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José de Anchieta1534-1597
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O itinerário de Magalhães, os Jesuítas e o centro em torno do Pólo Norte. centrici.hypotheses.org
9 de dezembro de 2015, quarta-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (1): Sevilha/ESP
 Pessoas (1) Inácio de Loyola (1491-1556)
 Temas (5): Jesuítas, Geografia e Mapas, Trópico de Capricórnio, Estreito de Magalhães, Protestantes

Registros mencionados (1)
1703 - Mapa de Heinrich Scherer (1702-1703) ilustrando a circunavegação realizada pela frota de Fernão de Magalhães em 1519-1521 [1549]




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JOSÉ DE ANCHIETA - Padre Jesuita - San Cristóbal de La Laguna - Espanha - Peixes. recantodasletras.com.br
15 de março de 2015, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:17:54
Relacionamentos
 Cidades (3): São Vicente/SP, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA
 Pessoas (4) Estácio de Sá (1520-1567), Jacques Le Balleur, Suzana Dias (1540-1632), Leonor Leme
 Temas (1): Protestantes
Registros mencionados (3)
1. Lei impõe regras aos índios que queriam “se vender” como escravizados
30 de julho de 1566

Lutou contra os franceses estabelecidos na França Antártica na baía da Guanabara; foi companheiro de Estácio de Sá, a quem assistiu em seus últimos momentos (1567). Em 1566, foi enviado à Capitania da Bahia com o encargo de informar ao governador Mem de Sá do andamento da guerra contra os franceses, possibilitando o envio de reforços portugueses ao Rio de Janeiro. Por esta época, foi ordenado sacerdote aos 32 anos de idade.
2. Primeira Missa em São Vicente
1567
3. Execução de Le Balleur em Salvador: Le Balleur teria sido queimado e José de Anchieta teria auxiliado o carrasco em seu ofício
abril de 1567

Investigações históricas, baseadas em documentos da época (correspondência de José de Anchieta e manuscritos de Goa) revelam que o huguenote não morreu no Brasil. Na verdade foi conduzido a Salvador, na capitania da Bahia, e daí mandado a Portugal, onde teve o seu primeiro processo concluído em 1569. Em um segundo processo no Estado Português da Índia, em 1572, foi finalmente condenado pelo tribunal da Inquisição de Goa.
Registros mencionados (4)
30/07/1566 - Lei impõe regras aos índios que queriam “se vender” como escravizados [13191]
1567 - Primeira Missa em São Vicente [20053]
01/04/1567 - Execução de Le Balleur em Salvador: Le Balleur teria sido queimado e José de Anchieta teria auxiliado o carrasco em seu ofício* [20057]
1569 - Processo contra Jacques Le Balleur foi concluído [587]




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Estúdio UNIVESP, Suely Queiroz, em entrevista à Mônica Teixeira
2015. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (4): Itu/SP, Piracicaba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP
 Pessoas (2) Bernardo José de Lorena (1756-1818), José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838)
 Temas (11): Açúcar, Calçada de Lorena, Caminho do Mar, Capitania de São Paulo, Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, Escravizados, Estradas antigas, Léguas, Ouro, Portos, Serra do Mar

Registros mencionados (2)
19/08/1786 - Rainha D. Maria I, atendendo a sua “qualidade e merecimento”, o encarregara por tempo de três anos ou até que um sucessor ao governo paulista fosse nomeado [21640]
01/09/1790 - Calçada de Lorena* [28452]




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Papa Francisco assina decreto que torna santo o padre José de Anchieta. Eduardo Carvalho, G1 (Globo)
3 de abril de 2014, quinta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:17:54
Relacionamentos
 Cidades (4): Guaratinguetá/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP, Ubatuba/SP
 Pessoas (2) Antônio de Sant´Anna Galvão (f.1822), Suzana Dias (1540-1632)
 Temas (8): Confederação dos Tamoios, Iperoig, Jesuítas, Nheengatu, Papas e o Vaticano, Tamoios, Tupinambás, Tupiniquim




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José de Anchieta não matou um cara. Postado por A Catequista, em ocatequista.com.br
2 de abril de 2014, quarta-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (2): São Vicente/SP, Rio de Janeiro/RJ
 Pessoas (3) Joanes de Bolés (f.1567), Luís da Grã (n.1523), Jacques Le Balleur
 Temas (3): Assassinatos, Confederação dos Tamoios, Protestantes

Registros mencionados (3)
1. Mandado pelo seu tio, Me de Sá, Estácio chega à barra do Rio de Janeiro acompanhado de do líder nativo Araribóia, com os seus índios
6 de fevereiro de 1564
2. O padre Balthazar Fernandes dá novas sobre o Rio de Janeiro, logo após a expulsão definitiva da pequena colônia francesa
1567

Para garantir a ocupação da Guanabara e reestabelecer a paz na região, era preciso expulsar de vez esse pessoal, já que os meios diplomáticos haviam sido insuficientes. Com sua influência junto aos índios tupis, Anchieta ajudou a reforçar a armada de Estácio de Sá, reunindo um grande número de guerreiros. Depois, como capelão das tropas, o santo cuidou dos feridos e ajudou a manter a moral de todos em alta.

Resultado: em 1567, a guerra terminou com a vitória portuguesa e a derrota definitiva da Confederação dos Tamoios. Cerca de dez combatentes franceses foram feitos prisioneiros e condenados à morte pela forca. Não foram condenados por heresia, mas sim por crime de invasão territorial e apoio à guerra contra os portugueses.

Era chegado o momento da execução do último francês. Para a sua desgraça, seu suplício foi aumentado por causa da incompetência do carrasco jeselito, que deu uma laçada muito mal-feita. O homem se debatia pendurado pelo pescoço, sem morrer. Para dar breve fim a essa aflição, Padre Anchieta deu uma bronca no carrasco, para que fizesse direito seu trabalho. O laço foi então refeito do modo correto, e o francês finalmente morreu, tendo abreviado os seus tormentos.

Basta um mínimo de boa vontade para notar que, em vez de desmerecer José de Anchieta, esse ato se soma aos seus incontáveis gestos de amor caridade. Ajudou o condenado a ter uma morte mais rápida e com menos sofrimento.

Porém, entrou em cena a eficiente AMHP: Agência de Manipulação Histórica Protestante. O episódio foi grotescamente distorcido para tentar manchar a trajetória do santo. Espalham por aí que o carrasco estava com peninha do francês, e por isso, estava demorando demais para aplicar a pena. Então, o Padre Anchieta o teria enforcado com suas próprias mãos.

As evidências a favor de Anchieta já foram apresentadas pelo padre Hélio Abranches Viotti, SJ. O caso foi discutido em Roma no século XVIII, e não foi considerado impedimento para a canonização do nosso maior missionário. A Igreja se pronunciou oficialmente, garantindo que Anchieta não cometeu qualquer pecado ou irregularidade nesse caso.

Em primeiro lugar, foi um gesto de compaixão. Em segundo lugar, o tal francês enforcado não era João de Bolés (Jean le Balleur), conforme afirmam os autores protestantes. Vários documentos evidenciam que o calvinista João de Bolés foi processado na Bahia, mandado para Portugal e absolvido.

Portanto, João de Bolés não morreu no Brasil, muito menos no Rio de Janeiro, conforme provam diversos documentos citados no livro do Pe. Viotti, entre eles uma carta de José de Anchieta:

“Um dos moradores desta fortaleza era um Joanes de Bolés, homem douto nas letras latinas, gregas e hebraicas e muito lido na Sagrada Escritura, mas grande herege (...). Ali começou logo a vomitar a peçonha de suas heresias. Ao qual resistiu o Pe. Luis da Grã e o fez mandar preso à Bahia de todos os Santos. E daí foi mandado pelo Bispo dom Pedro Leitão a Portugal, e de Portugal doi para a Índia e nunca mais apareceu.” - José de Anchieta. Cartas Jesuíticas, III, 312

Essa confusão protestante também foi desmascarada no livro “Villegagnon e a França Antártica: Uma Reavaliação”, de Vasco Mariz e Lucien Provençal (saiba mais aqui).“A verdade vos libertará”, ensinou Jesus. Porém, os protestantes insistem em sua estratégia suja de deturpar a história – como se já não bastasse a deturpação da doutrina cristã – para difamar o catolicismo. Nesse mundo, devemos reconhecer, eles obtêm razoável êxito. Suas mentiras levaram e ainda levam muitos católicos a abandonarem a Igreja, ou pior: estando dentro dela, rejeitam boa parte de seus ensinamentos e se deixam influenciar pelo veneno protestante.

Mas a verdade é de Cristo, e Cristo é a verdade. E o fato, que vale acrescentar, é que o Padre Anchieta conseguiu adiar em alguns dias a execução do tal francês, que estava apegado às suas heresias. Com sua peculiar doçura e sabedoria, ajudou o homem a abraçar a verdadeira fé. Sim, o pseudo-mártir protestante morreu católico!
3. Execução de Le Balleur em Salvador: Le Balleur teria sido queimado e José de Anchieta teria auxiliado o carrasco em seu ofício
abril de 1567
Registros mencionados (3)
06/02/1564 - Mandado pelo seu tio, Me de Sá, Estácio chega à barra do Rio de Janeiro acompanhado de do líder nativo Araribóia, com os seus índios [13175]
1567 - O padre Balthazar Fernandes dá novas sobre o Rio de Janeiro, logo após a expulsão definitiva da pequena colônia francesa [20805]
01/04/1567 - Execução de Le Balleur em Salvador: Le Balleur teria sido queimado e José de Anchieta teria auxiliado o carrasco em seu ofício* [20057]




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“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador
2014. Atualizado em 23/10/2025 17:17:23
Relacionamentos
 Cidades (19): Araçoiaba da Serra/SP, Buenos Aires/ARG, Cananéia/SP, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Foz do Iguaçu/PR, Guaratinguetá/SP, Iguape/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Mogi das Cruzes/SP, Passo Fundo/RS, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Taubaté/SP, Ubatuba/SP
 Pessoas (43) Adolfo Frioli (n.1943), Afonso d´Escragnolle Taunay (23 anos), Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), André Fernandes (1578-1641), Antonio Gomes Preto (1521-1608), Antonio Lopes de Medeiros, Antonio Pedroso de Barros (1610-1652), Antônio Raposo Tavares (1598-1659), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartyra/M´Bcy (Isabel Dias) (1493-1580), Beatriz Dias Teveriçá ou Ramalho (1502-1569), Belchior da Costa (1567-1625), Benta Dias de Proença (1614-1733), Benta Dias Fernandes (n.1590), Catarina Dias II (1601-1667), Cecília de Abreu (1638-1698), Diogo de Alfaro (f.1639), Diogo de Quadros, Diogo do Rego e Mendonça (1609-1668), Francisco de Paiva, Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708), Gaspar de Guzmán (1587-1645), Hélio Abranches Viotti, João IV, o Restaurador (1604-1656), João Ramalho (1486-1580), Lopo Dias Machado (1515-1609), Luís Castanho de Almeida (1904-1981), Luís da Grã (n.1523), Manoel Fernandes de Abreu “Cayacanga” (1620-1721), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Maria de Torales y Zunega (n.1585), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Paschoal Leite Paes (1610-1661), Paulo de Oliveira Leite Setúbal (6 anos), Paulo de Proença e Abreu, Paulo do Amaral, Pedro Dias Correa de Alvarenga (1620-1698), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), Suzana Dias (1540-1632)
 Temas (56): Algodão, Apiassava das canoas, Apoteroby (Pirajibú), Bairro Itavuvu, Bituruna, vuturuna, Botocudos, Bugres, Caaçapa, Cachoeiras, Caciques, Caminho de Curitiba, Capela “Nossa Senhora da Ponte”, Capela de Santa Ana de Sorocaba, Capela de São Bento, Carijós/Guaranis, Catedral / Igreja Matriz, Cavalos, Colinas, Cristãos, Curiosidades, Deus, Ermidas, capelas e igrejas, Escolas, Escravizados, Farinha e mandioca, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Guayrá, Ijuí, Inquisição, Jardim Sandra, Jesuítas, Léguas, Metalurgia e siderurgia, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, Mulas, Música, Papas e o Vaticano, Pela primeira vez, Pelourinhos, Pontes, Porcos, Redução de Santa Tereza do Ibituruna, Rio Anhemby / Tietê, Rio Araguaia, Rio Sorocaba, Rua XV de Novembro, São Bento, São Paulo de Piratininga, Tapuias, Tordesilhas, Tupis, União Ibérica, Villa Rica del Espírito Santo, Vinho

Registro mencionado
1. Santo Amaro
15 de janeiro de 1560

Vale a pena abrir um parênteses, nesta narrativa, a fim de registrar um episódio curioso na vida de Suzana, mãe de Balthazar, contado pelos historiadores Mons. Paulo Florêncio da Silveira Camargo (História de Santana de Parnaíba) e Padre Hélio Abranches Viotti (Anchieta, o Apóstolo do Brasil). E, este detalhe, que vou narrar, agora, ganhou grande notoriedade, neste ano de 2014, quando S. S. o Papa Francisco canonizou o Padre José de Anchieta.

Quando ainda menina, residindo com seus pais em São Vicente, Suzana Dias foi acometida de uma moléstia grave. Esgotados todos os recursos humanos para a sua cura, Suzana recorreu a Deus, prometendo consagrar-se à vida religiosa, caso ficasse livre da doença, que a atormentava.

