- SUB:Exibindo ano \\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\resumos\t1724.txt AMOR! COLOR! COLOR!
Alvará proibiu terminantemente a escravização do indígena e que revigorou o de 20 de março de 1570, que permitia a cativação dos que fossem tomados em guerra justa 11 de novembro de 1595, sábado. Atualizado em 24/10/2025 04:14:38 • Pessoas (1): Filipe II, “O Prudente” (1527-1598) • Temas (2): Escravizados, Leis, decretos e emendas • “D. Francisco de Souza”. Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957), Jornal Correio Paulistano 10 de outubro de 1904, segunda-feira
Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais” 15 de agosto de 1603, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:02 • Cidades (3): Paranaguá/PR, Sorocaba/SP, Valladolid/ESP • Pessoas (4): Filipe III, o Piedoso (1578-1621), Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting (1575-1611), Martim Correia de Sá (1575-1632), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688) • Temas (9): Capitania do Espirito Santo, Jesuítas, Leis, decretos e emendas, Ouro, Pela primeira vez, Sabarabuçu, Diamantes e esmeraldas, Metalurgia e siderurgia, Dinheiro$ • “Libro de los sucessos del ano de 1624” 1 de janeiro de 1624, segunda-feira • Depoimento de Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688) ao Conselho Ultramarino 3 de maio de 1677, segunda-feira • “Intendências do Ouro”, Memória da Administração Pública Brasileira mapa.an.gov.br 4 de agosto de 2021, quarta-feira Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais”, de 15 de agosto de 1603, seguido por inúmeros outros regimentos, instruções e leis, que tinham o objetivo de controlar a arrecadação dos direitos reais. A nova dinâmica econômica que se impôs pela descoberta do mineral influenciou a própria configuração do território colonial. Em 1608, a região que compreendia as capitanias de São Vicente, Espírito Santo e Rio de Janeiro foi separada do restante da colônia e dotada de um governo autônomo, que durou até 1612. Em 1709, foi estabelecida a capitania de São Paulo e Minas do Ouro, que seria dividida em duas em 1720. A última intervenção foi o deslocamento da sede do governo-geral de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763.
• “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga 1 de janeiro de 2010, sexta-feira Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios. Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto. Apesar de o livro referenciar o ano de 1624, o documento é posterior a 1640, já que dá conta da Restauração(rebelión, conforme seu texto) que parecia ter ocorrido há pouco, e da expulsão dos jesuítas da vila, porque, segundo o manuscrito, não respeitavam os direitos dos moradores. Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”.
• Os Campos Bicudos da “Casa” de Suzana Dias. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia n.º 22 (Consultado nesta data) 4 de setembro de 2022, domingo • “História do Brasil” de João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes (1860-1934) 1 de janeiro de 1901, terça-feira • “Historia Monetária do Brasil Colonial”, Severino Sombra 1 de janeiro de 1938, sábado • “Sorocaba no passado produziu ferro com minério próprio e muito ouro”, Miguel Olavo de Sant´Anna, jornal Diário de Noite 18 de setembro de 1963, quarta-feira • Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo 1 de janeiro de 1998, quinta-feira
Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares 16 de dezembro de 1606, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:08:21 • Cidades (5): Ibiúna/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (4): Brás Cubas (1507-1592), Cláudio Furquim "Francês" (1590-1665), Clemente Álvares (1569-1641), Simão Álvares Martins (Jorge) (1573-1636) • Temas (15): “o Rio Grande”, Apoteroby (Pirajibú), Bairro de Aparecidinha, Bituruna, vuturuna, Boigy, Estradas antigas, Leis, decretos e emendas, O Sol, Ouro, Pela primeira vez, Putribú, Rio Anhemby / Tietê, Rio Pirajibú, Santa Ana das Cruzes, Tordesilhas • “Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco 1 de janeiro de 1954, sexta-feira Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha o moço e Sebastião Marinho. Exerceu em São Paulo o cargo de almotacel em 1596 e 1600. Nesse ano obteve uma sesmaria de légua junto ao Araçoiaba tendo em 1609 igual concessão no porto de Parapitingui. Em 1619 obteve sesmaria de duas léguas na margem do Jataí e no sertão de Ibituruna. No ano de 1610 com Custodio de Aguiar Lobo, Braz Gonçalves o velho e outros organizou uma bandeira e, saído do porto de Pirapitingui, no Tietê, fez uma montaria aos índios Carijós. Com seu sogro construiu no ano de 1606, em Santo Amaro, um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto, engenho esse que, por herança, veio a pertencer a Luiz Fernandes Folgado.
• “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil 1 de janeiro de 1957, terça-feira E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores. Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94).
• Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXVII 1 de janeiro de 1929, terça-feira Coube ao paulista Clemente Alvares, ativo, audaz e perseverante sertanista descobrir em 16 de dezembro de 1606, nos contrafortes do Jaraguá-Guassú e do Jaraguá-mirim, veios de ouro que acreditavam fossem inesgotáveis, tais as pistas que encontrara. Requereu ele á Câmara o registro dessas posses, cujas mantas de ouro vira a sudoeste da primeira serra, "que se trilha quando de São Paulo se demanda o interior, passando pela serra do Jaraguá-mirim, no braço do último ribeiro á direita". Registrou também as minas e betas de Voturuna, alta e bela elevação situada nas proximidades de Parnaíba, a noroeste da cidade. Outras minas constatou ele cuja descrição fez no seu pitoresco linguajar. "As betas e mantas principais", declarou Clemente Alvares, ficavam no sertão "a caída do nosso mato no campo do caminho de Ibituruna (Voturuna) do nosso rio de Angemin (Tietê), até o ribeiro grande seis betas de minas, as duas betas arrevesão o caminho do rumo de Norte e Sul as outras duas ficam no próprio rumo de outra banda dos outros morros quando o "omonies" com o rosto para a banda do Norte ficam elas para as costas do omem e as outras duas para a banda do rio Angemin cortando o rumo de sol do nascente para o poente pouco mais ou menos por uma quebrada grande de uma serra as quais no longo uma da outra". Obteve Clemente Albares alvará de concessão de todas essas minas, explorando-as alguns anos, até que a politicagem regional que o perseguia, conseguisse sua expulsão da vila. [p. 73, 74]
• Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza 13 de janeiro de 1606, sexta-feira Pode vossa mercê fazer aqui um grande reino a Sua Majestade / há grande meneio (ato ou efeito de menear(-se); balanço, oscilação. 2. movimento do corpo ou de uma de suas partes.) e trato para Angola, Perú e outras partes (...)
• “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga 1 de janeiro de 2010, sexta-feira Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo Este regimento, supostamente inspirado em D. Francisco, de que fala Clemente, já causou certa dúvida na historiografia quanto à sua efetiva aplicação em São Paulo. Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) dizia que ele ficara perdido na Espanha por 50 anos, sendo de fato registrado em São Paulo e Rio de Janeiro apenas em 1652.
• “O Tupi na Geographia Nacional”. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937) 1 de janeiro de 1901, terça-feira O mesmo vocábulo aparece, algumas vezes, como a forma "ybu", entrando na composição de outro, como se verifica no nome "Putribú", da povoação antiga, situada entre Itu e Sorocaba, e que, decerto, provém da corruptela de "Potyraybu", que se traduz "fonte das flores". Se a grafia "Apoteroby", usada em velhos documentos já nos chega viciada, como é bem possível, o nome "Putribú" passou primeiro pela corruptela "Apotera-obú", aliás procedente de ainda de "Potyra-ybú".
