A documentação mandada publicar pelo dr. Washington Luis nos tem revelado não só informes magníficos para a reconstituição da epopeia das bandeiras, como também nos dá ótimos elementos para o pleno conhecimento do estado social dos antigos moradores de São Paulo.
Pela publicação dos documentos dos "Inventários e testamentos", bem como das "Sesmarias", verifica-se que São Paulo no século XVII foi o centro de um enxame de fazendolas de pequena cultura e de pastoreio de diminutos rebanhos. De fato, o perímetro circundante da pequena área territorial que englobava as redondezas paulistanas, onde se estendiam essas fazendas, passava por Parnahyba, Araçariguama, Apotribú, Caucaia, Quitaúna, Virapueiras, Cotia, Itapecerica, Jurubatuba, Itaquaquecetuba, São Miguel, Conceição dos Guarulhos, Tremembé, Orubupiara (Guapira), Juquery e Atibaia.
Além de, com grande facilidade, se poder por estes documentos conhecer o tipo social do homem paulista de antanho, também por eles se consegue determinar o regimento da propriedade, a fisiologia e o caráter dessa gente monumental.
Quanto ao regimento da divisão da propriedade, interessantíssima questão já abordada por Oliveira Viana, nos seus estudos sobre as populações paulistas dos séculos primeiros, esses documentos vêm revelar coisas completamente novas, destruindo velhas ficções dos nossos cronistas antigos. [Os primeiros troncos Paulistas e o Cruzamento Euro-Americano, 1936. Alfredo Ellis Júnior (1896-1974). Páginas 249 e 250]
Entre as maiores criações de gado bovino figurava a de Manuel João Branco, (o velho famoso que foi a Portugal oferecer o cacho de bananas de ouro ao rei), nos pastos de Tujucussú. Essa fazenda de Pinheiros levava a palma com 500 cabeças, número certamento muito respeitável para a época. Isso entretanto não foi senão mera exceção, como também o foi a criação bovina de Lourenço Castanho, o velho, na sua fazenda de Parnahyba, com 200 cabeças; a de Francisco Barreto teve 150 cabeças; a de Francisco de Proença, no Ypiranga, que teve 115; a de Christovam da Cunha, no seu sítio de Saboó (Apotribú), que teve 136; [Páginas 256 e 257]
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!