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Luís Castanho de Almeida



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      22 de março de 2023, quarta-feira
Os 377 “fundadores” de Sorocaba
Atualizado em 27/06/2025 06:28:49
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23 de maio de 1599, domingo Atualizado em 31/03/2025 02:00:34• Imagens (10)• Fontes (9)• Pessoas (6)• Temas (23)• Cidades (5)

Serra do Mar
12/05/2025
Créditos/Fonte: Cubatão News
Colorida digitalmente

Enfim, partiu D. Francisco para as minas de Araçoiaba. Imagine-se uma viagem que hoje em dia pode ser feita de carro em uma hora e meia e que, naquele tempo, durava em média, segundo cronistas antigos, cerca de 18 dias!Muito antes da chegada dos europeus mas Américas, os índios carijós de Santa Catarina, os tiuanacos na Bolívia e os incas no Peru, já haviam escutado profecias e ensinamentos de homens brancos, de barba e que vieram pelo mar. Quem eram esses misteriosos homens que traziam conhecimentos do velho mundo para as Américas, antes de Colombo e Cabral?

Eis a opinião da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro (1889), sobre os escritos de Enrique Onffroy de Thoron (1876):

Senhores, ha perto de três mil anos que o rio Amazonas é navegado e que de seus seios transborda o ouro nos cofres dos reis da terra! Onffroy de Thoron, depois de largos e demorados estudos, rasgou a nossas vistas o véu do grande mistério: os navios de Salomão traziam rumo da América Meridional; vinham buscar as grandes riquezas que levavam ao rei de Tyro, na terra do El-Dorado, da legendária Manôa, sonhada á margem ocidental da lagoa Parima, á boca de um grande rio, que a ela levava suas águas caudalosas roladas sobre o leito esmeraldino, coberto de areias de ouro...

É por demais conhecido o fato de que toda a empresa marítima portuguesa foi expressa pelos contemporâneos em linguagem religiosa e, mais ainda, missionária. Os contemporâneos (página 23) nos dão a impressão de que, para eles, o maior acontecimento depois da criação do mundo, excetuando-se a encarnação e morte de Jesus Cristo, foi a descoberta das índias.



Caravelas Cabral
Data: 22/04/2023
Créditos/Fonte: fortalezaemfotos.com.br
Data da consulta


ID: 14053




 1° fonte   

São Brandão ali estivera...
565

Uma lenda pretende que São Brandão, padre irlandês, nascido em 460, resolveu, um dia, tentar a aventura náutica de além mar. No ano de 565 fêz construir grande nau.

Partindo do mar da Irlanda atingira o oceano. Ao fim da viagem pisara solo americano, onde vivera quase dois lustros. Essa terra seria o BrasilNascido de uma inspiração religiosa ou paradisíaca, esse topônimo, se não o mito que o originou, perseguirá teimosamente os cartógrafos, revelando uma longevidade que ultrapassa a da própria Ilha de São Brandão.



 2° fonte   

Migrações
800

Num certo momento depois dos primeiros povoadores que eram de várias procedências e de várias línguas vem os tupis-guaranis eles devem ter vindo do oeste ou noroeste da Amazônia desceram até a depressão do Pantanal e um dia atravessaram o planalto brasileiro chegando aos litorais e a partir do litoral um braço foi para o norte outro braço foi para o sul.



 3° fonte   

Cartas falam da Ilha Brasil
1000

(...) "Antes do Brasil existir como é que era o mundo? O Brasil nasce sobre o signo da utopia a terra sem males a morada de Deus. Há mil anos atrás, lá pelo ano 1000, existem cartas que falam de uma ilha Brasil, isso significa que o nome Brasil não vem do pau-brasil, não. Isso aqui era a ilha Brasil que alguns navegantes sabiam, mas um dia os portugueses precisaram fazer uma descoberta oficial, mandando até um escrivão do cartório, declarar no cartório, que foi descoberto. Isso foi em 1500, mas pré existia há muito, fisicamente, biotericamente e humanamente. Humanidade indígena, humanidade diferente, de uma gente que agradecia a Deus o mundo ser tão bonito, que existia para viver a vida para gozar a vida a finalidade da vida era viver."



 5° fonte   

Mapa-Mundi, de Robert Auxerre
1265

No mapa-mundi de Jacques de Vitry e em L‘Imago Mundi, de Robert Auxerre, aparecido no ano de 1265, a "Ilha Brandão" está registrada.



 6° fonte   

Execução dos Templários
13 de outubro de 1307, quinta-feira

Filipe IV foi um rei polêmico, estando na origem da tentativa de deposição do papa Bonifácio VIII e da transferência do papado para a cidade de Avinhão, e criando as condições para, algumas décadas depois da sua morte, a eclosão da Guerra dos Cem Anos. No seu reinado suprimiu a Ordem dos Cavaleiros Templários a 13 de outubro de 1307, facto que provavelmente esteve na origem da superstição de as sextas-feiras dia 13 serem dias aziagos.Uma das coisas mais importantes que aconteceu na história mundial foi aquilo que aconteceu no dia 13, na França, com a execução de todos os templários é evidentemente nem todos foram mortos, alguns tiveram viana para a península ibérica portugal/espanha outros foram para a Escócia onde formaram o rei dos conselhos da maçonaria.

esses templários vivian pa penínsulaibérica foram abrigados por outro templário, quer nos ver que portugal é um dos templários e e lá existe uma porção de propriedades que interessavam ao reino e ali foi feito um acordo e foi formada uma nova ordem que a ordem dos ter parteea se distoquero uma ordem dos templários renovado. Então a cruz templária e passava a ter uma faixa branca mostrou símbolo dessa vez no Brasil essa ordemela é teve outra modificação, primeiro lugar os seus membros por de um podiam se casar segunda podiam ter patrimônio.
3 - eles podiam guardar essas três possibilidades e mais o acordo que foi feita com essa nova ordem com o rei de Portugal e também foi feita na espanha com e espanha2:11mudaram toda a história em relação à2:14américa do sul2:16a própria partilha do mundo feito pela pedro terá tratado de Tordesilhas ela foi negociada nos bastidores no pela ordem, isto é inegável.