Miraculosamente, livre do infortúnio, Suzana cumpria a sua promessa, vivendo uma vida de cristã exemplar, com plano de ingressar num convento. Certo dia, quando estava compenetrada em suas orações, acercou-se dela um irmão leigo jesuíta e sussurrou-lhe aos ouvidos: "Você está liberada da promessa que fez ao Senhor".

Suzana levou um susto e, ruborizada e confusa, dirigiu-se ao religioso: - Mas, que promessa, se eu nunca revelei a ninguém, nem a minha mãe, que fiz alguma promessa ou tinha alguma a cumprir?

O irmão leigo insistiu: - Sou apenas um mensageiro da ordem do Senhor. Você está liberada.

Suzana casou-se e teve 17 filhos.

Essa história da mãe de Balthazar Fernandes não é lenda. O irmão citado, na narração anterior é o venerável padre José de Anchieta e essas informações fazem parte do testemunho de Suzana Dias, no processo de santificação do Apóstolo do Brasil em 1621.

Outro livro: "A Causa da Beatificação do Venerável Padre José de Anchieta", de autoria do padre Viotti, traz mais detalhes sobre o depoimento de Suzana:

"Conhece muito bem o Padre Anchieta e o teve por diretor espiritual, abrindo-lhe toda a consciência".

Conhecia-o, deste antes do sacerdócio, e narra o seguinte fato, que deve referir-se ao ano de 1560, quando novamente se encontram, em Piratininga (São Paulo), os padres Luiz da Grã e Manuel da Nóbrega, superiores da Companhia de Jesus.

"Sendo eu menina de poucos anos e indo à igreja desta vila de São Paulo, ouvi muitas vezes das padres Luiz da Grã e Manuel da Nóbrega, outrora provinciais, que o irmão José era santo e, contando alguns sonhos do irmão, afirmavam que eram revelações e que ele os dissimulava, dizendo que eram sonhos".

E reforça mais ainda:

"Sendo eu de 12 anos e estando enferma, desejei morrer, consagrando a Deus a minha virgindade, mas o padre José, sendo que a ninguém eu dissesse, me falou nesse assunto, que só podia saber através de revelação. Não fiz voto!" [Páginas 23 e 24]
Registros mencionados (75)
1480 - Provável nascimento do cacique Piqueroby de Ururay [22414]
22/04/1500 - O “Descobrimento” do Brasil [20175]
1515 - Nascimento de Lopo Dias Machado (1515-1609) em Portugal, viria ao Brasil e se casaria com Beatriz, uma das filhas do cacique Tibiriça Foi pai de três filhos Belchior Dias Carneiro, Isaac Dias Carneiro e Gaspar Dias. E três filhas, Isabel, Suzanna, Jerônima e Antônia Dias [20192]
22/01/1531 - Bertioga [26243]
1553 - Nascimento de Suzana Dias. Filha de Lopo Dias e da nativa Bartira [19181]
20/07/1553 - Carta escrita por João de Salazar ao Conselho das Índias [22499]
15/01/1560 - Santo Amaro [27129]
1580 - Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias [6760]
1589 - Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas [9075]
07/12/1589 - “Manoel Fernandes falecido (...) requerimento do procurador do conselho Gonçalo Madeira que se fizesse a ponte grande que esta caminho de tejuguasu e que se consertassem todas as mais pontes e caminhos de Ipiranga, Birapoeira, Pinheiros e da Ambuasava” [Atas da Câmara de São Paulo (7.12.1589) p. 374 e 275] [26356]
1594 - O pai de Baltazar, Manoel Fernandes, faleceu em 1589 e, em 1608, a mãe Suzana Dias, casada pela segunda vez com Belchior da Costa, já havia deixado São Paulo, residindo então na sua fazenda, às margens do rio Tietê, em Santa Ana de Parnaíba. Não há data precisa para essa mudança, foi depois de 1593 e antes de 1608, conforme atesta a documentação da época (...) [27349]
23/05/1599 - D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses [6231]
1600 - Casamento de Balthazar Fernandes e Maria de Zunega [19870]
1603 - Balthazar se casa com Isabel de Proença em São Paulo, com a qual teria doze filhos [19867]
1608 - Casamento de Suzana Dias e Belchior da Costa [20083]
07/03/1608 - Carta de dada de terras de Diogo de Onhate que lhe deu o capitão Gaspar Conqueiro no caminho de aldeia de Tabaobi [24117]
21/04/1611 - D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” [21509]
01/11/1613 - Balthazar e seu irmão, André Fernandes, rumam ao sertão de Paraupava, em Goiás* [8962]
23/09/1619 - André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas [19190]
1629 - Quando da destruição do Guairá, nos anos de 1629 e de 1630, os paulistas parnaibanos, chefiados por André Fernandes, certamente passaram pela localização da futura Sorocaba na ida e na volta [9367]
06/03/1629 - Benta [27365]
1632 - Gabriel Ponce de Leon chega em Santana de Parnaíba, casado com a filha "índia" de Balthazar [19873]
02/09/1634 - Falecimento de Suzana Dias [20168]
1637 - Balthazar e o irmão André sofreram uma derrota no seu ataque às Missões do Uruguai [17561]
23/12/1637 - André Fernandes chegou a Santa Tereza do Ibituruna [22962]
19/02/1638 - Padre Alfaro adverte Balthazar [19854]
01/03/1638 - Bula papal à Companhia de Jesus a direção dos Índios* [21937]
09/01/1639 - Bandeirantes paulistas travam combate com espanhóis e guaranis [9828]
17/01/1639 - Assassinato de Diego de Alfaro, comissário da Inquisição [8963]
22/04/1639 - Bula Papal condenando o cativeiros dos índios no Brasil produz graves distúrbios no Rio de Janeiro, em Santos e em São Paulo [8374]
23/07/1639 - Carta datada de 23 de julho de 1639, do padre Ruyer para o padre Antonio Ruiz de Montoya, procurador geral das reduções do Paraguai e da Companhia de Jesus [28347]
01/11/1639 - Retorno* [28346]
24/12/1639 - Balthazar Fernandes está no atual território do Rio grande do Sul participando da destruição de Santa Tereza do Ibituruna, segundo o livro “Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?” do jornalista Sérgio Coelho de Oliveira [19853]
24/06/1640 - Reunião [28349]
13/07/1640 - Jesuítas são expulsos de São Paulo [8372]
1645 - Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba [11082]
1646 - Outro parnaibano, Baltazar Carrasco dos Reis iniciava o povoamento de Curitiha [21721]
07/10/1647 - Rei concede perdão aos paulistas [19887]
1648 - Falecimento de Izabel Proença de Abreu, filha de Balthazar Fernandes em Santana de Parnaíba [9369]
03/06/1652 - Restituição dos padres jesuítas aos seis colégios [21985]
28/11/1654 - Testamento de Isabel de Proença é assinado em Santana de Parnaíba [6033]
01/12/1654 - Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* [6604]
1655 - Inventário de Balthazar Fernandes foi feito em Sorocaba [19183]
21/03/1655 - Isabel de Procença faleceu em Santana de Parnaíba [19869]
12/04/1655 - Inventário a avaliação dos bens da família de Isabel Proença [19868]
22/04/1655 - Registro dos bens e propriedades de Isabel de Proença no sítio e paragem chamada Sorocava [27946]
21/04/1660 - Registro do segundo testamento de Balthazar Fernandes na fazenda de Miguel Bicudo Bejarano na paragem Aputeroby [6050]
28/02/1661 - Partida [1359]
28/02/1661 - Tayaobi [26416]
02/03/1661 - Após uma cavalgada de três dias, Balthazar solicita a Salvador Correia que Sorocaba seja elevada a categoria de "Vila" [6584]
03/03/1661 - O processo retorna com parecer favorável do ouvidor da Capitania de São Vicente sr. Antônio Lopes de Medeiros e o povoado ao redor da capela de Sorocaba foi elevado à categoria de vila [8664]
06/06/1662 - Balthazar foi convocado para prestar contas do cumprimento do testamento de sua esposa Isabel [21230]
04/06/1667 - Documento-petição elaborado pelo filho de Balthazar Fernandes, Manoel Fernandes de Abreu, e dirigido à Câmara Municipal [19858]
04/07/1667 - Chega para tomar posse da igreja doada o Fr. Francisco da Visitação: “Orago da N.S. da Ponte transfere-se para a nova matriz, e a igreja beneditina, daí em diante muda a sua invocação para N.S. da Visitação” [19859]
01/01/1668 - Em 1668, frei Mauro da Trindade Vieira foi ao sertão "e companhia dos sertanistas que costumavam ir todos os anos ao gentio", sua intenção era trazer algumas "peças" para o hospício que os beneditinos tinham em Sorocaba [26709]
1670 - Segunda fundação de Sorocaba [20862]
01/01/1732 - Documento existente na Biblioteca da História Real Portuguesa, na cidade do Porto [27935]
01/02/1732 - Sorocaba: Registro da primeira tropa de muar em Sorocaba* [9656]
06/05/1758 - Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre [6197]
19/01/1888 - Libertados os últimos 460 escravos em Sorocaba [5199]
1927 - “História Antiga da Abadia de São Paulo 1598-1772”. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958). Tipografia Ideal [26792]
15/02/1929 - Estrada Real, Koboyama [28297]
01/11/1949 - Revista Investigações* [2568]
1950 - Paulo de Oliveira Leite Setúbal (1893-1937) - “Ensaios históricos” [2572]
1954 - O monumento ao Tropeiro, doado à cidade pelo conde Francisco Matarazzo [8690]
1969 - História de Sorocaba [28282]
1971 - História de Santana de Parnaíba, 1971. 372 páginas. Paulo Florêncio da Silveira Camargo [24503]
01/01/2014 - Rapodo Tavares atacou a redução de Jesus Maria, na margem esquerda do rio Jacuí, e depois de seis horas de luta arrasou a redução [5235]
2017 - Apontamentos historiográficos de 1991-92, revistos e ampliados em 2017, por João Barcellos. Prefeitura Municipal de Santana de Parnaíba consultado em 17.06.2022 [19872]
16/02/2023 - Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente? [28322]
2023 - Avenida Itavuvu [28565]
17/11/2023 - O NASCIMENTO DE GUARAPIROCABA, urublues1.blogspot.com [3670]
08/02/2024 - A importância da comunicação não-verbal e como é que o estudo de Mehrabian tem vindo a ser mal interpretado. Consulta em objetivolua.com [4168]
19/09/2024 - Quais são as 10 MAIORES TRIBOS INDÍGENAS brasileiras? Conhecendo o Brasil (Youtube.com) [3838]
04/10/2024 - Distância Sorocaba-São Paulo/SP [4700]




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A vila que descobriu o Brasil: A história de Santana de Parnaíba, 2014. Ricardo Viveiros
2014. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (3): Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, Sorocaba/SP
 Temas (2): Maniçoba, Rio Anhemby / Tietê




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O Aldeamento de Barueri, por Pascom Nossa Senhora da Escada, em paroquianossasenhoradaescada.com
29 de outubro de 2013, terça-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (1): Barueri/SP
 Pessoas (1) Jerônimo Leitão
 Temas (4): Carijós/Guaranis, Guaianase de Piratininga, Guaycurus, Nossa Senhora da Escada

Registros mencionados (2)
1. Jerônimo Leitão doou aos jesuítas (provavelmente à Anchieta) uma fazenda em Barueri para ser erguido um novo aldeamento
1557
2. Primeira missa rezada na capela de Nossa Senhora da Escada
21 de novembro de 1560

Por volta de 1560, Anchieta teria trazido 600 (seiscentos) indígenas Guaicurus e Guaianazes para povoar o aldeamento que foi “inaugurado” com uma Missa no dia 21 de Novembro de 1560.
Registros mencionados (2)
1557 - Jerônimo Leitão doou aos jesuítas (provavelmente à Anchieta) uma fazenda em Barueri para ser erguido um novo aldeamento [507]
21/11/1560 - Primeira missa rezada na capela de Nossa Senhora da Escada [19876]




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História de Carapicuíba. João Barcellos
25 de março de 2013, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:17:23
Relacionamentos
 Cidades (17): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Buenos Aires/ARG, Cananéia/SP, Carapicuiba/SP, Catalunha/ESP, Cotia/Vargem Grande/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Porto Feliz/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (23) Afonso d´Escragnolle Taunay (23 anos), Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Bacharel de Cananéa, Belchior Dias Carneiro (1554-1608), Brás Gonçalves, o velho (1524-1606), Braz Gonçalves, velho "Sardinha" (1535-1620), Cacique de Carapicuíba, Clemente Álvares (1569-1641), Diogo Antônio Feijó (1783-1843), Domingos Luís Grou (1500-1590), Gregório Francisco, Jerônimo Leitão, João Barcellos, João Ramalho (1486-1580), Jorge Correa, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel Preto (1559-1630), Margarida Fernandes (n.1505), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541), Padre Guilherme Pompeu de Almeida (1656-1713), Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos), Tomé de Sousa (1503-1579)
 Temas (41): Açúcar, Aldeia de Pinheiros, Ambuaçava, Angola, Araritaguaba, Bituruna, vuturuna, Butantã, Caminho do Padre, Caminho do Peabiru, Caminho Itú-Sorocaba, Caminho Sorocaba-Porto Feliz, Capitania de São Vicente, Carijós/Guaranis, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Goayaó, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Guaranis, Guerra de Extermínio, Inquisição, Jesuítas, Judaísmo, Jurubatuba, Geraibatiba, Metalurgia e siderurgia, Nheengatu, Ouro, Pela primeira vez, Pontes, Portos, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Geribatiba, Rio Pinheiros, Rio Ypané, Rio Ypanema, São Miguel dos Ururay, Serra de Cubatão , Serra de Jaraguá, Ururay

Registro mencionado
1. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
1570

Falar dos rios Anhamby/Tietê e Jeribatiba/Pinheiros é falar de Affonso Sardinha, o Velho, e de como, entre 1570 e 1605, ele os liga numa malha social, econômica e militar, para dar segurança aos percursos que, mais tarde, serão os percursos das bandeiras que demandarão o ouro e as esmeraldas em outros rincões do Brasil.

