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RASUL erro 01/01/484 - 9 \\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registrosx\29321data.txt erro 01/01/484 - 9Navigatio Sancti Brandani 01/01/484 3 fontes 1° fonte: O Povo Brasileiro
2° fonte: “Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: 1”. Carlos Pimentel Mendes, em novomilenio.inf.br São muitas as interpretações que, ao longo dos séculos, a Humanidade fez do texto bíblico do Gênesis, sobre a localização do Paraíso de que Adão e Eva foram expulsos. Todas coincidem em que seria um lugar muito difícil de atingir, mas não impossível, especialmente com a ajuda divina.
Seria um lugar de agradabilíssimo e permanente clima temperado, situado no Oriente, talvez em lugar bem alto para que não fosse alcançado pelas águas do Dilúvio Universal, cercado por grande extensão de terra ou de água que dificultassem ao homem atingi-lo. Se situado em terra, dele sairiam quatro grandes rios (Fison, Gion, Heidequel e Eufrates), em direção aos pontos cardeais.
Além de pássaros cantando durante o ano inteiro, árvores sempre carregadas de frutos, existiriam grandes quantidades de minérios e pedras preciosas. Os quatro rios teriam origem comum em uma grande lagoa, que seria dourada por ali se depositar o ouro carregado dos terrenos vizinhos.
Esse mito inicialmente situava o Paraíso Terrestre em algum ponto entre o centro da África e o Subcontinente Indiano, sendo o Nilo possivelmente um dos quatro famosos rios (o Gion), enquanto o Ganges (o bíblico Fison) seria a saída fluvial oriental do Paraíso - relacionando-se ainda com essa lenda os rios Tigre (que seria o bíblico rio Heidequel) e o Eufrates, que banham a Mesopotâmia.
O mito viaja para Oeste - Misturado com as epopéias gregas, com a história das colunas de Hércules (que seriam as laterais do Estreito de Gibraltar, por onde o Mediterrâneo se liga ao Atlântico) e da montanha de Atlas que sustentaria o céu, podendo ser vista de tais colunas, o Paraíso, já em forma insular, foi depois transportado para as Ilhas Canárias, não por acaso chamadas Ilhas Afortunadas, e que já seriam conhecidas desde o tempo dos primeiros navegadores fenícios que se aventuraram no Atlântico.
Essa lenda começou a ganhar forma mais definida na Irlanda, por volta do século X e perduraria por mais 600 anos, com inúmeras versões, conhecidas principalmente como Navigatio Sancti Brandani, em que São Brandão noticia a existência de uma ilha povoada de aves falantes (e lembre-se que no Paraíso todas as aves falavam, emudecendo em conseqüência do Pecado Original).
A mítica Ilha de São Brandão, por ele atingida após 40 dias e noites de navegação, aparece às vezes na forma de um arquipélago, como no mapa de André Benincasa de 1467, que inclui certa ilha do Brasil ou Braçile, também referida em 1367 na carta marítima de Pizzigano, que inclui a Ysola de Braçir entre as chamadas ilhas Benaventuras.
Tal ilha do Brasil, e toda a mitologia céltica de São Brandão, não teriam relação - segundo Sérgio Buarque de Holanda - com "a presença em certas ilhas atlânticas de plantas tais como a urzela ou o sangue-de-drago, que dão um produto tintorial semelhante, na cor purpurina, a outro que que, pelo menos desde o século IX, era conhecido no comércio árabe e italiano sob os nomes de brasil e verzino".
3° fonte: Carnaval Virtual 2023 – “Hy Brazil e o mistério de São Brandão”, é o enredo da Bandeirante da Folia para o Carnaval Virtual de 2023. vitrinedosamba.com.br Muitos deles, no entanto, são santos do pau oco. “Santo do pau oco” é expressão tipicamente brasileira, denotando falsidade, fraude, mentira. Surgiu no auge do ouro em Minas, quando os mineiros, para fugirem dos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, fabricavam imagens de santos em madeira oca. Nas cavidades, eles recheavam as imagens com ouro em pó para burlar e enganar a fiscalização.