Provisão de D. Francisco 2 de março de 1608, domingo. Atualizado em 24/10/2025 04:15:15 • Cidades (1): Sorocaba/SP • Temas (4): Ordem de Cristo, Ouro, Dinheiro$, Leis, decretos e emendas • “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil 1 de janeiro de 1957, terça-feira
Regimento perdido de D. Francisco, na Espanha, reaparece 1652. Atualizado em 23/10/2025 17:27:06 • Cidades (3): São Paulo/SP, Sorocaba/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (4): Brás Cubas (1507-1592), Clemente Álvares (1569-1641), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) • Temas (5): Ouro, Leis, decretos e emendas, Bituruna, vuturuna, Leis, decretos e emendas, Ouro
“História do Brasil” de João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes (1860-1934) 1901. Atualizado em 24/10/2025 04:15:45 • Cidades (6): Itabaiana/PB, Madrid/ESP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (4): Bartholomeu Bueno de Cerqueira, Nicolau Barreto, Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos), Wilhelm Jostten Glimmer (1580-1626) • Temas (8): Rei Branco, Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Leis, decretos e emendas, Ouro, Peru, Rio São Francisco, Sabarabuçu • 67. Manuel Juan de Morales foi enviado pelo governador à Capitania de São Vicente onde, juntamente com outros dois mineiros (um deles alemão, Wilhelm Glymmer), diz ter descoberto a serra de “Sirasoyaba 1595 • 68. Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais” 15 de agosto de 1603 • 69. Revista de Engenharia N° 147 1 de janeiro de 1886
“D. Francisco de Souza”. Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957), Jornal Correio Paulistano 10 de outubro de 1904, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:39:23 • Cidades (5): Araçoiaba da Serra/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (9): Anthony Knivet (1560-1649), Diogo Martins Cam, Frei Vicente do Salvador (1564-1639), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), José Maria da Silva Paranhos Jr (54 anos), Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Sebastião de Freitas (1565-1644), Washington Luís Pereira de Sousa (30 anos) • Temas (19): Bacaetava / Cahativa, Bituruna, vuturuna, Dinheiro$, Escravizados, Estreito de Magalhães, Grupiara, Leis, decretos e emendas, Música, Nossa Senhora de Montserrate, Pelourinhos, Peru, Pólvora, Portos, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio São Francisco, Sabarabuçu, São Filipe, São Paulo de Piratininga • 73. Alvará proibiu terminantemente a escravização do indígena e que revigorou o de 20 de março de 1570, que permitia a cativação dos que fossem tomados em guerra justa 11 de novembro de 1595 • 74. A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza novembro de 1599 As minas de Piraçoyaba pouco ouro tinham; não eram mais que uma montanha de ferro, o nosso Ypanema de hoje, e foram, portanto, uma decepção para d. Francisco de Souza. Apesar disso não esmoreceu; nessas proximidades levantou pelourinho e erigiu uma vila que denominou São Phelippe; do mesmo modo, depois indo examinar as minas de Bituruna, que não corresponderam á sua expectativa, também levantou pelourinho e erigiu outra vila, a vila de Monserrat.* Com a primeira cortejava o rei e com a segunda a santa de sua especial devoção; e não se esquecia dos moradores de São Paulo, porque prometia procurar-lhes com sua majestade muitos privilégios e mercês e elevar-lhes a vila á cidade, "por ter sido a primeira e principal parte onde, mediante o favor divino, descobriu minas". Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) equivocou-se dizendo ficar a vila Monserrat próxima ás minas de Biraçoyaba; confundiu Monserrat com São Phelippe supondo ter existido uma có vila. Na coleção de mapas apresentados ao árbitro pelo Barão do Rio Branco, na questão chamada das Missões, ha os mapas n°. 5-A e n°. 6-A, que localizam Monserrat a N.O. de São Paulo, além do Anhamby, e São Phelippe a oeste de São Paulo, na margem de um afluente do Anhamby. Quando Salvador Correia elevou Sorocaba a vila, diz que d. Francisco de Sousa já lá tinha mandado levantar pelourinho. - Vide em "Azevedo Marques. Apontamentos sobre Sorocaba. Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844) (Jornal de Viagem, por diferentes vilas até Sorocaba - R.I.H.G.R., vol. 45) em 1803 esteve em Parnahyba, e nas proximidades desta vila, examinou as lavras de Bituruna, "Monserrat", Taboão e Santa Fé. O mapa da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, situa o município de Parnahyba sua fazenda "Monserrat" e porto "Grupiara", vocabulo usado pelos mineiros daquele tempo.
• 75. Sebastião de Freitas, por alvará de 6 de junho de 1600, foi armado cavaleiro por d. Francisco de Sousa e nesse documento se faz referência aos serviços que prestara 6 de junho de 1600
Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas 1915. Atualizado em 23/10/2025 17:29:20 • Cidades (16): Araçoiaba da Serra/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Ibiúna/SP, Iguape/SP, Itanhaém/SP, Itu/SP, Juquiá/SP, Mogi das Cruzes/SP, Paracatu/MG, Paranaguá/PR, Porto Feliz/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Ubatuba/SP • Temas (40): “o Rio Grande”, Caminho de Piratininga, Caminho de São Roque-Sorocaba, Caminho do Peabiru, Curiosidades, Ermidas, capelas e igrejas, Geografia e Mapas, Grunstein (pedra verde), Guerra de Extermínio, Itapeva (Serra de São Francisco), Leis, decretos e emendas, M. Itapucú, Minas de Itaimbé, Minas do Geraldo, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Nheengatu, Ouro, Paranaitú, Peru, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio das Velhas, Rio Itapocú, Rio Jaguari, Rio Jequitinhonha, Rio Mogy, Rio São Francisco, Rio Sapucaí, Rio Sorocaba, Rio Verde, Rio Waivaicari, Vaivary, Verde, Sabarabuçu, Sarapuy / Sapucay, Serra da Mantiqueira, Serra de Araçoiaba, Serra de Jaraguá, Tamoios, Temiminós, União Ibérica, Ytutinga • 1. Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil 9 de junho de 1591 • 2. Francisco de Proença acompanhou Diogo Martins Cão numa entrada para a descoberta de Sabaraboçu 1596 • 3. Diogo Gonçalves Laço chega á São Paulo 13 de maio de 1598 Informado, entretanto, d. Francisco de Sousa de que, nas proximidades de São Paulo haviam sido descobertas jazidas de ouro e de ferro, enviou, em 1598, a essas, minas, Diogo Gonçalves Laço, no posto de capitão, e ele próprio, em obediência a ordens régias, partiu, em 1599, para São Paulo, afim de visitar as minas de Ybiraçoyaba, descobertas por Afonso Sardinha e Clemente Alvarez, nas imediações de Sorocaba.
• 4. A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza novembro de 1599 Pelas narrativas de Knivet se confirma que d. Francisco de Sousa pouco se demorou em S. Vicente. quando veio ao sul, em 1599, a promover a exploração das minas. Em novembro desse ano, quando Salvador Correira chega a Santos, a chamado do governador geral, levando-lhe auxilio de gente e munições para as entradas ao sertão, já o ativo governador estava a muita léguas no interior, distante de S. Paulo, na serra de Araçoiaba, cuja fama, como vimos, a fazia conhecida como montanha de todos os metais. D. Francisco não se demorou em fazer seguir uma expedição á serra da Mantiqueira, que Anthony Knivet designa como "um sítio chamado Itapusik" e que evidentemente é como uma erronia de Itapucú, que ele, em outra parte da narrativa, assinala como Itapuca, querendo dizer monte de pedras compridas, trecho da Mantiqueira que é hoje o Pucú ou Pedra do Pecú, por onde, dois anos antes, passara a malograda expedição de Martim de Sá, em perseguição dos tamoyos. Anthony Knivet, que já estivera no lugar, teve ordem de seguir na expedição, a qual mui provavelmente se meteu a caminho de novembro e dezembro de 1599. Knivet não a descreve com as minúcias com que trata de tantas outras em que antes tomara parte; resume-lhe os fatos e muito pouca coisa; diz que se acharam em Itapucú minas não vulgares, e, por prova, trouxeram de lá uma porção de terra aurífera e algumas pepitas de ouro, encontradas em terreno de aluvião, com o que muito se alegrou o governador comunicando o fato para o reino e pedindo permissão para examinar si essas minas eram ou não lavráveis. Restituído a Salvador Correia, que tornara ao Rio sem aguardar os resultados da expedição de Itapucú, voltou o prisioneiro inglês aos seus misteres antigos, na lavoura da cana. Perece, porém, que pouco tempo se demorou no engenho de açúcar de seu amo, porque foi por este mandado para as bandas da serra dos Órgãos, que o narrador chama Orgelen, talvez acompanhando a Martim de Sá na sua expedição contra os tomiminós do baixo Parahyba. [Páginas 387 e 388] [1]
• 5. Dom Francisco mudou o pelourinho, enviou moradores mas somente os "Sardinha" tinha autorização de entrar nas minas de "Obiracoyava" 14 de julho de 1601 Em documentos dos séculos XVI e XVII, lê-se quase sempre Biraçoyaba ou Byraçoyaba, nome tupi que tanto póde proceder de Ibiraçoyaba, significado de cobertura de madeira, como de Piraçoyaba, exprimindo chapéu de couro, talvez pela semelhança do perfil da montanha com a cópia de um chapéu. Documento de 1601 dá notícia de que já em 1601 se intentava a exploração do ouro, prata e outros metais do vale do Sarapohy. É um requerimento de Francisco Rodrigues a d. Francisco de Souza, pedindo as terras desse rio.
