banana, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho de Piratininga, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminho São Paulo-Santos, Canôas, Capitania do Espirito Santo, Carmelitas, Cavalos, Colégio Santo Ignácio, Colégios jesuítas, Conventos, Curiosidades, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Gados, Galinhas e semelhantes, Geografia e Mapas, Guaré ou Cruz das Almas, Jeribatiba (Santo Amaro), Jesuítas, Léguas, Nheengatu, Nossa Senhora da Expectação do Ó / Carmo, Nossa Senhora do Rosário, O Sol, Ouro, Pela primeira vez, Pontes, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio Pequeno, Rio Pinheiros, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Serra de Paranapiacaba, Tabatinguera, Vale do Anhangabaú, Vale do Paraíba, Vila de Santo André da Borda, Vinho, Ybyrpuêra

Registros mencionados (2)
1. Fernão Cardim sobre o caminho
1585
2. Planta atribuída a Alexandre Massaii
1616

A mencionada planta atribuída a Massaii pelo Professor Nestor Goulart Reis Filho merece minuciosa análise e interpretação, por constituir, sem dúvida nenhuma, a mais remota representação iconográfica do primitivo assentamento paulistano (fig.22). Embora se trate de documento sumário e esquemático, com notações por vezes confusas e incorretas, temos de reconhecer que a interrelação de distâncias existente entre seus elementos constitutivos não foi estabelecida de modo completamente aleatório.

Há decerto erros bastante grosseiros de orientação o convento de São Bento, por exemplo, que até hoje se mantém no mesmo lugar, aparece no mapa situado a poucos passos adiante do colégio jesuítico, imediatamente à direita da Igreja da Misericórdia, edifício que, por sua vez, deveria ter sido locado mais a nordeste.

Assim, observamos que, depois de galgar a “serra de parana piacaba” [sic], e atingir talvez o ponto mais alto onde, ficamos sabendo, havia um pequeno cruzeiro, o caminho procedente do litoral atravessava sucessivamente três cursos d’água, o Rio Pequeno, ou “Garaiba ti miri” [sic, por Jeribatiba-mirim], o Grande, ou “Garaiba ti guoasu” [sic, por Jeribatiba-guaçu], e o “Rio Tamandoatibi” [sic], cujo nome é curiosamente traduzido no mapa (e provavelmente de maneira errônea) por “aguoa de rapoza”. Este último curso d’água aparece transposto duas vezes; a segunda ultrapassagem sendo feita por meio de uma ponte que só pode ser a da Tabatinguera. [Página 73]

À mão esquerda da encosta que conduzia a São Paulo de Piratininga, reparamos a seguir num cruzeiro, que, julgamos, devia ficar em frente do local onde fora erguida a forca em 1587 (ATAS, v.1, p.315), à direita do viandante que chegava à Piratininga, no alto do Outeiro da Tabatinguera, mais tarde conhecido como Morro do Saibro. O odiado instrumento de execução de pena capital, seguidas vezes derrubado pela população piratiningana, seria depois, como veremos, transferido para o futuro Largo da Liberdade.

Em seguida, identificamos uma série de distorções de orientação na reprodução do percurso que o Caminho do Mar fazia nas imediações da vila. Depois de subir a Ladeira da Tabatinguera, o recém-chegado deveria virar para o norte, no intuito de entrar na futura Rua do Carmo (essa mudança de orientação quase não é perceptível no mapa que estamos observando). Passaria então pelo convento dessa denominação, à margem direita da via, atingindo logo a seguir o Mosteiro da Companhia (simplesmente identificado em planta com o nome de Iesus).

No documento gráfico aqui analisado aparecem corretamente representados na parte traseira do mosteiro da Companhia os muros da cerca jesuítica que, sabemos, atingiam a margem esquerda do Tamanduateí. Em contrapartida, a matriz, naquela altura ainda não totalmente concluída, mostra-se erradamente posicionada, pois, deduz-se, sua posição original era muito próxima à da antiga Sé paulistana demolida em 1912. Nesse caso, a matriz deveria ter sido mantida a oeste, sim, porém em ponto abaixo do colégio de Jesus e não imediatamente à sua frente, à esquerda, como aparece no desenho. Um pouco acima da matriz, vemos a Igreja da Misericórdia, e, mais além, temos a ermida de Santo Antônio, sequência de construções que estaria correta se estivesse sido orientada para oeste e não para o norte, como se observa.

Na região correspondente ao atual bairro do Brás, estendiam-se os famosos campos piratininganos. Por eles se espalhavam várias “fazendas”, a respeito das quais o autor da planta faz a seguinte observação: “Serquas de taipa de Pilão e seo vallo asi tem todas ellas co suas arvores e vinhas dentro”, lembrando-nos o que relatou o Padre Fernão Cardim, em 1585, sobre a fartura dos pomares paulistanos, onde marmeleiros, figueiras, laranjeiras e muitas vinhas produziam abundantemente, fazendo o planalto piratiningano parecer “um verdadeiro Portugal” (apud PREZIA, p.311).

A crer no que a planta nos mostra, os muros protetores dessas quintas seriam desprovidos de entradas, sendo feito o acesso por meio de precárias escadas de mão, facilmente eu removíveis, solução engenhosa que procurava garantir a proteção contra os ataques dos indígenas provenientes de Mogi e do Vale do Paraíba, ainda frequentes nos últimos anos do século XVI. Neste caso, o documento talvez pretendesse retratar não propriamente a região leste imediatamente contígua à vila, como se vê, mas uma zona mais recuada, constituída talvez pelo Tatuapé e Piqueri.

Ainda na margem direita do Tamanduateí, observamos um intrigante grupo de caçadores de perdizes nativas (enapupês, Rhynchotus rufescens), aves características dos campos e cerrados, habitualmente caçadas com cães (tiro ao voo), e, um pouco acima, mais ou menos onde deveria iniciar a região do Guarepe, vemos bois vagueando livres pelo pasto, coisa que de fato ocorria nas campinas paulistanas, pois conforme o Padre Cardim estavam elas “cheias de vaccas”, às quais se juntava por vezes gado bravio, que deveria ser imediatamente retirado do local por ordem dos vereadores (ATAS, v.1, p.385) . [Páginas 74 e 75]

Do outro lado da vila, na parte do curso superior do Anhangabaú (Anhagavabahi), uma inscrição nos dá o significado em português do nome desse ribeiro, “aguoa do Rosto do diabo”, numa referência à crença nativa de ocorrerem nesse local aparições do espírito malfazejo Anhangá (PREZIA, p.82). E, em suas margens, na altura, mais ou menos, da atual intercessão das Avenidas Nove de Julho e 23 de Maio, descobrimos instalados dois moinhos d’água, um em cada margem, pertencentes a “Mel Joam” (Manuel João), destinados sem dúvida a moer trigo, produto agrícola muito abundante na São Paulo daquele tempo, segundo o depoimento do mesmo Padre Cardim.

Este detalhe configura-se da máxima importância, pois, é por meio dele que podemos datar com bastante precisão a planta ora sob análise. Em 2 de fevereiro de 1616, os vereadores atenderam a solicitação de um certo Manuel João (certamente o mesmo Manuel João Branco, rico morador de São Paulo que no final da vida decidiu ir a Portugal beijar a mão do Rei D. João IV e presenteá-lo com um pequeno cacho de bananas feito de ouro, a que se refere o historiador Pedro Taques de Almeida Pais Leme, 1714-1777, em sua Nobiliarquia Paulistana). O peticionário solicitava datas de terra para construir dois moinhos, numa paragem que hoje seria impossível de identificar se só pudéssemos contar com a transcrição confusa feita pelo escrivão da Câmara:

“queria fazer dous moinhos em hua agoa saindolhe do caboulo a outra parte fazer houtro da banda dalem de bartolameu glz as quais Agoas nacem na tera diguo tapera de Diogo glz lasso da banda dos pinheiros hu da banda dalem houtro da banda de bartalomeu glz e terras pera hu quintal” (ATAS, v.2, p.375-377).

Como a carta de data de terra concedida vem datada do dia 2 de fevereiro de 1616, deduzimos que a confecção do documento gráfico aqui analisado, registrando os moinhos já construídos, só pode ser posterior de vários meses a essa época. Se supusermos que esses engenhos demoraram cerca de um ano para ficar prontos, teremos de admitir que a planta em questão só poderia ter sido executada a partir de fins de 1616.

Como o Professor Nestor (p. 231) afirma que no ano seguinte Massaii já se encontrava de volta à Europa trabalhando em Portugal, mais precisamente no Algarve, somos induzido a concluir que a planta em exame tenha sido executada ou em fins de 1616 ou logo nos primeiros meses do ano seguinte, levando-se em consideração o largo tempo necessário para que o autor do mapa se trasladasse de navio a Portugal e voltasse a exercer suas atividades profissionais nesse país ainda em 1617.

