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Antonio Francisco de Aguiar e Castro1773-1818

2018
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  Antonio Francisco de Aguiar e Castro
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2018
Atualizado em 30/10/2025 14:19:58
Coisas do Caminho. Crédito, confiança e informação na economia do comércio de gato entre Viamão e Sorocaba (1780-1810), 2018. Tiago Luís Gil, UnB
•  Cidades (10): Apiaí/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Curitiba/PR, Iperó/SP, Itapetininga/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, São Roque/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (15): Abade Raynal, Antonio da Silva Caldeira Pimentel, Antonio Manuel Fernandes da Silva, Cláudio de Madureira Calheiros (f.1797), Cristovão Pereira de Abreu (1678-1755), Francisco de Souza e Faria, Francisco Manuel Fiuza, Jacinto José de Abreu, João Pires de Almeida Taques (n.1745), José de Almeida Leme (1718-1780), Manuel Álvares de Castro, Paulino Aires de Aguirre (1735-1798), Salvador de Oliveira Leme (1721-1802), Tomé Joaquim da Costa Corte-Real, Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
•  Temas (14): Bacaetava / Cahativa, Bossoroca, Caputera, Casa Doada, Escravizados, Estradas antigas, Habitantes, Itapeva (Serra de São Francisco), Piragibu, Pirajibú de baixo, Pirajibu do Meio, Registro de Animais, Rio Pirajibú, Tropeiros
    Registros relacionados
1727. Atualizado em 25/02/2025 04:38:59
1°. Francisco de Souza Faria construiu um caminho do Rio Grande (hoje, Iguaçú) a Curitiba
O caminho estava sendo aberto desde 1727, por Francisco de Souza e Faria, sob ordem do governador de São Paulo, Antonio da Silva Caldeira Pimentel. O mesmo governador teria criado, em fevereiro de 1732, o Registro de Curitiba, instituição que controlaria a cobrança dos impostos de circulação de animais naquele novo caminho.
Fevereiro de 1732. Atualizado em 24/10/2025 04:30:47
2°. Sorocaba: Registro da primeira tropa de muar em Sorocaba*
Em 1732, Cristóvão Pereira de Abreu chegava a Curitiba, vindo do Viamão, por onde se metera para abrir o caminho em 1731. Ele chegou com uma volumosa tropa, sendo, além de “fundador”, o primeiro negociante de gados a cruzar aquele percurso. Foi apenas o começo de uma rota que testemunharia, ao longo dos anos seguintes, uma enorme movimentação de animais.O caminho estava sendo aberto desde 1727, por Francisco de Souza e Faria, sob ordem do governador de São Paulo, Antonio da Silva Caldeira Pimentel. O mesmo governador teria criado, em fevereiro de 1732, o Registro de Curitiba, instituição que controlaria a cobrança dos impostos de circulação de animais naquele novo caminho.
1739. Atualizado em 25/02/2025 04:46:37
3°. Guarda
Nesse contexto, também já operavam os Registros de Sorocaba e Viamão. Viamão já possuía uma “Guarda” que recolhia tributos desde antes de 1740. O Registro de Sorocaba foi instituído em 1750, já com uma importância capital. Era naquela cidade que se desenvolvia o maior comércio de animais da rota, com a redistribuição das bestas para diversas localidades.
9 de maio de 1760, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:36
4°. Provisão Régia: Instituição encarregada de recolher a metade dos tributos pertencente à Casa do conselheiro ultramarino Tomé Joaquim da Costa Corte Real
Já que falamos nele, convém logo apresentar: Antonio Manuel Fernandes da Silva é também um personagem importante. Ele não vai nos acompanhar em nossa jornada, ficará em São Paulo, onde atuava como tesoureiro da Casa Doada.

Este era o nome que se dava à administração da metade dos impostos cobrados no Registro de Curitiba. O Registro era um posto de arrecadação fiscal localizado em Curitiba (havia outros em outras localidades), e metade dos impostos cabiam à Casa de Tomé Joaquim da Costa Corte Real, que havia recebido esta “doação” de Sua Majestade.