• 6. Francisco Rodrigues recebeu de D. Francisco de Souza uma sesmaria de uma légua em quadra, rio Sarapui abaixo, além do morro do Araçoiaba, desde a tapera de “Ibapoara”, topônimo desconhecido 14 de julho de 1601 Em documentos dos séculos XVI e XVII, lê-se quase sempre Biraçoyaba ou Byraçoyaba, nome tupi que tanto póde proceder de Ibiraçoyaba, significado de cobertura de madeira, como de Piraçoyaba, exprimindo chapéu de couro, talvez pela semelhança do perfil da montanha com a cópia de um chapéu. Documento de 1601 dá notícia de que já em 1601 se intentava a exploração do ouro, prata e outros metais do vale do Sarapohy. É um requerimento de Francisco Rodrigues a d. Francisco de Souza, pedindo as terras desse rio.
• 7. D. Francisco voltou a Portugal, e, depois, a Valladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III 1606 Manuel João Branco. Temos, porém ,sobre tal periodo o depoimento de Salvador Correia de Sá e Benevides, prestado em 3 de Maio de 11677,quando este, - que tambem aqui estivera menino, acompawhando o pae e o avó , era membro do Conselho Ultramarino ( doc . cit . , « Rev. do Inst. Hist . e Geogr. Bras. » LXIII , p . 1 ", 9 ) . Disse elle o seguinte :« Que no ano de 1606 , tornou D. Francisco de Sousa a renovar as noticias das minas de S. Paulo , e morreu neste serviço, havendo fabricado um engenho de ferro (de que ha muito é bom ). Morreu tambem um mineiro allemão que levava comsigo que ouviu dizer a muitos moradores de S. Paulo que o dito mineiro dissera a D. Francisco que do ouro se atrevia a fazer- lhe fundição tamanha como a cabeça de um cavallo; morrera um e outro.« Que el - rei de Castella com estas noticias mandara a seu avò Salvador Corrêa de Sáa, no anno de 614, succeder ao mesmo D. Francisco, com as mesmas jurisdicções, e mercês ( que eram grandes ) , e em sua companhia um frade trinitario, que tinha fama de grande mineiro, pelo haver sido no Potossy, em sua companhia.« Que sendo elle conselheiro de 12 para 13 annos, passara ao Brasil, aonde particularmente em S. Paulo ) estiveram perto de cinco annos, fazendo differentes fundições, e em todas ellas achando metaes não conhecidos, porque parecia ferro ou cobre, e nem um destes dois generos era . Vendo - se seu avô atalhado, avisara ao Marquez de Alenquer (que governava este reino ) por vezes, pedindo - lhe mineiros, beneficiadores, ensaia dores, e a ultima vez dando noticias de uma serra chamada Sabarabussií, donde uns moradores que a ella foram (e entre elles um ourives de prata trouxeram uma tomboladeira , di zendo que era de prata que daquella serra tiraram , que elle con selheiro viu , e tem de peso o mesmo que um prato pequeno, esi era do prato ou da serra elles o sabiam, porque elle o não vira tirar .« Que o que se affirma é que ha muito ferro e cobre no rio que vai a metter - se no da Prata, que fica nas costas do Pernaguá para Oeste, muito ouro de lavagem , que naquelle tempo se tirava em quantidade, por haver muitos indios, e elle trouxera um grão de quarenta e oito oitavas ao Marquez V. rei; vendo seu avô que lhe não deferiam com mineiros, se viera a represental - o, e dar noticias do que tinha obrado, com o que ficou em calma por aquella parte » .A expressão « perto de cinco annos » indica bem claramente que o periodo de governo de Salvador Correia de Sá ( o velho)se prolongou até 1618 .Neste anno ( e não a 11 de Junho de 1623, como pretende Porto Seguro, « Historia Geral do Brasil » , II, 1208) é que foi nomeado governador da Repartição do Sul Martim Correia de Sá, cuja administração se extendeu até 1632 .A corða fez expedir , a 18 de Agosto de 1618, um regimento( in Silva Lisboa, op . cit . , II, 355-365 ) , mandando largar aos seus descobridores as terras mineraes das capitanias de S. Paulo e S. Vicente, mediante apenas o pagamento do quinto . Começa esse_documento fazendo referencia ás missões especiaes de d . Francisco de Sousa e Salvador Correia, missões inuteis,« por se não poder por ellas averiguar a certeza das ditas minas,e não se ter tirado dellas proveito algum para a minha Fa zenda » . Usa Taques ( « Informação » , 13) de expressão per feita, quando diz que « tornou o mesmo Senhor a repetir esta graça » , porquanto o acto de 30 de Janeiro de 1619 (in Silva Lisboa, op . cit. , II, 306-338é a simples reedição do regi mento de 15 de Agosto de 1603, analogo, nos seus effeitos, ao de 18 de Agosto de 1618 . [1]Consulta por Salvador Correia de Sá realizada pelo Conselho Ultramarino Regimento surgiu depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”Estes regimentos só reforçam as expectativas e os investimentos feitos em torno das supostas minas. Segundo nos diz Taunay, baseado numa consulta de Salvador Correia de Sá e Benevides realizada pelo Conselho Ultramarino em 1677, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”.
“Sorocaba no passado produziu ferro com minério próprio e muito ouro”, Miguel Olavo de Sant´Anna, jornal Diário de Noite 18 de Setembro de 1963, quarta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:40:25 • Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP, Itu/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (4): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Bernardo José de Lorena (1756-1818), Cláudio de Madureira Calheiros (f.0), Vicente da Costa Taques Góis e Aranha • Temas (8): Caminho do Mar, Caminhos até Ypanema, Estradas antigas, Léguas, Leis, decretos e emendas, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Portos • 120. Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais” 15 de agosto de 1603
História Da Civilização Brasileira, volume 2. Sob a direção de Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) 1978. Atualizado em 24/10/2025 04:16:01 • Cidades (1): Sorocaba/SP • Pessoas (2): Filipe III, o Piedoso (1578-1621), Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) • Temas (2): Leis, decretos e emendas, Ouro • 178. Salvador Correia Velho cujas Minas, e as do districto de S. Paulo, largou aos seus moradores o Alvará 8 de agosto de 1618 Passados cinco anos, a essa atitude de expectativa sucede o quase ceticismo que transpira da introdução ao segundo Regimento das terras minerais do Brasil, datada de 8 de agosto de 1618, onde se lê: “Eu El-Rei. Faço saber aos que este meu Regimento virem que, considerando eu o que em decurso de tantos anos e por muitas diligências feitas por D. Francisco de Sousa, Governador que foi do Estado do Brasil, e Salvador Correia de Sá, aos quais cometi o descobrimento das Minas de Ouro, prata e mais metais das Capitanias de S. Paulo, S. Vicente, daquele Estado, se pôde averiguar a certeza das ditas Minas, e não ter tirado delas proveito algum para a minha Fazenda, por fazer mercê a meus Vassalos das ditas Capitanias, e todos os mais moradores daquele Estado...” Não se tratava, em todo caso, de um veredicto terminante contra a existência dos metais anunciados, pois no mesmo Regimento se diz Sua Majestade informada da presença de ouro de lavagem, que as invernadas levam com as correntes aos rios e ribeiros. E admite, entre as jazidas já descobertas ou por descobrir, que alguma, pela sua maior opulência, merecesse ser beneficiada, não pelos particulares, mas pela Régia Fazenda. O próprio fato de se largarem as minas, de modo geral, a particulares, desde que pagassem pontualmente o quinto, indicaria quando muito tenuidade, não ausência do ouro cobiçado.
