| Nicolau Coelho  (1460-1504) |
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REGISROS: 15teste1 Os marujos avistaram algas-marinhas, o que os levou a acreditar que estavam próximos da costa 21/04/15002 O “Descobrimento” do Brasil 22/04/1500 2.1 *“História Da Civilização Brasileira”. Sob a direção de Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) Data: 01/01/1978
2.2 Gaspar da Gama: um judeu no descobrimento de Brasil Data: 18/12/2019 Então, um batel, escaler, é lançado da nau capitania, e nele está Nicolau Coelho, com seu sombreiro com uma pena. É um veterano da conquista da Índia, havia viajado apenas dois anos antes junto com Vasco da Gama. Quatro marujos, quatro marinheiros estão remando. Dentre eles há um escravo vindo de Angola e um grumete vindo da Guiné. E junto, um homem alto, misterioso, de barba branca, vestido também de branco, de linho, com uma touca na cabeça. Esse homem vinha da Índia, mas não era indiano. Ele falava, se supõe, pelo menos dez línguas.
2.3 Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás Data: 01/05/1500
3 Capitães de todos os navios reuniram-se a bordo do navio de Cabral 23/04/1500 3.1 *“História Da Civilização Brasileira”. Sob a direção de Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) Data: 01/01/1978 Quanto a esse último ponto, conhece-se pelo menos um documento insofismável, que é a carta, já lembrada, de Pero Vaz de Caminha, o mais valioso, incomparavelmente, dos depoimentos que nos ficaram de testemunhas diretas do Descobrimento. Não se pode afirmar, e nem negar, que, destinado a escrivão da feitoria de Calecute, na índia, já exercesse seu autor cargo idêntico na frota. De qualquer modo, seu depoimento, longe de constituir um relatório seco e burocrático, é a animada descrição do primeiro contato entre o europeu e a terra incógnita. Ao longo de vinte e sete páginas do venerando texto surpreende-se, num flagrante vivaz e colorido, a visão inaugural da terra do Brasil.
Para começar, os marinheiros quinhentistas apresentam-se, aqui, em sua quotidiana simplicidade: homens de carne e osso, não estátuas de bronze ou mármore. Um deles, Diogo Dias, irmão de Bartolomeu, surge lado a lado com os Tupiniquins do Porto Seguro, procurando bailar ao jeito deles e ao som de uma gaita. Por ser homem “gracioso e de prazer”, torna-se serviçal aos navegantes, atenuando ou dissipando a natural esquivança do gentio. E não é, o seu, um caso isolado.
O próprio Pedro Álvares surge aqui e ali, junto aos moradores da terra, folgando entre eles. Só em dada ocasião parece contrair a fisionomia. E quando um índio velho, tendo tirado do próprio beiço o tembetá de pedra verde, insiste em metê-lo na boca do capitão.
Esse primeiro encontro das duas raças é o mais cordial que se poderia esperar. O europeu apresenta-se certamente cauteloso, fugindo a fazer o menor gesto que possa interpretar-se como provocação. O índio, de sua parte, mostra-se acolhedor, embora com algumas reticências e reservas - as mesmas reservas que jamais deixará de manter, através dos séculos, em face do branco invasor.
É a atitude normal em tantos povos primitivos, de quem vê, continuamente, no estrangeiro, um eventual inimigo. Desconfiados, inconstantes, dissimulados... — não são outras as expressões que os próprios catequistas hão de utilizar depois para a descrição do gentio da terra. Essa volubilidade não escaparia ao nosso mais antigo cronista.
Levados para bordo da capitânia, onde são mimados e acolhidos com presentes, os Tupiniquins que tiveram esse privilégio não dão mais sinal de si, uma vez trazidos a terra. Outros escondem-se assustados, à presença de um branco, mesmo quando, momentos antes, pareciam confiantes e expansivos. Nisso não se mostram diferentes dos pardais diante de uma armadilha, declara-o Caminha. E nota ainda, a propósito, que ninguém ousava falar-lhe de rijo para que não se esquivassem ainda mais.
Apesar de tudo, não haveria nenhum obstáculo insuperável à sua conversão e domesticação: “... essa gente”, escreve, “é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho que lhe queiram dar”. O Padre Manuel da Nóbrega, cinqüenta anos mais tarde, dirá a mesma coisa em outras palavras, comparando os índios ao papel branco, onde tudo se pode escrever.
