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Ilha Brasil
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Ilha Brasil
01/01/2023
8 fontes

1° fonte: Navigatio Sancti Brandani
A "Navigatio Sancti Brandani" foi uma das narrativas mais populares da Idade Média. Ela menciona uma "Ilha de Hy Brazil", que para alguns vem daí o nome de nossa nação derivaria, portanto, das aventuras de São Brandão.

"Nascido de uma inspiração religiosa ou paradisíaca, esse topônimo, se não o mito que o originou, perseguirá teimosamente os cartógrafos, revelando uma longevidade que ultrapassa a da própria Ilha de São Brandão. Com efeito, representada pela primeira vez em 1330 (ou 1325) na carta catalã de Angelino Dalorto, ainda surge mais de cinco séculos depois, em 1853, numa carta inglesa de Findlay, com o nome de High Brazil Rocks, isto é, Rochedos do Brasil ou de brasil, tal como nos mapas medievais e quinhentistas", cita ainda Sérgio Buarque. [29314]

"Antes do Brasil existir como é que era o mundo? O Brasil nasce sobre o signo da utopia a terra sem males a morada de Deus. (...) existem cartas que falam de uma ilha Brasil, isso significa que o nome Brasil não vem do pau-brasil, não. Isso aqui era a ilha Brasil que alguns navegantes sabiam, mas um dia os portugueses precisaram fazer uma descoberta oficial, mandando até um escrivão do cartório, declarar no cartório, que foi descoberto. Isso foi em 1500, mas pré existia há muito, fisicamente, biotericamente e humanamente. Humanidade indígena, humanidade diferente, de uma gente que agradecia a Deus o mundo ser tão bonito, que existia para viver a vida para gozar a vida a finalidade da vida era viver." [k-1128]

Conta o livro que o santo irlandês, nascido em Tralee, por volta de 484 d.C., após fugir dos invasores da Normandia, pediu à Deus para ver o paraíso e o inferno.

Após encontrar um abade irlandês chamado Barinthus, que lhe falou te feito uma viagem através do Oceano e encontrado a ‘Terra repromissinonis Sanctorum’, São Brandão pegou um navio e, junto com mais catorze monges, resolveu ir atrás dessa ilha perdida, que, em sua mente, deveria ser o verdadeiro paraíso.

Começa, então, uma espécie de peregrinação! Desbravando o mar desconhecido, São Brandão chega numa ilha selvagem, onde um cão o conduz a um castelo decorado com vasos finos, imagens de cavalos e chifres ornados em metal precioso e toda o tipo de riqueza imaginável. A mesa está posta com uma ceia farta, baseada em peixes brancos e muito vinho. São Brandão, no entanto, logo percebe que trata-se de satanás. Põe-se a orar e, de tanto orar, consegue, com o poder da fé, livrar-se da tentação demoníaca.

Desembarga numa ilha que julga ser deserta. A Ilha, no entanto, é Jascônio – um imenso peixe, o maior peixe do oceano. Após ser derrubado nas águas, São Brandão consegue voltar ao navio e salvar os monges.

Em seguida, chega na ilha dos pássaros. Os pássaros, na verdade, são anjos decaídos. Parte para a ilha dos carneiros, onde celebra a Páscoa. É atacado por grifos – um animal fantástico, metade águia, metade leão.

No mar, os monges pedem para que São Brandão reze uma missa para afastar os monstros marinhos. Depois isso, o navio encontra uma ilha vulcânica, onde a tripulação é recebida por um ser peludo com o corpo em chamas. Era a ilha do inferno.

Por fim, dando de cara com um denso nevoeiro, São Brandão é guiado por uma luz forte até uma ilha cheia de árvores frutíferas. É a Ilha de Hy Brazil. Finalmente, ele e os monges encontram o paraíso prometido. A luz que os guiou revelou-se, na verdade, a próprio luz do Cristo!

Guardado por dragões brilhantes como o fogo, o paraíso é um imenso jardim que descansa por trás de portões de mármore cravejados de pedras preciosas – esmeraldas, topázios, amestistas e tudo mais que se pode imaginar.

