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RASULPrefeito David Alves Athaide foi alvejado 28/01/1933 12 fontes 1° fonte: “Alvejado por populares na praça central da cidade, o prefeito municipal está em estado grave na Santa Casa”, jornal Cruzeiro do Sul A Praça João Pessoa foi, hontem a noite, theatro de graves acontecimentos que têm sua explicação na animosidade crescente entre o nosso povo e o actual prefeito engenheiro dr. David Alves de Athayde, que é pessoa extranha ao nosso meio. Essa animosidade corporificou-se ainda mais depois que o prefeito suprimiu a iluminação extraordinária da praça da cathedral, sem que explicasse à população os intentos que o animavam ao deixar ás escuras aquelle logradouro publico. E mais que se agravou o dissidio ao impedir a prefeitura que se effectuasse, no dia 25, no coreto da praça, um concerto musical comemoractivo da fundação de S. Paulo.
2° fonte: Jornal Diário de Notícias/RJ. Escobar Filho, enviado especial
3° fonte: Jornal “Diário de Notícias”/RJ Descoberto o autor dois assassínio do prefeito de Sorocaba - O inquérito policial aberto na delegacia de Sorocaba, neste Estado, para apurar as responsabilidade na morte do prefeito daquele município, verificada ha tempos durante uma manifestação popular noturna, deu em resultado ser apontado como autor do homicídio o individuo Octavio Marques Flores.
4° fonte: “Écos dos acontecimento de Sorocaba” - Os resultados do inquérito policial sobre a morte do dr. David Athayde. Jornal “Correio Paulistano/SP” (...) O dr. Carvalho Franco, com uma paciência evangélica, ouviu 63 testemunhas. Aos poucos foi restringindo suas investigações até um grupo de 5 pessoas, que, no momento do tiroteio, cercaram o prefeito. Foi desse grupo que partiram os tiros. E o delegado de Segurança Pessoal colheu veementes indícios contra o negociante Octavio Marques Flores. Concluído o inquérito foi ele enviado á Justiça, ficando completamente esclarecido o conflito de Sorocaba.
5° fonte: Assassinato do prefeito David Athayde: arquivamento do inquérito
6° fonte: Entrevista Em depoimento prestado ao Projeto Memória do jornal Cruzeiro do Sul em setembro de 1980 Floriano Pacheco, que participou da manifestação em que ocorreu o assassinato, disse que o crime foi motivado pelo protesto contra o serviço de iluminação que a Ligth executara na praça.
7° fonte: Rogick Vieira, jornal “Cruzeiro do Sul” Em 1907, o jornal Cruzeiro do Sul torna-se jornal diário, continuando até hoje ligado à maçonaria. O Correio de Sorocaba, bi-semanário com circulação as quintas e domingos que existiu até 1930, quando foi empastelado supostamente por adeptos da Aliança Liberal durante as comemorações pró-Vargas, foi fundado em 1924 pelo promotor Diogo Moreira Sales, maçom que chegou a presidir a Loja Perseverança III, tornando-se o principal meio de expressão das idéias oposicionistas e, nessa condição, um ardoroso defensor do Ginásio.
E com esse ardor pode ter posto lenha na fogueira da vaidade política, a ponto de provocar o recuo do grupo situacionista na questão do Ginásio, conforme hipótese levantada por Vieira (9 mar. 86), que elenca a notícia publicada pelo jornal em 19 de janeiro de 1928, na qual antecipa nomes do corpo docente e a abertura das inscrições, como uma das causas que pode ter desagradado ao grupo vergueirista – as outras seriam o fato de a idéia ter partido da oposição ou ainda tratar-se de uma estratégia política do grupo no poder.
8° fonte: Rogick Vieira O crime nunca foi devidamente esclarecido e, suspeitou Vieira (CRUZEIRO DO SUL, 13 abr.1986), uma de suas causas pode estar associada ao fato de Athayde, o primeiro interventor nomeado para a cidade após a Revolução Constitucionalista de 1932, e em favor da qual Sorocaba se posicionou ruidosamente, ter sido o responsável pela instituição de uma tabela para a cobrança das taxas do Ginásio, regulamentando assim uma falha da lei 209 que não estipulava esses valores, e ter reduzido o número de beneficiados pela gratuidade.
9° fonte: Entrevista Algumas moças, na janela do Gabinete, teriam visto quem atirou no prefeito, “mas nunca se falou em nomes”.
10° fonte: Jornal “Cruzeiro do Sul” Outro oposicionista, o também sorocabano Floriano Pacheco, era filho de uma tradicional família dedicada ao comércio de madeiras. Ele se formou em engenharia pela Escola Politécnica, mas em 1909, quando tinha 15 anos de idade, foi obrigado a deixar a cidade para fazer o curso secundário. “Quem queria prosseguir os estudos tinha que se mudar daqui”, recordou Pacheco em entrevista ao jornal Cruzeiro do Sul (13 abr. 1991, pág 3), relatando que, por força da resistência da corrente ligada à Luis Pereira de Campos Vergueiro, a cidade não tinha escolas secundárias. “Com seus 159 eleitores, concentrados em Salto de Pirapora – (n.a: então distrito, hoje município) – Vergueiro mantinha o controle político da cidade, conservando-se na eterna condição de deputado, embora sempre perdesse as eleições na sede”.