Os rios que abriram as portas à colonização e ao bandeirismo, nos séculos XVI e XVII, são os mesmos rios que no século XXI continuam a dar vida à malha social e econômica da grande São Paulo dos Campos de Piratininga, na sua malha metropolitana e estadual.

Apesar dos desvios de curso, principalmente no Butantã/Ybitátá, pontes e mais pontes, obras para navegação comercial, poluição industrial e doméstica sem controle, etc., os dois rios continuam a deixar-nos sonhar com a aventura de ir sempre além.

[1] Carapocuyba - aldeia de goyanazes ou de guaranis?... Tudo indica que a primitiva Aldeia Carapocuyba é de origem guarani, até pela proximidade com a Aldeia Koty, pois, segundo documentos antigos (títulos de terras e testamentos) que falam dos "goayanazes aldeados no sítio do Capão, por Fernão Dias Paes, o velho, e que Afonso Sardinha, o Velho, tem aldeado outros da mesma tribo em Carapicuíba". Ou seja, há uma miscigenação nativa forçada pela preação que logo vai acabar com os guaranis tanto na Koty como na Carapocuyba. [p. 7 e 8 do pdf]

Em 1570 tem um engenho de cana d´açúcar em Santos e monta o primeiro trapiche (depósito) de açúcar e pinga da Vila piratininga. Paralelamente ao comércio de açúcar, monta engenho para processar marmelos e torna-se um dos mais ricos comerciantes de São Paulo.

Tanto no litoral como no planalto tem casas que arrenda a padres e aos primeiros advogados que chegam à colônia. É o judeu por excelência que vive de empreendimentos e de renda.

Nos anos 70 é o colono mais poderoso da Capitania de São Vicente acima da Serra do Mar e dá-se ao luxo de financiar a expansão dos jesuítas para o sul, a partir do oeste paulista.

Conhece o prático-minerador Clemente Álvares e estabelece sociedade com ele, pela qual financia a busca de novas minas de ferro, prata e ouro. Clemente Álvares vem a ser um minerador respeitado e, ao mesmo tempo, um cidadão detestado por se apropriar abusivamente de bens e documentos da própria família e das minas de ouro de outros, incluindo as do "velho" Sardinha... que chega a registrar como suas na Câmara Municipal piratininga! [p. 15 e 16]
Registros mencionados (16)
1535 - Nasceu ou fugiu da Inquisição? [7929]
13/07/1552 - Segundo uma comunicação feita pelo primeiro Bispo do Brasil, ao rei D. João, em 13 de julho de 1552, também foi colhido ouro, nas margens do Cubatão, juntos nos desaguadouros dos riachos que desciam da lombada do Paranapiacaba [25945]
30/06/1553 - Mais um parente do capitão-mor Antônio de Oliveira, representante do "proprietário" das terras adquiriu em Assumpção trinta e dois índios guaranys, a troco de ferro, para vende-los nas capitanias do norte [19958]
25/01/1555 - Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia [20150]
09/07/1555 - Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves [20499]
1569 - Sardinha ao chegar a São Paulo, em data anterior a 1570, montou depósitos de açúcar e adquiriu casas que alugava aos vigários [7932]
1570 - “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” [20338]
1575 - Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo [8212]
1578 - Brás Gonçalves, português, casou-se com a filha do cacique de Ibirapuera (Santo Amaro) [20273]
01/11/1585 - Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós [19962]
01/08/1587 - “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"* [19965]
1591 - Fundição de Afonso Sardinha começa a funcionar [6575]
02/05/1592 - Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo [24872]
1604 - Falecimento de Afonso Sardinha, "O Moço" [20263]
1605 - Descobertas das minas paulistas datam em Araçariguama por Afonso Sardinha [21571]
1610 - Sorocaba (data estimada) [20093]




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Língua Portuguesa, língua Tupi e língua Geral: jesuítas, colonos e índios em São Paulo de Piratininga: o que entendiam, o que praticavam, o que conversavam, 2011. João Batista de Castro Júnior
2011. Atualizado em 23/10/2025 17:17:21
Relacionamentos
 Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (16) Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Antonio de Proença (1540-1605), Belchior da Costa (1567-1625), Diogo de Unhate (1535-1617), Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615), Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco Correa (f.1590), Francisco Preto, João Ramalho (1486-1580), Lopo Dias Machado (1515-1609), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Maria Castanho de Almeida (n.1534), Pero (Pedro) de Góes, Quirino Caxa (1538-1599), Vitório Ramalho
 Temas (4): Gentios, Habitantes, Nheengatu, Tupinaés
Registros mencionados (4)
1. Anchieta
dezembro de 1568

Mas o pragmatismo escravista português fez com que fossem aproveitados indivíduos que se aproximavam dos costumes dos índios, como hábeis apresadores e falantes de suas línguas, a exemplo dos filhos e netos de João Ramalho, que compuseram várias expedições, como Antônio Macedo, Vitório Ramalho, Gregório Ramalho, Belchior Carneiro e Francisco Tamarutaca, além de portugueses como Domingo Luís, o Grou, alcunha que, em condições normais, pelo seu significado de “diabo”, provocaria repulsa e rejeição do seu destinatário, mas, em São Paulo, carregava consigo desleixada jocosidade de que se orgulhava tanto seu portador quanto os descendentes, aos quais foi legada como herança.

Interessava a São Paulo a capacidade de mobilização de seus rebentos mamelucos, aqueles “valentíssimos homens, grandíssimos línguas” a que se referiu Quirício Caxa ao relatar a ida de Anchieta ao sertão de Anhembi para resgatar Grou da indianização.

Com essa prole, e unidos a ramalhenses, Domingo Luís encabeçava ações que exemplificavam o suporte econômico da Vila: o apresamento de índios. Essa habilidade não passava despercebida da Companhia de Jesus, que recebeu ex-traficante de escravos índios, como Pero Correia, e um ex-soldado como Antônio Rodrigues.
2. “Historia de la fundación del Colegio del Rio de Enero”, Quirino Caxa (1538-1599)
1575

Símbolo do terror experimentado pelos índios, alguns deles orgulhosamente “botaram fama que tinham morto a Antônio de Macedo e Domingos Luís Grou” (ACSP, I, 388 e 403). O referendo das ações de Grou está na recepção que lhe foi dada quando de seu retorno do homizio em Anhembi, buscado por José de Anchieta: “causó esto grande alegria y edificacion en todo el pueblo”, diz a Historia de la fundacion del collegio del rio enero (1897[1575]: 127).

“E bimbalhavam os sinos da Igreja de São Paulo, para o solene Te Deum pela vitória da cruz”, apraz-se em escrever Viotti (1980[1965]:167). Outro sinal da aprovação social é fornecido pela sua própria nomeação como Procurador do Conselho (ACSP, I, 64-65 e 192), além da tranquilização de Anchieta, que inescondivelmente lhe votava inexplicável afeição, quando surgiu o primeiro comentário de que tinha perecido, conforme sessão de 7 de julho de 1590 (ACSP, I, 403): o jesuíta profetizou que estava vivo e pediu que “rezassem pelos expedicionários...”, escreve Viotti (1980[1965]:219).

A Historia de la fundacion del collegio del Rio de Henero registra que, 1 ano depois do retorno do homizio, o “homem branco” que acompanhara Grou se desentendeu com o capitão e terminou sendo morto pelo filho deste (op.cit., p. 127). Viotti, que data de 1568 o resgate feito por Anchieta, diz que esse era Francisco Correia e que acompanhara Grou em seu desterro para o sertão (op.cit., p. 159 e 167). Esse dado da morte de Correia é desmentido pela informação da sessão de 5 de dezembro de 1593, de que perecera em entrada junto com Grou (ACSP, I, 476).

Tanto a Historia de la fundacion del collegio del Rio de Henero (p. 126) quanto Quirício Caxa (1934[1598]:18) dizem ainda que que Grou era mestiço. Viotti atribui aquela Historia a Caxa (1980[1965]:162). Havendo essa unidade de fonte, seria passível de discussão a origem mestiça de Grou, pois Carvalho Franco (1989[1940]:191) e América de Moura(1952:383) asseguram que era português, o que tem importância quanto ao domínio adquirido da língua, que Caxa diz que era pleno, devido então ao seu entranhamento.

A alcunha foi agregada muito depois de suas primeiras aparições na Câmara e agradava a seu portador, que a legou aos herdeiros, como símbolo de bravura – contra índios. Antes de 1582 era designado apenas “Domingo Luís”, a exemplo do ano de 1563, em que aparece como capitão dos índios (ACSP, I, 24), identificação que é sustentada por Américo de Moura (1952:383), a qual Taunay, todavia, afeta a outro Domingo Luís, o Carvoeiro (2003:373), tal como faz em relação ao procurador do Conselho em 1575 (2003:373), novamente em confronto com Moura, que afirma ter sido o Grou o Domingo Luís que consta sem alcunha nessa passagem das atas (ACSP, I, 64-5). [Páginas 91 e 93]
3. Vindo a São Paulo em 1579, escreveu Anchieta ao capitão-mór uma carta em que dá informação das poucas e reduzidas aldeias situadas nos arredores da vila e faz referência a Domingos Luiz Grou
15 de novembro de 1579
4. Padre Hélio Abranches Viotti
1980
Registros mencionados (15)
12/06/1555 - Carta [493]
01/12/1568 - Anchieta* [26891]
1575 - “Historia de la fundación del Colegio del Rio de Enero”, Quirino Caxa (1538-1599) [26892]
03/01/1579 - Os moradores de São Paulo Pedro Dias, Domingos Luís, o Carvoeiro, Manuel Fernandes, genro de Lopo Dias, Antônio Gonçalves, Baltazar Gonçalves, Marcos Fernandes, o moço, e Domingos Fernandes, por não mandarem administrados ao conserto de uma ponte, foram multados em 1$400 [21445]
15/11/1579 - Vindo a São Paulo em 1579, escreveu Anchieta ao capitão-mór uma carta em que dá informação das poucas e reduzidas aldeias situadas nos arredores da vila e faz referência a Domingos Luiz Grou [24300]
11/03/1582 - Domingos Grou tomou posse do cargo de procurador, do pelouro, ao lado do vereador Salvador Pires. Depois desse dia, não assinou as actas de 24 de março, 1º de novembro e 10 de dezembro, as únicas publicadas [21215]
27/04/1585 - Câmara da vila de São Paulo [726]
23/05/1587 - “esta vila passava de cem moradores e tem cinco ou seis caminhos e uma ponte (...) fazer a ponte grande”. Ausência de Sardinha [23278]
11/06/1588 - Sessão [31953]
27/01/1590 - Muitos forasteiros [23233]
07/07/1590 - Por terem matado Domingos Grou [23245]
07/07/1590 - O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba [22305]
05/12/1593 - Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas [20496]
1610 - “os moradores são pola maior parte Mamalucos e raros Portugueses; e mulheres [portuguesas] há só uma, a que chamam Maria Castanha {Castanho]” [22296]
1980 - Padre Hélio Abranches Viotti [28158]




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O DOMINIUM SOBRE OS INDÍGENAS E AFRICANOS E A ESPECIFICIDADE DA SOBERANIA RÉGIA NO ATLÂNTICO Da colonização das ilhas à política ultramarina de Felipe III (1493-1615)
2010. Atualizado em 24/10/2025 04:16:13
Relacionamentos
 Cidades (2): Madrid/ESP, Olinda/PE
 Pessoas (8) Belchior do Amaral, Cristóvão de Moura e Távora (1538-1613), Diogo de Meneses e Sequeira (1553-1635), Filipe II, “O Prudente” (1527-1598), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Giraldes, Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Mem de Sá (1500-1572)
 Temas (5): Gentios, Jesuítas, Leis, decretos e emendas, Pelourinhos, Rio São Francisco
Registro mencionado
1. Carta ânua da província do Brasil dirigida a Cláudio Acquaviva
1 de janeiro de 1582
Registros mencionados (14)
31/03/1560 - Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? [10473]
01/01/1582 - Carta ânua da província do Brasil dirigida a Cláudio Acquaviva [692]
25/05/1582 - Juramento solene de Felipe II no Brasil se fez e na Baía de Todos os Santos [20433]
13/01/1585 - Representação de Luís da Fonseca a El-Rei [723]
27/02/1587 - Carta de dada de terras de sesmaria [24395]
1592 - Os padres tiveram o “conhecimento dos Capítulos difamatórios de Gabriel Soares” [764]
26/07/1604 - Devassas que Belchior de Amaral tirou dos governadores-gerais do Brasil D. Diogo Botelho e D. Francisco de Sousa [861]
21/07/1605 - Cartas de El-Rei ao Conselho da Índia, sobre a ordem de se tomar Residência a D. Francisco de Sousa, no Estado do Brasil [871]
16/08/1605 - Devassas que Belchior de Amaral tirou dos governadores-gerais do Brasil D. Diogo Botelho e D. Francisco de Sousa [873]
1606 - D. Francisco voltou a Portugal, e, depois, a Valladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III [20514]
24/04/1606 - Carta de Sua Majestade ao Conselho da Índia sobre Dom Francisco de Sousa [882]
17/08/1607 - Sobre o pedido de Domingos de Araújo e Melchior Dias [891]
19/02/1608 - Sobre o dinheiro que no Brasil tomou dom Francisco de Sousa dos defuntos dos ausentes [896]
08/06/1612 - Carta do Bispo D. Pedro de Castilho ao Conde de Sabugal [972]