Por isso, o nome Casa Doada. É estranho, mas é preciso que o leitor se prepare para coisas mais estranhas ainda. Era um mundo muito diferente do nosso. Mas, cuidado, é muito fácil perder-se em desvios que nos parecem conhecidos ouiguais aos caminhos que hoje trilhamos.

(...)Trata-se da correspondência e documentação contábil da chamada Casa Doada, instituição encarregada de recolher a metade dos tributos pertencente à Casa do conselheiro ultramarino Tomé Joaquim da Costa Corte Real, que recebeu esta mercê logo após a morte de Cristóvão Pereira de Abreu, autorizada pela Provisão Régia de 9 de maio de 1760.No início, era feita a cobrança de metade do valor arrecadado pelos contratadores ou pela RealFazenda (nos anos em que não havia rematação). Em algum momento, que não pude apurar exatamente (antes da década de 1770), foram criados escritórios de representação da Casa Doada em Curitiba, Sorocaba e São Paulo.Ao considerar a média anual (próxima de cinquenta tropas), é possível sugerir os anos entre 1768 e 1770 para o estabelecimento dos escritórios da Casa Doada junto aos Registros, com o início da cobrança direta por aquela instituição. Esses estabelecimentos se encarregaram de cobrar a metade que lhes cabia, com seu próprio controle e meios. Parte dos documentos gerados por esses escritórios foi parar na Biblioteca Nacional.
1768. Atualizado em 25/02/2025 04:46:38
5°. Casa doada
Ao considerar a média anual (próxima de cinquenta tropas), é possível sugerir os anos entre 1768 e 1770 para o estabelecimento dos escritórios da Casa Doada junto aos Registros, com o início da cobrança direta por aquela instituição. Esses estabelecimentos se encarregaram de cobrar a metade que lhes cabia, com seu próprio controle e meios. Parte dos documentos gerados por esses escritórios foi parar na Biblioteca Nacional.
30 de janeiro de 1782, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:33:28
6°. “Miscelâneas e orgulhos” de Paulino Aires de Aguirre e seu sogro Salvador de Oliveira Leme
Até a matriz tinha uma elite heterogênea. Em 1780, o capitão-mor era José de Almeida Leme, que falecera em dezembro daquele ano. Sua sucessão foi um pouco lenta. Em 30 de janeiro de 1782, após um ano de indefinição, a Câmara voltou à carga, exigindo a presença do corregedor da Comarca para presidir a nomeação de três homens, dentre os quais sairia o novo comandante. Justificavam, os vereadores, urgência, pois:

[...] esta vila é a mais importante desta capitania; pois por ela passam as tropas que vêm [do Rio Grande] de São Pedro do Sul, os ouros que pagam os quintos a Vossa Majestade, vindos das minas de Apiaí e Paranapanema e as boiadas e potradas dos sertões de Curitiba [...] e por causa deste comércio há muitos ajuntamentos de homens da maior parte desta capitania, e fora dela, e por isso esta, mais que nenhuma outra, precisava de capitão-mor [...]64

Mas não era tudo. Aqueles mesmos vereadores temiam algo pior do que ajuntamentos e possíveis desordens de forasteiros. A preocupação tinha endereço certo:

Se acha esta vila em contínua desordem por miscelâneas e orgulhos do Tenente Coronel Auxiliar da Cavalaria Ligeira Paulino Aires de Aguirre, e seu sogro Salvador de Oliveira Leme, pretendente e interessante ao dito posto, sendo este um sujeito totalmente insuficiente para o exercer tanto pela sua qualidade por ser de baixa esfera e ter exercido nesta vila por si, e seus antepassados, anos bastantes, ofício de taberneiro público, como pela sua capacidade por ser de gênio orgulhoso e intrigante, e ter saído por vezes criminoso de vários crimes [...].

Assinavam o documento o juiz João de Almeida Pedroso, os vereadores José Pires de Arruda, Felix Mendes da Silva, Joaquim José de Almeida e o escrivão da Câmara, Gonçalo Leite de Sampaio. Paulino não se tornou capitão-mor de Sorocaba.

Salvador era capitão-mor de Itapetininga, vila vizinha, desde 1776. É certo que a Câmara de Sorocaba era mais prestigiosa, e certamente os vereadores tinham razão em argumentar pela importância daquela localidade. Na disputa entre grupos, venceu a parcialidade de Cláudio de Madureira Calheiros, que assumiu o posto em 1783.

