ou as idéias então correntes na colonia: representavam muita vez uma noção incorretíssima das coisas, firmada em dados imperfeitos ou colhidos sem critério na tradição oral do gentio. Dessa origem, por exemplo, são as cobras monstruosas, denominadas iebya, serpentes das montanhas do Rio Grande que, deitadas no chão, simulam troncos de árvore, com pernas de crocodilo, grande cuda escondida debaixo do corpo, quando deitadas, e dois braços dianteiros tão fortes, que com eles matam tudo quanto alcançam. Da mesma origem são essas montanhas de cristal, as itaberabas dos nativos, de que o narrador fala, descrevendo--nos uma como "... enorme e curiosíssima montanha de cristal... de tal altura que parece atravessar as nuvens e tão ingrime que se torna impossível ir alguém ao seu cume". [Peregrinações de Anthony Knivet no Brasil no Século XVI. Teodoro Sampaio. Página 349]
Mem de Sá, os sertões para além do campo de Piratininga e descobriu ouro, no ano seguinte, nas imediações do morro do Jaraguá, vizinho de São Paulo, fato de que nos dá noticia uma carta de 25 de abril de 1562 de Braz Cubas, que se associara ás explorações do aludido minério. As três oitavas de ouro, colhidas por Luiz Martins, em Jaraguá, e remetidas a Mem de Sá, são, com efeito, as primeiras provas positivas da existência do ouro na capitania.
A mineração, todavia, não parece que se tenha encetado desde esse descobrimento, pois que, anos depois, em 1578, John Whithall, negociante inglês domiciliado em Santos e genro de Jerônimo Leitão, informava para a Inglaterra que ainda se esperavam mineiros peritos que deviam iniciar essa mineração.
Parece que só depois de 1590 é que as explorações se renovaram, quer nas vizinhanças do morro de Araçoyaba, no lugar Caátyba, onde se sabe que se tirou o primeiro ouro, quer nas imediações do morro do Jaraguá, onde, no lugar Maetinga ou Amaetinga, Afonso Sardinha, o velho, iniciou um trabalho de mineração. [Peregrinações de Anthony Knivet no Brasil no Século XVI. Teodoro Sampaio. Página 356]
Desse Perú, vastíssimo e imaginário, tão vizinho dos estabelecimentos portugueses, é que falam os nossos primeiros cronistas, historiadores e cosmógrafos, quando de referência a fatos e sucessos dos nosso sertões.
O rio de São Francisco, por exemplo, segundo a opinião corrente nessa época, nascia de uma famosa lagoa, feite de vertentes de águas das serranias do Perú, donde também procediam o rio das Amazonas e o da Prata. Desse mesmo Perú, assim tão próximo, nos sertões de São Paulo, é que veio a Anthony Knivet a explicação das origens do Jaguary, rio que foi atingido pela expedição de Martim de Sá, depois de transpor o Parahyba e de galgar a serra da Mantiqueira. Para o narrador inglês, esse rio Jawary ou Jaguary "nascia nas montanhas do Potosí no Perú", opinião essa que parece firmar-se no seu espírito, quandio, de[Peregrinações de Anthony Knivet no Brasil no Século XVI. Teodoro Sampaio. Página 364]
“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX” Data: 01/01/1886 Página 352
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!