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Em memória de São Tomé: pegadas e promessas a serviço da conversão do gentio (séculos XVI e XVII). Em Eliane Cristina Deckmann Fleck
2010. Atualizado em 24/10/2025 20:40:25
Relacionamentos
 Pessoas (4) Antônio Vieira (1608-1697), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Simão Rodrigues
 Temas (3): Carijós/Guaranis, Farinha e mandioca, Tapuias

Registros mencionados (4)
201 - Os Atos de Tomé, do início do século III (201 á 300) [3]
10/04/1549 - Carta de Manoel da Nóbrega [23702]
10/08/1549 - “Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha” [21896]
1657 - Em seu Sermão do Espírito Santo, o padre Antônio Vieira discorre sobre as razões do envio de São Tomé [1329]




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Os lugares e os caminhos que celebram um beato: peregrinando pela Causa da canonização de José de Anchieta, 2010. Eliane Cristina Deckmann Fleck e Rafael Kasper
2010. Atualizado em 24/10/2025 02:17:31
Relacionamentos
 Cidades (4): Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (1) Suzana Dias (1540-1632)




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“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
2008. Atualizado em 29/10/2025 23:24:50
Relacionamentos
 Cidades (11): Cananéia/SP, Capivari/SP, Carapicuiba/SP, Itararé/SP, Paranaguá/PR, Paranapanema/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (20) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Brás Cubas (1507-1592), Domingos Luís Grou (1500-1590), Fernão Cardim (1540-1625), Francisco Ramalho Tamarutaca (1569-1618), Gregório Ramalho, Hans Staden (1525-1576), Isac Dias Carneiro (1558-1590), Jerônimo Leitão, João III, "O Colonizador" (1502-1557), Leonardo Nunes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Pero Correia (f.1554), Pero Lobo, Piqueroby (1480-1552), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Ulrico Schmidl (1510-1579)
 Temas (52): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Bilreiros de Cuaracyberá, Cachoeiras, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Paraguay, Caminho do Paraguay, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminhos até Cuiabá, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Cayacangas, Colinas, Descobrimento do Brazil, Deus, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fortes/Fortalezas, Gentios, Guerra de Extermínio, Itacolomy, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Maniçoba, Ouro, Peru, Piqueri, Pirapitinguí, Piratininga, Prata, Rei Branco, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Jaguari, Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Rio Pardo, Rio Pinheiros, Rio São Francisco, Rio Sorocaba, Rio Tibagi, Santa Catarina, São Miguel dos Ururay, São Paulo de Piratininga, Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, Tamoios, Tordesilhas, Trilha dos Tupiniquins, Ururay
Registros mencionados (10)
1. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
25 de janeiro de 1554

Porém foi barrado pela prudência de Tomé de Sousa, que via neste futuro trabalho missionário uma violação ao Tratado de Tordesilhas, podendo criar problemas com Castela (NÓBREGA, Carta de 15.06.1553 (In: LEITE, NCJ, p. 41). A solução foi instalar-se, a meio caminho, no planalto de Piratininga, deixando para mais tarde o missão junto aos Carijó. [p. 160]
2. Carta de José de Anchieta aos padres e irmãos de Coimbra
15 de agosto de 1554

Esta descrição parecia referir-se aos Carijó, que viviam em terras de Castela, e que se mostravam propensos ao cristianismo, como diziam as notícias que chegavam a São Vicente:

Veio cá um principal destes índios, que chamam carijós, que é senhor daquela terra, com muitos criados seus, e não veio senão a buscar-nos para que vamos a suas terras a ensiná-los. Diz-nos sempre que lá vivem eles como animais sem saber as coisas de Deus. E afirmo-lhes que é bom cristão, muito discreto, que nenhuma coisa tem de índio. [Páginas 159 e 160]
3. Geribatiba ficava a seis passos de Piratininga
7 de abril de 1557

Por estar próxima ao caminho do litoral, seus moradores costumavam abandoná-la, quando iam “ao mar fazer sal”, permanecendo ali por um bom tempo.

Anchieta confirma esta dimensão de “guerra santa” feito pelos karaíba, que pregavam a destruição da missão e a morte dos padres: A maior parte destes (...) fez outras moradas, não longe daqui [talvez Ururay], onde agora vivem, porque ultra [além] de eles não se moverem nada às coisas divinas, persuadiu-lhes agora uma diabólica imaginação. Que esta igreja é feita para sua destruição, na qual os possamos encerrar e aí, ajudando-nos os portugueses, matar aos que não são batizados, e aos já batizados, fazer nossos escravos.

No mesmo relato, afirma que, no sertão andava um outro karaíba, venerado “como um grande santo” e “onde quer que vai, o seguem todos, e andam de cá para lá, deixando suas próprias casas”. E que, ao retornar da guerra que iam ter contra seus inimigos, haveria “de destruir esta igreja [de Piratininga]”.
4. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
5 de abril de 1560

O outro ramal saía de São Vicente, passando pela serra de Paranapicaba, subindopela Piaçaguera de cima, até alcançar o planalto de Piratininga, num trajeto proposto pelo engenheiro Bierrembach de Lima (Fig. 5, no último capítulo). Este caminho é apenas citado no Diário de Pero Lopes, quando relata sobre um grupo de portugueses que Martim Afonso deixara no planalto, em vista da instalação de uma povoação.

Chamado de Trilha dos Tupiniquins tal rota apresentava muitos riscos, pois, como escreveu Vasconcelos, “os Tamoios contrários, que habitavam sobre o rio Paraíba, neste lugar vinham esperar os caminhantes de uma e outra parte, e os roubavam e cativavam e comiam”229. Com o tempo foi abandonado, quando se abriu o Caminho Novo ou o Caminho do Pe. José, que se tornou a comunicação mais utilizada para o planalto.

A partir de Piratininga, o caminho alcançaria a rota-tronco na divisa do Paraná,provavelmente na altura da atual Itararé. Foi por esta rota que o Pe. Nóbrega deve ter alcançado Maniçoba, na divisa entre Paraná e São Paulo, onde realizou trabalhos missionários, como se verá mais à frente.

Este trajeto deve ter sido usado pelos Carijó, quando alcançaram Piratininga, aotentar atacar os moradores de São Vicente, pois fala-se que haviam se confrontado com as aldeias do rio Grande [Tietê] [NOBREGA, Carta a Tomé de Sousa, 1559 (CN, p. 217).]. Foi também por esta rota que atingiram os paulistas asreduções jesuíticas do Guairá, no século XVII, levando-as à destruição231.

Havia mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema,encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, naregião central do Paraná, como sugerem Chmyz & Maack232.O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul,costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fezparte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, comosugere Cortesão233. Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam serem linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação dogovernador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado: Eu tenho um mappa antigo, em q’ se ve o rot.o[roteiro] de humcam.o [caminho] q’ seguião os antigos Paulistas, o qual saindo deS. Paulo p.a Sorocaba, vay dahy a Fazenda de Wutucatú q’ foydos P.es desta S. Miguel [Missão de S. Miguel] junto doParanapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o R.o[rio] p.la esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica àbeira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, nomédio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] edesde o salto das Canoas, emté a barra deste rio gastavão 20dias, dahy entrando no [rio] Paraná, navegavão o R.o Avinhema,ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suasvertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terraas vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul]234. [Páginas 60, 62 e 63]
5. “sendo coisa maravilhosa que se achavam ás flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios, e, o que mais é, dois filhos, que eram cristãos detestavam conosco contra seu pai, que era contra nós”
16 de abril de 1563

Outras aldeias Sobre as demais aldeias do Tamanduateí, não há referências. Por ocasião do ataque à missão, em 1562, ao citar os familiares de Tibiriçá, Anchieta escreveu que este cacique “recolheu toda a sua gente, que estava repartida em três aldeias” [ANCHIETA, Carta ao Pe. Diogo Laínes, 16.04.1563, CAP, p. 194], sendo que a tradição identifica apenas a aldeia de Ururay. Desta forma, não se pode afirma se seus parentes viviam nas aldeias do Tamanduateí ou do Tietê. [“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 45]
6. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
1570

Elas tornaram-se também locais de refúgio para os que praticavam assassinatos ou outros delitos graves, como se viu num episódio, ocorrido por volta de 1570, envolvendo a Domingos Grou, o primeiro capitão de Índios.

Ao praticar o crime, fugiu com sua família para junto de uma comunidade indígena do médio Tietê, na região do rio Sorocaba. Como estes indígenas estavam em conflito com os moradores de Piratininga, Anchieta decidiu buscá-lo, aproveitando para tentar fazer as pazes com este povo. A viagem foi acidentada, tendo o barco virado numa cachoeira, quando afundou parte a carga, juntamente com o missionário.

Não sabendo nadar, Anchieta foi socorrido pelo jovem Tupi Araguaçu. Por este motivo, o salto passou a ser chamado Abaremanduaba, isto é, “local que recorda o padre”. Chegando à aldeia, conseguiu a paz e o retorno de Grou e sua família. Voltaram para São Paulo, tendo obtido perdão do Conselho.
7. “Historia de la fundación del Colegio del Rio de Enero”, Quirino Caxa (1538-1599)
1575

Maniçoba Apesar desta proposta inicial de catequese itinerante, houve tentativa de uma missão sedentária, que ocorreu, talvez devido à distância, em Maniçoba, aldeia tupi que ficava no caminho para o Paraguai.

Como já foi assinalado atrás, o objetivo de Nóbrega era atingir a terra dos Carijó; e por isso, sua primeira experiência missionária no planalto foi junto a esta aldeia, chamada também de Japiúba, que ficava provavelmente à beira do ramal do Peabiru, que ligava Piratininga ao Paranapanema.

Foi para lá que Nóbrega se dirigiu, ao passar por Piratininga, em agosto de 1553, quando deixou as bases para a fundação da Casa de São Paulo. Esta aldeia ficava a 50 léguas (330 km) de Piratininga no dizer de Pero Correia.

Um jesuíta anônimo, certamente Quiricio Caxa, afirmava que ela estava “junto de um rio donde se embarca para os Carijós [Guarani]”. Como demonstrei em minha pesquisa anterior, este rio deveria ser o Paranapanema e não o Tietê, como desejaram os defensores da tese de que esta aldeia estaria onde hoje se encontra a cidade de Itu.

É possível que este ramal seguisse o traçado proposto por Chmyz, costeando o Tietê, passando por Carapicuíba, Barueri e Araçariguama, para alcançar Itapetininga, Itapeva, Itararé, adentrando-se para a região do Paraná (CHMYZ, I. & SAUNER, Z., Nota prévia sobre as pesquisas arqueológicas no vale do rio Piquiri. Dédalo, v. 13, 1971, p. 16-17). [Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 180 do pdf]
8. A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada
17 de março de 1590

Em março de 1590, a população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada – João Vallenzuella, espanhol, e um índio cristão, tecelão que na região do rio Jaguari, um dos formadores do rio Paraíba, na tapera de Iaroubi [Jarobi] o grupo português havia sido atacado, morrendo Gregório Affonso, e que Cunhaqueba havia morto a Isaque Dias “e que fiquara [ficara] hu genro de Carobi, Jundiapoen e outros prezos pa os matarem e juntamente dizen q’ he toda gente da entrada morta e acabada”.

E deixavam o recado: todo aquele que fosse ao Vale do Paraíba seria morto. O texto da ata não é claro, mas parece que um grupo, chefiado por Cajapitanga – que parece ser indígena de Piratininga – , estava colaborando com estes contrários. Por isso, a Câmara propunha fazer um devassa para apurar os fatos e caso fossem confirmadas as suspeitas, que fossem presos os traidores. E pedia que a população estivesse “prestes com armas e mãtimentos pa quando for tempo” para ir combater o grupo inimigo. Pedia-se igualmente que os muros da vila fossem reforçados.