São Brandão e os monges encontraram o paraíso depois de enfrentar o grande oceano (que é a vida) e terem adquirido sabedoria e conhecimento, enfrentando o mal e a tentação, escolhendo o bem em vez de Satanás. Afinal, santo que é santo não pode estar em dois altares. Por fim, São Brandão e os monges regressaram à terra natal e essa grande aventura foi eternizada nas páginas da história.

Agora, o mais interessante – para São Brandão, o paraíso é Hy Brazil. 11481§ Ilha Brasil

De fato são muitas referências “a uma Ilha Brasil” circum-navegável entre a foz do Amazonas e a boca do Prata para uma selecção de mapas que reproduzem a mesma ideia da ligação entre estes dois grandes rios sul-americanos articulada por um grande lago interior, cuja designação se modifica de mapa para mapa.




2° fonte: Cartas falam da Ilha Brasil
Há mil anos atrás, lá pelo ano 1000, existem cartas que falam de uma ilha Brasil, isso significa que o nome Brasil não vem do pau-brasil, não. Isso aqui era a ilha Brasil que alguns navegantes sabiam, mas um dia os portugueses precisaram fazer uma descoberta oficial, mandando até um escrivão do cartório, declarar no cartório, que foi descoberto. Isso foi em 1500, mas pré existia há muito, fisicamente, biotericamente e humanamente. Humanidade indígena, humanidade diferente, de uma gente que agradecia a Deus o mundo ser tão bonito, que existia para viver a vida para gozar a vida a finalidade da vida era viver. [k-1128] 13753§ ] 16° fonte: 01/01/2003 Brasil: uma história, 2003. Eduardo Bueno Por volta do ano 1000, a região foi invadida por povos tupis-guaranis procedentes da Amazônia, que expulsaram os habitantes anteriores, falantes de línguas do tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região, a mesma era habitada pelos carijós. [BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 19

Como era a Europa no ano 1000?

Era um tempo de medo. Há mil anos, na mesma Europa que agora se prepara para ingressar, próspera e unida como nunca, no terceiro milênio do calendário cristão, os homens viviam o pior dos mundos. O irreversível desmoronamento, século após século, do que ainda restava da civilização greco-romana, depois do fim do Império Romano do Ocidente, no século V, transformara o território europeu em campo de batalha onde gerações sucessivas se guerreavam interminavelmente — visigodos e vikings, bretões e saxões, vândalos e ostrogodos, magiares e eslavos,um sem-fim de povos que não por acaso entraram para a História sob a denominação coletiva de “bárbaros”. Além da violência, a miséria, a ignorância e a superstição recobriam a Europa na marca do ano 1000.

A centralização política abençoada pela Igreja na virada do século IX, com a coroação de Carlos Magno, rei dos francos e dos lombardos, no trono do Sacro Império Romano, em 800, produziu um lampejo de renascimento cultural ao redor de sua corte em Aix-la-Chapelle (ou Aachen, na atual Alemanha). O que pudesse haver de paz e progresso, porém, não sobreviveria muito tempo ao imperador, falecido em 814.

Fragmentada em reinos cada vez mais fracos, apesar da tentativa de restauração imperial, em 962, comandada pelo rei germânico Otto, o Grande, a Europa Ocidental se converte numa colcha de retalhos de governos locais. Papas e imperadores, uns e outros invocando direitos divinos, competiam pelo pelo poder, celebrando alianças movediças com príncipes, duques, condes, bispos que também acumulavam títulos de nobreza e ainda uma vasta gama de barões da terra. Tudo isso só fez apressar a pulverização do continente em feudos.

