Uma nota manuscrita de Francisco Leitão Ferreira dá conta da experiência de um aeróstato, feita neste dia pelo padre Bartolomeu de Gusmão, natural de Santos:
“Fez a experiência em 8 de agosto deste
ano de 1709, no pátio da Casa da Índia, diante de sua majestade e de muita fidalguia, com um globo que subiu suavemente à altura da sala das embaixadas, e do mesmo modo desceu, elevado de certo material que ardia, e a que aplica o fogo o mesmo inventor. Esta experiência se fez dentro da sala das audiências.”
Devia ser, portanto, uma máquina muito pequena. Outros documentos, citados por Freire de Carvalho (Rev. do Inst., t. XII), tornam incontestável que o ensaio foi feito nesta data, muito antes das experiências dos irmãos Montgolfier (1783); no entanto, o segredo de Gusmão não ficou conhecido e, assim, o nosso compatriota só pode ser classificado entre os precursores da invenção. Antes dela, outros espíritos investigadores procuraram resolver o problema da navegação aérea. Basta citar o projeto de 1670 do jesuíta Lana e as experiências de aviação feitas antes e depois, sobretudo, as de Giovanni Battista Dante, no século XV.
Em 1709 apresentou uma petição ao Rei D. João V de Portugal, a pedir favor real pela invenção de uma aeronave, na qual manifestou a maior confiança. O conteúdo desta petição foi preservado, juntamente com uma imagem e descrição de sua aeronave. Desenvolvendo as ideias de Francesco Lana de Terzi.