Retomando a análise do registro iconográfico objeto de nossa atenção, reparamos ainda que, abaixo do largo da matriz, havia um curral. Este abrigo para gado, conjecturamos, deveria estar situado perto da saída para a Vila de Santos, à esquerda do observador que olha a Rua Tabatinguera a partir da várzea, talvez na região conhecida hoje como Baixada do Glicério. A localização de redis era então regulada pela Câmara. Deviam-se distanciar uns dos outros em 60 braças (132 m), segundo postura de 1580, e das demais construções da vila em 300 braças (660 m), de acordo com as posturas de 1583, diminuídas para 200 (440 m) pelas posturas de 1590 (ATAS, v.1, p. 163, 201 e 397). Decerto eram em cercados como esse que se abatiam e retalhavam para o consumo humano as reses criadas soltas nas capoeiras ou campos do Guarepe (ATAS, v.1, p.123).

Quando a caminho do litoral, para servir de aprovisionamento aos navios ancorados no porto ou para alimentar o povo estabelecido à beira-mar, o gado do Guarepe, por culpa dos “pastores”, tinha o mau costume de passar por dentro da vila murada, causando estragos nas construções de taipa e sérios aborrecimentos aos moradores piratininganos (ATAS, v.1, p.98-99 e 387).

Nem tudo, porém, parece verossimilhante no documento cartográfico que estamos apreciando. O autor deve ter-se deixado levar às vezes ou pela imaginação, ou pela desatenção, ou apenas pelo hábito.

Com relação aos caçadores de perdizes, por exemplo, surpreendidos em plena atividade venatória nos campos próximos do Tamanduateí, apresentavam-se muito bem trajados, com longos calções bufantes e chapéus de copa alta e abas estreitas, sobre montarias que se erguiam com garbo sobre as patas traseiras, como nos retratos da orgulhosa e rica nobreza espanhola. Esses caçadores tinham porte aristocrático, em grande contraste com a aparência modesta e descuidada dos quase semidespidos mamelucos paulistanos, enquanto seus cavalos trazem à mente os espécimes apreciados por Fernão Cardim, que os qualificou de ginetes dada a sua boa raça.

Quanto aos elegantes caçadores, seriam porventura membros remanescentes do distinto séquito do requintado e esbanjador D. Francisco de Sousa), sétimo Governador Geral do Brasil (1592-1602) e, depois, entre 1609 e 1611, nomeado Governador da Repartição do Sul do Estado do Brasil (resultante da reunião das capitanias do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente) (R.G.,v.1, p.188-190).

Francisco de Sousa, por volta desses mesmos anos, fixara residência na Vila de São Paulo, à cata de notícias sobre minas de ouro e prata e outros metais existentes na região. A esse respeito, Frei Vicente do Salvador conta que os paulistanos muito se impressionaram com a luxuosa comitiva do fidalgo, pois antes da chegada de D. Francisco, só se vestiam com algodão tinto, não contando com peças de vestuário adequadas nem ao menos para se apresentarem em cerimônias de casamento. No que foi corroborado pelo jesuíta Fernão Cardim, que viu os piratininganos singelamente vestidos com roupas antiquadas e feitas de pano grosseiro:

Vestem-se de burel, e pellotes pardos e azues, de pertinas compridas como antigamente se vestiam. Vão aos domingos à igreja com roupões ou berneos de cacheira sem capa. (p. 173)

Depois da chegada do vaidoso governador tudo teria mudado na vila, segundo o historiador baiano:

Depois que chegou d. Francisco de Souza, e viram suas galas, e de seus criados e criadas houve logo tantas librés, tantos periquitos [altos topetes usados pelos homens da aristocracia de então] e mantos de soprilhos [tecido de seda muito leve e ralo, segundo Bluteau] que já parecia outra coisa. (apud TAUNAY, 1920, p. 163) (informações adicionadas entre colchetes pelo Autor)

Mais um pormenor nos intriga nessa planta. É a aparência da igreja da Companhia de Jesus, representada com seu flanco esquerdo à mostra. Segundo o desenho, a construção possuía nave única, capela-mor e, acima do telhado, assomava algo que parece ser uma alta parede terminada em empena, com duas sineiras (elemento arquitetônico conhecido em espanhol pelo nome de espadaña), em posição perpendicular à fachada principal e recuada em relação a ela, compondo uma tipologia arquitetônica pouco comum entre as igrejas jesuíticas portuguesas (veja-se, por exemplo, o Santuário de Nossa Senhora da Lapa, na freguesia de Quintela, Sernancelhe, erguida pelos jesuítas no século XVII em Portugal).

Além desse, há outro detalhe singular na representação do templo jesuítico: nele não se vê o alpendre que a igreja apresentava desde 1556, e que ainda era mencionado nas Atas paulistanas de 1624 (fig. 23). A alusão feita em documento camarário datado deste último ano pode, porém, ter sido o resultado de um equivoco cometido pelo escrivão da Câmara.

Na Ata do dia 22 de novembro de 1624 são citados os nomes de determinados personagens que deixavam o gado de sua propriedade sujar os adros da vila (da Matriz, do Carmo, da Misericórdia e do Colégio); dias depois, o escrivão transcreve novamente a acusação de que os mesmos personagens deixavam suas cabeças de gado sujar os alpendres dos citados templos (ATAS, v.3, p.144 e 147).

Na vereação do dia 13 de dezembro de 1631. Volta-se a falar na necessidade de se afastar o gado que danificava os adros da vila (ATAS, v.4 , p. 102). Não estaria o escrivão cometendo um lapso, usando uma palavra pela outra, já que a planta atribuída a Massaii, datada dos anos 1616/1617, não traz nenhuma igreja alpendrada dentro da vila paulistana – nem a Matriz, nem o Carmo, nem a Misericórdia, nem o Colégio?

Num aspecto, porém, temos plena certeza de que o desenhista se descuidou.

Foi quando assinalou bosques de pinheiros nativos ao nascente da povoação. Os exemplares representados têm a copa com a conformação cônica típica dos espécimes europeus e em nada sugerem as belas araucárias brasileiras, com sua característica silhueta em forma de taça de champanhe.
Registros mencionados (8)
1585 - Fernão Cardim sobre o caminho [23330]
13/11/1592 - Em seu Testamento descreve seus bens, especialmente uma grande Fazenda em Amboaçava, onde Braz Cubas teria “umas cruzes de pedras” [7944]
10/02/1598 - Terras [794]
18/12/1598 - Pedro Nunes, Manoel Fernandes e Fernão Marques pedem terras no caminho de Burapoera a começar com João Fernandes, genro de André Mendes [21490]
1616 - Planta atribuída a Alexandre Massaii [1011]
02/02/1616 - Escritura [1016]
13/03/1642 - Pedro Fernandes presta contas da curadoria. Declara entre outras contas, que Manoel João está de partida para Portugal, pelo que requeria precatório contra o dito, porque havia um depósito em juízo. Nesta causa, Manoel João Branco foi fiado por seu irmão Francisco João (em 1640). [21801]
01/01/1741 - Caminho [1664]




.  19º   
João Ramalho. Eduardo Bueno
2023. Atualizado em 24/10/2025 02:18:01
Relacionamentos
 Cidades (5): São Vicente/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (12) João Ramalho (1486-1580), Eduardo Bueno, Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Bacharel de Cananéa, Diogo Álvares Correia, o Caramuru (1475-1557), Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos), Piqueroby (1480-1552), Leonardo Nunes, Bartyra/M´Bcy (Isabel Dias) (1493-1580), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562)
 Temas (5): São Paulo de Piratininga, Escravizados, Jesuítas, Vila de Santo André da Borda, Serra do Mar

Registros mencionados (1)
03/05/1580 - Já adoecido, João Ramalho chamou o tabelião Lourenço Vaz, e ditou para ele seu testamento [8739]




.  20º   
Mapa "Estrada de ferro de São Paulo a Santos", de Theodoro Fernandes Sampaio
1919. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (6): Santos/SP, São Vicente/SP, Bertioga/SP, São Bernardo do Campo/SP, Santo André/SP, São Paulo/SP
 Pessoas (1) Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos)
 Temas (12): Geografia e Mapas, Estradas antigas, Ferrovias, Serra de Paranapiacaba, Ilha de Santo Amaro, Jurubatuba, Geraibatiba, Caminho do Peabiru, Rodovia Raposo Tavares, Rio Ypiranga, Rio Piratininga, Caminho do Paraguay, Rio Paraguay

Registros mencionados (1)
10/11/1609 - Sorocaba é citada: as primeiras terras fruto das desapropriações dos homens da “Casa” de Suzana Dias começam a serem concedidas em sesmarias [20086]




.  21º   
Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei
3 de abril de 1553, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
Relacionamentos
 Cidades (4): Cubatão/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (4) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), João Pires, o gago (1500-1567), José de Anchieta (1534-1597), Mem de Sá (1500-1572)
 Temas (9): África, Caminho do gado, Caminho do Padre, Estradas antigas, Léguas, Pela primeira vez, Porto das Almadias, Portos, Rio Cubatão em Cubatão


•  Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei escrita de São Salvador da Bahia
3 de abril de 1555, domingo
"Vindo o ouvidor geral de Sam Vicente me dise que na dita Capitania avia hum caminho de cinco ou seis léguas, ho qual era laa mal e áspero por causa dos lameiros e grande ladeiras que se nam podia caminhar por ele, o que era grande perda da dita capitania pela necessidade que ha do campo e das fazendas dos moradores que nele tem pera onde he o dito caminho poios muitos mantimentos que ha do campo de que se sustenta a dita capitania o qual caminho se nam podia fazer sem muito dinheiro E QUE HUM JOAM PEREZ O GAGO DALCUNHA MORADOR DA DITA CAPITANIA sendo acusado pela justiça perante o dito ouvidor geral por se dizer que matara hum seu escravo do gentio desta terra com açoutes cometeu o dito ouvidor que queria fazer o dito caminho á sua custa e por logar por onde se bem pudesse caminhar e a contentamento dos moradores contanto que se nam procedesse contra ele polo dito caso, pareceo bem ao dito ouvidor por razão da obra ser tam necessária e tam custosa dise me que o escrevesse a Vosa Alteza o que Vosa Alteza deve de haver por bem polo grande proveito que á terra diso vem e peio muito que custa. ..."