Os proprietários de terras transformavam seus domínios em unidades autônomas, territórios com fortificações feitas de árvores e espinheiros e com habitações cercadas de paliçadas. Registrou um observador do ano 888: “Cada qual quer se fazer rei a partir das próprias entranhas”. A cidade, como sede da política e da administração, centro do comércio e do conhecimento, à maneira de Roma, Atenas ou Alexandria.

na Antigüidade clássica, virtualmente inexistia na paisagem ocidental desse período. Havia, é bem verdade, burgos descendentes dos centros fundados pelos conquistadores romanos, como também ajuntamentos de um punhado de milhares de almas, nascidos da presença, nas proximidades, de um mosteiro ou de um vale fértil, ou do fato de se situarem no centro de uma região dominada por um príncipe.

Nada, porém, que se comparasse a Constantinopla (hoje Istambul), capital do Império Romano do Oriente, com suas centenas de milhares de habitantes, abastado comércio e porto movimentado.

Há cerca de mil anos, amplas extensões do continente europeu eram constituídas de florestas um mundo sombrio, estranho e ameaçador aos homens que construíam povoados, cultivavam cereais e criavam gado em grandes clareiras nas suas cercanias, numa economia de pura subsistência, da mão para a boca. A construção de castelos, abadias e mosteiros ocupava igualmente muitos braços. Mas o principal motor da atividade econômica era a guerra: a necessidade de produzir armas, acumular provisões para a tropa e pagar os mercenários em metal sonante estimulava o comércio. Perigos reais, como os animais selvagens, e terrores imaginários, como monstros e demônios, espreitavam os aldeões que adentravam a mata em busca de carne de caça e de mel, a única fonte de açúcar dos europeus de então. Vista pelos olhos de hoje, a vida cotidiana tinha tons de pesadelo.

As aldeias, com suas poucas dezenas de casas mambembes, eram de um primitivismo de dar dó—nada que pudesse lembrar nem as edificações do passado pré-cristão no Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma, nem as construções contemporâneas de povos tão diferentes entre si como árabes, chineses e incas. As habitações eram muito pequenas, de madeira, com coberturas de palha que chegavam rente ao chão. Janelas, quando havia, eram simples buracos. Móveis eram escassos. Animais compartilhavam o parco espaço com a família. Algumas casas eram precariamente cercadas por muros de adobe; outras, por grossas sebes de espinhos. Os germanos chamavam tais espinheiros zaun, o que daria em inglês, significativamente, thorn (espinho) e town (cidade).

Se um europeu atual caísse do céu num dia qualquer numa dessas aldeias talvez presenciasse uma cena que o deixaria escandalizado, com razão, mas cujo sentido lhe escaparia. Um homem, semidespido, corre em círculos; dois outros, tochas nas mãos, tentam queimar-lhe o traseiro, enquanto o populacho morre de rir. A grosseira palhaçada é séria: o homem está sendo castigado pelo roubo de um cachorro. O ladrão até que poderia ter se livrado do vexame se tivesse 5 soldos ou moedas de cobre para indenizar o dono do cão, mais 2 soldos de multa para o Conselho que fazia as vezes de governo do lugarejo — tão rústicos haviam se tornado a administração da justiça e o sistema de governo. A punição, em todo caso, dá idéia do valor dos cachorros em tais sociedades como auxiliares de caça freqüentemente dizimados nas incursões à floresta. Outros animais, como cervos, cavalos e falcões, eram também valorizados, com castigos à altura para os ladrões. Entre os burgúndios, povo germânico que vivia no que viria ser a Áustria, a um falcão recapturado era servido 1,5 quilo de carne crua—sobre o peito do ladrão.

O treinamento do homem medieval como caçador e guerreiro começava depois da barbatoria, o rito de iniciação que consistia na raspagem da primeira barba do jovem, por volta dos 14 anos. A partir de então, o rapaz deveria exercitar-se em corrida, natação, montaria (com o cavalo em movimento e sem estribo, que só apareceria em meados do século XI) e no manejo do arco, do machado e da espada. O homem passava da infância à condição adulta em pouco tempo porque pouco também era o tempo de vida. Morria-se geralmente por volta dos 30 anos, a mulher ainda mais cedo, quase sempre de parto. Os historiadores calculam que de cada 100 crianças nascidas vivas 45 morriam na infância. Diante disso, era preciso que houvesse muitas mulheres e muitas crianças para assegurar a sobrevivência das comunidades.