O DOMINIUM SOBRE OS INDÍGENAS E AFRICANOS E A ESPECIFICIDADE DA SOBERANIA RÉGIA NO ATLÂNTICO Da colonização das ilhas à política ultramarina de Felipe III (1493-1615) 2010. Atualizado em 24/10/2025 04:16:13 • Cidades (2): Madrid/ESP, Olinda/PE • Pessoas (8): Belchior do Amaral, Cristóvão de Moura e Távora (1538-1613), Diogo de Meneses e Sequeira (1553-1635), Filipe II, “O Prudente” (1527-1598), Francisco Giraldes, Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), José de Anchieta (1534-1597), Mem de Sá (1500-1572) • Temas (5): Gentios, Jesuítas, Leis, decretos e emendas, Pelourinhos, Rio São Francisco • 4. Os padres tiveram o “conhecimento dos Capítulos difamatórios de Gabriel Soares” 1592 • 5. Devassas que Belchior de Amaral tirou dos governadores-gerais do Brasil D. Diogo Botelho e D. Francisco de Sousa 26 de julho de 1604 • 6. Cartas de El-Rei ao Conselho da Índia, sobre a ordem de se tomar Residência a D. Francisco de Sousa, no Estado do Brasil 21 de julho de 1605 • 7. Devassas que Belchior de Amaral tirou dos governadores-gerais do Brasil D. Diogo Botelho e D. Francisco de Sousa 16 de agosto de 1605 • 8. D. Francisco voltou a Portugal, e, depois, a Valladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III 1606 • 9. Carta de Sua Majestade ao Conselho da Índia sobre Dom Francisco de Sousa 24 de abril de 1606 • 10. Sobre o pedido de Domingos de Araújo e Melchior Dias 17 de agosto de 1607 D. Francisco das Manhas e Manuel Cerveira Pereira triunfaram em Madri no ano de 1606. Nesse mesmo período, o projeto de apropriação do domínio sobre os indígenas e africanos e a realização do projeto imperial Habsburgo no Atlântico estavam sendo discutidos nos Conselhos reais. Como entender e explicar estas medidas? A contradição entre elas era indicada pelos próprios conselheiros do rei (“Sobre o pedido de Domingos de Araújo e Melchior Dias”, 17 de agosto de 1607. In: AGS, SP, l. 1466, f. 287.): “E por que pelas informações que sobre esta matéria se tomaram se entende que nem as minas de que Gabriel Soares deu notícia nem outras algumas de que se tratou naquele estado do Brasil se acharam ser de efeito e as mais das pessoas que fizeram semelhantes ofertas tiveram mais intento de descer gentio do sertão e aproveitar-se dele que do descobrimento das minas de que se segue muito prejuízo ao serviço de V. Majestade.”
• 11. Sobre o dinheiro que no Brasil tomou dom Francisco de Sousa dos defuntos dos ausentes 19 de fevereiro de 1608 • 12. Carta do Bispo D. Pedro de Castilho ao Conde de Sabugal 8 de junho de 1612
“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga 2010. Atualizado em 24/10/2025 02:17:31 • Cidades (9): Mogi das Cruzes/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, São Miguel Paulista/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, São Vicente/SP, Sevilha/ESP, Sorocaba/SP • Temas (24): Antônio Bicudo, Antonio Bicudo de Brito, Léguas, Leis, decretos e emendas, Margarida Bicudo de Brito, Maria de Brito, Minas de Tambó, Ouro, Peru, Piqueri, Pirapitinguí, Portos, Prata, Rio da Prata, Rio Paraguay, Rio Paraíba, Rio Tamanduatei, Serra de Jaraguá, Tordesilhas, União Ibérica, Ururay, Vale do Anhangabaú, Vila de Santo André da Borda, Villa Rica del Espírito Santo • 16. Batalha de Kasr-el-Kebir (Alcacer-Kibir) 4 de agosto de 1578 • 17. Para Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), seguindo Frei Vicente (1564-1639), Gabriel teria vindo ao Brasil em 1590, portanto antes de D. Francisco 1590 • 18. D. Francisco foi nomeado substituto de Giraldes, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas 1 de dezembro de 1590 substituto de Giraldes em 01/12/1590, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas. A escolha de Francisco de Souza como governador-geral do Brasil não foi fortuita nem acidental. Sua trajetória pessoal, de fato, o qualificava como um dos fidalgos “mais seletos e significativos” da corte portuguesa, ademais, sua experiência em armas também o tornava representativo de um perfil de fidalgos que assumiram postos no império português. Contudo, a sua nomeação deve ser ainda compreendida pela ótica das relações com a Coroa de Madri, portanto, inserida no contexto do império filipino. D. Francisco de Souza estivera, desde a primeira hora, ao lado das pretensões de Felipe II em torno da coroa portuguesa e, depois, quando este foi bem-sucedido, revelou-se também um importante aliado seu, inclusive nas lutas contra o Prior do Crato. Claro está que, sendo terceiro filho, D. Francisco de Souza não fazia parte da fidalguia mais alta do reino, carecendo, em parte, de largos morgadios, mas sua fidelidade a Felipe II, sua entrada na poderosa e influente rede dos Furtado de Mendonça e seu histórico de serviços, somados à sensível necessidade crescente de fidalgos para os cargos mais significativos das colônias, o tornaram um candidato mais do que apropriado para os postos vacantes no ultramar. Numa perspectiva mais estendida, a escolha de Souza é atinente à lógica doimpério filipino que, apesar do Acordo de Tomar, levava adiante um gradativo processo de integração, em longo prazo, dos territórios portugueses peninsulares e ultramarinos aos espaços filipinos. Efetivamente, a articulação da economia, dos espaços e da nobreza ibérica, durante a União, tem sido apontada por diversos historiadores. ["SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.131]
• 19. D. Francisco de Souza atuou mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele 1595 De fato,Francisco de Souza atuou, pela primeira vez, na instância dos ofícios da capitania de São Vicente ainda em 1595, quando mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele. Para seu lugar, o governador-geral nomeou João Pereira de Souza, um dos homens que, mais tarde, lideraria uma das entradas ao sertão a mando do governador. [Página 169]
• 20. Manuel Juan de Morales foi enviado pelo governador à Capitania de São Vicente onde, juntamente com outros dois mineiros (um deles alemão, Wilhelm Glymmer), diz ter descoberto a serra de “Sirasoyaba 1595 • 21. O rio Sapucaí foi descoberto pelo sertanista João Pereira Botafogo entres os municípios de Paraguaçu e Carmo do Rio Claro 1596 A informação corrente entre os historiadores é que o governador Francisco de Souza fora, efetivamente, atraído a São Paulo em função de certas notícias do ouro descoberto pelos Sardinha. Entretanto, Carvalho Franco sugere que o verdadeiro imã teria surgido de algumas amostras levadas por um mameluco que, desdobrado de uma entrada liderada pelo capitão-mor João Pereira Botafogo, chegara até a Bahia. Versão também difundida por Piso e Marcgrave, quando divulgaram os relatos de Willem Von Glimmer, mineiro flamengo inserido na bandeira de Botafogo. [p.118]
• 22. Era lida, na Câmara da vila de São Paulo, uma carta dogovernador comunicando a chegada de Diogo Gonçalves Laço, nomeado capitão-mor, “ao efeito do ouro” fevereiro de 1597 Em fevereiro de 1597, era lida, na Câmara da vila de São Paulo, uma carta do governador comunicando a chegada de Diogo Gonçalves Laço, nomeado capitão-mor, “ao efeito do ouro”. 476 Na verdade, como afirma Frei Vicente: Muitos anos havia que voava a fama de haver minas de ouro, e de outros metais na terra da capitania de São Vicente (...) e já por algumas partes voava com asas douradas, e havia mostras de ouro; o governador se partiu para baixo no mês de outubro de 1598, levando consigo o desembargador Custódio de Figueiredo... Diogo Laço foi enviado a São Paulo já como administrador das minas e trazia consigo o primeiro aparato tecno-administrativo para a então pequena vila. Vinha acompanhado do alferes Jorge João, dos mineiros Gaspar Gomes Moalho e Manoel Pinheiro Azurara, e do fundidor Domingos Rodrigues. Laço foi a São Paulo, preparou a vinda do governador e voltou à Bahia para buscá-lo. Entretanto, antes de chegar a São Paulo, Francisco de Souza estacionou em Vitória, na Capitania do Espírito Santo, para averiguar as notícias de esmeraldas que circulavam por ali. De lá, enviou a São Paulo o capitão Diogo Arias de Aguirre, junto com 200 índios de serviço. Começavam, assim, a mobilização e a arregimentação de mão de obra indígena para um futuro projeto mineral. O que, de certo, não passou despercebido pela Cia de Jesus, que reclamou, através de seu provincial, deste tipo de transplante. Dizia ele que “os governadores geraes do Brasil pretendem mudá-los de umas capitanias para outras de diversos senhorios como se fez da capitania do Espírito Santo para a de São Vicente”. De Vitória, D. Francisco se dirigiu ao Rio de Janeiro, onde atendeu a uma série de demandas locais, o que o obrigou a providenciar a vinda do ouvidor-geral da Bahia para continuar a resolver as querelas. Ali teria arregimentado, dentre outros, André de Leão e o boticário-cirurgião João Serrão. Na cidade, D. Francisco deve ter estreitado sobremaneira suas relações com o clã dos Sá. Mesmo porque não nos esqueçamos que Martim de Sá, filho de Salvador Corrêa de Sá, havia liderado uma das entradas solicitadas pelo próprio governador. [Página 143] Lembremos que, em fevereiro de 1597, Dom Francisco já tinha enviado um representante para São Paulo com correspondência sua. Em maio, chegava nova carta, cujo conteúdo não foi revelado, e, em outubro, mais uma que solicitava à Câmara providenciar a melhora e arrumação do “caminho do mar”, terrível serpenteado detrilhas que partiam da base da serra do mar e subiam até o planalto. O serviço deveria ser feito pela “mão comum”, mas, em março do ano seguinte, os oficiais foram obrigados a cobrar dos próprios moradores as providências quanto a este pedido. [Página 146]
