1° fonte: Relatos Monçoeiros
Pois bem! jamais se soubera que houvesse ocorrido uma única jornada sem perdas de vidas e barcos. João Antônio Cabral Camelo em 1727 alcançou o Tietê à foz do Sorocaba que havia descido desde a vila de Nossa Senhora da Ponte. Nove dias gastou percorrendo este trecho da longa jornada que ia empreender, vencendo os saltos de Jequitaia e Jurumirim, além de muitas corredeiras. As margens do Sorocaba estavam então absolutamente desertas, não havendo vestígio algum de morador ribeirinho.
Não são as informações de Camelo das mais profusas nem interessantes. Conta-nos que a diversão pelo Piracicaba em vez do encaminhamento para Araraitaguaba só era preferida, à volta de Cuiabá e em tempo de cheias.
Pela cidade de São Paulo passa um rio, a quem chama Theaté: este, segundo a sua natural corrente, se vê passar três léguas, pouco mais ou menos, afastado da vila de Itu, distante de São Paulo dois dias e meio de viagem: três léguas abaixo da dita vila está o porto da Aritaguaba (Porto Feliz), que é o primeiro e principal dos três em que comumente embarcam os que vão a estas minas.
Deste, ainda que conhecido, é de seis dias únicos de viagem até ao sítio em que deságua no dito Theaté o Sorocaba, não darei notícia alguma, porque não embarquei nele, e só por informação de alguns mineiros, que nele embarcaram, sei que tem várias cachoeiras, e algumas perigosas, e entre elas um salto Abaremanduaba, por cair nele o venerável Padre José de Anchieta, e ser achado dos nativos debaixo da água rezando no Breviário.