Em 2014 o frei José Carlos Camorim Gatti, atual prior do Mosteiro de Sorocaba, encontrou entre os guardados do convento aquele que pode ser o tal documento recebido por D. Tadeu. É um relato histórico do Mosteiro, produzido em 1732, abrangendo o período de 1660 a 1722, pertencente à Biblioteca Real da História Portuguesa, Porto, Portugal, do qual destaco dois trechos. O primeiro diz:
"Esta igreja e mosteiro fundou no alto desta Villa de Sorocaba o capitão-mór Balthazar Fernandes, fundador que foi também da dita Villa, no ano de 1654. Está esta villa situada junto ao rio do Sorocaba, nome que lhe deu o gentio... Este não é muito grande, mas é navegável porque por ele abaixo navegavam os homens antigamente a buscar gentio e hoje o navegam também para ir as minas novamente descobertas do Cuyabá e Cochiponen..."
Já curioso por atribuir a denominação "Sorocaba" aos gentios, e não a Balthazar Fernandes, outro europeu ou aos chamados "índios", que, sabemos serem "diferentes" dos gentios. Importante pela referência ao rio Sorocaba, pois, Luiz Castanho de Almeida, um dos "pais" da atual Historiografia sorocabana, ao justificar ser o "Salvador Correia, a quem se deve a oficialização dos esforços anteriores, tem retrato verdadeiro, mas não se pode reduzir a um esquema único o motivo da fundação de Sorocaba", lista 6 motivos, cujo 5° diz:
(O "povoamento europeu" em Sorocaba) Não veio do rio como caminho andante, navegação fluvial, inexistente antes de 1654. [9049]
Impactante, não apenas por pressupor "o impedimento" da utilização do rio Sorocaba como via fluvial, mas sim, por absolutamente nenhum autor, em todas suas suposições e interpretações, considerar tal utilização deste rio, que, afirmo sem dúvidas, "rasgar-las", de uma só vez, todas as centenas escritas sobre o povoamento de Sorocaba até 1720!
Sabemos que os nativos eram hábeis "canoadores". O que estaria impedindo a utilização do rio Sorocaba? Europeus ou nativos? Por quais motivos? Seria a Lagoa Dourada? As possibilidades são fascinantes.
Peço aqui colaboração para interpretar e entender o segundo trecho. Na páginas 13, encontramos esta informação:
"Nesta igreja não há capela alguma, nem este mosteiro a tem nesta Vila, mais em parte alguma. Nela estão enterrados na capela mor o doador, o capitão Balthazar Fernandes e o vigário que foi desta vila, o padre Paulo Branco; Na porta da igreja, da parte de fora no alpendre, D. Diogo do Rego e Mendonça,genro do doador Balthazar Fernandese os dois religiosos, como já disse." [21228]
O que isso quer dizer?! Encontrei, em Oxford Languages, a definição de "Capela":
1. Pequena igreja, com apenas um altar, geralmente subordinada a uma paróquia; ermida, orada, santuário.
2. Cada um dos locais, em uma igreja, reservados para oração ou pequenos serviços religiosos, onde fica um altar de santo.
[9049] “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981) 21/12/1964 [21228] “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador 01/01/2014
"A Sagrada Família" Data: 01/01/1550 Créditos/Fonte: Agnolo di Cosimo (1503-1572) Holy Family with St. Anne and the Infant St. John
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
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3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
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Conclusão:
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