Não tenho como verificar as ligações entre os membros da Câmara e Calheiros, mas sei que este último, além de ser um dos mais ricos da comunidade, tinha parentesco com boas famílias da vizinha Itu (de onde muitos sorocabanos provinham), especialmente com o capitão-mor, Vicente da Costa Taques Goes e Aranha (BACELLAR, 2001), o que devia vinculá-lo à nobreza local, de algum modo.

Além de possuírem terras em conjunto em Itapetininga (rota da passagem das tropas), em 1788, os dois capitães-mores, em conjunto, fizeram uma proposta para criar uma fábrica de ferro e aço a partir do minério extraído de um morro em Araçoiaba.
1783. Atualizado em 27/10/2025 03:25:51
7°. Cláudio de Madureira Calheiros assumiu o posto de Capitão-mor de Sorocaba até 1798
Salvador era capitão-mor de Itapetininga, vila vizinha, desde 1776. É certo que a Câmara de Sorocaba era mais prestigiosa, e certamente os vereadores tinham razão em argumentar pela importância daquela localidade. Na disputa entre grupos, venceu a parcialidade de Cláudio de Madureira Calheiros, que assumiu o posto em 1783.
1788. Atualizado em 24/10/2025 03:33:39
8°. Casa doada
1788. Atualizado em 27/10/2025 03:25:51
9°. Cláudio de Madureira Calheiros e Vicente da Costa Taques Goes propõem criar uma fábrica de ferro e aço em Ipanema
Salvador era capitão-mor de Itapetininga, vila vizinha, desde 1776. É certo que a Câmara de Sorocaba era mais prestigiosa, e certamente os vereadores tinham razão em argumentar pela importância daquela localidade. Na disputa entre grupos, venceu a parcialidade de Cláudio de Madureira Calheiros, que assumiu o posto em 1783.

Não tenho como verificar as ligações entre os membros da Câmara e Calheiros, mas sei que este último, além de ser um dos mais ricos da comunidade, tinha parentesco com boas famílias da vizinha Itu (de onde muitos sorocabanos provinham), especialmente com o capitão-mor, Vicente da Costa Taques Goes e Aranha (BACELLAR, 2001), o que devia vinculá-lo à nobreza local, de algum modo.

Além de possuírem terras em conjunto em Itapetininga (rota da passagem das tropas), em 1788, os dois capitães-mores, em conjunto, fizeram uma proposta para criar uma fábrica de ferro e aço a partir do minério extraído de um morro em Araçoiaba.

Um documento de 1797 talvez nos ajude a compreender as razões que separavam Calheiros de Oliveira Leme, para além das diferenças de qualidade que poderiam se borrar no fato de o primeiro também negociar fazenda seca (BACELLAR, 2001).

Ambos eram interessados nas arrematações dos registros de passagem de rios e tropas, Paulino, em sua sociedade com José Vaz de Carvalho; Calheiros, juntamente com Francisco Marim Machado.

Ambos os grupos arremataram diversos contratos entre 1780 e 1810.
1790. Atualizado em 24/10/2025 03:33:40
10°. Habitantes
Por meio da lista nominativa de 1790, podemos verificar a distribuição espacial dos habitantes. Nesse censo, verificamos 6.864 habitantes, dos quais 1.208 (17,6%) eram escravos e 5.257 (76,6%) eram livres, além de um contingente de 399 (5,8%) agregados.

Os bairros mais populosos eram os do Iperó, do Pirajibu e a parte central, mais urbana e mais próxima da matriz. Esses fragmentos eram habitados por 60% da população total, bem distribuída entre livres, escravos e agregados.

Na matriz, ficava o maior número de escravos, quatrocentos, que representava um terço do total de cativos. Ali também estavam os maiores senhores: dos trinta maiores plantéis de toda a vila (que detinham a metade do total de cativos), 11 estavam na matriz.

Os demais grandes senhores (os trinta que possuíam mais de nove cativos) estavam distribuídos entre os demais bairros ou zonas: havia seis no Pirajibu, três no “Rio Acima”, três em Bacaetava, dois no Iperó, dois no Campo Largo, um no Itapevu, um no Capotera e um em Bossoroca.

