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Atualizado em 01/11/2025 00:27:16 Os brutos que conquistaram o Brasil, super.abril.com.br
• 1°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi De costas para o mar, de olho no sertão De todos os núcleos de colonização portuguesa no Brasil do século XVI, São Paulo era o único que não ficava no litoral e não dependia do comércio com a Europa. A sobrevivência da vila, nos seus primórdios, era garantida pela esperta política de alianças do cacique tupiniquim Tibiriçá, que havia casado sua filha com o português João Ramalho. Seus guerreiros conseguiam cativos de outras tribos para as lavouras dos primeiros colonos. Ao perceber que não conseguiria chegar pelo sul do Brasil às cobiçadas minas de ouro e prata do Peru, a Coroa portuguesa abandonou os paulistas à própria sorte. Aos bandeirantes restou a exploração do ouro vermelho, os índios. Assim começou o “negócio do sertão”, como era chamado o ofício da caça de gente, base da economia paulista até o século XVIII. A mão-de-obra escrava foi a base do desenvolvimento de prósperas plantações de trigo no século XVI ao XVII, vizinhas à cidade. Áreas rurais, como Cotia e Santana de Parnaíba, abasteciam São Vicente e Rio de Janeiro, os centros produtores de açúcar, a maior mercadoria da colônia. “Até há pouco pensava-se que os bandeirantes capturavam índios para exportar para as plantações de cana no litoral”, disse à SUPER o historiador John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Mas hoje sabemos que a maioria dos cativos ia para as lavouras dos próprios bandeirantes”, ressalta. Enquanto houve índios, o interior de São Paulo foi o celeiro do Brasil colonial. • 2°. Cotia A mão-de-obra escrava foi a base do desenvolvimento de prósperas plantações de trigo no século XVI ao XVII, vizinhas à cidade. Áreas rurais, como Cotia e Santana de Parnaíba, abasteciam São Vicente e Rio de Janeiro, os centros produtores de açúcar, a maior mercadoria da colônia. • 3°. Guaíra tinha importância estratégica. Chamava-se Ciudad Real del Guayra e era capital da província de Guayrá, subordinada a Assunção, capital do Vice-Reinado do Prata espanhol. O Guayrá abrangia 80% do atual território paranaense Por cima do Tratado de Tordesilhas A cidade de Guaíra é hoje um discreto centro produtor de soja com 30.000 habitantes, 680 quilômetros a oeste de Curitiba, no Paraná. Em 1600, no entanto, tinha importância estratégica. Chamava-se Ciudad Real del Guayra e era capital da província de Guayrá, subordinada a Assunção, capital do Vice-Reinado do Prata espanhol. O Guayrá abrangia 80% do atual território paranaense. Localizada dentro das terras atribuídas à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas – que em 1492 dividira os territórios espanhóis e portugueses na América – a província abrigava vilas espanholas e doze missões jesuíticas, que congregavam grande parte dos índios guaranis da região. Era uma verdadeira mina de escravos para os paulistas, já que os guaranis eram um povo agrícola que falava um idioma semelhante à lingua geral de São Paulo. Só que os padres e fazendeiros espanhóis impediam o acesso dos índios aos colonos portugueses. Por isso, os moradores de São Paulo defendiam abertamente uma invasão militar da região. Mas Portugal insistia em manter uma política de boa vizinhança com os espanhóis e respeitar a fronteira. • 4°. A precária vila de São Paulo tinha apenas 1500 habitantes A aldeia urbana - Conheça São Paulo em 1601 Um arraial entre rios Um dos limites urbanos era o Córrego Anhangabaú, hoje centro da cidade. Um muro de taipa 1 protegia a cidade de ataques de tribos inimigas. Do outro lado do rio era tudo mata. A riqueza estava no campo. Perto da vila estendiam-se fazendas de trigo 2, que era exportado para o litoral, e plantações de marmelo. O doce, muitas vezes vendido com o peso adulterado, deu origem ao termo “marmelada”. As ruas não tinham placas. Os endereços eram indicados com referências do tipo “ao lado da cadeia” 3 ou “vizinho ao padre”. Havia cerca de 150 casas. As ruas eram desertas 4. A população passava a maior parte do tempo em fazendas ou no sertão, atrás de índios. Fundado em 1554 pelos jesuítas, o Colégio de São Paulo foi o primeiro edifício da cidade. Galpão, doce galpão A grossura das paredes de taipa 1 dava às casas o aspecto de fortaleza. Por dentro, eram galpões com depósito, oficina e cozinha. Não havia banheiro. As necessidades eram feitas no quintal. A mobília se resumia a tamboretes e baús 2. Não existiam quartos nem camas, mas havia redes 3 em todos os cantos da casa. Como nas aldeias indígenas, cada morador tinha uma fogueira 4 ao lado da sua rede. São Paulo tinha muita floresta em volta e o clima era mais frio. Armas 5 havia em abundância: escopetas, espingardas, bacamartes, arcos, flechas, espadas e alfanjes. E correntes para amarrar escravos. Gente estranha As mulheres paulistas 1 eram conhecidas como “tapadas”, por andarem sempre cobertas por panos escuros, da cabeça aos pés. A maioria falava mal o português. Escravas índias 2, a maior parte guaranis, auxiliavam nas tarefas domésticas e na roça. Era perigoso uma mulher andar sozinha. Bandos de índios armados, a mando de famílias rivais, atracavam-se em pleno centro da vila. Os poucos brancos 3 tinham aspecto ameaçador. Andavam armados de punhais e arco e flecha. • 