• 23. Dom Francisco envia nova carta, cujo conteúdo não foi revelado maio de 1597 • 24. Retorno julho de 1597 A informação corrente entre os historiadores é que o governador Francisco de Souza fora, efetivamente, atraído a São Paulo em função de certas notícias do ouro descoberto pelos Sardinha. Entretanto, Carvalho Franco sugere que o verdadeiro imã teria surgido de algumas amostras levadas por um mameluco que, desdobrado de uma entrada liderada pelo capitão-mor João Pereira Botafogo, chegara até a Bahia. Versão também difundida por Piso e Marcgrave, quando divulgaram os relatos de Willem Von Glimmer, mineiro flamengo inserido na bandeira de Botafogo. [p.118]
• 25. Chegada do governador e de sua comitiva mobilizou as autoridades locais / A igreja matriz, iniciada em 1588, ficara parada durante anos, e a vinda do governador se tornou um pretexto maio de 1598 A chegada do governador e de sua comitiva mobilizou as autoridades locais, que tiveram de garantir refeição, abrigo e serviços aos novos personagens. Os oficiais da Câmara se preocuparam em regular os ofícios mecânicos, em especial, controlar o ofício de barbeiro. Em maio de 1598, os oficiais exigiam que não se levasse mais gado para Santos até a vinda do governador, pois poderia criar problemas de abastecimento. Além disso, cada um dos moradores deveria limpar e carpir seu chão de terra. O uso do tingui (espécie de veneno indígena) foi proibido como instrumento de pesca, pois extinguia rapidamente a quantidade de peixes dos rios adjacentes. A igreja matriz, iniciada em 1588, ficara parada durante anos, e a vinda do governador se tornou um pretexto, e uma oportunidade, para encerrá-la. Era ainda necessário criar alguma estalagem ou estabelecimento que vendesse coisas de comer e beber, o que foi feito ao se conceder tal tarefa ao malaguenho Marcus Lopes. A dinâmica local começava, desde antes da chegada do governador, a se alterar em função de sua iminente presença. Contudo, mesmo depois de sua chegada, uma espécie de “febre normatizadora” continuou atingindo a vida cotidiana da vila, como se pode verificar nas sessões da Câmara, que regulavam o açougue onde se tallhe a carne, os juízes telheiros (padrão de telhas) e as caixas de marmelada, principal produto de “exportação” da vila. A regulação e disciplinarização da vila, diante da chegada do governador, é um dos denotativos do impacto e dos efeitos de sua presença no pequeno povoado. O homem de idade madura, ânimo decidido, polido e adaptável, como dizia Carvalho Franco, veio acompanhado da comitiva “mais douta, mais operosa e mais luzida que já vira a colônia nascente”. O que deve ter impressionado os moradores da vila de São Paulo que se viram, de repente, alçados à condição de sede e centro, senão do governo - que permanecia em Salvador -, da governança. Segundo Afonso Taunay, a chegada de Francisco de Souza a São Paulo foi um verdadeiro “choque de civilização”. De fato, o historiador paulista fazia esta inferência a partir de Frei Vicente Salvador, para quem, em São Paulo, Até então os homens e mulheres se vestiam de pano de algodão tinto, e se havia alguma capa de baeta e manto de sarja se emprestava aos noivos e noivas para irem à porta da igreja; porém depois que chegou d. Francisco de Souza, e viram suas galas, e de seus criados e criadas, houve logo tantas librés, tantos periquitos, e mantos de soprilhos.
• 26. D. Francisco partiu para o Sul 1 de outubro de 1598 Foi ainda sob o cumprimento dessa missão, já depois dos insucessos de Gabriel Soares no sertão do rio São Francisco, que o governador descambou para a parte sul da colônia, em outubro de 1598, deixando em seu lugar, na Bahia de Todos os Santos, o capitão Álvaro de Carvalho. Iniciava, assim, sua viagem rumo à capitania de São Vicente. Como já dissemos, fora para lá formalmente atraído em função das notícias de descobertas de ouro e prata nas minas de Jaraguá, Viraçoiaba e Vuturuna, nas cercanias da vila de São Paulo, todas elas com participação ativa de Afonso Sardinha, pai, e Afonso Sardinha, o moço, por volta de 1595.
• 27. “é possível identificar um grande processo distributivo de datas, tratado em sessões da Câmara realizadas em pequenos intervalos, podemos nos perguntar se o assunto tinha ou não relação com as notícias de que o governador se dirigia a São Paulo (...), 27 datas foram distribuídas num pequeno intervalo de três meses” 29 de outubro de 1598 No final de outubro de 1598, é possível identificar um grande processo distributivo de datas. Tratado em sessões da Câmara realizadas em pequenos intervalos, podemos nos perguntar se o assunto tinha ou não relação com as notícias de que o governador se dirigia a São Paulo. Nesse sentido - e isso nos parece bastante provável -, resta-nos saber se esta distribuição responderia a uma necessidade de regularizar e oficializar a situação de ocupação das terras; o que poderia servir tanto para agradar ao governador, quanto para garantir as datas aos moradores mais antigos, antes que os forasteiros da comitiva de D. Francisco pegassem as melhores. Assim, 27 datas foram distribuídas num pequeno intervalo de três meses.
• 28. Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais / Metalúrgicos se estabeleceram na região / Carijós fogem para Paranapanema 14 de novembro de 1598 Mas, independente das duas visões, o que podemos aferir sobre a existência efetiva de ouro em São Paulo? Como já dito, as notícias que atraíram o governador davam conta de certo ouro encontrado pelos Sardinha (o velho e o moço), nas cercanias de São Paulo. Em novembro de 1598, na iminência da chegada de Souza, Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais.
• 29. Oficiais alegaram (a d. Francisco) que “parecia bem não ter juiz dos índios” e que o “uso e costume” da terra era que os índios estivessem sob controle do juiz ordinário, ou seja, sob controle dos oficiais da Câmara 26 de janeiro de 1599 • 30. D. Francisco por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro 27 de maio de 1599 • 31. D. Francisco nomeia Antonio de Proença capitão da gente a cavalo na vila e nas entrada ao sertão 15 de outubro de 1599 As nomeações de Francisco, sem dúvida, participaram da estruturação de um aparato jurídico e administrativo para as minas - e também militar -, mas serviram, sobretudo, para a consolidação de uma elite local sobre a qual o governador se assentou. A militarização da vila foi marcante a partir da chegada de D. Francisco que, conforme já assinalado, implantou o Regimento dos Capitães-mores de D. Sebastião e organizou as bandeiras, sob formato militar. Aos Proença, aliados de primeira hora, foram concedidas nomeações de capitão da gente a cavalo (na vila e nas entradas), para Antonio, e de alferes, a Francisco. [Página 166]
• 32. A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza novembro de 1599 • 33. Os oficiais da Câmara ratificaram, o que já havia sido feito por seus colegas, a Frei Mauro Teixeira 15 de abril de 1600 D. Francisco também foi o grande incentivador do estabelecimento e consolidação dos beneditinos em 1600, que,juntamente com os carmelitas recém-instalados (1594), ajudaram a quebrar o até então monopólio religioso dos jesuítas na vila. Em suma, a presença do governador foi marcante para o desenvolvimento da polis paulista, ordenando espaços, regulando avida cotidiana e organizando famílias e futuros clãs.