O muro que protegia a vila já não era suficiente, pois havia o risco de indígenas que pudessem chegar pelo médio Tietê. Foi então construída uma fortificação na confluência do Tietê com o Jurubatuba (rio Pinheiros) 1395. Era a ambuaçava, que aparece nas atas da Câmara deste período e que era também conhecida como “o forte”.
9. “Tesoro de la lengua guaraní”, Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652)
1639

A ligação do litoral do Rio de Janeiro com o planalto de Piratininga foi assinalada por Montoya, quando descreveu a vila de São Paulo, com suas comunicações terrestres, sendo que um caminho vinha “desde o rio Ginero, abrindo-se um trecho de mato, mas isso repugna muito aos de São Paulo”. Certamente era o trecho que atravessava a Serra do Mar, na forte súbita da Serra das Araras. [Conquista espiritual..., [1639] 1985, p. 125.]
10. Vida do Venerável Padre José de Anchieta, 1672. Simão de Vasconcelos (1597-1671)
1672

A ameaça de morte aos padres e de destruição da igreja da vila de São Paulo concretizou-se em julho de 1562, liderada pelo grupo dissidente de Ururay, entre os quais havia jovens que freqüentaram “a doutrina dos padres”. Como escreveu Simão de Vasconcelos (1597-1671), aqueles nativos “eram filhos da Igreja”, isto é, que já tinham passado pela catequese, sendo que, possivelmente, alguns já tivessem sido batizados.
Registros mencionados (45)
01/02/1531 - Envio de Diogo Leite [22014]
17/08/1531 - Diário de Pero Lopes [11623]
01/09/1531 - De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? [1413]
22/05/1532 - Os navios de Martim Afonso e seu irmão Pedro Lopes parte de São Vicente com destino a Portugal [8355]
01/10/1532 - Martim Afonso preside a primeira eleição popular no planalto de Piratininga e instala a primeira Câmara de Vereadores na Borda do Campo* [27414]
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias [21966]
1543 - Bras Cubas funda aí uma casa de misericórdia, primeiro estabelecimento do gênero criado no Brasil [20206]
01/08/1549 - Pediu ao capitão Antônio de Oliveira que lavrasse um novo termo “verbo ad verbum” e que foi passado no livro 1º de Cartas de Sesmaria* [22295]
1550 - Abandonaram, marchando a maior parte para o Paraguai e saindo outros na pequena embarcação que naufragou em Itanhaém (os vistos por Hans Staden) [21688]
1551 - Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado" [20731]
01/06/1553 - Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” [8742]
10/06/1553 - Carta do Padre Manoel da Nóbrega ao Padre Luís Gonzaga da Câmara [26877]
15/06/1553 - “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada [21900]
1554 - Carta [28545]
25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi [8156]
15/08/1554 - Carta de José de Anchieta aos padres e irmãos de Coimbra [26878]
08/06/1556 - Carta do padre jesuíta Luís da Grã a Inácio de Loyola [26187]
07/04/1557 - Geribatiba ficava a seis passos de Piratininga [22294]
02/09/1557 - Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga” [21807]
05/04/1560 - A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão [21938]
10/07/1562 - Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga [8749]
16/04/1563 - “sendo coisa maravilhosa que se achavam ás flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios, e, o que mais é, dois filhos, que eram cristãos detestavam conosco contra seu pai, que era contra nós” [21989]
1567 - Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão” [22289]
1570 - “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” [20338]
1575 - “Historia de la fundación del Colegio del Rio de Enero”, Quirino Caxa (1538-1599) [26892]
1583 - Jesuítas, estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga [22286]
14/09/1583 - “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes” [21052]
17/03/1590 - A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada [22292]
26/03/1590 - Por ocasião da ameaça de ataque à são Paulo, os camaristas escreviam: “(...) que se ponha gente na ambuaçava na aldeia de Caiapurui” [22291]
09/04/1590 - Ataque tem a intenção de tomar o caminho do mar [23238]
11/04/1590 - “República” [23239]
15/04/1590 - “(...) todos os homiziados e apelados [os que tiverem processo] q’ na dita villa houver ou ai estiverem por quoallquer cauzo (...) que aparesão e venhão a dita vila com suas armas para ajudaren a defender do nosso gentio [26191]
07/07/1590 - Por terem matado Domingos Grou [23245]
07/07/1590 - O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba [22305]
16/02/1591 - Guerra [28109]
15/06/1591 - “Estes ataques não impediram que os colonos continuassem suas incursões pelo sertão. Além do Vale do Paraíba, foram escravizar os Tupi do médio Tietê, em Pirapitingui, na região de Itu, onde mataram muitos e trouxeram outros cativos” [22300]
15/08/1593 - Proibido ir ao sertão [22299]
05/12/1593 - Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas [20496]
1639 - “Tesoro de la lengua guaraní”, Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652) [22657]
01/01/1647 - Raposo Tavares estivera em Portugal [5153]
15/05/1648 - Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui [5214]
1672 - Vida do Venerável Padre José de Anchieta, 1672. Simão de Vasconcelos (1597-1671) [25964]
1740 - “De Itu ao Rio grande não se encontram facilmente os Caiapós, a que por outro nome chamam Bilreiros, porque com grande dificuldade passam o Rio grande, e chegaram tão perto de S. Paulo, que tocaram o sino da Igreja de Jundiaí, com cujo som aterrados fugiram” [22302]
06/05/1758 - Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre [6197]
08/04/2023 - Caminho de São Tomé, hoje chamado Peabiru: Sorocaba-Paranapanema [28727]




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A literatura de José de Anchieta e a gênese da educação brasileira; Rosemeire França de Assis Rodrigues Pereira. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas Programa de Literatura Brasileira
2006. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (2) Jerônimo Leitão, Mem de Sá (1500-1572)
 Temas (1): Carijós/Guaranis
Registros mencionados (3)
06/04/1585 - Sessão de 6 de abril de 1585, Atas da Câmara da Cidade de São Paulo [28111]
25/08/1585 - Guerra [28112]
01/09/1585 - A Câmara da vila de São Paulo dirige uma representação ao capitão-mor Jerônimo Leitão [11822]




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“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística
2005. Atualizado em 24/10/2025 02:17:29
Relacionamentos
 Cidades (7): Buenos Aires/ARG, Cabo Frio/RJ, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Timbó/SC
 Pessoas (20) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Agustín de Zárate, Caiubi, senhor de Geribatiba, Diogo Álvares Correia, o Caramuru (1475-1557), Domingo Martinez de Irala (1506-1556), Fernão Cardim (1540-1625), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Jaime Zuzarte Cortesão (15 anos), João Capistrano Honório de Abreu (46 anos), João de Azpilcueta Navarro, João III, "O Colonizador" (1502-1557), João Ramalho (1486-1580), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pedro de Mendoza, Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580), Serafim Soares Leite (9 anos)
 Temas (23): Algodão, Bíblia, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Carijós/Guaranis, Cristãos, Curiosidades, Estradas antigas, Gentios, Inferno, Jesuítas, Leis, decretos e emendas, Música, Nheengatu, Papas e o Vaticano, Rei Branco, Rio Anhemby / Tietê, São Paulo de Piratininga, Serra do Mar, Tabatinguera, Tamoios, Tupis, Vila de Santo André da Borda

Registros mencionados (6)
1. “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”
24 de dezembro de 1553

As razões topográficas que ensejaram a primeira fundação de São Paulo por Martim Afonso de Sousa, ao dar execução ao plano geopolítico de D. João III, eram as mesmas agora que guiavam os passos de Nóbrega, “com a única diferença de que, no primeiro caso, se tratava de uma expansão territorial e econômica e, no segundo, duma expansão religiosa”, adverte Cortesão (1955:201). É o próprio Nóbrega (2000:190) quem afirma: “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”, ou, nas palavras de Anchieta, em carta escrita de Piratininga em 1554 (1988:48), “entrada a inúmeras nações, sujeitas ao jugo da razão”. Foi “uma intuição verdadeiramente profética”, como bem diz Sérgio Buarque de Holanda (1978:96), não se podendo deixar de admitir que não lhe tenha escapado “a alta significação histórica de um esforço expansionista que outros iriam retomar para dano da Companhia”. [80 e 81]

A chegada de Anchieta a Piratininga, que ocorre em 24 de dezembro de 1553, dará novo impulso ao projeto lingüístico de aprendizado da língua geral, muito embora Nóbrega, quatro anos antes, mostrasse algum desânimo com esse plano em razão do reduzido volume lexical que avaliou ter a língua indígena. São dele as seguintes palavras: “Tem mui poucos vocábulos para lhes poder bem declarar a nossa fé”, diz em carta escrita da Bahia em 1549 (2000:66), repetindo o que já dissera noutra meses antes no mesmo ano: “São eles tão brutos que nem vocábulos têm” (2000:21). Mas será ele próprio quem comandará “um exército de intérpretes”, que dava larga dianteira à Capitania de São Vicente, explicável, segundo Cortesão (1955:206), pela existência do Campo, povoado desde 1532. Além disso, o aprendizado da língua nativa era um dos direcionamentos da Companhia de Jesus para os seus missionários pelo mundo, uma espécie de prius lógico do plano catequético. Como lembra Serafim Leite (2004-I: 29): “os que fossem destinados aos mouros ou turcos deveriam aprender a língua arábica ou caldaica; os que fossem para a Índia, a índica, e assim para as outras”. [p. 119]
2. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
25 de janeiro de 1554

De igual forma procedeu Caiubi, senhor de Geribatiba. Também foi batizado pelos jesuítas, tendo ganhado o nome de “João”. “Auxiliou-os na fundação de São Paulo: Os jesuítas convidaram Caiubi a estabelecer-se nas imediações do sítio escolhido”, diz Serafim Leite (2004-I: 93), no que é consonante com Frei Gaspar da Madre de Deus (1975:123-4). Segundo Antônio Alcântara Machado, em nota a Cartas... de Anchieta (1988:185), Caiubi assentou-se com sua gente "no extremo sul, próximo do sítio que depois se chamou Tabatagoera (hoje Tabatinguera)", onde tinha "sob sua guarda o caminho que do alto do espigão descia para a várzea e tomara para São Vicente por Santo André". Nóbrega, no Diálogo sobre a Conversão do Gentio (2000:246), considera Caiubi um exemplo de fé cristã: “Que direi da fé do grão velho Caiubi, que deixou sua aldeia e suas roças e se veio morrer de fome em Piratininga por amor de nós, cuja vida e costumes e obediência amostra bem a fé do coração”.
3. Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola
15 de março de 1555

Anchieta, em carta de Piratininga, escrita em 1555, também relata caso semelhante: “Um índio principal que veio aqui de mais de cem léguas, a converter-se à nossa santa fé, morreu com sinais de bom cristão”. ["A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005]
4. Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres
8 de maio de 1558

Substituir tais símbolos, recodificando psicolinguisticamente a mentalidade indígena, era tarefa das mais árduas. O ideal de transformar “selvagens em homens, e homens em cristãos, e os cristãos em perseverantes na fé” (BOXER, 1977:89) revelava-se, muitas vezes, um trabalho de Sísifo, como se vê das notas de desesperança que pervagam as cartas jesuíticas, especialmente de Nóbrega e Anchieta. Em missiva escrita já a 08 de maio de 1558, dez anos do início da obra missionária, o jesuíta português assim se lamenta (2000:290):

Depois que fui entendendo por experiência o pouco que se podia fazer nesta terra na conversão do gentio, por falta de não serem sujeitos, e pouca esperança de se a terra senhorear por ver os cristãos desta terra como sujeitos ao mais triste e vil gentio de todo o mundo, e ver a pouca ajuda e os muitos estorvos dos cristãos destas partes, cujo escândalo e 147 mau exemplo é bastante para não se converterem posto que fora o melhor gentio do mundo.
5. Ataque aos índios tamoios
4 de abril de 1561

Não era esse o único religioso com essa habilidosa capacidade de persuasão e domínio da língua geral. Anchieta (1988:331-2) registra dois outros casos. O primeiro se deu “na guerra que fez António Salema ao Cabo Frio”, em que o índio principal ouviu e conheceu “as palavras de um nosso Padre, se entregou a si e a toda a aldeia e dali se sujeitou todo o Cabo Frio sem trabalho”. Em caso imediatamente posterior, Anchieta relata o ocorrido no Rio de Janeiro em que os portugueses, suspeitando que o sertão estava ‘alevantado’, “acorreram-se aos Padres e assim pelo bem comum foi lá mandado um Padre língua muito doente que havia muitos anos que lançava sangue pela boca”, o qual “esteve lá seis meses e pacificou o sertão e trouxe consigo 600 almas de Índios”
6. Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig
6 de maio de 1563

Esse interesse pode parecer não surpreendente porque o pragmatismo da orientação religiosa oferece exemplos muito próximos a esse ou até mais exagerados. Mas, certamente, não era o que Anchieta e os jesuítas ensinavam então. De outra passagem se extrai a confirmação disso: tendo fugido um prisioneiro dos Tamoio, Pindobuçu, “mui angustiado”, foi a Anchieta dizendo: “Venho-te a dizer que fales a Deus que faça ir aquele contrário desencaminhado, para que possamos tomar”. Mas, Anchieta ressalva:

“Eu ouvi a sua petição, antes roguei a Deus que o livrasse”. Esse tipo de “proteção” entendida pelos índios não seduzia a todos, especialmente aqueles ciosos de suas virtudes guerreiras. Ao tentar converter um prisioneiro dos Tamoio, em vias de perder a vida num ritual, Anchieta (1988:233) se surpreendeu com sua reação: “dizendo-me que os que nós outros batizávamos não morriam como valentes, e ele queria morrer morte formosa e mostrar sua valentia”.

Logo em seguida começou a insultar seus apresadores: “Matai-me, que bem tendesde que vos vingar em mim, que eu comi a fulano vosso pai, a tal vosso irmão, e a tal vosso filho”. Ato contínuo seus inimigos saltaram sobre ele com “estocadas,cutiladas e pedradas” e o mataram, “e estimou ele mais esta valentia que a salvação de sua alma”.

Teodoro Sampaio (1978e:238) compreendeu bem isso quando escreveu que “o prisioneiro só se tinha por assaz honrado se morria no terreiro, no meio da maior solenidade, para pasto dos seus mais rancorosos inimigos”.