5°. Expedição Foram os próprios castelhanos que cutucaram a onça primeiro e vieram apresar índios perto de São Paulo. Era a desculpa que os bandeirantes esperavam. Em 1619, um exército de 2000 índios e 900 mestiços invadiu aldeias e missões no Guairá, capturando guaranis. Hordas foram enviadas acorrentadas para São Paulo. Era o começo do fim do Tratado de Tordesilhas. Nos anos seguintes o território das missões sofreu na mão dos bandeirantes. Logo as expedições militares que partiam de São Paulo passaram a atacar também as missões de Tape, conquistando a maior parte das terras que séculos depois formaria o atual Estado do Rio Grande do Sul, além das missões do Itatim, hoje no sul do Mato Grosso do Sul. • 6°. Um representante do rei de Portugal em visita à São Paulo simplesmente não tinha onde dormir. A solução foi confiscar a única cama decente da cidade, que pertencia a um cidadão chamado Gonçalo Pires Em São Paulo, rico era quem tinha talheres – só dez famílias possuíam – e camas. Isso mesmo: camas. Em 1620, um representante do rei de Portugal em visita à cidade simplesmente não tinha onde dormir. A solução foi confiscar a única cama decente da cidade, que pertencia a um cidadão chamado Gonçalo Pires. • 7°. Muitos pensam São Paulo foi fundada por causa do Rio Tietê, mas de fato este rio só entra na história de São Paulo entre 1630 e 1650. Os rios principais eram o Anhangabaú e o Tamanduateí Ao perceber que não conseguiria chegar pelo sul do Brasil às cobiçadas minas de ouro e prata do Peru, a Coroa portuguesa abandonou os paulistas à própria sorte. Aos bandeirantes restou a exploração do ouro vermelho, os índios. Assim começou o “negócio do sertão”, como era chamado o ofício da caça de gente, base da economia paulista até o século XVIII. A mão-de-obra escrava foi a base do desenvolvimento de prósperas plantações de trigo no século XVI ao XVII, vizinhas à cidade. Áreas rurais, como Cotia e Santana de Parnaíba, abasteciam São Vicente e Rio de Janeiro, os centros produtores de açúcar, a maior mercadoria da colônia. “Até há pouco pensava-se que os bandeirantes capturavam índios para exportar para as plantações de cana no litoral”, disse à SUPER o historiador John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Mas hoje sabemos que a maioria dos cativos ia para as lavouras dos próprios bandeirantes”, ressalta. Enquanto houve índios, o interior de São Paulo foi o celeiro do Brasil colonial. • 8°. Bandeirantes são derrotados pelos nativos, liderados pelos Jesuítas, e voltam para São Paulo A Batalha de M’bororé - Derrota freou expansão escravagista. A maior derrota bandeirante aconteceu em 1641 no Rio M’bororé, afluente do Rio Uruguai. Um batalhão de guaranis e guaranis-itatim da Missão de São Francisco Xavier, hoje na província de Misiones, Argentina, enfrentou e venceu uma frota de 130 canoas, com 350 bandeirantes e 1200 índios. Os paulistas foram surpreendidos por 70 canoas armadas com arcabuzes e arcos. A luta durou seis dias. Foi o fim das expedições paulistas às missões espanholas. Um barco com a imagem de S. Francisco Xavier e um canhão vinham à frente das canoas. Os guaranis das missões usavam armas de fogo. Nesta batalha, contaram com 57 arcabuzes. Um padre comandava o ataque. Os paulistas que escaparam da morte no rio foram massacrados pelos guaranis-itatim na margem. • 9°. Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui corrida em busca de ouro Sem os escravos guaranis, as plantações de São Paulo entraram em declínio. Os recursos passaram a ser canalizados para a busca de ouro e pedras preciosas, como esmeraldas, mais ao norte. As bandeiras se esticaram. Em 1648, Antonio Raposo Tavares (1598-1659) viajou 10000 quilômetros a pé e de canoa, de São Paulo ao Paraguai, e de lá até Mato Grosso, Amazonas e Pará. Andou quatro anos. Ao mesmo tempo, as expedições de apresamento de índios tornaram-se menores, multiplicando-se as armações, as entradas familiares que reuniam uns vinte homens. Eram modestas, mas eficientes. • 10°. A persistência expansionista foi recompensada com a descoberta de jazidas em Ouro Preto • 11°. Um grupo de homens descalços, sujos e famintos se aproxima de uma aldeia carajá. Cautelosamente, convencem os índios a permitir que acampem na vizinhança Ilha do Bananal, atual Estado de Tocantins, ano de 1750. Um grupo de homens descalços, sujos e famintos se aproxima de uma aldeia carajá. Cautelosamente, convencem os índios a permitir que acampem na vizinhança. Aos poucos, ganham a amizade dos anfitriões. Um belo dia, entretanto, mostram a que vieram. De surpresa, durante a madrugada, invadem a aldeia. Os índios são acordados pelo barulho de tiros de mosquetão e correntes arrastando. Muitos tombam antes de perceber a traição. Mulheres e crianças gritam e são silenciadas a golpes de machete. Os sobreviventes do massacre, feridos e acorrentados, iniciam, sob chicote, uma marcha de 1 500 quilômetros até a vila de São Paulo – como escravos. • 12°. Carta régia ordenando a expulsão dos jesuítas do Brasil Segundo o historiador Sérgio Buarque de Holanda, 83% da população paulista no século XVII era indígena. O bilingüismo só acabaria de vez em 1759, quanto a língua geral foi proibida pelas autoridades portuguesas, por decreto. • 13°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente? ANDREA! 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