• 34. Dentre as demandas de Diogo de Quadros em Valladolid, o exemplo de uma autorização requerida para que os moradores da capitania de São Vicente “pudessem ir livremente com as suas mercadorias ao rio da Prata e que não pagassem direitos das mercadorias da terra que tirassem desta capitania de São Vicente ou do rio da Prata para fora do Reino...” 19 de novembro de 1600 Vale a pena lembrarmos, aqui, da constatação de Canabrava quanto ao crescente afluxo comercial entre o Brasil e o mundo platino durante o governo de Souza; de sua demasiada – e “desinteressada” - simpatia pelo contador de Buenos Aires, e de seu procurador vendendo escravos negros em Tucumã. Parecem, portanto, evidentes o entusiasmo e o interesse do governador em relação a esse trânsito comercial entre a América portuguesa e castelhana. Com sua mudança para São Paulo, estes vínculos tiveram de ser reconstruídos, agora sob uma nova realidade geográfica e sob novas possibilidades. Nesse sentido, podemos citar, dentre as demandas de Diogo de Quadros em Valladolid, o exemplo de uma autorização requerida para que os moradores da capitania de São Vicente “pudessem ir livremente com as suas mercadorias ao rio da Prata e que não pagassem direitos das mercadorias da terra que tirassem desta capitania de São Vicente ou do rio da Prata para fora do Reino...”
• 35. Francisco da Gama foi nomeado procurador dos índios forros / Antonio Camacho recebeu o direito de advogar na vila fevereiro de 1601 • 36. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos 11 de fevereiro de 1601 Mas, em 1601, dois anos depois, apesar de reforçar a autorização, o governador exigia o pagamento do quinto e proibia a circulação de ouro em pó, que deveria agora ser fundido; o que pode também denotar a retirada e a circulação de certa quantidade deste tipo de ouro que escapava aos canais de fisco e regulação
• 37. D. Francisco partiu de São Paulo, com destino incerto julho de 1601 A capacidade de D. Francisco de “cariciar” os cidadãos, como dizia Frei Vicente do Salvador (1564-1639), nos parece evidente. Quando partiu de São Paulo, com destino incerto, em julho de 1601, Souza deixou expressa a vontade - transcrita no Registro Geral – de que a então vila: Com o divino favor há de ser cidade antes de muito tempo e (seus moradores) hão de ter grandes privilégios e mercês que lhe eu hei de procurar com sua majestade porque foi a primeira e principal parte donde mediante o favor de Deus descobri estas minas. [Página 165]
• 38. Dom Francisco proibiu quem quer que fosse, exceto os Sardinha, de bulir nas minas, enquanto os mineiros que haviam sido solicitados não chegassem para avaliar as descobertas 19 de julho de 1601 Foi justamente na experiência mineral desta família que D. Francisco se apoiou, reconhecendo, inclusive, sua precedência nas pesquisas minerais. Em 19 de julho de 1601, o governador proibiu quem quer que fosse, exceto os Sardinha, de bulir nas minas, enquanto os mineiros que haviam sido solicitados não chegassem para avaliar as descobertas. As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário.588 A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito,resultados infrutíferos. Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto,notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas. [p. 176]
• 39. Martim de Sá partiu para Portugal com nove barris de prata que D. Francisco de Sousa lhe confiou, trazidos do Alto Peru 14 de agosto de 1601 Encontramos um exemplo dela em um documento da Biblioteca D´Ajuda, cujo título é “Relações das capitanias do Brasil”. Na parte sobre a capitania de São Vicente lê-se que: Nos limites desta capitania pela terra adentro obra de quarenta léguas estão as minas de ouro e prata que Dom Francisco de Sousa diz ter descobertas, as quais muitos anos antes se tinha notícia e por boa razão de philosophia esta região do Brasil deve ter mais e melhores minas que as do Peru por ficar mais oriental que ela e mais disposta para a criação de metais.
• 40. Cédula real 1 de janeiro de 1602 A primeira cédula que tenta impedir o trânsito terrestre entre a América espanhola e o Brasil é de 26 de junho de 1595, na esteira das incursões feitas a partir de Santa Cruz de la Sierra rumo ao Brasil. Somente em 1602, no reboque da autorização temporária do comércio de Buenos Aires, é que se tenta proibir o trânsito pelo Guairá. Contudo, estes pareciam ter mais a ver com a tal preservação dos monopólios comerciais, do que propriamente com um olhar atento às afinidades lusocastelhanas no mundo paraguaio, tema que despertará a atenção somente no final da União Ibérica. Mas foi no início do século XVII que o uso do caminho reapareceu explicitamente na documentação, tanto castelhana quanto paulista. Foi mais precisamente em 1603 que irrompeu o tema do “caminho de São Paulo”, o que parece ter derivado da política imperial castelhana em relação à presença de portugueses sem licença nos espaços coloniais do império. Foi na sequência da cédula real de 1602, que solicitava aos governadores a expulsão dos portugueses sem licença, que as medidas punitivas e investigativas trouxeram à cena a via de São Paulo. Como efeito imediato da cédula real, o novo governador Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires [15.09.1603].
• 41. Memorial sobre os feitos do capitão Diogo de Quadros, Manuel Pinheiro de Azurara, Martim Roiz de Godoi -mineiro da prata-, Manuel João -mineiro de ferro-, enviado pelo governador do Brasil fevereiro de 1602 As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário. A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito, resultados infrutíferos. Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto, notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas. Nos pedidos de mercês de Martim Rodrigues Godoy, mineiro de prata enviado a Espanha por Francisco de Souza junto com Diogo de Quadros em 1602, ele afirmava que queria ir ao Peru, mas o governador o retivera e o mandou a São Paulo. Ali pesquisou e encontrou muitas minas de ouro e “oito minas de prata”, das quais levava algumas amostras; amostras estas confirmadas nos memoriais de Azurara e Quadros. Azurara ainda falava de uma pedra que suspeitava ser prata e que fora deixada com Clemente Alvarez, em São Paulo. [p.176]
• 42. Martim entregou as peças para Damião, antes de partir, em bandeira, para o sertão 11 de maio de 1602 As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário. A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito, resultados infrutíferos. Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto, notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas. Nos pedidos de mercês de Martim Rodrigues Godoy, mineiro de prata enviado a Espanha por Francisco de Souza junto com Diogo de Quadros em 1602, ele afirmava que queria ir ao Peru, mas o governador o retivera e o mandou a São Paulo. Ali pesquisou e encontrou muitas minas de ouro e “oito minas de prata”, das quais levava algumas amostras; amostras estas confirmadas nos memoriais de Azurara e Quadros. Azurara ainda falava de uma pedra que suspeitava ser prata e que fora deixada com Clemente Alvarez, em São Paulo. [p.176]
• 43. Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais” 15 de agosto de 1603 Estes regimentos só reforçam as expectativas e os investimentos feitos em torno das supostas minas. Segundo nos diz Taunay, baseado numa consulta de Salvador Correia de Sá e Benevides realizada pelo Conselho Ultramarino em 1677, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”. Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios. Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto. Apesar de o livro referenciar o ano de 1624, o documento é posterior a 1640, já que dá conta da Restauração(rebelión, conforme seu texto) que parecia ter ocorrido há pouco, e da expulsão dos jesuítas da vila, porque, segundo o manuscrito, não respeitavam os direitos dos moradores. Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”.
• 44. Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires 15 de setembro de 1603 Mas foi no início do século XVII que o uso do caminho reapareceu explicitamente na documentação, tanto castelhana quanto paulista. Foi mais precisamente em 1603 que irrompeu o tema do “caminho de São Paulo”, o que parece ter derivado da política imperial castelhana em relação à presença de portugueses semlicença nos espaços coloniais do império. Foi na sequência da cédula real de 1602, que solicitava aos governadores a expulsão dos portugueses sem licença, que as medidas punitivas e investigativas trouxeram à cena a via de São Paulo. Como efeito imediato da cédula real, o novo governador Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires.764 Nessa mesma ocasião, um auto de investigação foi levado a cabo em Assunção. Nele se condenou “un portugues llamado Pedro Acosta que entro por el camino prohibido de san pablo...” a voltar pelo mesmo, além de terem-lhe confiscado e leiloado o “negro esclavo de angola” que trazia consigo.7
• 45. Pero Vaz de Barros, de São Paulo, acertou com o então ex-governador geral do Brasil, D. Francisco de Souza, a decisão de enviar de 12 a 15 homens pelo caminho 23 de novembro de 1603 Decisão da Câmara, com a presença de Souza, foi pela abertura do caminho e envio de gente com os castelhanos para ver a viabilidade dele. Entretanto, ressaltava que “tudo se desse conta ao senhor governador geral para ele avisar a sua majestade...”. No dia seguinte, o capitão Pero Vaz de Barros, de São Paulo, acertou com o então ex-governador geral do Brasil, D. Francisco de Souza, a decisão de enviar de 12 a 15 homens pelo caminho: Para verem a disposição da gente e os sítios e assentos dela e para saberem se está a terra toda segura de inimigos e que tudo se desse conta ao senhor governador geral para ele avisar a sua majestade...pelo proveito que se esperava de se abrir este caminho e comércio.