Em Campo Largo, no Iperó, em Pirajibu e na matriz, os grandes senhores correspondiam àqueles homens com maior patente socio-militar, geralmente aqueles que encabeçavam as listas nominativas.

Tal é o caso, na matriz, de Cláudio de Madureira Calheiros, dono do maior plantel e capitão-mor; no Bairro do Parajibu, do capitão Manuel Álvares de Castro; e, no Iperó, do capitão João Pires de Almeida Taques.

Esses dados me remetem à ideia de que as elites de Sorocaba estavam geograficamente distribuídas no espaço da vila, de modo que cada bairro tinha uma liderança própria e sua hierarquia local, mesmo que inferior em comparação aos capitães da matriz. Mesmo a localidade de Itapetininga, próxima de Sorocaba, tinha como capitão-mor Salvador de Oliveira Leme, membro de um importante clã sorocabano, com propriedades na vila. [Aesp. Lista nominativa de Sorocaba, 1790]

Em Sorocaba, não era diferente, ainda que houvesse uma maior disputa entre as elites locais. O tenente-coronel Paulino Aires de Aguirre era um sujeito com muita força, alianças locais e negócios. Investia no contrato dos dízimos, no contrato das passagens das bestas, em tropas e em negócios de fazenda seca e molhada.Em posição política oposta, estava o capitão-mor Cláudio de Madureira Calheiros que, igualmente, era negociante de animais e fazendas, além de ser aliado e parente do capitão-mor de Itu, Vicente da Costa Taques Goes e Aranha, como já vimos em capítulo antecedente.Da mesma forma, em Sorocaba, havia também uma certa divisão espacial da área de atuação de certos capitães, ainda que a maioria fosse apresentada nas listas nominativas como residentes na matriz. Mas encontramos os capitães Jacinto José de Abreu no Capotera, Manuel Álvares de Castro e Francisco Manuel Fiuza no Piraibu, um tanto distantes uns dos outros; Manuel Gomes de Carvalho e João Pires de Almeida Taques estavam no Iperó, mas em subdivisões diferentes deste bairro, que era bastante grande se comparado aos demais.
1 de dezembro de 1796, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:14
11°. Antonio Francisco de Aguiar diz ser louvável cuidar das tropas aqui amontoadas
As primeiras tropas de animais chegavam a Sorocaba em novembro e seguiam no mesmo ritmo até o mês de maio, quase sempre um mês, pouco mais, após sua passagem por Curitiba. Estimo que o número de tropas que chegavam por ano variou entre dez e oitenta, ao longo do período que vai de 1780 a 1810. A distribuição desse número de tropas, ao longo dos meses preferenciais para a chegada das tropas, de dezembro a março, dilui um pouco uma imagem corrente na historiografia da grandiosa feira de animais que se armava na pequena Sorocaba (BACELLAR, 2001; ALMEIDA, 1969; BRAUDEL, 1998). Tal imagem, me parece, talvez faça sentido para o alto século XIX, quando o volume de animais e de tropas parece ter aumentado consideravelmente (PETRONE, 1976; WESTPHALEN, 1995). Em dezembro de 1796, Antonio Francisco de Aguiar nos deixou alguma pista de como se faziam os negócios na “feira” de Sorocaba:

será louvável facilitar com a segurança devida por ameaçar infalível prejuízo do nosso Doado pelas muitas tropas que aqui se amontoam sem pastos e sem compradores e parte delas pelo prejuízo que tiveram no sertão por ameaçados de não chegar para os direitos. [p. 78]
1797. Atualizado em 25/02/2025 04:39:08
12°. O inverno matou a maioria dos animais à caminho de Curitiba/PR
1 de julho de 1797, sábado. Atualizado em 24/10/2025 03:33:41
13°. Antonio Francisco de Aguiar sendo “político”
1 de março de 1809, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:33:44
14°. Antonio Francisco de Aguiar cobra qualidade nos registros
1812. Atualizado em 25/02/2025 04:45:20
15°. Travels in the Interior of Brazil, particularly in the Gold and Diamond Districts of that Country, traduzido como Viagens pelo interior do Brasil, particularmente nos distritos de ouro e diamantes daquele país, publicado em 1812


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