•  Vida do Padre José de Anchieta. Padre Pedro Rodrigues (1542-1628)
1 de janeiro de 1607, segunda-feira
Andava o Padre José pela serra fazendo um caminho novo de São Vicente para São Paulo e acompanhavam Afonso Sardinha com muita gente, o qual jura que viu enxugar-se-lhe o vestido padre, quando entrava na choupana vindo de fora molhado, na qual estava até que lhe parecia que Afonso Sardinha dormia, e logo se saia da casinha, e posto ao pé de um pau, as mãos levantadas passava a maior parte da noite em oração.

•  Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. VI (1900-1901)
1 de janeiro de 1902, quarta-feira
Esta última tinha-se mesmo tornado lendária na história paulista, tão grande fôra a sua influência na civilização dos povos de serra-acima. Como simples trilho ligando as campinas alta de Piratininga ás praias do mar, existiu de certo, desde época imemorial, este caminho praticado pelo gentio através dos alcantis dos montes de Paranapiacaba.

Alguns europeus, dos primeiros que se estabeleceram no paiz, teriam por ai penetrado em exploração ás regiões remotas que , segundo a tradição, eram fabulosamente ricas. João Ramalho, que se estabelecera na Borda do Campo, tel-a-ia percorrido e melhorado muitas vezes, garantindo o seu tráfico com a feitoria de Temiurú, junto do lugar onde depois se fundou São Vicente.

Os jesuítas, fundadores de São Paulo, modificaram-lhe o traçado, melhoraram-lhe o acesso dos montes em 1553, pelo que desde essa época, se ficou chamando o caminho do Padre José, em alusão a Anchieta, que, com os seus guayanàs e com auxílio de Affonso Sardinha, o construiu e melhorou.

A passagem dos rios e de brejos sem conta no alto dos campos, como a travessia dos montes alcantilados, úmidos e quase sempre desmoronadas pelas chuvas tempestuosas e frequentes, inçavam de perigos e dificuldades esse caminho, por isso mesmo objetivo, objetivo dos maiores cuidados da parte dos governadores. Mudava-se mais uma vez o traçado, desviando-o de Jeribatiba ou Santo Amaro, e conduzindo-o por Santo André, onde fora dantes.

•  S. Paulo nos primeiros anos: 1554-1601 (1920) Affonso d´Escraqnolle Taunay
1 de janeiro de 1920, quinta-feira
Em 1553 rasgava-se nova estrada feitos pelos nativos sob a direção de José de Anchieta (1534-1597). Mandado preferir ao primeiro, por ordem de Mem de Sá, diz Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), teve por muito tempo o nome de "Caminho do Padre José".

•  “História de Santos”. Francisco Martins dos Santos
1 de janeiro de 1937, sexta-feira
Verificando até que ponto ia a verdade do que afirmaram alguns chronistas e autorizava a tradição sobre esse novo caminho, encontramos um documento que paréce contrariar e desfazer a quasi lenda do "padre José". É o seguinte:

"Vindo o ouvidor geral de Sam Vicente me disse que na dita Capitania avia hum caminho de cinco ou seis léguas, ho qual era laa mao e áspero por causa dos lameiros e grande ladeiras que se não podia caminhar por ele, o que era grande perda da dita capitania pela necessidade que ha do campo e das fazendas dos moradores que nele tem pera onde he o dito caminho poios muitos mantimentos que ha do campo de que se sustenta a dita capitania o qual caminho se nam podia fazer sem muito dinheiro E QUE HUM JOAM PEREZ O GAGO DALCUNHA MORADOR DA DITA CAPITANIA sendo acusado pela justiça perante o dito ouvidor geral por se dizer que matara hum seu escravo do gentio desta terra com açoutes cometeu o dito ouvidor que queria fazer o dito caminho á sua custa e por logar por onde se bem pudesse caminhar e a contentamento dos moradores contanto que se nam procedesse contra ele polo dito caso, pareceo bem ao dito ouvidor por razão da obra ser tam necessária e tam custosa dise me que o escrevesse a Vosa Alteza o que Vosa Alteza deve de haver por bem polo grande proveito que á terra diso vem e peio muito que custa. ..."

Por este trecho da carta de D. Duarte da Costa, vê-se que o ouvidor geral de São Vicente (deve tratar-se do Capitão-mór Braz Cubas, que governou pela segunda vez, de 1552 a 1554) acceitou o offerecimento de João Perez ou Pires adiantando-se ao "referendum" do Rei, como cousa cérta.

Assim, como a época coincide exactamente com a atribuída pelos chronistas e pela tradição, á feitura do referido caminho (1553), é de suppôr, que, em verdade, quem abriu o segundo caminho do mar, o celebrado "caminho do Padre José", foi esse João Perez ou Pires, sujeito rico como se deprehende da informação do Governador, utilisando-se dos seus indios, cm tróca da impunidade pela morte do escravo, motivo, como se vê, bastante, para que elle se empenhasse na realisação daquella óbra, siabido que um degredo na Bertióga naquella época, pena muito usada então, valia por uma condemnação á mórte, infestado como estava aquele logar pelas hordas tamoyas, açuladissimas contra os portugueses.

O nome de "Caminho do Padre José" ou a ligação desse caminho com o Padre Anchieta, pôde ser devido a outro qualquer motivo; uma homenagem, por exemplo, do autor do caminho ao apóstolo de Piratininga; uma recommendação do jesuíta em favor da nóva communicação, feita ao* habitantes das duas regiões; o seu uso immediato por elle, em suas peregrinações de catechése; emfim, qualquér acto De onde pudésse gerar-se a denominação popular e a opinião dos chronistas.

Era o que nos cumpria dizer, de passagem, em beneficio da verdade histórica.

•  “Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda
1 de janeiro de 1969, quarta-feira
Esse novo caminho, descrito no livro do célebre aventureiro alemão Ulrico Schmidl, que em 1553 o percorreu de regresso ao Velho Mundo, foi largamente trilhado naqueles tempos, em toda a sua extensão, pelos portugueses de São Vicente, em busca dos Carijó, e ainda mais pelos castelhanos do Paraguai, que vinham à costa do Brasil ou pretendiam ir por ela à Espanha, até que os mandou cegar Tomé de Sousa no mesmo ano de 1553. Com alguma possível variante, deve ser uma das trilhas que no século seguinte percorrerão numerosos bandeirantes de São Paulo para seus assaltos ao Guairá.

•  “Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: 1”. Carlos Pimentel Mendes, em novomilenio.inf.br
3 de março de 2003, segunda-feira

•  A fazenda geral dos jesuítas e o monopólio da passagem do Cubatão: 1553-1748, 2008. Francisco Rodrigues Torres
1 de janeiro de 2008, terça-feira

•  “Os Cavaleiros Templários e o caminho de Peabiru” (14.09.2018) Professor Jorge Ubirajara Proença
14 de setembro de 2018, sexta-feira
Outra consequência histórica, foi que os colonizadores foram obrigados a um acordo com a Companhia de Jesus, recém-fundada, para fundar São Paulo para fornecer mão de obra para a apresentação ser feita a partir de São Paulo, determinando o atraso no projecto português por à achar minas isso determinou que os espanhóis conseguisse chegar com Pizarro antes lá que fosse menos fossem uma uma arma a ponto de se financiar e versículo a mata que dominou os mares durante 300 anos o projecto português foi e só achar ouro nas minas gerais quase 300 anos.