Por isso, conquistada uma aldeia, as mulheres e crianças pequenas eram levadas pelos vencedores como despojos de guerra. O resto da população, ou mais especificamente “todos aqueles capazes de mijar contra a muralha”, segundo uma expressão da época, eram passados pelo fio da espada. Pelo mesmo motivo, entre os francos, quem batesse numa mulher grávida era condenado a pagar 700 soldos de multa; se matasse uma jovem solteira, portanto em idade fértil, pagaria 600 soldos. Mas, se matasse uma mulher idosa, só desembolsaria duzentas moedas. Morria-se com facilidade nas florestas, nos vilarejos e nos nos caminhos entre eles. Naturalmente, procurava-se viajar apenas de dia, calibrando o percurso de modo a se estar ao alcance de um mosteiro ao cair da noite. A hospitalidade, ao menos a dos religiosos, era algo sagrado na época. Os mosteiros costumavam ter dependências especiais para abrigar os viajantes, aos quais era praxe fornecer pão e vinho — uma frugalidade para os padrões alimentares vigentes. De fato, quem podia, como os monges, fartava-se de comer. A gula, aparentemente, não figurava entre os pecados capitais e a sabedoria convencional dizia que, quanto mais farta, gorda e pesada fosse um refeição, mais saudável seria a pessoa e mais filhos poria no mundo.

Uma dieta diária à base de muito pão, sopa, lentilhas, queijo, e ainda vinho ou cerveja à farta, totalizava algo como 6 000 calorias, mais que o dobro do que se considera hoje necessário, em média, a um trabalhador braçal. Nos banquetes, que podiam durar até três dias, a comilança incluía também ovos, aves e carnes de caça.

A vida de todos os dias, para a mente medieval, estava tão impregnada de eventos extraordinários que não havia como separar realidade e fantasia. O europeu de mil anos atrás acreditava piamente em milagres e apocalipses. Como a Terra imaginada imóvel no centro do Universo, a Igreja era o único ponto fixo de referência para os homens da época—uma instituição segura num mundo onde o poder político não cessa de mudar de mãos ao sabor dos golpes de espada entre os senhores da terra e os príncipes leigos e clericais em seus eternos conflitos. No século X, uma das uma das preocupações da Igreja tinha a ver com a persistência dos resquícios de paganismo nos cultos praticados pelas populações que de há muito professavam a fé cristã. A luta contra a herança pagã se dava, por exemplo, em relação à morte. A atitude das pessoas diante da morte era ambígua. Naquela sociedade tão brutal, em que a morte violenta fazia parte do cotidiano, os mortos eram especialmente temidos. Os cemitérios ficavam afastados das povoações e os túmulos cobertos de arbustos espinhosos para impedir que os cadáveres viessem atormentar os vivos. Além disso acreditava-se que os mortos precisavam ser apaziguados de tempos em tempos, o que se fazia mediante grandes banquetes funerários, nos quais as famílias dos falecidos os obsequiavam com comidas, cantos e danças — um costume que, pelo visto, não parece ter conhecido fronteiras ao longo da história humana. Condenando severamente esses rituais, os padres trataram de ocupar-se eles próprios da questão. Em conseqüência, cemitérios passaram a existir dentro das aldeias, ao redor das igrejas. Sepultados em campo-santo, os mortos ficariam em paz, não havendo mais razão para a angústia dos vivos nem para práticas reprováveis. E, realmente, o culto pagão dos mortos foi rareando até desaparecer de vez.

A Igreja concentrava toda a cultura erudita. O alto clero falava latim, língua em que também eram redigidos os raros documentos da época— textos que serviam para estabelecer direitos, como cartas de transferência de propriedades e notificações de decisões reais—, pois o uso da escrita, já muito restrito, desapareceu quase por completo depois de 860. Nos mosteiros, os monges copistas reproduziam minuciosamente os livros sagrados e as obras dos filósofos gregos, como Aristóteles, cujo pensamento era considerado compatível com a doutrina oficial do cristianismo. Um monge gastava um ano de trabalho para fazer uma cópia da Bíblia. Duro favor. “Embaralha a vista, causa corcunda, encurva o peito e o ventre, dá dor nos rins”, deixou registrado um copista. “É uma rude provação para todo o corpo.”