Métraux (1979:47-8) traz um exemplo, reproduzido do relato de experiência pessoal vivida por Jean Léry, ainda mais concludente do imediatismo pragmático das crenças indígenas, que foi inteiramente por eles transportado para a nova religiosidade que se lhes ensinava:

Vi-os muitas vezes tomados de infernal furor, pois, quando se recordam dosmales passados, batem com as mãos nas coxas e suam de angústia,queixando-se, a mim e a outro companheiro, e assim dizendo: - Mair Atouassap, acequeley Aygnan Atoupané (isto é: francês, meu amigo e bom aliado, tenho medo do diabo mais do que de qualquer outra coisa).[1]
Registros mencionados (50)
1219 - São Francisco teria encontrado o sultão egípcio Melek AlKamel [22767]
30/04/1528 - D. Rodrigo de Acuña, em carta dirigida a D. João III, computava em mais de 300 cristãos, e filhos de cristãos, os que se encontravam derramados em terras do Brasil [21811]
01/03/1536 - Fundação de Buenos Aires* [21887]
15/06/1536 - Batalha entre espanholes e os indios Querandíes [21888]
29/05/1537 - Emitida a bula papal “Sublimis Deus” [10976]
1540 - Casamento: Arrisco dizer que foi este é o ano de nascimento de Suzanna Dias, filha de Lopo e Beatriz Dias / Luzia? [20000]
17/12/1548 - Regimento (instruções) dado por dom João III a Tomé de Sousa, primeiro governador-geral nomeado para o Brasil: “Primeira Constituição do Brasil” [12815]
1549 - “grande língua da terra e dos principais moradores de São Vicente, foi aí recebido por Leonardo Nunes, em 1549, juntamente com Pero Correa” [21891]
1549 - “Trabalhei, vendo tão grande blasfêmia, por ajuntar toda a Aldeia com altas vozes aos quais desenganei e contradisse o que ele dizia, por muito espaço de tempo, com um bom língua, que ali tinha, o qual falava o que eu lhe dizia em alta voz com sinais de grandes sentimentos que eu mostrava” [21825]
29/03/1549 - Tome de Sousa, jesuítas e cerca de 400 degredados chegam ao Brasil [7213]
01/04/1549 - “Foram também os ditos Padres aprendendo a língua do gentio para que sua conversão tivesse melhor efeito, porque até ali se ajudavam de alguns homens seus devotos e moços da terra, filhos de Portugueses, que já cá havia, e assim procederam no tempo do dito governador Tomé de Sousa e de Dom Duarte da Costa”* [21894]
15/04/1549 - “Cá há clérigos, mas é a escória que de lá vem” [21884]
09/08/1549 - “procissão com grande música, a que os respondiam os trombetas. Ficaram os índios espantados de tal maneira, que depois pediam ao Pe. Navarro que lhes cantasse assim como na procissão fazia” (2000:41). [21901]
10/08/1549 - “Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha” [21896]
06/01/1550 - “certas orações, que lhes ensinou na língua deles, dando-lhes o tom, e isto em vez de certas canções lascivas e diabólicas, que antes usavam” [21902]
1551 - “E por isso que nos repartimos pelas Capitanias, e, com as línguas que nos acompanham, nos ocupamos nisto, aprendendo pouco a pouco a língua, para que entremos pelo sertão adentro” [21826]
13/09/1551 - “Destes escravos e das pregações corre a fama as Aldeias dos Negros, de maneira que vêm a nós de mui longe a ouvir nossa prática” [21814]
14/09/1551 - Manuel da Nobrega é ainda mais severo em seu juízo sobre os clérigos [21885]
1552 - Carta de Manoel da Nóbrega dirigida ao Provincial Simão Rodrigues [21874]
10/07/1552 - Plano de envio de meninos da terra à Metrópole [21904]
01/08/1552 - “se se poderão confessar por intérprete a gente desta terra que não sabe falar nossa língua?”* [21829]
30/08/1552 - “Se nos abraçarmos com alguns costumes deste gentio, os quais não são contra nossa fé católica, nem são ritos dedicados a ídolos, como é cantar cantigas de Nosso Senhor em sua língua pelo seu tom e tanger seus instrumentos de música”* [21899]
1553 - “E, segundo o nosso parecer e experiência que temos da terra, esperamos fazer muito fruto, porque temos por certo que quanto mais apartados dos Brancos, tanto mais crédito nos têm os índios” [21831]
1553 - “ele veio de Paraguai por terra a S. Vicente. Entrou na Companhia recebido por Nóbrega, em 1553” [21890]
10/03/1553 - Manoel da Nóbrega escreve de São Vicente: “Ainda que com tanta contradição dos brancos não se pode fazer nada mais que desacreditar cada vez o nosso ministério” [21912]
01/06/1553 - Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” [8742]
15/06/1553 - “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada [21900]
31/08/1553 - Carta de Manoel da Nóbrega á Luís Gonçalves da Câmara: “Vou em frente procurar alguns escolhidos que Nosso Senhor terá entre esses gentios” [21876]
24/12/1553 - “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão” [21830]
25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi [8156]
15/03/1555 - Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola [26939]
25/03/1555 - “dispensas de todo o direito positivo mormente para os que se convertem à fé de Cristo” [21856]
16/06/1556 - Bispo Sardinha foi "comido" por índios Caetés [11130]
08/05/1558 - Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres [21910]
31/03/1560 - Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? [10473]
04/04/1561 - Ataque aos índios tamoios [19960]
06/05/1563 - Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig [8853]
15/02/1564 - João Ramalho teria sido novamente eleito vereador de São Paulo, porém, já velho (por volta dos setenta anos), recusou o posto, como consta da ata da Câmara Municipal [8750]
12/05/1564 - Representação a Estácio de Sá (Atas da Câmara de São Paulo (1914-I: 42) [20712]
18/01/1590 - Levante dos Tupinaquim [21886]
1657 - “desinfestar aquela região das populações indígenas revoltadas” [21881]
30/11/1681 - “formalizou o uso da língua geral na tentativa forma de facilitar a catequese e a instrução do gentio para o trabalho” [21836]
13/01/1750 - Fernando VI da Espanha e Dom João V de Portugal assinam Tratado de Madrid [8186]
1752 - “Este corpo [os jesuítas], não só poderosíssimo, mas formidável a este Estado, é o que nunca se pôde pôr em obediência, nem será possível consegui-lo enquanto se conservar o sistema presente” [21835]
03/09/1758 - Tentativa de assassinato do Rei Dom José [21852]
21/07/1759 - Carta régia ordenando a expulsão dos jesuítas do Brasil [11423]
21/07/1773 - Papa Clemente XIV publicou o breve Dominus ac Redemptor noster, com o qual extingui os Jesuítas [21853]
1955 - A Fundação De São Paulo - Jaime Cortesão [20457]
01/01/2005 - Extendido a todo o Brasil as leis de 1755 sobre da liberdade dos índios [10810]
24/01/2021 - História dos bairros paulistanos - SANTO AMARO Por Renato Roschel do Banco de Dados Santo Amaro, consultado em almanaque.folha.uol.com.br [21877]




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Breves Notas às Cartas de José de Anchieta. Eduardo Tomasevicius Filho, Doutorando em Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
2004. Atualizado em 25/09/2025 01:46:56
Registros mencionados (4)
1. Quadrimestre de Maio a Setembro de 1554, de Piratininga
setembro de 1554
2. Carta Trimestral, de Maio a Agosto de 1556, pelo Irmão Anchieta
agosto de 1556
3. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
5 de abril de 1560

Em 1560, os jesuítas, temendo que a nova vila não prosperasse,pediram para que o Governo-Geral do Brasil extinguisse a Vila de Santo André. Cumpriu-se a ordem e em 1560 foi oficializada a vila de São Paulo de Piratininga, com a mudança do pelourinho de Santo André para São Paulo. Os índios e portugueses que viviam naquela região tiveram que se mudar para duas localidades,que receberam o nome de Nossa Senhora dos Pinheiros e São Miguel. (Madre de Deus, 1975, p. 125). No colégio de São Paulo, as atividades religiosas das mulheres eram as seguintes: "Seguimos a mesma ordem na doutrina dos índios: chamam-se todos os dias duas vezes à Igreja, a toque de campainha, ao qual açodem as mulheres ora uma ora outras, e não só aprendem as orações na própria língua,mas também ouvem práticas e são instruídas no conhecimento das coisas da fè" (Anchieta, 1556, p. 22).

(...) (Anchieta) ao relatar em 1560 que trabalhava continuamente para a conversão dos índios à fé católica e, por conseqüência, aos hábitos europeus de vida familiar: "Porque os adultos, aos quais o mau costume de seus pais quase se converteu em natureza, cerram os ouvidos para não ouvir a palavra de salvação e converter-se ao verdadeiro culto de Deus" (Anchieta, 1560, p. 57). De qualquer modo, é um exemplo interessante que Anchieta experimentou sobre os limites de eficácia do direito, e da inadequação da aplicação de determinadas regras a povos distintos dos quais elas foram criadas. [p. 8 do pdf]
4. Carta do Padre Anchieta ao geral da Companhia falava da morte de “alguns portugueses que vinham do Paraguai”
1 de junho de 1560
Registros mencionados (4)
01/09/1554 - Quadrimestre de Maio a Setembro de 1554, de Piratininga* [26942]
01/08/1556 - Carta Trimestral, de Maio a Agosto de 1556, pelo Irmão Anchieta* [501]
05/04/1560 - A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão [21938]
01/06/1560 - Carta do Padre Anchieta ao geral da Companhia falava da morte de “alguns portugueses que vinham do Paraguai” [20676]




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DOSSIÊ: ESCRITAS DA HISTÓRIA E MEMÓRIA ANCHlETA NOBRASlL: QUE MEMÓRIA?
2003. Atualizado em 24/10/2025 02:17:29
Relacionamentos
 Cidades (1): Sorocaba/SP
 Pessoas (4) Konyan-bébe, Mem de Sá (1500-1572), Joanes de Bolés (f.1567), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562)
 Temas (3): Canibalismo, Jesuítas, Tamoios
Registros mencionados (4)
1. Tibiriçá chegou na Vila de São Paulo de Piratininga uma semana antes do ataque, pois um dos homens de seu irmão (Piquerobi), teria traído a Confederação para alertá-lo do ataque
2 de julho de 1562
2. Embarcam para o Sul o Padre Visitador Ignacio de Azevedo e mais os Padres Provincial Luis da Grã, Antônio Rodrigues, Antônio da Rocha, Balthazar Fernandes e Joseph de Anchieta, de novo ordenado
novembro de 1566

Porem. mais que ludo isso, a figura de Anchieta representa. comoas de Iracema, Vítor Meireles, Gonçalves Dias cte., que aparecem emA Majulade do Xingu c noutras obras do escritor, lima marca de brasilidade. Dividindo com Noel NUle\s as fabulações do moribundo, o jesuíta é o lado brasileiro do menino judeu.

É justamente a brasilidade incutida pelos livros escolares que Antônio Torres irá rever cm 2000, ao lançar Meu Querido Canibal. Tentando resgatar a imagem de Cunhambebe, normalmente delineada com contornos negativos, embora de bravura, ele irá mostrar Anchieta, à semelhança do que fez Pinheiro Chagas", como figura ambígua:

"jesuíta a serviço d´el rei, com uma cruz na mão e uma espada na outra", "estranho padre" que "defendeu a guerra justa contra os hereges (os índios rebeldes à catequização)", que "quando se via impotente na sua missão evangelizadora, proclamava aos ouvidos de seus superiores civis,militares e edesiásticos que a melhor catequese eram a espada e a vara de ferro" (TORRES, 2000. p. 23 e 24).

A hipótese de que tenha lutado juntamente com Mem de Sá contra franceses e tamoios no Rio de Janeiro passa à tese:

"Quem convenceu Mem de Sá a liquidaras tamoios de uma vez por todas foi o jesuíta José de Anchieta, o que tinha por missão a evangelização e pacificação dos índios [...]. E na hora do acerto de contas, largou o rosário e o missal para assumir um lugar de soldado atrás das barricadas" (TORRES, 2000, p. 58).

O episódio de João de Bolés, que aparece na Vida composta a mando da Companhia, para ressaltar um aspecto positivo do apostolado de Anchieta, é utilizado para mostrá-lo como assassino, uma vez que, na versão do romance, é suprimida a explicação para o fato de ter o padre assumido o lugar do carrasco.

Se a propalada castidade é mantida (TORRES, 2000, p. 77), as palavras do poeta do De Gestis ganham foros de "excelsa louvação aos militares" (TORRES, 2000, p. 64), e o padre chega a "trair um segredo de confessionário, ao revelar um plano de ataque dos tamoios a Piratininga, que lhe fora revelado em confissão por Tibiriçá" (TORRES, 2000, p. 66).

Enquanto foi refém, sua facilidade de comunicação e seu magistério tomaram-no popular: ele ensinou aos índios técnicas agrícolas, pecuária, alimentação, medicina; fez-lhes sangrias e curou-os de doenças. Mas, apesar de parecer gostar deles e de eles o terem poupado, Anchieta, nas palavras de Cunhambebe, "branquelo, corcunda, feio feito a peste", revela-se, como o índio previra, "um mentiroso igual aos outros" (TORRES, 2000, p. 88).