•  Piqueriby, consultado em geni.com
27 de fevereiro de 2022, domingo

•  A estrada aberta por fundadores de SP para vencer paredão da Serra do Mar, por Edison Veiga, de Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil
27 de dezembro de 2024, sexta-feira




.  22º   
Documnentos Interessantes
1956. Atualizado em 24/10/2025 03:34:10
Relacionamentos
 Cidades (8): Sorocaba/SP, São Paulo/SP, Jacareí/SP, Botucatu/SP, Santos/SP, Itu/SP, Apiaí/SP, Itapetininga/SP
 Pessoas (5) Antonio Francisco de Aguiar e Castro (1773-1818), Martim Lopes Lobo de Saldanha, Paulino Aires de Aguirre (1735-1798), Vicente da Costa Taques Góis e Aranha, Salvador de Oliveira Leme (1721-1802)
 Temas (8): Apoteroby (Pirajibú), Léguas, Pirajibú de baixo, Estradas antigas, Escravizados, Santa Ana, Caminho São Paulo-Santos, Dinheiro$

Registro mencionado
1. Carta Para Vicente da Costa Taques Góes Ar.a. Capitão Mor da Vila de Itú
4 de novembro de 1780
Registros mencionados (8)
28/04/1777 - Antonio Francisco de Aguiar é promovido a tenente coronel da cavalaria ligeira auxiliar [9364]
12/11/1777 - Na lista geral dos habitantes da Villa da Itapetininga aparece o Capitão-Mór Salvador de Oliveira Leme com 56 anos de idade [9694]
04/11/1780 - Carta Para Vicente da Costa Taques Góes Ar.a. Capitão Mor da Vila de Itú [1788]
15/11/1780 - Carta para a Câmara da Vila de Apiahy [1789]
01/02/1781 - Carta para Paulino Ayres de Aguirra Tenente Coronel da Cavalaria Ligeira Auxiliar - Em Sorocaba [1790]
22/02/1781 - Carta para Paulino Ayres de Aguirra Tenente Coronel da Cavalaria Ligeira Auxiliar - Em Sorocaba [1791]
20/06/1781 - Carta para Antonio Francisco de Aguiar Capitão de Infantaria Auxiliar da Vila de Sorocaba [1792]
02/07/1781 - Carta para Paulino Ayres de Aguirra Tenente Coronel da Cavalaria Ligeira Auxiliar - Em Sorocaba [1793]




.  23º   
Ficheiro:Mapa do Litoral que Vai desde a Ponta de Guaratiba do Norte Atéa Baia de Peruíbe (Colonial) - 1, Acervo do Museu Paulista da USP
1700. Atualizado em 19/07/2025 00:08:06
Relacionamentos
 Cidades (3): Iguape/SP, Mongaguá/SP, Peruíbe/SP
 Temas (3): Caminho do Mar (Santo Amaro), Caminhos a Iguape, Geografia e Mapas





.  24º   
Jornal Correio Mercantil
27 de janeiro de 1848, quinta-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (13): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Araraquara/SP, Cubatão/SP, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Itu/SP, Mogi das Cruzes/SP, Piracicaba/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (5) António José da Franca e Horta (1753-1823), Dom Pedro I (1798-1834), Jean de Laet (1571-1649), José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844)
 Temas (16): Bituruna, vuturuna, Buraco de Prata, Dinheiro$, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Itapeva (Serra de São Francisco), Léguas, Ouro, Penunduba, Piaçaguera, Piratuba, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Serra de Jaraguá, Serra de Paranapiacaba, Vutucavarú

Registro mencionado
1. Diário de José Bonifácio
10 de março de 1820

São Paulo, 10 de março de 1820

Depois de ter visitado geológica e economicamente, quando me permitia o meu estado de saúde e as chuvas extraordinárias da estação, várias partes da ilhas de São Vicente e Santo Amaro, parti de Santos em canôa até o Cubatão, subi a serra, e cheguei a São Paulo ha 8 dias, onde me estou aprontando para visitar as antigas minas de ouro, que me podem ficar nas vizinhanças dos caminhos para Itú, Sorocaba e Piracicaba, segundo os desejos e recomendações de V. Ex.

Achei o caminho da grande serra em estado deplorável de ruína, como sempre terá com as grandes chuvas do clima e estações, e muito mais pelo plano primordial, com que quiseram concertar o caminho velho, que a ignorância bestial dos antigos abriu quase vertical à direção da serra, por um espinhaço tão agudo e estreito, como a ponte do Paraíso de Mafoma, que pelo íngreme e despenhadeiros profundíssimos e medonhos não consente estrada, que possa andar-se ainda em bestar sem evidente perigo de morte.

V. Ex. sabe que Santos fica 23 minutos de latitude mais ao sul que São Paulo, e 47 minutos de longitude de mais ao leste da mesma cidade: assim quando o caminho para subir a serra devia ser aberto mais ao Norte de Santos para encurtar a diagonal até São Paulo, pelo contrário andam-se para o Sul até o Cubatão boas 3 léguas, que se devem tornar a desandar para ir a São Paulo, além de se prolongar a diagonal. O pior é que escolheram o ponto mais alto da serra para corta-la quase verticalmente até o pico. Antes que se estabelecesse o contrato do Cubatão atual, pelo qual cada arroba paga um vintém e outro mais de novo imposto, e 6 vinténs por pessoa, sem que os contratadores tenham as canoas precisas para a passagem, havia os seguintes Cubatões, por onde se transitava até São Paulo:

1 - mais ao Sul, o Cubatão velho, chamado o Cubatão dos Padres, onde ha uma grande quebrada ou vale descendente, acompanhado de espinhaço comprido e pouco íngreme, que sobe obliquamente até acima da serra em parte, que alí é mais baixa que o atual pico.

2 - Mais ao norte do atual Cubatão, havia o chamado de Piassaguéra, onde a altura da serra é também mais baixa.

3 - Quase defronte a vila de Santos, entrando pelo rio de São José, se vai ter a outro Cubatão, que alguns chamam de Mogi e por onde em outro tempo passavam muitos viandantes, ou para Mogi das Cruzes ou para São Paulo; talvez seja nesta direção que se deva cortar a grande serra, por ser alí muito baixa, e se poder fazer uma boa estrada por terra até a fralda da serra e por ela acima, sem mais necessidade de embarque, do que a passagem do rio de Santos para a chamada ilha dos Padres, que lhe fica quase defronte.

4 - o Cubatão dos Pelaes no rio da Bertioga, mais ao norte, por onde há hoje uma picada que vai ter a Mogi das Cruzes em meio dia de jornada;

5 - Entre o de São José e dos Pelaes, no rio da Bertioga, a 3 léguas de Santos, na fazenda Caruara, que hoje pertence a meu primo o Padre Manoel Angelo Figueira de Aguiar, fez seu pai abrir uma picada através da serra, que lhe fica mui vizinha, por onde fez descer o gado de que precisava para a sua fazenda.

Estes são os Cubatões, que conheço; e talvez hajam outros pontos iguais e melhores, por onde se possa subir a serra com facilidade e se encurte o caminho para São Paulo, uma vez que os bons sertanistas, dirigidos por homens hábeis, os vão descobrir e examinar.

Demorei-me neste assunto, porque tendo informado a V. Ex. na minha carta antecedente do estado da estrada nova para o Cubatão, esta fica inútil, logo que se deva abrir outra passagem mais comoda, por onde possam passar carros através da serra.

Passemos agora a outro assunto: para desempenhar as vistas de V. Ex.ª acerca das minas da Capitania, revolvi o meu tesouro de observações manuscritas, que recolhera em Portugal, e tenho conversado com meu irmão Martim, que examinou muita parte delas, e com outros homens entendidos deses sítios, e tenho colhido como resultado que a capitania no seu litoral e para o sertão dentro, passando a grande cordilheira, é toda mais ou menos aurífera.

São as principais minas conhecidas as de Jaraguá, no ribeiro de Samambaia as antigas minas de Santa Sé, as dos Rochas na cadeia do Japi, as de Penunduba, as de Parnahíbe, as de Monserrate, Jacheri, Buturuna, as da fazenda do padre Godoi as margens do Tieté, as que ficam na Cutia para agrande serra de Vutucavarú, distrito muito rico em outro, segundo as tradições; e que talvez sejam as antigas minas de São Thiago e de Santa Cruz, de que fala o holandês Jean de Laet, as dos campos de Peratuva, que ficam de Sorocaba para o mar distantes três ou quatro léguas, as de Piracicaba, as de Araraquara, nas vertentes e fraldas desta serra, as das fraldas do morro de Araraçoava.
Registros mencionados (3)
10/03/1820 - Diário de José Bonifácio [29886]
09/04/1820 - Partimos do sitio de Japy, e seguindo a estrada de Itú, muito antes de chegar ás minas chamadas do Caetano [24142]
10/05/1820 - Diário de José Bonifácio [1900]




.  25º   
Imprensa Ytuana
20 de dezembro de 1888, quinta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:33:58
Relacionamentos
 Cidades (2): Itu/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (2) Cristovão Diniz, Domingos Fernandes (1577-1652)
 Temas (6): Atuahy, Caminhos até São Vicente, Carijós/Guaranis, Ermidas, capelas e igrejas, Nossa Senhora da Candelária, Nossa Senhora da Conceição do Itapucú

Registro mencionado
1. Subiram da vila de São Vicente, portugueses que foram se estabelecendo pelo interior, e assim chegaram ao aldeamento dos nativos carijós, justamente no lugar onde se acha assentada a cidade de Itú
1620