Dos mosteiros se propagava também, pela voz dos abades nos sermões que acompanhavam as missas, uma terrível profecia que submeteria os fiéis a outro tipo de provação: o fim do mundo exatamente no ano 1000, com a ocorrência, em sucessão, de incomparáveis acontecimentos, como a aparição do Anticristo, a volta de Jesus à Terra e o Juízo Final—o julgamento de todos os homens por Deus. A crença no fim do mundo no ano 1000 derivava de uma interpretação literal de um dos mais obscuros textos bíblicos, o Apocalipse de São João. De fato, ali se lê que “depois de se consumirem mil anos, Satanás será solto da prisão, saindo para seduzir as nações dos quatro cantos da Terra e reuní-las para a luta (…). Mas desceu um fogo do céu e as devorou (…) e os mortos foram julgados segundo as suas obras (…). Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existe”. Esse “milenarismo crasso”, como dizem os comentaristas do Novo Testamento, apropriou-se dos corações e mentes dos europeus.

Quanto mais se espalhava a profecia e mais próximo se estava da data fatal, mais apareciam indícios infalíveis do fim dos tempos —um eclipse, um incêndio inexplicável, o nascimento de um bebê monstruoso, uma praga agrícola, a passagem de um cometa no céu, o relato da aparição de uma baleia do tamanho de uma ilha na costa francesa, a grande epidemia de 997. Uma crônica de um certo Sigeberto de Gembloux descreve um “terrível tremor de terra” e a imagem de uma serpente vista através de uma fratura no céu. Muita gente doou todas as suas posses, muitos também se inflingiram cruéis castigos, a título de penitência. Os historiadores interpretam o “terror milenar” que se apossou dos europeus como uma expressão do caos político que se seguiu à desagregação do Sacro Império, desenhada com tintas fornecidas pelas Escrituras. Em 954, um Pequeno tratado do Anti- Cristo, de autoria de Adson, abade de Montier-en-Der, França, previa o fim do mundo depois de “todos os reinos estarem separados do Império Romano, ao qual haviam estado anteriormente submetidos”.

O mundo, como se sabe, não acabou na passagem do milênio, nem no ano seguinte, nem no outro. Aos poucos, os homens começaram a suspeitar que o Apocalipse, afinal, não viria. Assim, em 1033, justamente no milésimo aniversário da Paixão de Cristo, um texto permitia-se festejar a “alegria dominante no Universo” — apesar da fome que devastava a Europa, do mau agouro representado por um eclipse solar e do desassossego causado pela revolta contra o papa Benedito IX, que ascendera ao trono com a extraordinária idade de 13 anos.

À espera do apocalipse: o continente na virada do milênio

Por volta do ano 1000, o Império Russo cobria a maior parte dos territórios europeus do leste, tendo o seu centro no principado de Kiev, na Ucrânia. População, língua e costumes eram eslavos. A dinastia tinha origem viking. A unidade do império era precária: Novgorod e Kiev eram governadas por diferentes membros da dinastia. Mesmo assim, amedrontava os povos balcânicos e servia de pára-choque entre os impérios e tribos do Oriente e os da Europa.

Entre a Rússia e a Alemanha, estavam, de um lado, os povos do Báltico, relativamente independentes das influências germânicas e cristãs; de outro, os reinos da Polônia, Hungria e Boêmia. Seus habitantes eram eslavos ou aparentados a eles no idioma e nos costumes, embora já começassem a se ocidentalizar.

Na Europa Ocidental, as populações da Alemanha, Itália, França e das llhas Britânicas eram cristãs, ou, como no caso dos vikings da Escandinávia, prestes a se converter ao cristianismo. O Império Bizantino se estendia, a oeste, até o sul da Itália. Mas o Reino da Sicília, assim como a Península Ibérica (menos o norte), fazia parte da Europa muçulmana.



