Mônica Teixeira: Eu fiquei surpresa, porque eu não sabia, na minha enorme ignorância, que, praticamente não tinha, não havia quantidade de escravos negros em São Paulo.
São Paulo teve uma evolução peculiar em relação á outras capitanias, no caso da colonização. Por que? Do meu ponto de vista, talvez os geógrafos me contestem, eu acho que houve um determinismo geográfico que influenciou a evolução econômica, social e cultural de São Paulo, algo que os geógrafos rejeitam.
Mas, no caso de São Paulo, qual era o único fator de produção? A terra, e dentro do sistema capitalista comercial que se implantou, conhecido como mercantilismo, o açúcar era um produto altamente requisitado, altamente lucrativo. Ele só poderia ser cultivado em larga escala.
Mas era preciso exportar esse açúcar. Ora, a baixada onde se situam os portos, a baixada santista, ela é estreita, você pode observar, ela fica apertada entre o mar e a serra do mar. Então, a terra era pouco satisfatório para uma produção em larga escala.
Basta ler aquelas cartas do padre José de Anchieta, era algo inacreditável à vinda para o planalto, levava uma semana, aquele pessoal que subia, acabava não descendo, ou desciam muito pouco. Ela dificílimo implantar aqui uma agricultura em larga escala. O escravo era caro, então a mão-de-obra índia era que predominava em São Paulo.
Mônica Teixeira: Era caro, não exportava, não tinha como pagar.
Não tinha como pagar. Era uma terra paupérrima. São Paulo até o final do século XVIII (1701-1800) foi uma terra muito pobre, econômica, social e culturalmente. Basta dizer que o único livro disponível era Miguel Cervantes.
Mônica Teixeira: Então, quando é que os negros começam à chegar em São Paulo?
Por que eles vem? Eles vem porque, terminado o Ciclo do Ouro... e esse ouro foi embora, acabou, esgotou-se... Quando esse ouro termina, Portugal volta-se novamente para a agricultura, que era o fator nosso de produção, e por isso Caio Prado chamado de "Renascimento da Agricultura".Na verdade não houve um renascimento, ela foi... chegou o estímulo a produção agrícola. Aí Portugal envia para São Paulo um novo governador, com a missão, enfim, de reerguer a capitania, e aí começam as melhorias, no que eles chamavam "Caminho do Mar".
as mercadorias eram transportadas o lombo de índios escravizados. Era muito difícil uma exportação de mercadoria...Começa em Itú, Piracicaba, aí com mão-de-obra negra
Se não me engano, há uma citação nesse livro do José Bonifácio, segunda a qual, diz ele, que antes do açúcar, não havia escravos negros na Capitania de São Paulo. Claro que havia um ou outro...
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!