24461*“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
A informação corrente entre os historiadores é que o governador Francisco de Souza fora, efetivamente, atraído a São Paulo em função de certas notícias do ouro descoberto pelos Sardinha. Entretanto, Carvalho Franco sugere que o verdadeiro imã teria surgido de algumas amostras levadas por um mameluco que, desdobrado de uma entrada liderada pelo capitão-mor João Pereira Botafogo, chegara até a Bahia. Versão também difundida por Piso e Marcgrave, quando divulgaram os relatos de Willem Von Glimmer, mineiro flamengo inserido na bandeira de Botafogo. [p.118] 20591A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza*
28401*História da Terra e do Homem no Planalto Central. Paulo Bertran
Sem mais esperar, D. Francisco, ainda no ano de 1599, envia ao sertão Anthony Knivet – ex-pirata inglês e criado relutante dos Correia de Sá do Rio de Janeiro – de onde volta com amostras de ouro. Rodrigues Ferreira acha ter ele atingido o São Francisco, onde já estivera em 1596. 24461*“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
Em novembro, o mineiro Gaspar Gomes Moalho requeria terras no caminho de Pinheiros e Piratininga, defronte às de Domingos Dias, este também soldado de D. Francisco de Souza. 6305O Relato de Anthony Knivet, Jornal Correio Paulistano
Quando chegamos, achava-se o governador a 50 léguas, em um lugar no interior, onde lhe constava haverem muitas minas de ouro. Não tendo achado, porém, coisa que pagasse o trabalho, despachou gente mais para o sertão em busca de um sítio chamado Itapusik. Como eu conhecia esse lugar, tive ordem do governador geral para seguir para ali.
Encontramos em Itapusik minas não vulgares. Trouxemos uma porção de terra aurífera e vários pedacinhos de ouro, que achamos em lugares lavrados pelas águas. Muito folgou com isso o governador geral; deu-nos pelo achado mais do ele valia, e enviou-o ao rei, a quem requereu permissão para averiguar se essas minas eram lavráveis ou não.
Mandou igualmente 40 mil libras em lâminas de prata preparada na mina de São Paulo a 12 léguas de São Vicente. Quando eu me achava em Itapusik, partiu meu amo para casa. Em consequência de sua retirada, tive de servir como soldado até que partissem navios para o Rio de Janeiro. Servi 3 meses, e fui muito bem recompensado pelo governador, que remeteu-me de novo para meu velho amo. 26412Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina*
Poucos mezes depois retornava ao Araçoiaba e dalli enviava uma bandeira, mais para o interior, da qual fez parte Antonio Knivet. As empresas, porém, de maior vulto realizadas por esse governador geral, nessa sua primeira vinda a São Paulo e attinentes a devassa dos sertões brasileiros, foram as expedições chefiadas por André de Leão e Nicolau Barreto. 24968Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. XXXV*
Da alfândega de Santos vieram 6:000$000 em novembro. Dom Francisco de Sousa levantou num daqueles dias de 1599, chamando à nova povoação Nossa Senhora de Monte Serrate, de quem foi muito devoto. Parece que o governador não encontrou nem ouro nem prata, mas fundou um engenho de ferro. Em novembro retirou-se. 24343*“Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953)
Dom Francisco de Sousa por suas vez, chegou á vila em maio de 1599, seguido de considerável comitiva. Jornadeou logo para as minas do Araçoyaba, onde Affonso Sardinha, o moço, lhe fez doação dum dos fornos catalães para o preparo do ferro, passando depois a visitar as minas de Bacaetava, São Roque e Jaraguá. Pouco meses depois retornava ao Araçoyaba e dali enviava uma expedição ao Itapucú, da qual fez parte Antonio Knivet. 24421*Historia Geral das Bandeiras Paulistas Escripta á vista de avultada documentação inedita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Tomo Quinto - Jornadas nos sertões bahianos - Os inventarios da selva - Primordios da mineração - O cyclo do ouro de lavagem - As esmeraldas e a prata, 1929. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958)
Em novembro de 1599, fazia sacar do Almoxarifado da Fazenda de Santos mais de seis contos de réis, soma no tempo avultadíssima, para o pagamento da tropa que o seguia "em meio das minas". Depois de "ocularmente as ter examinado e adiantado o estabelecimento delas, que denominou de Nossa Senhora de Monserrate, onde mandou levantar o pelourinho, voltou a São Paulo. 26483*“Os companheiros de D. Francisco de Souza”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953)
Após a expedição de Itapucú, a que já nos referimos, Antonio Knivet regressou para a Europa em companhia de Salvador Corrêa de Sá, em agosto de 1601. De seu compatriota, Henrique Barraway, que o acompanhou em quase todas suas peregrinações, sabe-se que ficou em São Paulo, onde se casou com Francisca Alvares, filha de Marcos Fernandes, e dele procede o apelido de Baruel. Faleceu anos após, na vila de São Paulo. 24356*Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas
Pelas narrativas de Knivet se confirma que d. Francisco de Sousa pouco se demorou em S. Vicente. quando veio ao sul, em 1599, a promover a exploração das minas. Em novembro desse ano, quando Salvador Correira chega a Santos, a chamado do governador geral, levando-lhe auxilio de gente e munições para as entradas ao sertão, já o ativo governador estava a muita léguas no interior, distante de S. Paulo, na serra de Araçoiaba, cuja fama, como vimos, a fazia conhecida como montanha de todos os metais.
D. Francisco não se demorou em fazer seguir uma expedição á serra da Mantiqueira, que Anthony Knivet designa como "um sítio chamado Itapusik" e que evidentemente é como uma erronia de Itapucú, que ele, em outra parte da narrativa, assinala como Itapuca, querendo dizer monte de pedras compridas, trecho da Mantiqueira que é hoje o Pucú ou Pedra do Pecú, por onde, dois anos antes, passara a malograda expedição de Martim de Sá, em perseguição dos tamoyos. Anthony Knivet, que já estivera no lugar, teve ordem de seguir na expedição, a qual mui provavelmente se meteu a caminho de novembro e dezembro de 1599.
Knivet não a descreve com as minúcias com que trata de tantas outras em que antes tomara parte; resume-lhe os fatos e muito pouca coisa; diz que se acharam em Itapucú minas não vulgares, e, por prova, trouxeram de lá uma porção de terra aurífera e algumas pepitas de ouro, encontradas em terreno de aluvião, com o que muito se alegrou o governador comunicando o fato para o reino e pedindo permissão para examinar si essas minas eram ou não lavráveis.
Restituído a Salvador Correia, que tornara ao Rio sem aguardar os resultados da expedição de Itapucú, voltou o prisioneiro inglês aos seus misteres antigos, na lavoura da cana. Perece, porém, que pouco tempo se demorou no engenho de açúcar de seu amo, porque foi por este mandado para as bandas da serra dos Órgãos, que o narrador chama Orgelen, talvez acompanhando a Martim de Sá na sua expedição contra os tomiminós do baixo Parahyba. [Páginas 387 e 388] [1] 24356*Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas
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