Entretanto, a organização inaciana evoluiu para uma independência consideradainquietante, como o demonstra a determinação de D. João V, através de seu ConselhoUltramarino em 1729, a Alexandre de Sousa Freire para que restringisse o “desenfreadocomércio exercido pelos missionários com enorme prejuízo da Fazenda Real e dosmoradores, que se viam privados de mão-de-obra nativa açambarcada pelos religiosos,principal motivo da miséria da terra”, como informa Dias (1983:323), a partir deinformação extraída dos Anais da Biblioteca e Arquivo Público do Pará. Dois anos antes, aProvisão de 12 de setembro de 1727, do Conselho Ultramarino, ordenava a todosmissionários da Amazônia que ensinasse a língua portuguesa aos índios, mas, a essa altura,“falar ou não o Nheengatu não dependia mais de um decreto”, avalia corretamente JoséBessa Freire (1983). Desses trechos jesuíticos e análises de especialistas, percebe-se que nunca foiintento de Nóbrega negar estar os índios sendo conduzidos a uma aculturação quesignificasse perda da língua indígena com o passar do tempo. Por isso mesmo, estabelecerqualquer paralelo entre a política lingüística do jesuitismo apostólico dos primeiros anoscom aquela sistematicamente adotada pelos inacianos no Grão-Pará e Maranhão, quereiteradamente desconheceram ordenações régias para ensino do português entre osaldeados, é um dos grandes erros históricos dos que não sabem distinguir entre as váriasetapas da Companhia de Jesus no Brasil. Basta a prová-lo lembrar que a Provisão de 12 desetembro de 1727, do Conselho Ultramarino, ordenava a todos missionários da Amazôniaque ensinassem a língua portuguesa aos índios, o que foi objeto de nova determinação naLei de 15 de julho de 1752, que “mandava igualmente ensinar aos indianos a ler e escrevere falar a língua portuguesa, porque eram vassalos do mesmo monarca”, informa Baena(2004:28), cuja obra foi concluída em 1833. Mas, adita o autor, “tudo isso iludiu osdenominados jesuítas, porque não lhes convinha a comunicação dos índios com osportugueses” (2004:28).
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!