Moacyr. Suas visitas antes frequentes à casa de Nenê tinham sido barradas. Em meio à crise, ele publicou um livrinho com o título de Roupa Suja, impresso “sem licença do Santo Ofício, no mês de julho do ano da graça de 1923, na mui leal, católica e governamental cidade de São Paulo”.
Nessa obra panfletária, que diz muito de sua coragem, de sua agressividade e de sua verve espantosa, o alvo principal é o presidente Washington Luís.Ele é arrasado como historiador, como governante inclinado ao desperdício do dinheiro público, pela “mania” de construir estradas de rodagem, o que, aliás, lhe valeu o apelido de “presidente estradeiro”. Moacyr tomou como verdade – e tinha boas razões para isso – as façanhas amorosas do chefe do Executivo paulista.No texto, ele se refere repetidas vezes à presença de uma “senhora elegante, bela, quase divina e, mais que tudo, alegre” ao lado do presidente, nas comemorações de 7 de setembro e de 15 de novembro de 1922. Há quem afirme que a tal senhora era Nenê Romano.Naquele ano, em que as relações entre Nenê e Moacyr tinham estremecido, teria ele resolvido, num misto de ciúmes e de ressentimento, fazer alusão a ela, em seu implacável livrinho?Seria para Nenê o recado de que, em vez de se apresentar em público, “a mulher elegante, bela, quase divina e, mais que tudo, alegre deveria ter procurado Washington Luís em mais discreto sítio, para iniciarem, desde logo, o século XVII da França no século XX de São Paulo?”.
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