• 46. Manoel Pinheiro Azurara acompanhado de padres da Companhia de Jesus e do escrivão e tabelião público Belchior da Costa foi às minas de Monteserrate e São Francisco, e lá fez a repartição das minas entre alguns moradores, e “senalou” as de Dom Francisco, naquele momento um morador “comum” da vila de São Paulo agosto de 1604 Parece-nos mesmo indubitável que uma quantidade de ouro razoável foi retirada das minas de São Paulo. Mais do que faiscagem, pois incluía minas, e menos do que os boatos alardeiam, parafraseando Benevides. Efetivamente, as minas serviram para alimentar e justificar mercês – a maior parte delas concedida - de diversas autoridades, a começar pelo nosso governador, que talvez tenha percebido o potencial de cobiça que as minas despertavam na Corte para a concessão de privilégios. No mínimo aprendera com Gabriel Soares! Mas é improvável que o governador tenha investido toda a sua energia somente para exercer poder e privilégios sobre uma pequena vila nos rincões da América portuguesa. Alguma riqueza, ou ao menos alguma possibilidade efetiva, deve ter sido vislumbrada por D. Francisco, já que fez questão de ter suas próprias minas demarcadas pelo mineiro-mor Manuel Pinheiro em Montesserrate e São Francisco.
• 47. D. Francisco voltou a Portugal, e, depois, a Valladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III 1606 Para tanto, algum tempo após o fim de seu mandato, em 1606, voltou a Portugal, e, depois, aValladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III, aproximando-se ali doDuque de Lerma, o todo poderoso valido do novo rei. Foi neste contexto que conseguiua divisão da colônia, o consequente novo ofício de governador da Repartição Sul e ogoverno e administração das minas, com amplas mercês, nos mesmos moldes dasobtidas por Gabriel Soares de Souza décadas antes.Nos preparativos para o que seria este segundo governo de Francisco de Souza, asituação era já muito diversa, mas, ainda assim, ele conseguiria se articular, adaptandose muito bem à nova realidade. Segundo Fernanda Olival, em análise sobre asinfluências do reinado de Felipe III sobre Portugal, o início do século XVII refletia umaaguda crise econômica que assolava todo o império, acumulada desde os tempos deFelipe II, e que obviamente ecoava forte no reino lusitano, que também tinha lá suaprópria crise. Segundo ela, crises agrícolas, perda de territórios no Oriente, ondas depeste sucessivas e a diminuição abrupta da entrada de capital na aduana de Lisboafizeram com que a Coroa outorgasse “privilégios y mercedes a quienes pretendiandescubrir y explotar minas de metales y piedras preciosas en Brasil...”,442 como formade amenizar os danos financeiros de Portugal. O que ocorreu, diríamos, não só em terrasamericanas, mas também na África, como mostram os pedidos de mercêscontemporâneos aos de D. Francisco, voltados para Angola e Monomotapa. Tal política,estimulada pelo Duque de Lerma, visava tornar Portugal minimamente autossuficiente,o que a autora considera “una de las líneas básicas de todas las diretivas sugeridas porMadrid en este tiempo...”443. Lerma projetava reformas das estruturas portuguesas,refletidas nos pedidos de revisão do funcionamento do Conselho de Portugal, muitodispendioso, segundo ele; no questionamento das concessões de pau-brasil; na anistiaaos cristãos-novos em troca de ajuda financeira e na crítica à prática corrente emPortugal de solicitar mercês continuamente, mesmo que as causas da primeirasolicitação ainda não tivessem sido cumpridas.444Neste sentido, é significativa a consulta do vice-rei do reino português junto aoConselho de Portugal, em 1606, para reforçar o valor da nomeação do governador-geral,“posto que este governo foi sempre de muita importância grossa parece que se devefazer mais consideração”. Pesando, sobretudo, que as promessas minerais - melhor dizendo, a “esperança que se tem de serem de efeito as minas de São Vicente”-poderiam acrescentar, em muito, o rendimento da Real fazenda. [p. 123] Na segunda ida de D. Francisco ao Brasil, um tal Manuel Vandale, flamengo, que também se dizia morador da Bahia de muitos anos, pediu em Madri para ir com o governador como “morador y poblador de las minas del Brasil y lengua de los mineros estrangeros”. Identificado como cunhado de um mercador rico da Bahia, o tal Manuel foi acusado, num papel anônimo endereçado ao Conselho, desses que “são providenciais e enviados por Deus”, de que suas intenções eram ruins. As acusações davam conta de que ele queria se embrenhar no sertão com seus escravos e passar de engenho em engenho promovendo levantes de escravos contra seus amos. Por fim, sugeria-se que ele fosse “apertado” para confessar. (AGS, Secretarias Provinciais, Libro 1463). O tal Manuel, sem se dar por vencido, ainda foi a Lisboa, solicitar para ir ao Brasil buscar sua mulher, mas lá também suas pretensões lhe foram negadas (Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VII-15). Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM. (Carta de Diogo de Meneses de 22/04/1609 in CORTESÂO..op.cit.). [p., 135] Ademais, o avô, Salvador Correia de Sá era próximo de D. Francisco e herdou as mercês do governador após a sua morte, depois de algumas diligências políticas na corte de Madri. [p. 173]
• 48. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares 16 de dezembro de 1606 Este regimento, supostamente inspirado em D. Francisco, de que fala Clemente, já causou certa dúvida na historiografia quanto à sua efetiva aplicação em São Paulo. Eschwege dizia que ele ficara perdido na Espanha por 50 anos, sendo de fato registrado em São Paulo e Rio de Janeiro apenas em 1652. Varnhagen, por outro lado, afirmava que ele havia sido registrado em Iguape já em 1605. Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo Este regimento, supostamente inspirado em D. Francisco, de que fala Clemente, já causou certa dúvida na historiografia quanto à sua efetiva aplicação em São Paulo. Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) dizia que ele ficara perdido na Espanha por 50 anos, sendo de fato registrado em São Paulo e Rio de Janeiro apenas em 1652.
• 49. João de Santa Ana? dois desaparecidos 1608 Além destes, outros nomes podem ter vindo na armada de Valdés, como João de Sant´Anna, castelhano morto em bandeira de 1608, cujo testamento revela um homem cheio de dívidas; o galego Jorge de Barros Fajardo, parceiro de Camargo em negócios e vereança; o albañil Marcos Lopez, natural de Malága e provável dono da primeira loja de comes e bebes criada para receber a comitiva do governador Francisco de Souza nos anos 1590; o piloto da Nau Saint Nicholas e natural de Triana, Gonçalo Conqueiro, homônimo do capitão-mor da Capitania de São Vicente no início do XVII; ou mesmo os Munhoz (Fernão e Diogo), e os Sanches (Francisco e Diego). Numa listagem da população masculina de São Paulo - montada por Nuto Sant´Anna a partir da documentação disponível na década de 1950 -, revela-se, dentre outros, a irrupção, entre 1581 e 1590, dos seguintes nomes de origem castelhana não citados até aqui: André Casado, Francisco Farel, João Bernal, Alonso Pelaez, Antonio de Saavedra e Martim Rodrigues Tenório.327 Este último, bandeirante ativo no início do XVII, desapareceu em entrada por ele capitaneada em 1608.
