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Bispo Dom Carlos Duarte Costa foi excomungado pelo papa Pio XII, a quem acusava de omissão diante do genocídio promovido pelo nazismo ao longo da Segunda Guerra Mundial, iniciada seis anos antesSe os arquivos que compõem o acervo secreto do Vaticano fossem colocados em uma única linha reta, eles teriam cerca de noventa quilômetros de extensão. Em meio a todo esse material mantido no mais rigoroso sigilo, abrangendo doze séculos da história da Igreja Católica Apostólica Romana, está a documentação que embasou a excomunhão do bispo brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, dom Carlos Duarte Costa.Ele foi excomungado em agosto de 1945 pelo papa Pio XII, a quem acusava de omissão diante do genocídio promovido pelo nazismo ao longo da Segunda Guerra Mundial, iniciada seis anos antes. Mais que isso, Duarte Costa afirmava publicamente que padres alemães estariam ingressando no Brasil sob o pretexto de dedicação ao trabalho missionário, na chamada Operação Odessa, escamoteando o real motivo da imigração. Segundo o bispo, tais religiosos vinham simplesmente fugindo da Alemanha no final do conflito pelo temor de serem presos com a derrota do ditador nazista Adolf Hitler.Teologia da libertaçãoQuando foi excomungado pelo Vaticano, Duarte Costa exercia a função de bispo da Diocese da cidade paulista de Botucatu. “Documentos mostram que ele foi muito vigiado”, explica o pesquisador Anderson José Guisolphi, que se tornou membro da Igreja Católica Apostólica Brasileira, fundada por Duarte Costa após seu banimento pelas autoridades eclesiásticas de Roma.Fato curioso é que o pesquisador Guisolphi chegou à certeza de que os arquivos do Vaticano escondem a história do religioso brasileiro não por uma afirmação, mas, isso sim, por meio de uma negativa. Quando requisitou ao Vaticano autorização para ter acesso à documentação, a resposta que recebeu disse-lhe tudo: acesso vedado porque o bispo fora um “herético excomungado”.Dono de um espírito independente, o bispo carioca pregava que o celibato não deveria ser obrigatórioDuarte Costa, falecido em 1961, aos 73 anos, sempre manteve posições independentes dentro da Igreja, algumas delas se chocando com dogmas e regras oficiais das encíclicas. Esteve longe, no entanto, de ser adepto do comunismo como quis fazer crer o Vaticano, simplesmente porque ele dava ênfase às questões sociais e à pastoral junto aos desvalidos, podendo-se dizer que foi um precursor da Teologia da Libertação que nasceria no papado de João XXIII, no Concílio Vaticano II, no qual a igreja fixou “a opção preferencial pelos pobres”.O bispo propunha também que o celibato não fosse obrigatório e que o clero aceitasse o divórcio. Para que não ficasse escancarada que a sua punição teve origem nas críticas ao silêncio de Pio XII diante do nazismo, as opiniões progressistas do bispo brasileiro foram rotuladas na época como um endosso de sua pessoa aos princípios comunistas que, na verdade, ele abominava — as acusações se tornaram mais duras depois de ter prefaciado o livro “Poder Soviético”, escrito pelo arcebispo da Igreja da Inglaterra, Hewlett Johnson.A sua sentença de excomunhão foi selada quando fundou no Brasil o Partido Socialista Cristão (nada tem a ver com a legenda homônima da atualidade). Deixe-se claro, então, que Carlos Duarte Costa foi punido por ser um espírito independente e pelas críticas à Igreja conservadora e tradicionalista. Ele quebrou o dogma da infalibilidade papal. Foi bem mais fácil aos seus perseguidores chamá-lo daquilo que ele nunca foi: comunista.





  


Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.

Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

1. Visão Didática (Essencial)
Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.

2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária)
Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.

3. Visão Documental (Completa e Aberta)
Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.

Comparando com outras fontes
A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.

Conclusão:

Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.

Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!