De forma muito sutil, Francisco Ivan, cuja poesia relê muitasvezes o IlÚstieo, argúi, no seu A Chave AZI/I, a originalidade dos versos [Página 25 do pdf]
3. O governador-geral do Brasil Mem de Sá entra na baía do Rio de Janeiro com uma esquadrilha
18 de janeiro de 1567
4. Execução de Le Balleur em Salvador: Le Balleur teria sido queimado e José de Anchieta teria auxiliado o carrasco em seu ofício
abril de 1567
Registros mencionados (4)
02/07/1562 - Tibiriçá chegou na Vila de São Paulo de Piratininga uma semana antes do ataque, pois um dos homens de seu irmão (Piquerobi), teria traído a Confederação para alertá-lo do ataque [23022]
01/11/1566 - Embarcam para o Sul o Padre Visitador Ignacio de Azevedo e mais os Padres Provincial Luis da Grã, Antônio Rodrigues, Antônio da Rocha, Balthazar Fernandes e Joseph de Anchieta, de novo ordenado* [20807]
18/01/1567 - O governador-geral do Brasil Mem de Sá entra na baía do Rio de Janeiro com uma esquadrilha [9937]
01/04/1567 - Execução de Le Balleur em Salvador: Le Balleur teria sido queimado e José de Anchieta teria auxiliado o carrasco em seu ofício* [20057]




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Mãe, mestra e guia: uma análise da iconografia de Santa´Anna, Maria Beatriz de Mello e Souza
2002. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (4): Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (1) Luís António de Sousa Botelho Mourão (1722-1792)
 Temas (4): Papas e o Vaticano, Pela primeira vez, Santa Ana, Capitania de São Paulo e Minas do Ouro
Registro mencionado
1. Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig
6 de maio de 1563

O tema da vida de Maria inspirou a primeira manifestação conhecida da devoção a Sant’Anna no Brasil. Trata-se do primeiro poema escrito na América portuguesa, obra-prima de José de Anchieta (Tenerife, 1534 —Espírito Santo, 1597). Foi composto em 1563, ano da conclusão do Concílio de Trento, que tentava frear o culto de Sant’Anna.

A obra começa coma concepção de Maria. Graças à pureza de sua filha, Anna deu à luz sem dores. O jesuíta exalta todas as funções maternais que Anna assumiu,mesmo as mais comuns, como a amamentação. Os papéis mais importantes de Sant’Anna foram a concepção de Maria, sua educação e sua preparação ao voto de virgindade, ao ser consagrada no Templo.

O valor do poema, além da propagação pioneira de certas idéias teológicas no Brasil, é ode traduzi-las em um modelo de comportamento para os fiéis, onde as virtudes da virgindade e da castidade ganham relevo. Embora o maior religioso da colônia pregasse a contemplação e a imitação da “imagem” de Maria, seu manuscrito em latim dificilmente poderia ser divulgado entre os leigos. As artes visuais iriam se encarregar da criação de imagens que fossem eloqüentes em sociedades majoritariamente analfabetas, como as da América portuguesa.
Registros mencionados (2)
06/05/1563 - Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig [8853]
1782 - Pio VI declara Sant’Anna “padroeira e protetora” de São Paulo [22432]




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14 de abril de 2001, sábado
Atualizado em 30/10/2025 18:56:21
O sertão do medo - folha.uol.com.br
•  Cidades (2): Cuiabá/MT, Porto Feliz/SP
•  Pessoas (3): Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Napoleão Bonaparte (1769-1821), Teotônio José Juzarte
•  Temas (5): Gentios, Nheengatu, Penunduba, Rio Anhemby / Tietê, Rio Pardo



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2000
Atualizado em 30/10/2025 01:05:35
Indígenas do planalto paulista, 2000. Benedito A. Prezia
•  Cidades (1): Sorocaba/SP
•  Pessoas (1): Domingos Luís Grou (1500-1590)
•  Temas (2): Rio Anhemby / Tietê, Rio Sorocaba
    Registros relacionados
Dezembro de 1568. Atualizado em 25/10/2025 04:44:48
1°. Anchieta*
Quanto aos indígenas distantes, é possível que tenham vindo grupos do médio Tietê, com os quais os moradores de Piratininga estavam articulados.

E foram estes que reclamaram dos portugueses, pois “se escandalizaram e começarão a falar mal contra os christãos que de tão longe os faziam vir”, enquanto que os cristãos de perto, isto é, os portugueses do litoral, se mostravam “fracos e medrosos”. Foi nestas aldeias do médio Tietê, talvez no rio Sorocaba, que Domingos Luís Grou foi se refugiar, depois de cometer um homicídio.



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CARTA DE SÃO VICENTE 1560. CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA
1997. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (3): São Vicente/SP, Araçoiaba da Serra/SP, São Paulo/SP
 Pessoas (1) Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos)
 Temas (5): Montanhas, Léguas, Estradas antigas, Tordesilhas, Nheengatu

Registro mencionado
1. José de Anchieta parte para São Vicente
10 de outubro de 1553
Registros mencionados (1)
10/10/1553 - José de Anchieta parte para São Vicente [20051]




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A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja
1996. Atualizado em 09/10/2025 02:04:16
Relacionamentos
 Cidades (12): Assunção/PAR, Buenos Aires/ARG, Cananéia/SP, Laguna/SC, Peruíbe/SP, Porto Belo/SC, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Francisco do Sul/SC, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Tucumán/ARG
 Pessoas (24) Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Ângelo de Siqueira Ribeiro do Prado (1707-1776), Antônio Raposo Tavares (1598-1659), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Bernardo de Armenta, Fernão Cardim (1540-1625), Henrique Montes, Inácio de Siqueira, Jerônimo Rodrigues (f.1631), Jesus Cristo (f.33), João de Sousa, Juan de Salazar y Espinosa (1508-1560), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel Preto (1559-1630), Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794), Nuno Manoel (1469-1531), Padre João Fernandes Gato, Papa Paulo III (1468-1549), Pedro Dorantes, Pero Correia (f.1554), Roque Gonzálies de Santa Cruz (1576-1628), Salvador Correia de Sá, O Velho (1538-1631), Sebastião Caboto (1476-1557), Simão de Vasconcelos (1597-1671)
 Temas (41): Açúcar, Bilreiros de Cuaracyberá, Botocudos, Caciques, Caminho do Mar, Caminho do Piquiri, Carijós/Guaranis, Cayacangas, Cruzes, Curiosidades, Escravizados, Franciscanos, Gentios, Guaianase de Piratininga, Ilha de Santa Catarina, Jesuítas, Léguas, Mbiaça (Laguna), Meiembipe, Metalurgia e siderurgia, Missões/Reduções jesuíticas, Música, Nheengatu, Papagaios (vutu), Papas e o Vaticano, Pela primeira vez, Piqueri, Portos, Redução de Loreto, Redução de S Xavier e S Inácio (Itamaracá), Rio da Prata, Rio da Ribeira, o Isubay, Rio Itapocú, Rio Paranapanema, Rio Pirapo, Rio São Francisco, Rio Uruguai, São Paulo de Piratininga, Sertão dos Patos, Tupis, Xókleng

Registro mencionado
1. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
25 de janeiro de 1554
Registros mencionados (24)
1000 - Diáspora carijó / Migração tumpinambá [24714]
06/01/1504 - Aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir" [27138]
03/07/1504 - Binot, o navegador francês levou consigo para a Europa Içá-Mirim, o filho de Arosca, ‘’Cacique dos Carijós’’ [20549]
12/10/1514 - A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel [22695]
1516 - Expedição de Nuno Manoel [22642]
1519 - Atlas Miller é evidência da "ilha Brasil", segundo Jaime Cortesão [23030]
1538 - Uma expedição capitaneada por Alonso Cabrera partiu da Espanha rumo ao Rio da Prata, em socorro à expedição de Pedro de Mendoza, o fundador de Buenos Aires [22707]
01/05/1538 - Carta do Frei Bernardo a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas [21970]
25/05/1542 - Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel” [19956]
20/01/1546 - Acusação do Fiscal, Licenciado Villalobos, contra Cabeza de Vaca, em Madri, a 20 de janeiro de 1546 [27141]
1552 - Irala teria chegado no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi [20647]
1553 - Sesmarias e gados de Pero Correa são doados aos jesuítas [22494]
25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi [8156]
24/08/1554 - Os jesuítas Pedro Correia e João de Sousa, acompanhados de um leigo, partem de São Vicente para a catequização dos índios de Cananéia, e ali acabam mártires no mês seguinte [11767]
06/10/1554 - Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos [27083]
24/08/1605 - No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder." [27145]
01/01/1619 - Ainda não chegou nada aos Jesuítas* [27149]
05/04/1628 - Chegaram a Laguna [27151]
30/05/1628 - Falecimento [27152]
14/07/1628 - Partiram [27153]
24/07/1628 - Últimos partiram [27154]
28/07/1628 - Chegaram à Cananéa [27155]
15/11/1628 - Padre Jesuíta Roque Gonzálies de Santa Cruz é morto pelo Cacique Nheçu [22933]
06/05/1758 - Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre [6197]




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Qualificação e depoimentos das testemunhas nos processos Anchietanos mais antigos. Página 23. Revista da ASBRAP nº 3. Hélio Abranches Viotti, S.J.
1996. Atualizado em 23/10/2025 17:29:24
Relacionamentos
 Pessoas (3) Miguel de Azeredo, Clemente Álvares (1569-1641), Luisa de Grimaldi

Registros mencionados (7)
1. Depoimento de Clemente Alvares
5 de abril de 1622

Clemente Álvares (ouvido a 5 de abril de 1622), natural de São Paulo, com cerca de 53 anos de idade, filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves. Relatou que o Padre Anchieta profetizou que sua casa se queimaria em seis meses. Possuiu de relíquia um retalho de pano, que foi consumido pelos doentes a quem emprestou e que recuperaram a saúde. Eram seus sogros Baltazar Gonçalves e Maria Álvares. [Página 23]
2. Maria Alvarez é ouvida
6 de abril de 1622

Maria Álvares (ouvida a 6 de abril de 1622), natural de São Paulo, com cerca de 67 anos de idade, filha de Fernão Álvares e de Margarida Marques. Hospedou Anchieta em sua casa. Contou que estando em Santos, em sua casa, Anchieta lhe disse que iria batizar seu filho. Com efeito, dando a luz em São Paulo, lá apareceu Anchieta que batizou seu filho com o nome de José. Assinou por ela Pedro Fernandes. [Página 23]
3. Depoimento de Margarida da costa, filha de Baltazar Fernandes?
1 de junho de 1627

9- Margarida da Costa (ouvida a 1º de junho de 1627), natural da vila de São Vicente, com cerca de 72 anos de idade, filha de Baltazar Fernandes, o Magalhães, e de Brites da Costa. Conhecera-o muito bem em São Vicente e no Rio, desde a sua meninice. Ele foi seu confessor e lhe ensinou a doutrina cristã. Não sabia escrever.
4. Depoimento de Bartholomeu Fernandes
17 de junho de 1627

23-Bartolomeu Fernandes (ouvido a 17 de junho de 1627), natural da Bahia, morador no Rio, vindo da Bahia criança, aqui se criando, com cerca de 62 anos de idade, filho de Jorge Fernandes e de Francisca de Barros, já falecida. Conheceu-o no Rio desde sua mocidade. Narrou uma expedição de doze mancebos, enviados por Salvador Corrêa de Sá à baía Formosa, em que tomou parte: “Fossem com bom ânimo, porque haviam de fazer um feito honroso”. Inopinadamente atacados cinco deles por sete inimigos, que logo mataram a Heliodoro Ébanos, seu cunhado.

Este fato foi dito por Anchieta, no mesmo dia, pregando a 23 léguas de distância! Tal era a fama de Anchieta, que tomavam suas palavras por oráculo, como se depreende do caso que segue: Por alguns moradores terem ido, sem retornarem havia 7 anos, tendo-os por mortos, as mulheres dos sobreditos tornaram a se casar. De uma delas era primo Manoel Álvares Chaves, já defunto, que por este motivo era obrigação sua arranjar novo casamento, ainda mais porque ela andava mal encaminhada com certo homem, e aos que o importunavam lhes respondia: “como quereis que eu a case, se o Padre José Anchieta me diz que ainda era vivo seu marido e tal não faça”. Assim era, que daí a poucos dias chegou o marido dela. E outros que acharam as mulheres já casadas...
5. Mateus Luís Grou filho de Domingos Luís Grou e de Maria da Peña
11 de outubro de 1627

Mateus Luís Grou (ouvido a 11 de outubro de 1627), natural de São Paulo, com cerca de 50 anos de idade, filho de Domingos Luís Grou e de Maria da Peña. Sendo rapaz, foi seu discípulo na escola e o acompanhou muitas vezes. Vindo Anchieta por visitador, fora visitar no Ibirapuera a casa de Clemente Álvares, que recebeu em sua casa e sítio o dito padre. Com sua chegada as flores de hortelã floresceram, não tendo flor nenhuma.

