A Noticia Primeira Practica Que da ao Reverendo Padre Diogo Soarez o Cappitam Ioaõ Antonio Cabral Camello sobre a Viagem, que fez as Minaz do Cuyaba no anno de 1727 (doravante Noticia Primeira Practica) consiste numa narrativa acerca da viagem fluvial empreendida por João Antonio Cabral Camello de Sorocaba (SP) a Cuiabá (MT) no ano de 1727, possivelmente escrita em 1734. Essa viagem está inserida na fase da história da expansão paulista conhecida como “monções”, caracterizada pelas expedições fluviais periódicas que comumente partiam do porto de Araritaguaba (atual Porto Feliz, SP) com destino a Cuiabá, no Mato Grosso, tendo por finalidade o abastecimento comercial e o povoamento das minas auríferas lá descobertas em 1719.3
Uma das definições dadas por Raphael Bluteau para “homem prático” refere-se àquele que é experimentado, versado, perito em algo.36 Ao caracterizar os “práticos das Coroas Ibéricas”, Serge Gruzinski ressalta o contato direto que esses homens puderam ter com a matéria sobre a qual informavam através da pena.
Não é à toa que, nos primeiros parágrafos da Noticia Primeira Practica, João Antonio Cabral Camello diz que, embora usualmente o embarque para Cuiabá seja feito no porto de “Aritaguába” (Araritaguaba), dele não dará notícia alguma, pois lá não esteve; todavia, informará sobre o que viu e experimentou no porto de Sorocaba, porque foi onde ele embarcou.
A partir da leitura das duas notícias práticas redigidas por Cabral Camello é possível depreender algumas informações a seu respeito. Ele escreve que esteve nas minas do Cuiabá por cerca de dois anos e meio, envolvido com a exploração aurífera, entre novembro de 1727 e maio de 1730. Era um homem com algumas posses, já que, dos quatorze escravizados embarcados consigo no porto de Sorocaba, seis eram seus e oito do seu tio (cujo nome não é mencionado).
Foi o autor intelectual45 de dois longos e detalhados textos remetidos ao padre Diogo Soares, os quais apresentam uma linguagem clara e fluída.46 Nas duas narrativas, diante da citação de uma palavra não usual ou de origem indígena, constatamos o empenho de explicá-las ao leitor, ainda que não seja possível atribuir o domínio do vocabulário empregado diretamente a Cabral Camello, visto que os originais, caso existam, não foram localizados.
Além disso, é evidente o planejamento de ambos os textos. Isso porque em dois trechos da Noticia Primeira Practica, quando Cabral Camello faz menção a assuntos que serão tratados detidamente mais adiante - como o porto do Rio Piracicaba e o ataque dos Paiaguás à monção de 1730 -, preocupa-se em sinalizar que sobre eles “dirá a seu tempo”, o que é feito nos trechos que correspondem à Noticia Segunda Practica.47
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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
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Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
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