O espírito de imitação, que tantas vezes tem sido apresentado como traço de caráter comum a todos os nossos índios, também transparece com nitidez dessa descrição da segunda missa no Brasil:
“E quando veio ao Evangelho, que erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim até acabado; e então tomaram a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que certifico a Vossa Alteza nos fez muita devoção.”
Uma página, entre todas as da carta, merece particularmente ser guardada. E aquela onde se pinta a cena da apresentação de dois índios a Cabral, a bordo de um navio da frota. O diálogo dos gestos, que nesse [Páginas 59 e 60]
3.2 “Brasil já conhecido na carta de Caminha” - Arthur Virmond de Lacerda Data: 30/03/2020 Já fundeada toda a frota na atual baía Cabrália, no dia 23 de abril Pedro Álvares Cabral mandou à terra Nicolau Coelho, quando cerca de 18 íncolas observavam-nos da praia, armados de arcos e flechas. No dizer de Caminha, Coelho “[...] lhes fez sinal que depusessem os arcos; e eles os depuseram [...]”:
ele gesticulou-lhes; eles compreenderam-lhe a gesticulação e acederam-lhe ao pedido apaziguador. Gestos quaisquer aprendem-se em seu significado. Nenhuma mímica é dotada de significado inerente e prontamente compreensível por quem não a haja previamente aprendido. Seja a expressão romana de positivo (com o polegar estendido e os demais dedos retraídos), seja o abanar a mão espalmada
como saudação ou despedida, seja o aplauso ou qualquer outro gesto, ele somente veicula comunicação se entre quem o pratica e quem o observa coincidir a inteligência de seu sentido.
Os índios compreenderam a mímica de Nicolau Coelho. Ter-lhe-iam adivinhado o significado ou já o conheciam ? Evidentemente conheciam-no: houvera, já, contactos entre portugueses e eles.
3.3 Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás Data: 01/05/1500
4 Os navios menores da esquadra de Cabral, reconhecendo a costa, da foz do Caí para o norte 25/04/1500 4.1 “Brasil já conhecido na carta de Caminha” - Arthur Virmond de Lacerda Data: 30/03/2020
5 Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás 01/05/1500 5.1 O BRASIL É ILHA ? CABRAL SABIA JÁ DA EXISTÊNCIA DO BRASIL. Arthur Virmond de Lacerda Data: 29/11/2011
5.2 *“História Da Civilização Brasileira”. Sob a direção de Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) Data: 01/01/1978 Quanto a esse último ponto, conhece-se pelo menos um documento insofismável, que é a carta, já lembrada, de Pero Vaz de Caminha, o mais valioso, incomparavelmente, dos depoimentos que nos ficaram de testemunhas diretas do Descobrimento. Não se pode afirmar, e nem negar, que, destinado a escrivão da feitoria de Calecute, na índia, já exercesse seu autor cargo idêntico na frota. De qualquer modo, seu depoimento, longe de constituir um relatório seco e burocrático, é a animada descrição do primeiro contato entre o europeu e a terra incógnita. Ao longo de vinte e sete páginas do venerando texto surpreende-se, num flagrante vivaz e colorido, a visão inaugural da terra do Brasil.
Para começar, os marinheiros quinhentistas apresentam-se, aqui, em sua quotidiana simplicidade: homens de carne e osso, não estátuas de bronze ou mármore. Um deles, Diogo Dias, irmão de Bartolomeu, surge lado a lado com os Tupiniquins do Porto Seguro, procurando bailar ao jeito deles e ao som de uma gaita. Por ser homem “gracioso e de prazer”, torna-se serviçal aos navegantes, atenuando ou dissipando a natural esquivança do gentio. E não é, o seu, um caso isolado.
O próprio Pedro Álvares surge aqui e ali, junto aos moradores da terra, folgando entre eles. Só em dada ocasião parece contrair a fisionomia. E quando um índio velho, tendo tirado do próprio beiço o tembetá de pedra verde, insiste em metê-lo na boca do capitão.
Esse primeiro encontro das duas raças é o mais cordial que se poderia esperar. O europeu apresenta-se certamente cauteloso, fugindo a fazer o menor gesto que possa interpretar-se como provocação. O índio, de sua parte, mostra-se acolhedor, embora com algumas reticências e reservas - as mesmas reservas que jamais deixará de manter, através dos séculos, em face do branco invasor.