Da fundação de Itú sabemos, que desde 1620, subiram da vila de São Vicente, portugueses que foram se estabelecendo pelo interior, e assim chegaram ao aldeamento dos nativos carijós, justamente no lugar onde se acha assentada a cidade de Itú.
Registros mencionados (3)
1620 - Subiram da vila de São Vicente, portugueses que foram se estabelecendo pelo interior, e assim chegaram ao aldeamento dos nativos carijós, justamente no lugar onde se acha assentada a cidade de Itú [1060]
1651 - Domingos Fernandes e seu genro Christovão Diniz, residentes no aldeamento, obtiveram provisão de capela curada com a vocação de Senhora da Candelária [1306]
1654 - A requerimento de Gonsalo Couraça de Mesquita, foi a capela elevada em 1654 a categoria de vila de Itú, nome significativo da catadupa distante 5 a 6 quilômetros ao este do aldeamento [1319]




.  26º   
arquivo
16 de novembro de 1750, segunda-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (3): São Paulo/SP, Santos/SP, Cuiabá/MT
 Pessoas (2) Francisco Tosi Columbina (n.1701), José Francisco António Inácio Norberto Agostinho (1714-1777)
 Temas (2): Estradas antigas, Caminhos até Cuiabá





.  27º   
Cadernos da divisão do arquivo histórico e pedagógico municipal Nº 2, 1988. Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva, Secretário Municipal de Educação e Cultura de Mogi das Cruzes
1988. Atualizado em 23/10/2025 17:17:16
Relacionamentos
 Cidades (8): Jacareí/SP, Mogi das Cruzes/SP, Mogi Mirim/SP, Porto Feliz/SP, Santana de Parnaíba/SP, São José dos Campos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (12) Brás Cubas (1507-1592), Clemente Álvares (1569-1641), Damião Simões, Dom Pedro I (1798-1834), Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco Cubas (n.1594), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), João Eannes, João Vieira, Luis de Góes, Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Pero (Pedro) de Góes
 Temas (15): Boigy, Cachoeiras, Caminho do gado, Cruzes, Estrada Real, Goayaó, Metalurgia e siderurgia, Nheengatu, Pouso Alto, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Jaguari, Sabaúma, Santa Ana das Cruzes de Mogi Mirim, Vila de Santo André da Borda

Registros mencionados (14)
1560 - Nascimento de Martim Tenório [25841]
18/05/1566 - Leatherman: Os mistérios em torno do mendigo que intrigou os Estados Unidos. aventurasnahistoria.com.br [22871]
18/05/1566 - "(..) o qual marco é uma pedra grande que está deitada desde seu nascimento, na qual foi feita por João Vieira uma cruz (..); outra pedra talada que assim talou o mesmo João Viera e fez outra cruz em cima; (...) ao pé de uma árvore grande (...) e foi feito pelo dito João Vieia como marco uma cruz; (...) sobre uma grande pedra que ali estava deitada, uma cruz foi feita pelo dito João Vieira e saindo do mato em uma rossa do Mestre Bartholomeu está uma pedra grande com umas pancadas de machado, foi feito uma cruz pela mãos do Sr Capitão Brás Cubas (...)" [20826]
17/03/1590 - A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada [22292]
17/05/1590 - “Antonio Arenso chegou quinta-feira a sua fazendo fugindo do sertão” [23235]
01/06/1590 - Jerômilo Leitão ordenou um reconhecimento prévio do local* [19964]
05/12/1593 - Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas [20496]
15/08/1601 - Em 15 de Agosto de 1601, assentou-se como confrade de Nossa Senhora do Carmo e tomou o batismo [23267]
16/12/1606 - Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares [20607]
01/09/1611 - Elevação do povoado a vila / mudança do Pelourinho / Aldeados poderiam administrar as minas [20107]
03/09/1611 - Ata da confirma a denominação "Santa Ana" [21061]
1640 - “Americae pars Meridionalis”, Johannes Janssonius, colaboração de Hendrik Hondius (1597-1651) [24761]
25/10/1665 - Foi feita a justificação judicial dos limites da Vila de Santa Anna com a Vila de São Paulo pela "yembiaçava" [21693]
20/01/2023 - História de Boituva, São Paulo – SP, suburbanodigital.blogspot.com [28167]




.  28º   
É requerido aos edis da vila de S. Paulo "que mandassem notificar ao contratador dos vinhos para que mandasse consertar o caminho do mar por estar muito danificado"
6 de abril de 1692, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:41:15
Relacionamentos
 Cidades (1): São Paulo/SP
 Temas (2): Vinho, Estradas antigas


•  Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo vol. LXIII
1 de janeiro de 1894, segunda-feira




.  29º   
A lenda do Peabiru, de caminho religioso a trajeto guarani. Por Mário Sérgio Lorenzetto, amp.campograndenews.com.br
4 de abril de 2024, quinta-feira. Atualizado em 24/10/2025 20:40:38
Relacionamentos
 Cidades (6): Malaca/MAL, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Florianópolis/SC, São Vicente/SP, São Paulo/SP
 Pessoas (3) Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Anthony Knivet (1560-1649), Nuno Manoel (1469-1531)
 Temas (9): Caminho do Peabiru, Deus, Nheengatu, Léguas, Guaranis, Galinhas e semelhantes, Incas, Cordilheira dos Andes, Estradas antigas





.  30º   
O Povo Brasileiro. Autor: Darcy Ribeiro
2001. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Pessoas (1) Darcy Ribeiro (1922-1997)
 Temas (9): Geografia e Mapas, Deus, Pau-Brasil, Estradas antigas, Amazônia, Escravizados, Ilha Brasil, Descobrimento do Brazil, Curiosidades

Registros mencionados (2)
1000 - Cartas falam da Ilha Brasil [39]
22/04/1500 - O “Descobrimento” do Brasil [20175]




.  31º   
Mapa de Heinrich Scherer (1702-1703) ilustrando a circunavegação realizada pela frota de Fernão de Magalhães em 1519-1521
1703. Atualizado em 25/02/2025 04:40:12
Relacionamentos
 Cidades (2): Rio de Janeiro/RJ, Cabo de Santo Agostinho/PE
 Pessoas (2) Fernão de Magalhães (1480-1521), Gonçalo Hernandes Eanes (f.1521)
 Temas (11): Geografia e Mapas, Rio da Prata, Estreito de Magalhães, Trópico de Capricórnio, Peru, Estradas antigas, Curiosidades, Caminho do Peabiru, Ilhas Canárias, Porto de Santa Maria, Porto de Santa Luzia

Registro mencionado
1. Fernando de Magalhães chega à baía do Rio de Janeiro
13 de dezembro de 1519

No detalhadíssimo mapa de Heinrich Scherer (1702-1703), antes de 14 de fevereiro de 1520, a expedição liderado por Fernão de Magalhães aportou logo abaixo do Trópico de Capricórnio, de onde partia um "Caminho do Mar".
Registros mencionados (15)
13/12/1501 - André Gonçalves e Américo Vespúcio descobrem a baía a que deram o nome de Santa Luzia e onde, em 1535, Vasco Fernandes Coutinho fundou a vila do Espírito Santo. [12782]
10/08/1519 - Fernão de Magalhães partiu do porto de Sevilha [21154]
14/08/1519 - Magalhães chega as ilhas Canárias, segundo [273]
30/08/1519 - Partem das ilhas Canárias para o Porto de Santa Luzia, no Brasil [274]
13/12/1519 - Fernando de Magalhães chega à baía do Rio de Janeiro [12783]
18/12/1519 - Frota de a Fernão de Magalhães chega no Cabo de Santo Agostinho, segundo Heinrich Scherer (1702-1703) [275]
14/02/1520 - Magalhães [283]
30/03/1520 - A expedição chegou à baía de San Julián, à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina [24941]
21/10/1520 - Magalhães [287]
01/01/1703 - Fernão de Magalhães atrassou o estreito que leva seu nome [14172]
01/01/1703 - Timor [295]
01/01/1703 - Magalhães [291]
01/01/1703 - Magalhães [286]
01/01/1703 - Magalhães [272]
22/11/2022 - Oceano [3804]




.  32º   
Mapa "Carta esferica de la confederacion Argentina y de las Republicas del Uruguay y del Paraguay"
1853. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (1): Curitiba/PR
 Pessoas (1) Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560)
 Temas (13): Caminho do Peabiru, Estrada de Pequeri, Geografia e Mapas, Maracayú, Piqueri, Rio Anhemby / Tietê, Rio das Torres, Rio Iguassú, Rio Ivahy (Guibay, Hubay), Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Rio Tibagi, Rio Ypané

Registros mencionados (1)
08/10/1541 - Partiu para Buenos Aires [10456]




.  33º   
Circuito Quilombola
12 de novembro de 2021, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:37:34
Relacionamentos
 Cidades (4): Cananéia/SP, Jacupiranga/SP, Registro/SP, Curitiba/PR
 Pessoas (1) Pedro Cubas (1538-1628)
 Temas (6): Quilombos, Geografia e Mapas, Ouro, Escravizados, Estradas antigas, Caminho até Cananéa

Registro mencionado
1. Martim Afonso de Souza chega em Cananéia e encontra o Bacharel
1 de agosto de 1531
Registros mencionados (2)
01/08/1531 - Martim Afonso de Souza chega em Cananéia e encontra o Bacharel [6630]
2021 - Bandeirantes exterminam os índios caaguaras após uma impiedosa caçada para escraviza-los [6965]