(...) Na citada entrevista de Floriano Pacheco, ele afirma que o inquérito sobre o crime foi conduzido pelo delegado Otávio Ferreira Alves, enviado à cidade para apurar o caso, e que ele, “como bom paulista”, não levou a fundo as investigações.
11° fonte: “Poder local e educação na Primeira República: O primeiro ginásio público de Sorocaba”. Julio Cesar Gonçalves, Programa de Pós-Graduação da UNISO Publicada em 16 de janeiro de 1929, com 11 artigos, a lei que oficializou o Ginásio é praticamente uma reprodução da lei de Gustavo Schereppel decretada em 1927, com algumas modificações, dentre elas a forma de escolha do diretor, que deixa de ser feita por eleição do corpo docente e passa a ser atribuição do prefeito, a realização de concurso para a contratação de novos professores e a supressão do artigo especificando os vencimentos do corpo docente e do pessoal administrativo. [Página 66]
Mas as principais mudanças ficam por conta da inclusão de dois pontos não contemplados pela lei anterior. Um é a implantação da Escola Normal Livre, objeto de três artigos - o 6°, estabelecendo sua criação; o 7°, que a Câmara assumirá todos os gastos decorrentes da Lei estadual 2.269 de 1927 que reformou a instrução pública, e o 8°, que seu corpo docente será o mesmo do Ginásio, sendo facultado ao prefeito nomear os professores de ginástica, trabalhos manuais e música.
Outro diz respeito às taxas cobradas, a serem estabelecidas pela Prefeitura e pela Câmara, “que devem ser as mais módicas possíveis, não podendo a municipalidade fazer desses estabelecimentos fontes de renda com fito de lucro”, conforme o artigo 9°, que vem acompanhado de um parágrafo único, destinando dez vagas gratuitas em cada série para “meninos pobres de ambos os sexos” quando órfãos, filhos ou tutelados de pessoas que não possuem renda superior a 300 mil réis.
Para se ter uma noção das classes sociais que poderiam ser beneficiadas, na lei aprovada dois anos antes tal valor era o equivalente a dois meses do salário de um porteiro do Ginásio ou ao recebimento mensal do secretário, que iria acumular a função de bibliotecário, conforme o fixado no parágrafo único do artigo 6° da lei 204.
Essa preocupação assistencialista, de “levar a escola aos mais pobres”, permeou todo o debate durante o período em que o entusiasmo pela educação se sobrepôs ao otimismo pedagógico. Também foi assim em Sorocaba mesmo no final da Primeira República, com a particularidade de que esse dispositivo da lei pode posteriormente ter sido a causa do assassinato do interventor David Alves Athaíde, morto a tiros durante uma manifestação pública na praça central da cidade.
O crime nunca foi devidamente esclarecido e, suspeitou Vieira (CRUZEIRO DO SUL, 13 abr.1986), uma de suas causas pode estar associada ao fato de Athayde, o primeiro interventor nomeado para a cidade após a Revolução Constitucionalista de 1932, e em favor da qual Sorocaba se posicionou ruidosamente, ter sido o responsável pela instituição de uma tabela para a cobrança das taxas do Ginásio, regulamentando assim uma falha da lei 209 que não estipulava esses valores, e ter reduzido o número de beneficiados pela gratuidade.
A suspeita levantada pelo historiador sorocabano aparece no penúltimo da série de oito artigos publicados semanalmente por ele entre 2 de fevereiro e 20 de abril de 1986 no jornal Cruzeiro do Sul, com uma síntese da história da escola Julio Prestes de Albuquerque que se tornou uma das principais fontes de referência para quem se interessa pelo assunto. [...]
Com outro prefeito, David Alves de Ataíde, aconteceu pior. Primeiro interventor federal nomeado depois da Revolução Constitucionalista de 1932, ele foi assassinado em frente ao Gabinete de Leitura Sorocabano, no centro da cidade, durante uma manifestação pública e uma das hipóteses para o crime, que nunca foi esclarecido, é a de que sua decisão de regulamentar a cobrança das taxas e reduzir o número de gratuidades nas duas escolas teriam sido as causas. [P.86]
12° fonte: Palco de muitos fatos históricos desde 1654. Por Carlos Araújo, jornal Cruzeiro do Sul Muito antes, em janeiro de 1933, o então prefeito Davi Alves Ataíde foi assassinado na rua São Bento, ao lado da praça, no trecho em frente ao Sorocaba Clube. A manifestação foi feita à luz de velas porque a iluminação da rua São Bento tinha sido apagada, por ordem de Ataíde. Ele se irritou e saiu à rua, sozinho, tomando e apagando velas dos participantes do protesto. Um tiro foi disparado de algum lugar em meio à escuridão. Socorrido, não resistiu ao ferimento e morreu. A polícia não conseguiu identificar o autor do disparo.
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