| | | Fernão Cardim  (1540-1625) |
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Antepassados - Descendentes
REGISROS: 31teste1 “Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha” 10/08/1549 1.1 *“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística Data: 01/01/2005
2 *Mitologia Nativa: O Ipupiara 01/01/15643 *Único lugar culto era a igreja do colégio 01/01/15814 *Cardim falou de “120 vizinhos” 01/01/15825 *Jesuítas, estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga 01/01/1583 5.1 *“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP Data: 01/01/2008 Em 1583, por ocasião da passagem do visitador dos jesuítas, o Pe. Cardim escrevia que estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga, onde “os índios os receberam com muita festa como o costumam, mandando de sua pobreza”. Como o aldeamento estava apenas se iniciando, a vida ali era mais simples e sem a estrutura que se formou em outros aldeamentos cristãos.
Embora não haja relatos desta época, é possível que os indígenas vivessem como no aldeamento da capitania do Espírito Santo, descrito pelo Pe. Rodrigues:
Todos os dias, em amanhecendo, se tange as Ave Marias de pela manhã e daí a pouco à missa, que acabada se lhes ensina a
doutrina na sua língua. E depois vai cada um a seu serviço. (...) à cinco horas da tarde se torna a tanger o sino à doutrina a que acode a gente que se acha pela aldeia, e se lhe ensina a doutrina com a outra parte do Diálogo, que contém a declaração dos sacramentos. Finalmente à boca da noite saem os meninos em procissão, da porta da igreja até à cruz, cantando algumas orações e encomendando as almas do fogo do purgatório.
Como os padres não viviam nesses aldeamentos, a catequese devia ser feita de forma itinerante ou por um catequista devidamente preparado. As casas, que agora abrigavam famílias nucleares, eram construídas em volta de um pátio, onde havia a igreja e a cruz, como se vê ainda hoje na aldeia de Carapicuíba, uma das poucas que manteve a estrutura original. Quanto ao vestir, os indígenas seguiam os padrões ocidentais, como escrevia este mesmo missionário:
As mulheres quando hão de ir à igreja, ou hão de aparecer diante de gente, vestem-se mui decentemente, convém a saber, com uma camisa ou hábito bem feito, cerrado, largo e comprido até o chão; os cabelos são compridos enastrados [trançados] com suas fitas, e nas mãos suas contas de rezar. Os homens andam com o vestido que podem, mas na igreja e pelas festas muitos deles se tratam à portuguesa.
Embora vivessem de “sua lavoura de mantimentos que plantam e semeiam, de caça, de pescaria e criações” prestavam também serviço aos colonos. “Servem [além do] mais aos moradores em suas fazendas; e para isso se põem com eles por soldada [salário], por certos meses, por seu estipêndio [trabalho], conforme os regimento de S. M. [Sua Majestade]” . 6 *Fernão Cardim sobre o caminho 01/01/1585 6.1 *A Vila de São Paulo em seus primórdios – ensaio de reconstituição do núcleo urbano quinhentista Data: 01/01/2009
6.2 *“Cubatão: Caminhos da História”. Cesar Cunha Ferreira, Francisco Rodrigues Torres e Welington Ribeiro Borges Data: 01/01/2008
6.3 “Os transportes em São Paulo no período colonial”, José Gonçalves Salvador Data: 30/09/1958 Estabelecidos os primeiros colonos no litoral, onde fundaram São Vicente e Santos, transpunham logo depois as costas abruptas da serra de Paranapiacaba, vindo localizar-se no Planalto. Ao lado de Santo André da Borda do Campo surgia a 25 de janeiro de 1554 São Paulo de Piratininga. Mas durante muitas décadas haveriam seus passos de ser morosos,
tardios, e de permanecer mesmo isolada de suas vizinhas do litoral, e sobretudo da Metrópole. Enorme barreira se interpunha às suas relações com a marinha: a Serra do Mar, coberta pela mata densa, o indígena que nela se ocultava, além
das escarpas inclementes. Só à custa de muita coragem e dispêndio de energias se conseguia vencê-la, aproveitando-se, assim mesmo, de velhas trilhas abertas pelo íncola em suas descidas ao mar para buscar peixe ou sal. Afinal, a dos tupiniquins, ou do padre José, como veio a chamar-se, acabou preddminando (1) .
Melhorou-a Anchieta, auxiliado pelos naturais, sem a haver, contudo, modificado grandemente, pois só excepcionalmente e com indizível sacrifício podia transpô-la, agora, qualquer animal doméstico. O recurso então viável consistia no uso de pés e mãos, pelo menos na serra. Deixemos, a propósito, que fale o padre jesuíta em sua Informação de 1585.