.  34º   
Quinto do ouro, consulta em Wikipédia
27 de agosto de 2023, domingo. Atualizado em 13/07/2025 05:50:35
Relacionamentos
 Cidades (13): Araçoiaba da Serra/SP, Curitiba/PR, Iguape/SP, Ouro Preto/MG, Paranaguá/PR, Paraty/RJ, Potosí/BOL, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Taubaté/SP, Vila Rica/MG
 Pessoas (6) Sebastião de Castro Caldas, Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Francisco de Sousa (1540-1611), João III, "O Colonizador" (1502-1557), Manuel de Borba Gato (1649-1718)
 Temas (12): Caminho velho, Capitania de Santo Amaro, Casas de Fundição, Estradas antigas, Leis, decretos e emendas, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Pela primeira vez, Prata, Rio das Velhas, Serra de Jaraguá, Tordesilhas


•  Quinto do ouro, consulta em Wikipédia
27 de agosto de 2023, domingo




.  35º   
Palmares: Coração brasileiro T1 E5
2018. Atualizado em 24/10/2025 03:39:28
Relacionamentos
 Cidades (5): Lisboa/POR, São Paulo/SP, Olinda/PE, Santos/SP, Recife/PE
 Pessoas (1) Domingos Jorge Velho (1611-1670)
 Temas (9): Escravizados, Açúcar, Portos, Canibalismo, Tapuias, Nheengatu, Curiosidades, Tupis, Metalurgia e siderurgia

Registros mencionados (1)
03/03/1687 - Contrato assinado no Recife [13540]




.  36º   
Mapa Brasilia Lusitanorum in XIV praefecturas divis. Per N. Sanson
1679. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Temas (9): São Filipe, Geografia e Mapas, Wiettache / Hitauchi, Trópico de Capricórnio, Redução de S Xavier e S Inácio (Itamaracá), Rio Iniambis, Ybitiruzú ou Ybiangui, Ermidas, capelas e igrejas, Guayrá





.  37º   
Casarão de Afonso Sardinha. Joice Rodrigues, em "Até Amanhecer" (857.000) 580.714
14 de janeiro de 2022, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:40:51
Relacionamentos
 Cidades (2): São Paulo/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (3) Índia Tupinambá, Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541)
 Temas (12): Açúcar, Angola, Café, Carijós/Guaranis, Cemitérios, Escravizados, Farinha e mandioca, Guaranis, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Senzalas, Serra de Jaraguá

Registros mencionados (3)
09/07/1555 - Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves [20499]
1570 - Afonso Sardinha chega ao Jaraguá [601]
1580 - Afonso Sardinha (45 anos) adquiriu uma grande fazenda em São Paulo (o nas serras de Iguamimbaba, que agora se chama Mantaguyra, na de Jaraguá, termo de S. Paulo, na de Vuturuna (São Roque), na de “Hybiraçoyaba (Sorocaba)” [7933]




.  38º   
“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística
2005. Atualizado em 24/10/2025 02:17:29
Relacionamentos
 Cidades (7): Buenos Aires/ARG, Cabo Frio/RJ, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Timbó/SC
 Pessoas (21) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Agustín de Zárate, Caiubi, senhor de Geribatiba, Diogo Álvares Correia, o Caramuru (1475-1557), Domingo Martinez de Irala (1506-1556), Fernão Cardim (1540-1625), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Jaime Zuzarte Cortesão (15 anos), João Capistrano Honório de Abreu (46 anos), João de Azpilcueta Navarro, João III, "O Colonizador" (1502-1557), João Ramalho (1486-1580), José de Anchieta (1534-1597), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pedro de Mendoza, Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580), Serafim Soares Leite (9 anos)
 Temas (22): Algodão, Bíblia, Caminho do Peabiru, Carijós/Guaranis, Cristãos, Curiosidades, Estradas antigas, Gentios, Inferno, Jesuítas, Leis, decretos e emendas, Música, Nheengatu, Papas e o Vaticano, Rei Branco, Rio Anhemby / Tietê, São Paulo de Piratininga, Serra do Mar, Tabatinguera, Tamoios, Tupis, Vila de Santo André da Borda

Registros mencionados (6)
1. “E, segundo o nosso parecer e experiência que temos da terra, esperamos fazer muito fruto, porque temos por certo que quanto mais apartados dos Brancos, tanto mais crédito nos têm os índios”
1553

Ao isolamento e guarnecimento pela muralha da Serra do Mar se somava ainda o distanciamento do contato com portugueses, já que Nóbrega via nisso uma forma de otimização do plano catequético, como deixa claro em carta escrita de São Vicente, em 1553, ao provincial Simão Rodrigues (2000:154): “E, segundo o nosso parecer e experiência que temos da terra, esperamos fazer muito fruto, porque temos por certo que quanto mais apartados dos Brancos, tanto mais crédito nos têm os índios”. Teodoro Sampaio (1978b:158 e 1978e:236) empresta apoio a esse planejamento ao afirmar que “assim era preciso, para que sementeira do Evangelho se não perdesse com o degradante proceder e triste exemplo dos maus cristãos”.

Esse isolamento foi instado, portanto, pela impressão desfavorável que a princípio lhe cunhou João Ramalho, de Santo André da Borda do Campo, embora, posteriormente, segundo o mesmo Serafim Leite (2004-I: 100-1), “tudo se desanuviou”. Deve-se isso ao gênio de Nóbrega sempre pensando mais alto em favor dos objetivos missionários. Sua capacidade de dialogar, transigir e até mesmo recuar na hora certa, para avançar no tempo adequado, permitia que problemas aparentemente insolúveis fossem equacionados. Sérgio Buarque de Holanda (1978:96) penetra no móvel dessa atitude de Nóbrega: “Quando concilia os padres com João Ramalho, pecador e excomungado, não é por simples condescendência de momento, não é por um fácil oportunismo, mas porque vê em tal recurso o meio decisivo de converter o gentio, uma das finalidades precípuas de sua Ordem”. Pesaram, ainda, na decisão do maioral dos jesuítas no Brasil, as turbulências da proximidade do colono português e seus descendentes mamelucos na Vila de São Vicente.

Capistrano (1963:73) sintetiza tudo isso: "Levaram-nos a este passo a maior abundância de alimentos no planalto, a presença de tribos próprias à conversão por sua índole mansa, e, além do afastamento dos portugueses, certas idéias vagas de penetração entre os índios do Paraná e Paraguai. O nome de São Paulo, agora ouvido pela primeira vez, devia ecoar poderosamente no futuro." [Páginas 80 e 81]
2. “ele veio de Paraguai por terra a S. Vicente. Entrou na Companhia recebido por Nóbrega, em 1553”
1553

Importante notar que alguns dos melhores línguas jesuítas já o eram antes de ingressarem na Companhia. Assim, Antônio Rodrigues, que não se confunde com o companheiro homônimo de João Ramalho, também referido como língua por Anchieta (1988:48), “embarcou em Sevilha, na armada de D. Pedro de Mendoza, tomou parte na primeira fundação de Buenos Aires (1536), na de Assunção (1537), acompanhou Irala através do Chaco, foi com Ribeira ao centro do Mato Grosso”, segundo dados biográficos contidos em Serafim Leite (1953:246), que acrescenta que “ele veio de Paraguai por terra a S. Vicente. Entrou na Companhia recebido por Nóbrega, em 1553”. Seus escritos revelam certa erudição, como o demonstra, em outra obra, Serafim Leite (1953b:206). Foi o primeiro mestre-escola de São Paulo, tendo estado sob sua direção “a escola de meninos, de ler, escrever e cantar” (p.38), o que já havia sido antecipado por Teodoro Sampaio (1978e:236).
3. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam”
1 de junho de 1553

João Ramalho era agora o alcaide-mor da Vila de Santo André, cuja população de brancos girava em torno de trezentos habitantes, nos cálculos de Cortesão (1955:189), dos quais ele conseguir identificar nominalmente 39, e 800 nos de Schmidel (1903:285), que lá esteve em junho de 1553. O cálculo de Cortesão parece mais razoável, já que Schmidel tornou-se conhecido por seus exageros de toda natureza, inclusive quantitativos.

A função daqueles habitantes era “vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam”.
4. “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada
15 de junho de 1553

Essa análise do conhecido musicólogo tem correspondência factual com o que se contém nos escritos jesuíticos. Uma das diretivas pedagógicas de Nóbrega voltadas aos meninos aprendizes era o ensino do canto e da habilidade em tocar instrumentos, como se vê de carta escrita de São Vicente a 15 de junho de 1553 (2000:171).