É a atitude normal em tantos povos primitivos, de quem vê, continuamente, no estrangeiro, um eventual inimigo. Desconfiados, inconstantes, dissimulados... — não são outras as expressões que os próprios catequistas hão de utilizar depois para a descrição do gentio da terra. Essa volubilidade não escaparia ao nosso mais antigo cronista.
Levados para bordo da capitânia, onde são mimados e acolhidos com presentes, os Tupiniquins que tiveram esse privilégio não dão mais sinal de si, uma vez trazidos a terra. Outros escondem-se assustados, à presença de um branco, mesmo quando, momentos antes, pareciam confiantes e expansivos. Nisso não se mostram diferentes dos pardais diante de uma armadilha, declara-o Caminha. E nota ainda, a propósito, que ninguém ousava falar-lhe de rijo para que não se esquivassem ainda mais.
Apesar de tudo, não haveria nenhum obstáculo insuperável à sua conversão e domesticação: “... essa gente”, escreve, “é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho que lhe queiram dar”. O Padre Manuel da Nóbrega, cinqüenta anos mais tarde, dirá a mesma coisa em outras palavras, comparando os índios ao papel branco, onde tudo se pode escrever.
O espírito de imitação, que tantas vezes tem sido apresentado como traço de caráter comum a todos os nossos índios, também transparece com nitidez dessa descrição da segunda missa no Brasil:
“E quando veio ao Evangelho, que erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim até acabado; e então tomaram a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que certifico a Vossa Alteza nos fez muita devoção.”
Uma página, entre todas as da carta, merece particularmente ser guardada. E aquela onde se pinta a cena da apresentação de dois índios a Cabral, a bordo de um navio da frota. O diálogo dos gestos, que nesse [Páginas 59 e 60]
5.3 A PENA DO degredo NO IMPÉRIO PORTUGUÊS, consultado em escolakids.uol.com.br Data: 28/03/2023
5.4 “Brasil já conhecido na carta de Caminha” - Arthur Virmond de Lacerda Data: 30/03/2020
6 Celebrou-se a segunda missa 01/05/1500 6.1 “Brasil já conhecido na carta de Caminha” - Arthur Virmond de Lacerda Data: 30/03/2020
7 O original da Carta de Pero Vaz de Caminha guarda-se na Torre do Tombo, em Lisboa. Quem primeiro assinalou sua existência foi José Seabra da Silva e quem pela primeira vez a publicou foi Manoel Aires do Casal 15/01/18178 *Tese de concurso á cadeira de História do Brasil. Colégio D. Pedro II, 1883. Capistrano de Abreu (1853-1923) 01/01/18839 *“História Da Civilização Brasileira”. Sob a direção de Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) 01/01/1978 mancionado eM: O “Descobrimento” do Brasil Data: 22/04/1500 mancionado eM: Capitães de todos os navios reuniram-se a bordo do navio de Cabral Data: 23/04/1500 mancionado eM: Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás Data: 01/05/150010 *Heróis Indígena do Brasil. Memórias sinceras de uma raça. Autor: Geraldo Gustavo de Almeida 01/01/198811 O BRASIL É ILHA ? CABRAL SABIA JÁ DA EXISTÊNCIA DO BRASIL. Arthur Virmond de Lacerda 29/11/2011 mancionado eM: Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás Data: 01/05/150012 Gaspar da Gama: um judeu no descobrimento de Brasil 18/12/2019 mancionado eM: O “Descobrimento” do Brasil Data: 22/04/150013 “Brasil já conhecido na carta de Caminha” - Arthur Virmond de Lacerda 30/03/2020 mancionado eM: Capitães de todos os navios reuniram-se a bordo do navio de Cabral Data: 23/04/1500 mancionado eM: Os navios menores da esquadra de Cabral, reconhecendo a costa, da foz do Caí para o norte Data: 25/04/1500 mancionado eM: Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás Data: 01/05/1500 mancionado eM: Celebrou-se a segunda missa Data: 01/05/150014 Arthur Virmond de Lacerda 07/03/202215 A PENA DO degredo NO IMPÉRIO PORTUGUÊS, consultado em escolakids.uol.com.br 28/03/2023 mancionado eM: Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás Data: 01/05/1500 |
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