"Vão lá por umas serras tão altas que dificultosamente podem subir nenhuns animais, e os homens sobem com trabalho e às vêzes de gatinhas por não despenharem-se, e por ser o caminho tão mau e ter ruim serventia padecem os moradores e os nossos grandes trabalhos".
Verdade que permaneceria com poucas atenuantes por mais uns duzentos anos. O padre Fernão Cardim, que em 1585 veio a São Paulo na companhia do visitador da Ordem dos Jesuítas, o padre Cristóvão de Gouveia, nos deixou uma descrição dessa viagem, e na qual gastaram quatro dias. Até à base da serra caminharam distância de duas léguas por água e uma por terra, pernoitando numa tejupaba (palhoça). No dia seguinte fizeram a ascenção até ao meio dia. Quando, por fim, chegaram ao cume, achavam-se "bem cansados", "sendo o caminho tão íngreme que às vêzes iam pegando com as mãos". De novo pernoitaram, e mais uma vez se puseram a caminho, "o pior que nunca haviam visto". (Página 81 e 82)
A última etapa da viagem dos padres Cardim e Cristóvão de Gouveia, em 1585, fizera-se a cavalo, como dissemos, linhasatrás, sinal de que os paulistas desde cêdo se utilizaram dêssemeio. Tão bem impressionado ficara o companheiro do Visitador da Ordem, que nos legou estas expressivas declarações: "quem tem sal é rico, porque as criações não faltam"
7 *Anchieta 01/01/15878 4° Congregação provincial 25/05/1592 8.1 Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo* Data: 01/07/2013 Importantes quadros da Companhia de Jesus reunidos em Salvador em 1592 foram unanimes em negar todas as acusações contra eles encaminhadas a Felipe II pelo colonizador português Gabriel Soares de Sousa. Pronunciaram-se escandalizados de “tão baixas palavras, e torpes juízos”, identificando o “quão azedo” se encontrava “o peito” donde saíam (SOUSA, 1942:372).
A expressão “peito azedo” que pode ser traduzida como “coração amargurado”, manifesta um dos lados da sua defesa, a bem dizer, o âmbito pessoal e íntimo com o qual pretenderam minimizar as denúncias do explorador quinhentista. Séculos mais tarde, Antônio Serafim Leite classificou os mesmos Capítulos escritos pelo senhor de engenhos contra os inacianos que atuavam na América portuguesa como “mexericos de soalheiro” (SOUSA, 1942:344).
De fato tanto as acusações quanto as réplicas tratam muitas vezes de pormenores como a quantidade de porcos, vacas, galinhas, currais e lançam mão de queixas, desavenças e injúrias tão próprias ao cotidiano que parecem de menor valor. Este diz que me disse, cheio de picuinhas é, no entanto, extremamente comum neste tipo de escrita assim como sua desqualificação historiográfica.
Como destacou num artigo recente a historiadora Mary Del Priore (2013:22), mexericar era uma forma de distração tão corriqueira que chegou a obter um item específico no Livro V das Ordenações Filipinas do século XVII:
Por se evitarem os inconvenientes que dos mexericos nascem, mandamos que se alguma pessoa disser à outra que outrem disse mal dele, haja a mesma pena, assim cível como crime que mereceria, se ele mesmo lhe dissesse aquelas palavras que diz que o outro terceiro dele disse, posto que queira provar que o outro o disse (Lara,1999:267).
Os Capítulos que Gabriel Soares de Sousa deu em Madrid ao SR.D. Cristóvam de Moura contra os padres da Companhia de Jesus que residem no Brasil com umas breves respostas destes mesmos padres que deles foram avisados por um seu parente a quem os ele mostrou retratam estes fuxicos de uma vivência próxima e tensa entre os moradores do primeiro século do Brasil colonial. Aproxima-se de uma subliteratura, pelo seu gênero indefinido, seu teor panfletário, polemico e conjuntural.
Por outro lado, testemunha uma história não tão interessante do ponto de vista de um retrato apologético e edificante seja da Igreja, seja da colonização brasileira, ou de ambas simultaneamente. Esta crônica quase jornalística envolvendo os conflitos entre aqueles que a princípio estariam do mesmo lado no processo colonizador, colonos portugueses e jesuítas, é por si só interessante, mas permite principalmente uma investigação que se abre como um leque para temáticas referenciais tanto da história colonial e da historiografia brasileira quanto da renovada história da Igreja e das religiosidades. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Página 1]
Sabemos positivamente que uma cópia chegou ao então provincial Marçal Beliarte no Brasil e este encaminhou o material para diversos clérigos mais experientes na vivência na colônia para que respondessem as informações prestadas pelo colono português. As réplicas foram assinadas por vários membros da Companhia de Jesus que participaram da quarta Congregação provincial convocada para 25 de maio de 1592 na Bahia (BARBOSA, 2006). A data da assinatura final do documento é de 13 de setembro de 1592, quando Gabriel Soares seguramente já estava morto uma vez que a abertura do seu testamento se dera em 10 de julho deste mesmo ano.
