Uma das mais conhecidas expressões nipônicas, a palavra Arigatô - que quer dizer obrigado - dá nome ao recente trabalho do escritor e jornalista sorocabano, Sérgio Coelho de Oliveira. O livro conta a história da colônia japonesa em Sorocaba, usando como pano de fundo os 50 anos do clube União Cultural e Esportiva Nipo-brasileira de Sorocaba (Ucens). De acordo com o autor, o convite para escrever o livro partiu, há um ano e meio, dos membros da Ucens, que queriam registrar esse meio século de história. Depois de muitas pesquisas e entrevistas com descendentes, o autor concluiu a obra, que tem 152 páginas e será lançada hoje, às 19h, na sede da Ucens.
"Sorocaba não é uma cidade de grande expressão em termo de colonização japonesa, aqui na região mesmo, Piedade deve ser mais japonesa do que Sorocaba. Mesmo assim, há uma presença marcante na cidade, uma delas no Centro antigo de Sorocaba. Lá está o relógio ao lado do Mercado Municipal, que foi uma oferta da colônia no aniversário de 300 anos de Sorocaba. No Centro mais moderno tem a praça Kasato Maru, que marca o centenário da imigração japonesa para o Brasil", explica Sérgio sobre o resultado de suas pesquisas.
O livro foi dividido em três partes e, como conta o autor, elucida a trajetória dos japoneses em Sorocaba, desde quando o primeiro deles, Nabek Shiroma, chegou na cidade, em 1918, até os dias atuais, quando há o registro de aproximadamente 30 mil descendentes residentes aqui, de acordo com levantamento de Sérgio. "Eles tiveram presença importante nas atividades agrícolas em Sorocaba, como no ciclo da laranja. Têm presença forte no Mercado Municipal, onde chegaram e foram assumindo o lugar dos espanhóis. Uma das atividades importantes desenvolvidas por eles é a de verdureiro, desde o ambulante ao dono de banca no mercado, até grande varejista de fruta. Os japoneses em Sorocaba também se projetaram como tintureiros e pasteleiros, e a partir da atividade econômica foram se infiltrando, ganhando espaço", fala Sérgio, pontuando que, a partir desse momento, é que surge a Ucens, em 1962, com o intuito de atender às necessidades de adaptação a Sorocaba e preservar a tradição japonesa.
"A Ucens que tem o papel de agregar essa colônia, esse povo todo, atender necessidades de adaptação. Nesse tempo, a cultura japonesa foi invadida pela cultura local, o futebol entrou na Ucens e desbancou o beisebol. Mas em contraponto, hoje, tem centenas de academia de luta marcial na cidade, dezenas de restaurantes japoneses, do mesmo modo que tem japonês fazendo pizza, churrasqueiros. Há todo uma intercâmbio importante. Tem buda ao lado de João de Camargo, há essa coexistência dessas duas culturas", exemplifica.
Além da história e memória da Ucens, história da colonização japonesa em Sorocaba, há ainda um perfil de sócio e diretores do clube, e de 60 famílias que vivem em Sorocaba.
Cultura nipônica
"O que já se disse dos italianos, dos espanhóis e dos sírios-libaneses também se pode aplicar aos japoneses: não se pode contar a história do desenvolvimento econômico, político e social de Sorocaba, no século 20, sem a presença dos imigrantes japoneses. Eles participaram, contribuíram e arregaçaram as mangas de verdade, no campo e na cidade. Também não se pode contar a história da colônia japonesa em Sorocaba e seus sucessos, sem falar da Ucens que durante os últimos 50 anos foi a entidade que agregou as centenas de famílias, que foram chegando a cada ano, cada uma com suas necessidades, cada uma com seus planos e sonhos. Foi a Ucens que exerceu o papel de guardião dos costumes e das tradições da terra-mãe", defende o autor, que classifica a Ucens como o clube de maior atividade hoje na cidade.
Com a pesquisa e o aprofundamento na história e na cultura desses japoneses que vieram para Sorocoba, o autor destaca algumas características, como o respeito aos idosos, "que não é uma política legal, é um respeito que faz parte da cultura deles", justifica. Outro aspecto apontado por Sérgio é a evolução social. "Eles chegam pobres como todos os imigrantes, passaram por dificuldades. A primeira geração é sofrida, a segunda remediada, e a terceira é de empresários, médicos, advogados. No ponto de vista econômico começaram na parte agrícola, depois um pouco a atividade industrial, mas a partir da década de 1960 começam vir industrias japonesas para a cidade, como YKK, Yashica, e terminamos o século 21 com a chegada da Toyota", sublinha.
Serviço
O lançamento do livro "Arigatô", de autoria do jornalista e escritor Sérgio Coelho de Oliveira será hoje, às 19h, na sede da Ucens, que fica na rua Manoel Leite Magalhães, 55 (travessa da avenida Afonso Vergueiro). O evento é gratuito, aberto ao público, e o livro será comercializado por R$ 35.
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!