Escrevendo também de São Vicente, a 15 de junho de 1553, Nóbrega lamenta não dispor de mais pregadores-línguas: “E muito mais se faria se já houvesse muitos obreiros; mas como só Pero Correia é o pregador não pode fazer mais”. A escassez de intérpretes na Bahia explica o destaque que Schwartz (1979:148) dá a Luís de Aguiar, “morador do Brasil por vinte e sete anos, piloto e capitão da guarda costeira, fluente na língua geral e um secretário legal capaz”, o que, entretanto, não o salvou de ser condenado pela Relação a dez anos de galés no início do século XVII.
5. “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”
24 de dezembro de 1553

As razões topográficas que ensejaram a primeira fundação de São Paulo por Martim Afonso de Sousa, ao dar execução ao plano geopolítico de D. João III, eram as mesmas agora que guiavam os passos de Nóbrega, “com a única diferença de que, no primeiro caso, se tratava de uma expansão territorial e econômica e, no segundo, duma expansão religiosa”, adverte Cortesão (1955:201). É o próprio Nóbrega (2000:190) quem afirma: “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”, ou, nas palavras de Anchieta, em carta escrita de Piratininga em 1554 (1988:48), “entrada a inúmeras nações, sujeitas ao jugo da razão”. Foi “uma intuição verdadeiramente profética”, como bem diz Sérgio Buarque de Holanda (1978:96), não se podendo deixar de admitir que não lhe tenha escapado “a alta significação histórica de um esforço expansionista que outros iriam retomar para dano da Companhia”. [80 e 81]

A chegada de Anchieta a Piratininga, que ocorre em 24 de dezembro de 1553, dará novo impulso ao projeto lingüístico de aprendizado da língua geral, muito embora Nóbrega, quatro anos antes, mostrasse algum desânimo com esse plano em razão do reduzido volume lexical que avaliou ter a língua indígena. São dele as seguintes palavras: “Tem mui poucos vocábulos para lhes poder bem declarar a nossa fé”, diz em carta escrita da Bahia em 1549 (2000:66), repetindo o que já dissera noutra meses antes no mesmo ano: “São eles tão brutos que nem vocábulos têm” (2000:21). Mas será ele próprio quem comandará “um exército de intérpretes”, que dava larga dianteira à Capitania de São Vicente, explicável, segundo Cortesão (1955:206), pela existência do Campo, povoado desde 1532. Além disso, o aprendizado da língua nativa era um dos direcionamentos da Companhia de Jesus para os seus missionários pelo mundo, uma espécie de prius lógico do plano catequético. Como lembra Serafim Leite (2004-I: 29): “os que fossem destinados aos mouros ou turcos deveriam aprender a língua arábica ou caldaica; os que fossem para a Índia, a índica, e assim para as outras”. [p. 119]
6. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
25 de janeiro de 1554

De igual forma procedeu Caiubi, senhor de Geribatiba. Também foi batizado pelos jesuítas, tendo ganhado o nome de “João”. “Auxiliou-os na fundação de São Paulo: Os jesuítas convidaram Caiubi a estabelecer-se nas imediações do sítio escolhido”, diz Serafim Leite (2004-I: 93), no que é consonante com Frei Gaspar da Madre de Deus (1975:123-4). Segundo Antônio Alcântara Machado, em nota a Cartas... de Anchieta (1988:185), Caiubi assentou-se com sua gente "no extremo sul, próximo do sítio que depois se chamou Tabatagoera (hoje Tabatinguera)", onde tinha "sob sua guarda o caminho que do alto do espigão descia para a várzea e tomara para São Vicente por Santo André". Nóbrega, no Diálogo sobre a Conversão do Gentio (2000:246), considera Caiubi um exemplo de fé cristã: “Que direi da fé do grão velho Caiubi, que deixou sua aldeia e suas roças e se veio morrer de fome em Piratininga por amor de nós, cuja vida e costumes e obediência amostra bem a fé do coração”.
Registros mencionados (50)
1219 - São Francisco teria encontrado o sultão egípcio Melek AlKamel [22767]
30/04/1528 - D. Rodrigo de Acuña, em carta dirigida a D. João III, computava em mais de 300 cristãos, e filhos de cristãos, os que se encontravam derramados em terras do Brasil [21811]
01/03/1536 - Fundação de Buenos Aires* [21887]
15/06/1536 - Batalha entre espanholes e os indios Querandíes [21888]
29/05/1537 - Emitida a bula papal “Sublimis Deus” [10976]
1540 - Casamento: Arrisco dizer que foi este é o ano de nascimento de Suzanna Dias, filha de Lopo e Beatriz Dias / Luzia? [20000]
17/12/1548 - Regimento (instruções) dado por dom João III a Tomé de Sousa, primeiro governador-geral nomeado para o Brasil: “Primeira Constituição do Brasil” [12815]
1549 - “grande língua da terra e dos principais moradores de São Vicente, foi aí recebido por Leonardo Nunes, em 1549, juntamente com Pero Correa” [21891]
1549 - “Trabalhei, vendo tão grande blasfêmia, por ajuntar toda a Aldeia com altas vozes aos quais desenganei e contradisse o que ele dizia, por muito espaço de tempo, com um bom língua, que ali tinha, o qual falava o que eu lhe dizia em alta voz com sinais de grandes sentimentos que eu mostrava” [21825]
29/03/1549 - Tome de Sousa, jesuítas e cerca de 400 degredados chegam ao Brasil [7213]
01/04/1549 - “Foram também os ditos Padres aprendendo a língua do gentio para que sua conversão tivesse melhor efeito, porque até ali se ajudavam de alguns homens seus devotos e moços da terra, filhos de Portugueses, que já cá havia, e assim procederam no tempo do dito governador Tomé de Sousa e de Dom Duarte da Costa”* [21894]
15/04/1549 - “Cá há clérigos, mas é a escória que de lá vem” [21884]
09/08/1549 - “procissão com grande música, a que os respondiam os trombetas. Ficaram os índios espantados de tal maneira, que depois pediam ao Pe. Navarro que lhes cantasse assim como na procissão fazia” (2000:41). [21901]
10/08/1549 - “Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha” [21896]
06/01/1550 - “certas orações, que lhes ensinou na língua deles, dando-lhes o tom, e isto em vez de certas canções lascivas e diabólicas, que antes usavam” [21902]
1551 - “E por isso que nos repartimos pelas Capitanias, e, com as línguas que nos acompanham, nos ocupamos nisto, aprendendo pouco a pouco a língua, para que entremos pelo sertão adentro” [21826]
13/09/1551 - “Destes escravos e das pregações corre a fama as Aldeias dos Negros, de maneira que vêm a nós de mui longe a ouvir nossa prática” [21814]
14/09/1551 - Manuel da Nobrega é ainda mais severo em seu juízo sobre os clérigos [21885]
1552 - Carta de Manoel da Nóbrega dirigida ao Provincial Simão Rodrigues [21874]
10/07/1552 - Plano de envio de meninos da terra à Metrópole [21904]
01/08/1552 - “se se poderão confessar por intérprete a gente desta terra que não sabe falar nossa língua?”* [21829]
30/08/1552 - “Se nos abraçarmos com alguns costumes deste gentio, os quais não são contra nossa fé católica, nem são ritos dedicados a ídolos, como é cantar cantigas de Nosso Senhor em sua língua pelo seu tom e tanger seus instrumentos de música”* [21899]
1553 - “E, segundo o nosso parecer e experiência que temos da terra, esperamos fazer muito fruto, porque temos por certo que quanto mais apartados dos Brancos, tanto mais crédito nos têm os índios” [21831]
1553 - “ele veio de Paraguai por terra a S. Vicente. Entrou na Companhia recebido por Nóbrega, em 1553” [21890]
10/03/1553 - Manoel da Nóbrega escreve de São Vicente: “Ainda que com tanta contradição dos brancos não se pode fazer nada mais que desacreditar cada vez o nosso ministério” [21912]
01/06/1553 - Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” [8742]
15/06/1553 - “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada [21900]
31/08/1553 - Carta de Manoel da Nóbrega á Luís Gonçalves da Câmara: “Vou em frente procurar alguns escolhidos que Nosso Senhor terá entre esses gentios” [21876]
24/12/1553 - “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão” [21830]
25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi [8156]
15/03/1555 - Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola [26939]
25/03/1555 - “dispensas de todo o direito positivo mormente para os que se convertem à fé de Cristo” [21856]
16/06/1556 - Bispo Sardinha foi "comido" por índios Caetés [11130]
08/05/1558 - Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres [21910]
31/03/1560 - Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? [10473]
04/04/1561 - Ataque aos índios tamoios [19960]
06/05/1563 - Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig [8853]
15/02/1564 - João Ramalho teria sido novamente eleito vereador de São Paulo, porém, já velho (por volta dos setenta anos), recusou o posto, como consta da ata da Câmara Municipal [8750]
12/05/1564 - Representação a Estácio de Sá (Atas da Câmara de São Paulo (1914-I: 42) [20712]
18/01/1590 - Levante dos Tupinaquim [21886]
1657 - “desinfestar aquela região das populações indígenas revoltadas” [21881]
30/11/1681 - “formalizou o uso da língua geral na tentativa forma de facilitar a catequese e a instrução do gentio para o trabalho” [21836]
13/01/1750 - Fernando VI da Espanha e Dom João V de Portugal assinam Tratado de Madrid [8186]
1752 - “Este corpo [os jesuítas], não só poderosíssimo, mas formidável a este Estado, é o que nunca se pôde pôr em obediência, nem será possível consegui-lo enquanto se conservar o sistema presente” [21835]
03/09/1758 - Tentativa de assassinato do Rei Dom José [21852]
21/07/1759 - Carta régia ordenando a expulsão dos jesuítas do Brasil [11423]
21/07/1773 - Papa Clemente XIV publicou o breve Dominus ac Redemptor noster, com o qual extingui os Jesuítas [21853]
1955 - A Fundação De São Paulo - Jaime Cortesão [20457]
01/01/2005 - Extendido a todo o Brasil as leis de 1755 sobre da liberdade dos índios [10810]
24/01/2021 - História dos bairros paulistanos - SANTO AMARO Por Renato Roschel do Banco de Dados Santo Amaro, consultado em almanaque.folha.uol.com.br [21877]