• 50. Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM 22 de abril de 1609 Na segunda ida de D. Francisco ao Brasil, um tal Manuel Vandale, flamengo, que também se dizia morador da Bahia de muitos anos, pediu em Madri para ir com o governador como “morador y poblador de las minas del Brasil y lengua de los mineros estrangeros”. Identificado como cunhado de um mercador rico da Bahia, o tal Manuel foi acusado, num papel anônimo endereçado ao Conselho, desses que “são providenciais e enviados por Deus”, de que suas intenções eram ruins. As acusações davam conta de que ele queria se embrenhar no sertão com seus escravos e passar de engenho em engenho promovendo levantes de escravos contra seus amos. Por fim, sugeria-se que ele fosse “apertado” para confessar. (AGS, Secretarias Provinciais, Libro 1463). O tal Manuel, sem se dar por vencido, ainda foi a Lisboa, solicitar para ir ao Brasil buscar sua mulher, mas lá também suas pretensões lhe foram negadas (Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VII-15). Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM. (Carta de Diogo de Meneses de 22/04/1609 in CORTESÂO..op.cit.). [1] BN. Biblioteca Nacional do Brasil. 22/04/1609 Carta de Dom Diogo de Menezes, governador do Brasil, escrita da Bahia ao rei D. Felipe II em que se lhe queixou de prover Dom Francisco de Souza as Fortalezas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente desobrigando-o da homenagem que delas tinha e lhe apontou alguns inconvenientes pertencentes ao governador daquela província e a sua fazenda como dela se podem ver [2]
• 51. Traslado feito em Santos do pedido de Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro, feito em 5/2/1609, por 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro 8 de janeiro de 1610 • 52. Degredo de João Rodrigues de Almeida 5 de abril de 1610 O degredo comutado foi o de João Roiz de Almeida. ACVSP, 05/04/1610 - Cf carta do rei ao governador Gaspar de Souza, Além disso, vinha com o direito de comutar degredo, o que parece ter usado largamente, pois, apesar de as Atas conterem apenas um caso, uma carta do rei ao governador Gaspar de Souza, em 1613, refere certo uso generalizado da comutação por Francisco e seu filho Luis no Rio de Janeiro. [p. 166]
• 53. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro 31 de outubro de 1610 Três anos depois, Clemente Alvares montou sua tenda de ferreiro em Pirapitingui, no salto do Tietê, provável lugar do “piassava”. [31/10/1610] Neste mesmo ano, Diogo de Quadros, o provedor das minas, organizou uma entrada para o sertão, gerando protestos da Câmara que pedia que ninguém o acompanhasse. De todo modo, os carijós eram já abundantes em 1615, tanto que, no retorno de uma bandeira do próprio Quadros, eles foram matriculados e partilhados entre 78 moradores.
• 54. Epidemia que atingia a vila de São Paulo / D. Francisco está no Sertão 12 de maio de 1611 • 55. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil 10 de junho de 1611 As Atas se calam. Por elas sequer sabemos quando exatamente ele morreu. E não sabemos, ainda hoje, onde foi enterrado. Por aproximação, estima-se que tenha morrido entre 10 e 11 de junho de 1611, em meio a uma epidemia que atingia a vila. Ou seja, não sabemos bem quando, nem onde e muito menos de quê morrera o governador. As versões dão conta mais das ansiedades de cada um do que de uma informação legítima. Até mesmo nas versões de sua morte o governador foi apresentado de diversas maneiras. E talvez essa série de versões nos ajude a revelar um pouco mais do que foi a história da região nas décadas posteriores: uma disputa acirrada por hegemonia e pelos despojos do governador, com alianças instáveis, conexões interrompidas e a eclosão de grupos e facções em confronto.
• 56. Baltazar Gonçalves avisa que vai ao sertão, às minas de Caativa, com “o alemão mineiro” 11 de setembro de 1611 Por outro lado, nas Atas de 11/09/1611, Baltazar Gonçalves avisa que vai ao sertão, às minas de Caativa, com “o alemão mineiro”, por ordem de Diogo de Quadros. A despeito da proibição dos moradores irem ao sertão, os oficiais dizem que “em matéria de minas não se metiam por não ser de sua jurisdição”, o que reforça a ideia da jurisdição paralela. De qualquer modo, o misterioso mineiro alemão parece ainda estar vivo depois da morte de Francisco de Souza, que ocorrera em junho daquele ano. [“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga Página 181]
• 57. “Libro de los sucessos del ano de 1624” 1624 Estes regimentos só reforçam as expectativas e os investimentos feitos em torno das supostas minas. Segundo nos diz Taunay, baseado numa consulta de Salvador Correia de Sá e Benevides realizada pelo Conselho Ultramarino em 1677, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”. Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios. Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto. Apesar de o livro referenciar o ano de 1624, o documento é posterior a 1640, já que dá conta da Restauração (rebelión, conforme seu texto) que parecia ter ocorrido há pouco, e da expulsão dos jesuítas da vila, porque, segundo o manuscrito, não respeitavam os direitos dos moradores. Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”.
• 58. O governador do Rio de Janeiro, Antonio Paes de Sande, dizia que os paulistas escondiam as verdadeiras informações das minas e teriam sido, inclusive, indiretamente responsáveis pela morte do governador D. Francisco de Souza, já que este morrera de desgosto depois das notícias do assassinato de um mineiro que enviara às minas 1692 A tese de uma população turbulenta e insubmissa que praticava toda sorte de impedimentos, roubos e boicotes deitaria frutos no tempo. Tanto que, em 1692, o governador do Rio de Janeiro, Antonio Paes de Sande, dizia que os paulistas escondiam as verdadeiras informações das minas e teriam sido, inclusive, indiretamente responsáveis pela morte do governador D. Francisco de Souza, já que este morrera de desgosto depois das notícias do assassinato de um mineiro que enviara às minas. O trecho do relatório de Sande que fala destas suspeitas está reproduzido em FRANCO, Francisco de Carvalho. Dicionário...op.cit.. De todo modo, a versão de que Francisco de Souza morrera de desgosto prevaleceu no tempo. Para Sande, pela morte do mineiro por colonos, já em documento da Biblioteca de Madri, pela morte do mineiro a mando dos jesuítas. Jesuítas e colonos brigavam até pela autoria da morte de um mineiro alemão! Esse mineiro, nunca nomeado, parece ter vindo com Francisco de Souza em 1608 e foi instruído pelo Conselho da Índia, conforme solicitação do rei ao vice-rei de Portugal. Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VIII-18.
• 59. Relatório de Antonio Paes Sande (1622-1695) 1698
Eduardo Bueno em Canal Buenas Idéias, 100° episódio: “A devastação das Missões” 3 de abril de 2019, quarta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:29:25 • Cidades (3): Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Temas (22): Caminho do Peabiru, Escravizados, Estradas antigas, Farinha e mandioca, Guaranis, Guayrá, Jesuítas, Léguas, Leis, decretos e emendas, Mamelucos, Milho, Missões/Reduções jesuíticas, Nheengatu, O Sol, Pólvora, Rio Uruguai, Tape, Temiminós, Tordesilhas, Tupiniquim, Tupis, União Ibérica • 145. Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil 9 de junho de 1591 • 146. D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses 23 de maio de 1599
Atlas Escolar de Sorocaba - História, Geografia e Ambiente 2020. Atualizado em 24/10/2025 02:40:50 • Cidades (3): Iperó/SP, Santa Rita de Cássia/MG, Sorocaba/SP • Pessoas (1): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616) • Temas (10): Bairro Itavuvu, Caminho do Peabiru, Dinheiro$, Escolas, Leis, decretos e emendas, Música, Nossa Senhora de Montserrate, Ouro, Rio Sorocaba, Tropeiros
Provedorias das Minas, em mapa.an.gov.br 8 de junho de 2022, quarta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:16:20 • Cidades (1): Salvador/BA • Temas (8): Leis, decretos e emendas, Ouro, União Ibérica, Casas de Fundição, Prata, Capitania de São Vicente, Capitania do Espirito Santo, Capitania do Rio de Janeiro • 155. D. Francisco de Sousa os privilégios que haviam sido concedidos a Gabriel Soares de Sousa, para a exploração das minas 2 de janeiro de 1608 As descobertas de minas nas capitanias de Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente provocou a criação de um Estado separado, a chamada Repartição do Sul, em 1608, com governo próprio e independente do governo-geral estabelecido em Salvador. Para o cargo de governador e capitão-general foi nomeado Francisco de Sousa, que também ficou encarregado da administração das minas por um período de cinco anos. O alvará de 2 de janeiro de 1608 instituiu os cargos de mineiros de ouro, de ouro de betas e também de prata, pérolas, esmeraldas e salitre para os trabalhos de exploração dessa área.
Quinto do ouro, consulta em Wikipédia 27 de agosto de 2023, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:40:54 • Cidades (13): Araçoiaba da Serra/SP, Curitiba/PR, Iguape/SP, Ouro Preto/MG, Paranaguá/PR, Paraty/RJ, Potosí/BOL, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Taubaté/SP, Vila Rica/MG • Pessoas (5): Sebastião de Castro Caldas, Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), João III, "O Colonizador" (1502-1557), Manuel de Borba Gato (1649-1718) • Temas (13): Caminho do Mar, Caminho velho, Capitania de Santo Amaro, Casas de Fundição, Estradas antigas, Leis, decretos e emendas, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Pela primeira vez, Prata, Rio das Velhas, Serra de Jaraguá, Tordesilhas • Quinto do ouro, consulta em Wikipédia 27 de agosto de 2023, domingo
Sobre o Brasilbook.com.br |