3° fonte: Carta de Angelino Dalorto
Nascido de uma inspiração religiosa ou paradisíaca, esse topônimo, se não o mito que o originou, perseguirá teimosamente os cartógrafos, revelando uma longevidade que ultrapassa a da própria Ilha de São Brandão. Com efeito, representada pela primeira vez em 1330 (ou 1325) na carta catalã de Angelino Dalorto, ainda surge mais de cinco séculos depois, em 1853, numa carta inglesa de Findlay, com o nome de High Brazil Rocks, isto é, Rochedos do Brasil ou de Obrasil, tal como nos mapas medievais e quinhentistas", cita ainda Sérgio Buarque.



4° fonte: O mareante português Sancho Brandão encontra “Brandam ou Brasil”
A 4 de maio, Pedro Álvares Cabral não “descobriu” o Brasil, naquele 22 de abril; só cumpriu missão ordenada por Dom Manuel I de fazer “apenas” a confirmação das terras portuguesas descobertas, em 1342, pelo capitão Sancho Brandão.

A Carta de 12 de fevereiro de 1343, do rei de Portugal Afonso IV ao Papa Clemente VI e guardada no Museu do Vaticano atesta e comprova a descoberta da Ilha do Brasil (com esse nome) no século XII. Assim, conforme “Documentos do Arquivo Reservado do Vaticano” (livro 138, folhas 148/149), junto com um mapa da região descoberta, no qual se vê a inscrição “Insula do Brasil”, escreve-se:

Diremos reverentemente à Vossa Santidade que os nossos naturais foram os primeiros que acharam as mencionadas ilhas do ocidente… dirigimos para ali os olhos do nosso entendimento e, desejando pôr em execução o nosso intento, mandamos as nossas gentes e algumas naos para explorarem a qualidade da terra, as quais, abordando as ditas ilhas, se apoderaram, por força de homens, animais e outras coisas e as trouxeram com grande prazer aos nossos reinos.

Afonso IV enviou com a carta um mapa da região descoberta com a inscrição “Insula do Brasil ou de Brandam”. E os portugueses monopolizaram o comércio do pau-brasil, proveniente daquela ilha. Porém, a confirmação de Cabral foi importante, já que o valenciano Rodrigo de Boja, o Papa Alexandre VI, impusera o Tratado de Tordesilhas (1994), aos reinos da Península Ibérica.

A descoberta do Brasil refere-se, na ótica europeia, ao achamento do território conhecido como Brasil, momento visto como sendo o do avistamento da terra que denominaram de Ilha de Vera Cruz, a 22 de abril de 1500, nas imediações do Monte Pascoal, pela armada comandada por Cabral. Esta descoberta inscreve-se nos “Descobrimentos Portugueses”.



5° fonte: Carta de Pizzigno



6° fonte: As ilhas Flores e Corvo foram doadas à uma senhora de Lisboa, D. Maria de Vilhena
As ilhas Flores e Corvo foram doadas em 1464 à uma senhora de Lisboa, D. Maria de Vilhena. O flamengo Guilherme van den Haagen, em nome da donatária, recebeu o documento de doação. Nesta também há uma referência à "ilha do pau-brasil". No século XV se encontrava a atual América do Sul referenciada como ilha e com o nome Brasil ou Brandão.



7° fonte: Mapa de André Benincasa
A mítica Ilha de São aparece às vezes na no mapa de André Benincasa de 1467, que inclui certa ilha do Brasil ou Braçile, também referida em 1367 na carta marítima de Pizzigano, que inclui a Ysola de Braçir entre as chamadas ilhas Benaventuras.

Pedro Álvares Cabral foi um fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português, creditado como o descobridor do Brasil. Realizou significativa exploração da costa nordeste da América do Sul, reivindicando-a para Portugal. Wikipédia Nascimento: 1467, Belmonte, Portugal



8° fonte: Carta do dom Manuel doando a Fernando de Noronha a "ilha de San Johan"







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