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João Ramalho
688 registros
ANO: 2004
1486-1580

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“A cidade da conversão: a catequese jesuítica e a fundação de São Paulo de Piratininga”, Amilcar Torrão Filho, doutorando na Unicamp
2004. Atualizado em 24/10/2025 02:17:29
Relacionamentos
 Cidades (3): São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (5) João III, "O Colonizador" (1502-1557), José de Anchieta (1534-1597), Luís da Grã (n.1523), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Mem de Sá (1500-1572)
 Temas (1): Gentios

Registros mencionados (2)
1. Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues"
29 de agosto de 1553

Por conta dessa difícil relação com os colonos brancos, e por dificuldades com a catequese dos índios na Bahia, os inacianos decidem embrenhar-se nos matos de São Vicente, mesmo contrariando as determinações da Coroa de não se devassar o sertão deixando as costas desprotegidas. Determinações, aliás, que tinham a função muito mais de disciplinar esse devassamento do que necessariamente proibi-lo.

Manuel da Nóbrega escreve ao rei D. João III, em outubro de 1553, relatando ao monarca que a maioria dos padres e irmãos da Companhia residia já na capitania de São Vicente “por ser ella terra mais aparelhada pera a conversão do gentio que nenhuma das outras, porque nunca tiveram guerra com os christãos, e hé por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro pera entrar nas gerações do sertão, de que temos boas informações”.
2. Carta: Ir. José de Anchieta ao Padre Inácio de Loyola, São Paulo de Piratininga
1 de setembro de 1554

Antes de Vieira, outros jesuítas já haviam chamado a atenção para a dificuldade de evangelização dos índios, não apenas por sua resistência à doutrina, mas pela ação desagregadora dos colonos brancos. Estes interferiam no trabalho dos jesuítas de várias maneiras: pelos maus exemplos e pelos pecados, não raro de muito maior escândalo do que dos índios pagãos, por incentivar as guerras e a antropofagia, pelo adultério e mancebia, blasfêmias e, sobretudo, pelo seu desejo de escravizar a maior parte desses nativos em proveito próprio, de suas fazendas, em detrimento do Império de Cristo na Terra, do qual eram mandatários os portugueses.

Anchieta, em carta a Inácio de Loiola de 1o de setembro de 1554, queixa-se da má influência dos brancos sobre os catecúmenos. Relata que um dos principais da terra, vivendo distante mais de trezentas milhas de Piratininga, chegara com o irmão Pero Correia para receber os preceitos da lei divina e a doutrina da fé cristã. Tendo ido um dia a Santo André, a mítica povoação de João Ramalho, foi convidado por um cristão a beber, mas negou-se, dizendo estar determinado a abandonar os antigos costumes, e que beber lhe estava proibido pelos inacianos. Apesar da recusa, o índio não teve forças para vencer as insistências do cristão, que teria afirmado:

“Não tenhas medo, que eles não virão a saber”. Vencido, deu-se à bebida e, por causa dela, “caiu em gravíssima doença, a que se seguiu a morte. Faleceu, porém, confessado e contrito, depois de recebido o baptismo” [Serafim Leite, Cartas dos Primeiros Jesuítas do Brasil, São Paulo, Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1957, v. II (1553-1558), p. 107.]. Esses cristãos mostravam-se, disse o mesmo Anchieta, ainda piores que os pagãos. Eram os irmãos da Companhia, por causa deles, “humas mortes vivas, ou humas vidas mortas”.

A CIDADE DA CONVERSÃO

Pela historiografia e pelas cartas jesuíticas vemos que eram freqüentes as queixas dos inacianos contra os colonos europeus, os mamelucos e mesmo os religiosos enviados à América. Uma das tópicas mais importantes dessas cartas é justamente “a sã natureza da terra e a corrupção em que se acham os cristãos”, principalmente os clérigos de outras ordens, “em que tudo, sem exceção, parece contrário à religião e à eficácia da pregação” (19).

Mas como entender esse desejo de afastamento e a fixação em Piratininga, tão próximos de João Ramalho, segundo os padres da Companhia, seu inimigo declarado? As facilidades de conversão nos campos de Piratininga não eram tão grandes quanto se pensava ou se dizia e cedo os jesuítas percebem que a catequese não se poderia efetivar apenas pelo amor, mas sobretudo pelo temor. Anchieta afirma a Loiola, em setembro de 1554, que esses índios não estavam sujeitos a nenhum rei ou chefe e só tinham em alguma estima “aqueles que fizeram algum feito digno de homem forte”.

Quando pareciam ganhos, voltavam a seus velhos hábitos “porque não há quem os obrigue pela força a obedecer”, já que cada um “é um rei em sua casa e vive como quer”. Por isso nenhum fruto se pode colher deles “se não se juntar a força do braço secular, que os dome e sujeite ao jugo da obediência” (20).

Anchieta afirma que a abundância de ouro, prata, ferro e outros metais, antes desconhecidos, seria ótimo e facílimo meio pelo qual se chegaria ao caminho “pelo qual esses gentios se haviam de levar à fé”. Isso se daria pois, “vindo para aqui muitos cristãos sujeitarão os gentios ao jugo de Cristo, e assim estes serão obrigados a fazer, por força, aquilo que não é possível levá-los por amor” (21). Nem todos os jesuítas se opunham ao cativeiro dos índios, como era o caso de Nóbrega e de Anchieta. Apesar da defesa de Nóbrega da liberdade da maioria dos índios, “a escravidão indígena devia ser permitida e mesmo desejada em determinados casos, não apenas para efeitos de defesa ou de castigo, mas também porque a oferta de legítimos cativos atrairia novos colonos para o Novo Mundo” (22).
Registros mencionados (5)
29/08/1553 - Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues" [8154]
01/10/1553 - Carta do padre Manoel da Nóbrega a rei de Portugal, D. João III [21729]
01/09/1554 - Carta: Ir. José de Anchieta ao Padre Inácio de Loyola, São Paulo de Piratininga [24737]
27/12/1554 - Carta [25838]
15/03/1555 - Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola [26939]





  João Ramalho
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2004
Atualizado em 05/11/2025 17:10:16
Projetos de Intervenção no Bairro da Luz: patrimônio e cultura urbana em São Paulo. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Márcio Novaes Coelho Jr. Orientador: Prof. Dr. Luís Antônio Jorge
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (2): Ana Camacho (f.0), Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615)
•  Temas (4): Ermidas, capelas e igrejas, Guaré ou Cruz das Almas, Ipiranga, Nossa Senhora da Luz


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