.  39º   
Os primeiros indícios históricos (documentos) estabelecem 1782 como o início da formação do bairro, Vila Mariana
1782. Atualizado em 25/02/2025 04:41:09
Relacionamentos
 Cidades (2): São Paulo/SP, Santos/SP
 Temas (11): Pela primeira vez, Ipiranga, Rio Ypiranga, Estradas antigas, Caminho SP-Santo Amaro, Estrada Vergueiro, Caminho do Ibirapuera/Carro, Caminho São Paulo-Santos, Rodovia Raposo Tavares, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho Itú-Sorocaba





.  40º   
Estrada
1840. Atualizado em 25/02/2025 04:41:09
Relacionamentos
 Cidades (4): Itu/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP, Santana de Parnaíba/SP
 Temas (4): Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Tropeiros, Rio Cubatão, Estrada Vergueiro





.  41º   
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo vol. LXIII
1967. Atualizado em 24/10/2025 02:37:04
Relacionamentos
 Cidades (10): Coxipó/MS, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Guiné/AFR, Itu/SP, Laguna/SC, Osasco/SP, Porto Feliz/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (18) 2º conde do Prado (1577-1643), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio Pires de Campos, Bartolomeu Pais de Abreu (1674-1738), Brás Cubas (1507-1592), Duarte da Costa (1505-1560), Francisco de Sousa (1540-1611), Hernâni Donato (1922-2012), Luiz Lopes de Carvalho (1623-1711), Luiz Martins, Mathias Cardoso de Almeida (n.1605), Mecla-Açu (Mécia Fernandes) (1557-1625), Pedro de Sousa Pereira (1643-1687), Pedro Taques de Almeida (1640-1724), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Rodrigo César de Meneses, Rodrigo de Castelo Branco, Thomas Griggs
 Temas (19): Araritaguaba, Assassinatos, Caminho de Curitiba, Capitania de São Paulo, Carijós/Guaranis, Escravizados, Gentios, Guayrá, Guerra de Extermínio, Japão/Japoneses, Jesuítas, Medicina e médicos, Ouro, Pela primeira vez, Piqueri, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Sabarabuçu, Serra de Jaraguá

Registros mencionados (5)
1. Constata-se estar "o caminho do mar muito ruin e mal se poder servir por ele e asin que cada hun acuda a parte que lhe toquar"
10 de março de 1657
2. Em vereança, decidiu-se reconstituir o Caminho do Mar "assim do mar como das entradas desta villa"
5 de abril de 1659
3. Em vereança, foi requerido "que se mandasse botar pelo porteiro coartel para que todos os moradores desta vila de S. Paulo e seu termo vão fazer o caminho do mar cada um em suas instâncias como he uzo e costume"
29 de abril de 1671
4. Entre providências tomadas pelo Rei de Portugal para impedir o livre acesso às Minas de Cuiabá, está a ordem de vedação das três veredas, que, de Moji das Cruzes, iam a Santos ficando o trânsito permitido apenas pelo Caminho do Mar por uma picada de Santo Amaro a Itanhaém e por outra de Taubaté à Ilha Grande
13 de maio de 1722
5. É requerido aos edis da vila de S. Paulo "que mandassem notificar ao contratador dos vinhos para que mandasse consertar o caminho do mar por estar muito danificado"
1 de janeiro de 1894
Registros mencionados (18)
01/01/1562 - Primeira ata que se conhece e que ainda existe, da Câmara Municipal de São Paulo [544]
1577 - Nascimento de Luís de Sousa, 2º conde do Prado. Filho de Luis de Sousa, 4º senhor de Beringel [647]
1578 - Evidências de que Afonso Sardinha teria "descoberto" o “Araçoiaba” [20363]
03/02/1581 - John Withall (João Leitão): inglês estabelecido em Santos, que intermediou relações comerciais bemsucedidas da capitania com navios ingleses, dentre eles o navio Minion [20429]
10/03/1657 - Constata-se estar "o caminho do mar muito ruin e mal se poder servir por ele e asin que cada hun acuda a parte que lhe toquar" [1331]
05/04/1659 - Em vereança, decidiu-se reconstituir o Caminho do Mar "assim do mar como das entradas desta villa" [1345]
29/04/1671 - Em vereança, foi requerido "que se mandasse botar pelo porteiro coartel para que todos os moradores desta vila de S. Paulo e seu termo vão fazer o caminho do mar cada um em suas instâncias como he uzo e costume" [1407]
16/03/1681 - A expedição está pronta. Foram alistados 95 índios que partiriam imediatamente com D. Rodrigo. Junto com ele ainda iria o tenente-general Mathias Cardoso de Almeida, levando seus próprios índios, armas e munição "para que de hua ves se acabase com o dezengano destas minas". Também acompanharia o grupo o mineiro João Alvares Coutinho para se" obrar com effeito" [23798]
19/03/1681 - D. Rodrigo de Castel Branco, nomeado provedor-mor e administrador geral das Minas de Paranaguá e Sabarabuçu [28148]
08/01/1687 - Carta régia manda dar índios para a diligência as minas de prata e ferro de Sorocaba. a ser realizada por Luís Lopes de Carvalho e frei Pedro de Sousa [1465]
19/03/1704 - Sesmarias concedidas [27192]
13/05/1722 - Entre providências tomadas pelo Rei de Portugal para impedir o livre acesso às Minas de Cuiabá, está a ordem de vedação das três veredas, que, de Moji das Cruzes, iam a Santos ficando o trânsito permitido apenas pelo Caminho do Mar por uma picada de Santo Amaro a Itanhaém e por outra de Taubaté à Ilha Grande [1605]
01/01/1894 - Rodrigo César de Menezes, Capitão-General, governador da Capitania de S. Paulo e Minas, inspecionando o arraial de Cuiabá, promove-o a Vila [1618]
01/01/1894 - Em provisão lavrada pelo Bispo em seu palácio de São Paulo, presentes os párocos interessados, são fixados os limites entre a freguesia de Araritaguaba (Porto Feliz) e as vilas de Itu e Sorocaba [1678]
01/01/1894 - D. Mécia Fernandes, chamada Mezciaçu, perdoa, por escritura pública, a Antônio R. Fernandes Atá, o assassínio do seu irmão (dela), Marcos Fernandes [964]
01/01/1894 - Reúnem-se os vereadores à Câmara de São Paulo e justificam a falta de sessões, desde agosto do ano transacto [760]
01/01/1894 - É requerido aos edis da vila de S. Paulo "que mandassem notificar ao contratador dos vinhos para que mandasse consertar o caminho do mar por estar muito danificado" [1495]
01/01/1967 - Estando o pessoal da governença "nas cazas de jorge moreira", vereador, "mandarão chamar a Luís Martins procurador do côselho que saio este ano prezête" para que tomasse posse. Veio e tomou posse do cargo. &se Luís Martins, mineiro prático, tomou parte na entrada mineradora de Brás Cubas. (O Estado de S. Paulo) [545]


EXISTE TEXTO!!!2 - 1495 - 24764 brancos


1º de 40 registros
Mapa “America Meridionale”, Vincenzo Maria Coronelli
•  Imagens (2)
•  Fontes (2)
  
  
  

1 fonte - *“História Geral das Bandeiras Paulistas, escrita á vista de avultada documentação inédita dos arquivos brasileiros, hespanhois e portugueses”, Tomo I. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958)
Data: 01/01/1924

2 fonte - *Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação. Vol. 9
Data: 01/01/1952

Como atribuir tanta importância a este nome Gaibug, quando Coronelli faz nascer o São Francisco ou Parapitinga (?) na serra da Gualembaga, atravessar o grande lago de Parapitinga, recebendo como afluentes o Guabiole cujo tributário principal é o Inaya, o Lacarchug, o Parachai e o Gretacaig! Eis uns nomes bárbaros, dificílimos de identificação com qualquer dos topônimos da bacia de São Francisco.

E quanta coisa mais fantasiosa existe neste de Coronelli! No centro do Estado do Paraná coloca um grande lago de onde sabe o rio Latibagiha (provavelmente o nosso Tibagy) afluente do Paranápanema. Não se menciona a existência de São Paulo, o perfil do nosso litoral está erradíssimo e assim por diante. [Páginas 723 e 724 do pdf]

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2º de 40 registros6 de abril de , domingo
É requerido aos edis da vila de S. Paulo "que mandassem notificar ao contratador dos vinhos para que mandasse consertar o caminho do mar por estar muito danificado"
  
  

1 fonte - *Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo vol. LXIII
Data: 01/01/1894

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