Santo do pau oco também tem o sentido de ilusão. Muitos devem ter achado que São Brandão estava bastante iludido quando iniciou sua peregrinação buscando o paraíso. Conta o livro ‘Navigatio Sancti Brandani’, que o santo irlandês, nascido em Tralee, por volta de 484 d.C., após fugir dos invasores da Normandia, pediu à Deus para ver o paraíso e o inferno.
Após encontrar um abade irlandês chamado Barinthus, que lhe falou te feito uma viagem através do Oceano e encontrado a ‘Terra repromissinonis Sanctorum’, São Brandão pegou um navio e, junto com mais catorze monges, resolveu ir atrás dessa ilha perdida, que, em sua mente, deveria ser o verdadeiro paraíso.
Começa, então, uma espécie de peregrinação! Desbravando o mar desconhecido, São Brandão chega numa ilha selvagem, onde um cão o conduz a um castelo decorado com vasos finos, imagens de cavalos e chifres ornados em metal precioso e toda o tipo de riqueza imaginável. A mesa está posta com uma ceia farta, baseada em peixes brancos e muito vinho. São Brandão, no entanto, logo percebe que trata-se de satanás. Põe-se a orar e, de tanto orar, consegue, com o poder da fé, livrar-se da tentação demoníaca.
Desembarga numa ilha que julga ser deserta. A Ilha, no entanto, é Jascônio – um imenso peixe, o maior peixe do oceano. Após ser derrubado nas águas, São Brandão consegue voltar ao navio e salvar os monges.
Em seguida, chega na ilha dos pássaros. Os pássaros, na verdade, são anjos decaídos. Parte para a ilha dos carneiros, onde celebra a Páscoa. É atacado por grifos – um animal fantástico, metade águia, metade leão.
No mar, os monges pedem para que São Brandão reze uma missa para afastar os monstros marinhos. Depois isso, o navio encontra uma ilha vulcânica, onde a tripulação é recebida por um ser peludo com o corpo em chamas. Era a ilha do inferno.
Por fim, dando de cara com um denso nevoeiro, São Brandão é guiado por uma luz forte até uma ilha cheia de árvores frutíferas. É a Ilha de Hy Brazil. Finalmente, ele e os monges encontram o paraíso prometido. A luz que os guiou revelou-se, na verdade, a próprio luz do Cristo!
Guardado por dragões brilhantes como o fogo, o paraíso é um imenso jardim que descansa por trás de portões de mármore cravejados de pedras preciosas – esmeraldas, topázios, amestistas e tudo mais que se pode imaginar.
São Brandão e os monges encontraram o paraíso depois de enfrentar o grande oceano (que é a vida) e terem adquirido sabedoria e conhecimento, enfrentando o mal e a tentação, escolhendo o bem em vez de Satanás. Afinal, santo que é santo não pode estar em dois altares. Por fim, São Brandão e os monges regressaram à terra natal e essa grande aventura foi eternizada nas páginas da história.
Agora, o mais interessante – para São Brandão, o paraíso é Hy Brazil.
Brasil?
Sim!
Muitos dizem que o nome Brasil não veio do Pau Brasil que abundava em nossas terras. A Navigatio Sancti Brandani foi uma das narrativas mais populares da Idade Média e o nome de nossa nação derivaria, portanto, das aventuras de São Brandão. Falam, inclusive, que a carta de Pero Vaz de Caminha muito se assemelha ao descrito nos livros sobre a navegação do Santo e sua fascinação com o paraíso quando encontrou a ilha que tanto procurava.
Se existe Santo de Pau Oco, será que existe um “Paraíso do Pau Oco”? Será que a nossa terra, com todas as suas delícias e contradições, é esta “ilha” prometida? Ou será ilusão? A esmola é grande demais, a gente sempre tende a desconfiar.
Na verdade, o que resta é fazer com São Brandão – aventurar-se e ter fé… Muita fé!
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