As Respostas apresentam o mesmo tom exaltado das Informações. Denunciam os maus tratos recebidos pelo gentio da parte dos colonos, os interesses particulares de Gabriel Soares no apresamento dos indígenas, suas atividades de venda de índios e a segurança que tinha em denunciar sem averiguar suas informações de que os apontamentos dados em Madri seriam “impossíveis virem ao Brasil” (1942:360). Apesar de todo esmero em responder minunciosamente cada artigo, as Respostas não tinham como destino qualquer exposição pública. A assinatura de padres do gabarito de Marçal Beliarte, Ignácio Tholosa, Rodrigo de Freitas, Luís da Fonseca, Quiricio Caxa, Fernão Cardim, Luis da Grã e José de Anchieta confirmam a importância das acusações, porém sua finalidade se encontrava em rebater imediatamente e se antecipar à chegada das críticas ao superior em Roma. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Página 10] 9 *Depoimento de Afonso Sardinha 01/01/160010 O Padre Fernão Cardim, ao retornar de Roma trouxe a resolução de iniciar missões estáveis entre os carijós e até fundar uma Residência. Com esta finalidade, a 27 de março de 1605 partem de Santos os Padres João Lobato e Jerônimo Rodrigues, acompanhados de 7 nativos cristãos da aldeia de São Barnabé do Rio de Janeiro 27/03/1605 10.1 *Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbrega a Vieira) Data: 01/01/1940
11 Batizado do nativo "Fernão Cardim" 15/08/1605 11.1 *Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbrega a Vieira) Data: 01/01/1940
12 *Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol XXI. 1916-1921, 1924 01/01/192413 *Historia da Companhia de Jesus no Brasil. Serafim Soares Leite (1890-1969) 01/01/193814 *Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbrega a Vieira) 01/01/1940 mancionado eM: O Padre Fernão Cardim, ao retornar de Roma trouxe a resolução de iniciar missões estáveis entre os carijós e até fundar uma Residência. Com esta finalidade, a 27 de março de 1605 partem de Santos os Padres João Lobato e Jerônimo Rodrigues, acompanhados de 7 nativos cristãos da aldeia de São Barnabé do Rio de Janeiro Data: 27/03/1605 mancionado eM: Batizado do nativo "Fernão Cardim" Data: 15/08/160515 *Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) - Monções Capítulos de expansão paulista 01/01/194516 *Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952 01/01/195217 *“Histórias e Tradições da Cidade de São Paulo” 01/01/195418 “Os transportes em São Paulo no período colonial”, José Gonçalves Salvador 30/09/1958 mancionado eM: *Fernão Cardim sobre o caminho Data: 01/01/158519 *A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja 01/01/199620 *Uma história da cidade da Bahia, 2004. Antonio Risério 01/01/200421 *“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística 01/01/2005 mancionado eM: “Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha” Data: 10/08/154922 *“Cubatão: Caminhos da História”. Cesar Cunha Ferreira, Francisco Rodrigues Torres e Welington Ribeiro Borges 01/01/2008 mancionado eM: *Fernão Cardim sobre o caminho Data: 01/01/158523 *“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP 01/01/2008 mancionado eM: *Jesuítas, estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga Data: 01/01/158324 *A Vila de São Paulo em seus primórdios – ensaio de reconstituição do núcleo urbano quinhentista 01/01/2009 mancionado eM: *Fernão Cardim sobre o caminho Data: 01/01/158525 *“Boa Ventura! A Corrida Do Ouro No Brasil” (1697-1810). Lucas Figueiredo 01/01/201126 Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo* 01/07/2013 mancionado eM: 4° Congregação provincial Data: 25/05/159227 “O semeador de horizontes”. Revista da Associação Paulista Medicina* 01/10/201828 UM TEXTO DE CARDIM INÉDITO EM PORTUGUÊS? 01/09/202229 Curiosidades sobre o Caminhão do Mar 23/12/202230 Nossa História, Prefeitura de Iguatu (iguatu.ce.gov.br, data da consulta) 10/02/202431 Bandeirantes, consulta em Wikipédia (data da consulta) 25/02/2024 |
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