No século XVII os guaranis, espanhóis e bandeirantes
Até por ser cortada pelo chamado Caminho do Peabiru, os primeiros registros históricos desta região do Vale do Ivaí, já remontam ao século XVI. Tais registros mostram que a região era ocupada por índios guaranis antropófagos, como escreveu o padre jesuíta Ruiz Montoya , que chegou às terras do cacique Yataobá em 1611 e empreendeu a instalação de Reduções como as de San Pablo e Los Angeles.
Destaca-se nesta região a instalação também de Villa Rica Del Espiritu Santu, na foz do rio Corumbataí, atual município de Fênix. Os espanhóis instalaram esta vila em 1592, escolhendo esta região pelo imenso número de índios, que poderiam ser convertidos nas reduções e explorados nas encomiendas. Vila Rica durou pouco tempo.
Em 1628 os bandeirantes paulistas, sob a liderança de Manoel Preto e Raposo Tavares e dois mil índios tupis, desceram a serra do Apucarana e destruíram as reduções jesuíticas, Villa Rica, colocaram os espanhóis batendo em retirada Ivaí abaixo e, índios aprisionados em fila indiana rumo à São Paulo.
No século XIX, a utopia às margens do Ivaí
Em meados do século XIX, Jean Maurice Faivre, francês de invejável biografia, médio do Imperador Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina, cria um vilarejo para funcionar dentro de preceitos de sociabilidade ideais. Nos moldes daquilo que proliferava na Europa e que passara a ser chamado de sociedades utópicas. A sociedade de Tereza Cristina, hoje distrito do município de Cândido de Abreu é um dos marcos da ocupação da região central do Paraná, mais precisamente do Vale do Ivaí.
No século XX, a colonização
A região do município de Ivaiporã iniciou seu ciclo colonizador por volta da década de 40, quando as terras, consideradas as mais férteis do País, passaram a atrair a atenção de desbravadores que vieram de todas as regiões brasileiras. Passamos pelos ciclos dos safristas de porcos, da madeira e desenvolvemos uma agropecuária das mais prósperas do país. No mapa político, Ivaiporã emancipou-se do município de Manoel Ribas, que emancipou-se de Pitanga, que emancipou-se de Guarapuava. Do sul vieram colonos, muitos deles de Santa Catarina, descendentes de italianos, alemães, ucranianos, poloneses. Por outro lado, do norte vieram paulistas, mineiros, baianos na abertura da fronteira do café. Ivaiporã é um ponto de encontro de culturas de sulistas e nortistas, onde se encontra o vanerão e o forró.
Com um plano de colonização moderno, adotado pela Colonizadora Ubá, com uma estrutura agrária estruturada em minifúndios, Ivaiporã foi um dos últimos eldorados do Paraná. Na década de 1970, chegou a ser referência como maior produtora nacional feijão, algodão, etc. Chegou mesmo a ser chamada de capital mundial do milho. Com a inserção de grandes cooperativas a região hoje tem níveis invejáveis de produção e produtividade agrícola. A pecuária, especialmente a bovinocultura de leite tem papel importante na economia rural da região. Ivaiporã hoje é pólo regional. Primeiramente pela dinamicidade de seu comércio e do setor de serviços. Muitos órgãos da administração estadual e federal têm escritórios em Ivaiporã. Tudo isso faz com que a cidade receba milhares de pessoas cotidianamente.
Etimologia
Tupi: Nome composto da justaposição de ybá, ‘fruta’ + y, ‘rio’ + porã, ‘habitante’; donde: ‘o habitante do rio das frutas’, o que o liga semanticamente à cultura Guarani: “Ivai” + “porã”. Ivaí – Vem do guarani e significa rio da flor ou da fruta bonita. Segundo Teodoro Sampaio, o termo derivou de “ü”ba”… frutas, flor e de “ü” (y)… rio: rio das frutas, ou “yiba”… flecha e “ü” (y)… água, rio: rio das flechas. Macedo Soares interpreta como “rio das ubás, rio das canoas, das flechas, das árvores, das frutas e das uvas”. (AN, FF). O termo porã significa bonito, belo, formoso.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!