Ele testemunha, junto com os mais moços da escola, foram ver. Outro caso narrado foi o de seu pai e demais companheiros que estavam no sertão em uma jornada, sendo tidos e havidos por mortos e se lhes fazia inventário de suas fazendas, por haver 7 anos que lá andavam, apartados desta vila. Do púlpito da igreja, Anchieta disse para não fazerem os inventários de Domingos Luís Grou e de seus companheiros, porquanto todos estavam vivos e somente lhes faltava uma passagem para passarem, a qual passagem suposto que o dito padre a não declarou, entenderam ser um encontro que tiveram no caminho com o gentio. Ouviu dizer a Estevão Ribeiro, o velho, o caso do breviário que lhe faltou na vila de Nossa Senhora da Conceição. [Página 29]
6. Processos Anchietanos
25 de novembro de 1627

Clemente Álvares (ouvido a 25 de novembro e depois a 14 de dezembro de 1627), natural da vila de São Paulo, filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves. Tratou e teve comunicação com ele, o qual o batizou e lhe pôs o nome de Clemente, dizendo que assim se haveria de chamar por nascer na quinta-feira de endoenças, por ser dia de clemência e que isto se passara na vila de São Paulo. Narrou o caso em que floresceu uma pouca de hortelã. Em casa do seu sogro [Baltazar Gonçalves] comeu à mesa, onde estava o dito padre e juntamente um homem por nome Manoel Álvares.
7. Processos Anchietanos
14 de dezembro de 1627

Clemente Álvares (ouvido a 25 de novembro e depois a 14 de dezembro de 1627), natural da vila de São Paulo, filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves. Tratou e teve comunicação com ele, o qual o batizou e lhe pôs o nome de Clemente, dizendo que assim se haveria de chamar por nascer na quinta-feira de endoenças, por ser dia de clemência e que isto se passara na vila de São Paulo. Narrou o caso em que floresceu uma pouca de hortelã. Em casa do seu sogro [Baltazar Gonçalves] comeu à mesa, onde estava o dito padre e juntamente um homem por nome Manoel Álvares. [p.32]
Registros mencionados (8)
05/04/1622 - Depoimento de Clemente Alvares [26910]
05/04/1622 - Baltazar Gonçalves é ouvido [20142]
06/04/1622 - Maria Alvarez é ouvida [20145]
01/06/1627 - Depoimento de Margarida da costa, filha de Baltazar Fernandes? [20215]
17/06/1627 - Depoimento de Bartholomeu Fernandes [20161]
11/10/1627 - Mateus Luís Grou filho de Domingos Luís Grou e de Maria da Peña [21223]
25/11/1627 - Processos Anchietanos [20160]
14/12/1627 - Processos Anchietanos [20159]




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O MÁRMORE E A MURT A: SOBRE A INCONSTÂNCIA DA ALMA SELVAGEM. Eduardo Viveiros de Castro Museu Nacional -Rio de Janeiro RESUMO: Ao tentarem catequizar os Tupinambá, os jesuítas encontravam sua...
1992. Atualizado em 25/08/2025 01:52:04
Relacionamentos
 Cidades (1): São Paulo/SP
 Pessoas (4) Curt Nimuendajú, Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Hans Staden (1525-1576), Konyan-bébe
 Temas (7): Canibalismo, Carijós/Guaranis, Cemitérios, Jesuítas, Karaibas, Nheengatu, Tupinambás





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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP. Vol. LXXXVII
1992. Atualizado em 23/10/2025 15:57:19
Relacionamentos
 Cidades (3): Porto Feliz/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (5) Domingos Luís Grou (1500-1590), João Ramalho (1486-1580), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Nicolau Barreto, Pero Correia (f.1554)
 Temas (7): Cristãos, Estradas antigas, Farinha e mandioca, Maniçoba, Nossa Senhora de Atocha, Rio Anhemby / Tietê, Vale do Anhangabaú
Registro mencionado
1. Anchieta
dezembro de 1568

Sabemos da ida do padre Anchieta em 1568 em missão muito simpática. Foi levar, em mãos, como exigia o favorecido, o perdão da justiça ao régulo Domingos Luiz Grou que a vila de São Paulo desejava ter dentro de seus muros para ajudar na sua defesa. Somente voltaria se o padre Anchieta fosse buscá-lo.

Como se vê, já naquele tempo, poderosos usufruindo de prestígio gozavam de fortes regalias! Mas impõe-se-nos uma pergunta: se Grou fora homiziar-se naquelas paragens o fizera porque já, por ali, se navegava e morava.
Registros mencionados (3)
1551 - Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado" [20731]
31/08/1553 - Carta de Manoel da Nóbrega á Luís Gonçalves da Câmara: “Vou em frente procurar alguns escolhidos que Nosso Senhor terá entre esses gentios” [21876]
01/12/1568 - Anchieta* [26891]




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Heróis Indígena do Brasil. Memórias sinceras de uma raça. Autor: Geraldo Gustavo de Almeida
1988. Atualizado em 23/10/2025 15:57:19
Relacionamentos
 Cidades (11): Assunção/PAR, Cabo Frio/RJ, Caetés/PE, Cananéia/SP, Ilhas Molucas/INDO, Lisboa/POR, Porto Seguro/BA, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sevilha/ESP
 Pessoas (51) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Aleixo Garcia (f.1526), Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Américo Vespúcio (1454-1512), Anthony Knivet (1560-1649), Antônio de Añasco Melgarejo (n.1559), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Antônio Salema, Bacharel de Cananéa, Cacique Tayaobá (1546-1629), Christovam Jacques (1480-1531), Clemente Álvares (1569-1641), D Rodrigo de Acuña, Diogo Álvares Correia, o Caramuru (1475-1557), Diogo de Quadros, Fernão de Magalhães (1480-1521), Fernão Paes de Barros, Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Francisco de Chaves (1500-1600), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Orellana, Francisco Pizarro González (1476-1541), Gaspar de Lemos, Iguarou, Jerônimo Leitão, João do Prado (1540-1597), João Lopes de Carvalho “Carvalhinho”, João Ramalho (1486-1580), Juan Diaz de Solís, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel I, o Afortunado (1469-1521), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Correia de Sá (1575-1632), Mem de Sá (1500-1572), Nicolau Barreto, Nicolau Coelho (1460-1504), Pedro Álvares Cabral (1467-1520), Pedro Annes, Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Pero (Pedro) de Góes, Robert Southey, Rui Garcia de Moschera, Ruy Pinto (f.1549), Sebastião Caboto (1476-1557), Sebastião Fernandes Preto (1586-1650), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Tataurana, Taubici, Vasco da Gama (1469-1524), Vicente Yáñez Pinzón (1462-1514)
 Temas (34): Baía de Guanabara, Bilreiros de Cuaracyberá, Caetés, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Charruas, Curiosidades, Descobrimento do Brazil, Escravizados, Estreito de Magalhães, Fenícios, Guayrá, Guerra de Extermínio, Habitantes, Incas, Música, Ouro, Pau-Brasil, Peru, Potiguaras, Prata, Rio Amazonas, Rio Anhemby / Tietê, Rio da Prata, Rio Paraguay, Rio Paranapanema, Rio Tibagi, Serra da Mantiqueira, Tamoios, Tupiniquim, Vale do Paraíba, Vila de Santo André da Borda, Vila Rica “Castelhana”, Villa Rica del Espírito Santo

Registro mencionado
1. Ataque aos índios tamoios
4 de abril de 1561
Registros mencionados (43)
26/01/1500 - Vicente Yáñez Pinzón atinge o Cabo de Santo Agostinho no litoral de Pernambuco [9016]
01/04/1501 - Expedição da qual fazia parte o Américo Vespúcio chegou em Porto Seguro* [230]
24/01/1502 - A armada de André Gonçalves chegou a Cananéia [21460]
01/11/1503 - Vespúcio fundou a feitoria do Rio de Janeiro* [236]
06/01/1504 - Aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir" [27138]
03/07/1504 - Binot, o navegador francês levou consigo para a Europa Içá-Mirim, o filho de Arosca, ‘’Cacique dos Carijós’’ [20549]
1509 - Diogo Álvares "o Caramuru" já estava integrado aos Tupinambás, inimigos dos Carijós [7227]
17/04/1511 - Chegam em abril na feitoria da Bahia de Todos os Santos, muito próximo de onde hoje é Salvador [24945]
12/05/1511 - Deixam Salvador [248]
26/05/1511 - Chegaram em Cabo Frio [249]
01/10/1511 - Partida da nau Bretoa* [24948]
1513 - Jorge Lopes Bixorda levou à presença do Rei D. Manuel três índios brasileiros, todos vestidos de penas [252]
1515 - Referências dos nativos a São Tomé aparecerem na “Nova Gazeta da Terra do Brasil” [23350]
01/01/1516 - Cristóvão Jacques, no comando de duas caravelas, foi encarregado do patrulhamento da costa brasileira, a fim de desestimular incursões de corsários franceses [22407]
25/12/1519 - Três embarcações adentram a baía de Guanabara [24949]
1521 - Iça-Mirim, filho do cacique Arosca, de Santa Catarina, casou-se com Susana, filha do capitão, então tomado de grande afeição pelo hóspede brasileiro, que educara com esmero [20554]
1522 - Portugueses (com a expedição de Aleixo Garcia) e espanhóis passam a procurar a célebre Lagoa subindo o Rio da Prata e Paraguai, mas sem conseguir chegar à sua nascente [27889]
01/07/1525 - Uma frota espanhola partiu do porto de Sevilha com o objetivo de refazer a viagem de Fernando de Magalhães até as Ilhas Molucas* [307]
26/03/1526 - Ancoraram na ilha de Santa Catarina [310]
15/06/1527 - Terra do Brasil passou a ser chamada apenas Brasil [22080]
1528 - Pero de Góes e Rui Pinto são incumbidos de castigar os carijós, supostamente culpados do massacre da expedição de Francisco de Chaves [347]
01/02/1531 - Envio de Diogo Leite [22014]
30/04/1531 - Martim Afonso fundeou no Rio de Janeiro [22544]
01/08/1531 - Pedro Agnez é enviado a terra [342]
01/09/1531 - De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? [1413]
1533 - Fugindo à escravidão, 12 mil índios de Pernambuco e da Bahia migram para o oeste; trezentos deles chegaram ao Peru, depois de uma penosa jornada de cinco mil quilômetros através de serras, florestas, rios e pântanos [387]
06/10/1534 - Foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes [6961]
29/03/1541 - Cabeza de Vaca desembarca em Santa Catarina [22126]
11/03/1542 - Chega a Assunção do Paraguai a expedição de Alvar Nuñez Cabeça de Vaca [10231]
03/06/1542 - Francisco de Orellana “descobre” o Rio Negro [15929]
1547 - Um assentamento espanhol a “duas léguas da volta do Rio da Prata” [432]
1547 - Construção duma rudimentar Casa-Forte (por volta de 1547), na foz do Rio Bertioga, adjacente à Ilha Guaimbê (Capitania de Santo Amaro), chamou a atenção dos Tamoios [22107]
04/04/1561 - Ataque aos índios tamoios [19960]
27/08/1575 - A bandeira de Antonio Salema, chefiado por Japú-guassú, partiu do Rio de Janeiro [19961]
1579 - Jerônimo Leitão ataca as aldeias das margens do Anhembi (Tietê) [10613]
30/09/1592 - Afonso Sardinha é eleito capitão da guerra contra os índios [12094]
13/07/1601 - Domingos Affonso, procurador do conselho, quem aos collegas transmittia as queixas do "povo todo" furioso por causa da renovação de posturas antigas pelo facto de irem a Mogy, a um aldeiamento de indios, "homens conhecidos que desobedeciam as leis" [837]
03/09/1602 - Partida [26402]
31/10/1610 - Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro [20606]
14/11/1611 - Carta de D. Antonio de Añasco ao Sr. Diego Marín Negrón, Governador do Rio da Prata em Buenos Aires [20734]
1612 - bandeira destroçada [27130]
01/08/1612 - Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo* [20285]
1988 - Diogo Leite pede ao Rei para levar dez escravos indígenas para Portugal [324]




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José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)
novembro de 1977. Atualizado em 22/10/2025 03:15:19
Relacionamentos
 Cidades (1): São Paulo/SP
 Pessoas (3) Darcy Ribeiro (1922-1997), Fernão de Magalhães (1480-1521), Pedro Álvares Cabral (1467-1520)
 Temas (22): Comunismo & Socialismo, Curiosidades, Descobrimento do Brazil, Dinheiro$, Epidemias e pandemias, Escravizados, Estatísticas, Guaranis, Habitantes, Inferno, Ipatinga, Jê, Medicina e médicos, Metalurgia e siderurgia, Missões/Reduções jesuíticas, Nheengatu, Odontologia, Pela primeira vez, Rio Ypané, Sífilis, Tuberculose, Tupi-Guarani

Registros mencionados (8)
22/04/1500 - O “Descobrimento” do Brasil [20175]
23/04/1500 - Capitães de todos os navios reuniram-se a bordo do navio de Cabral [6945]
01/05/1500 - Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás [7461]
06/09/1522 - Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha [29860]
1609 - A presença desta ordem no Guairá se deu entre 1609 e 1610, quando os padres José Cataldino e Simon Maceta organizaram a primeira redução de Nossa Senhora de Loreto [23465]
06/05/1758 - Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre [6197]
23/12/1972 - Inaugurado o Monumento ao algodão [15492]
09/09/2023 - Caminhos [25698]




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História da Igreja no Brasil, 1977. Eduardo Hoornaert
1977. Atualizado em 24/10/2025 20:58:05
Relacionamentos
 Cidades (3): Santana de Parnaíba/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (9) Antônio Vieira (1608-1697), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Diogo Domingues de Faria (1618-1690), João III, "O Colonizador" (1502-1557), Luís Vaz de Camões (1524-1580), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Tomás de Aquino (1225-1274), Tomé de Sousa (1503-1579)
 Temas (2): Santa Ana, Senzalas

Registro mencionado
1. Ainda Anchieta, em suas Informações, mencionava: os “índios carijós que são das Índias de Castela...”
1584
Registros mencionados (7)
150 - Escrito o "Evangelho de Tiago" ou da "Infância de Tiago" [20003]
22/04/1500 - O “Descobrimento” do Brasil [20175]
17/12/1548 - Regimento (instruções) dado por dom João III a Tomé de Sousa, primeiro governador-geral nomeado para o Brasil: “Primeira Constituição do Brasil” [12815]
10/04/1549 - Carta de Manoel da Nóbrega [23702]
01/08/1549 - “Os nativos tem memória do dilúvio e dizem que São Tome, a quem chamam Zome, passou por aqui.. ”* [24749]
14/09/1551 - Manuel da Nobrega é ainda mais severo em seu juízo sobre os clérigos [21885]
1584 - Ainda Anchieta, em suas Informações, mencionava: os “índios carijós que são das Índias de Castela...” [20672]




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