 8° fonte   

Bula de João XXII
19 de março de 1319, domingo

Por bula de João XXII é instituída a Ordo Militae Jesu Christi, ou Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual D. Dinis vai incorporar os cavaleiros, os bens e os privilégios da extinta Ordem do Templo. A nova milícia vai ter inicialmente a sua sede junto à foz do Guadiana, em Castro Marim. O seu primeiro Mestre será D. Gil Martins da Ordem de Avis.



 9° fonte   

Carta de Angelino Dalorto
1330

, representada pela primeira vez em 1330 (ou 1325) na carta catalã de Angelino Dalorto, ainda surge mais de cinco séculos depois, em 1853, numa carta inglesa de Findlay, com o nome de High Brazil Rocks, isto é, Rochedos do Brasil ou de Obrasil, tal como nos mapas medievais e quinhentistas", cita ainda Sérgio Buarque.



 10° fonte   

O mareante português Sancho Brandão encontra “Brandam ou Brasil”
12 de fevereiro de 1343, terça-feira

Das inúmeras outra cartas redigidas então, perderam-se algumas no incêndio de 1570, no saque dos arquivos de Lisboa em 1612, no terremoto de 1755, exceto a de Caminha e a de Cabral, que a deste confessa a intencionalidade da rota seguida pela frota e o prévio conhecimento que detinham ele e el-rei, da existência do futuro Brasil, em sua missiva a D. Manuel:

“[…] em obediencia a instruçam de vossa alteza navegamos no Ocidente e tomamos posse, com padram, da Terra de vossa alteza que os antigos chamavam Brandam ou Brasil”, por sua vez encontrada em 1343, pelo mareante português Sancho Brandão.

É extraordinário que este passo da missiva de Cabral, divulgada pelo brasileiro Assis Cintra nos anos 1930, passe despercebida até ao presente. Como arquivei na nota 1, ele foi publicado por dois brasileiros e em duas fontes portugueses; a fonte brasileira mais recente data de 2001.



 11° fonte   

Carta de Pizzigno
1367

também referida em 1367 na carta marítima de Pizzigano, que inclui a Ysola de Braçir entre as chamadas ilhas Benaventuras.



 14° fonte   

Falecimento de Dom Henrique de Avis
13 de novembro de 1460, terça-feira

Foram plantadas as árvores necessárias para a construção das caravelas.Darcy Ribeiro:

"Que disse a nau que foi para a Lua? Só que a terra era azul, só isso. Quando o príncipe, dom Henrique, um príncipe meio doidão, belo, vivia vestindo um manto de Cristo, esse homem, estranho, filho da idade média, inesperadamente se converte no território mais avançado. Numa praia portuguesa ele ajeita as coisas para montar navios que não existiam.

Navios com leme fixo, por exemplo, Que era uma coisa dos árabes, que não Europa nunca tinham usado. Navios com a vela latina, que é boa para navegar e navios em que ele aprendeu com os chineses e os árabes, a por bússola, o astrolábio.

Com esse navio montado foi possível enfrentar o mar grosso, o Atlântico, para chegar aqui. Esse navio, essa criação, é mais importante que uma nau, dessas espaciais."



 15° fonte   

Mapa de André Benincasa
1467

A mítica Ilha de São aparece às vezes na no mapa de André Benincasa de 1467, que inclui certa ilha do Brasil ou Braçile.



 17° fonte   

Portulano de Grazioso Benincasa, Bolonha, Itália
1482

A Ordem de Cristo já conhecia o Isola de Braçill segundo o mapa de 1482, feito pelo cartógrafo Gracioso Benincasa, em Ancona, na Itália, o mapa indica: a costa portuguesa, a costa africana, a costa brasileira e as Antílias. Eles mantinham uma política de sigilo que condenava à morte quem comentasse o assunto.



 19° fonte   

Martin Behaim conclui a construção do primeiro globo terrestre
20 de junho de 1492, segunda-feira

No mapa-mundi de Jacques de Vitry e em L‘Imago Mundi, de Robert Auxerre, aparecido no ano de 1265, a "Ilha Brandão" está registrada. Da mesma forma o célebre cosmógrafo alemão Martinho Beahim, ao publicar no século XI o seu globo terrestre indicou essa terra, declarando que "em 565 São Brandão ali estivera"... Mas existe ainda mais, a respeito do assunto.



 20° fonte   

Início da expedição
3 de agosto de 1492, quarta-feira

Isaac ben Judah Abravanel



 21° fonte   

Tratado de Tordesilhas
7 de junho de 1494, quinta-feira

Os portugueses foram os pioneiros na expansão marítima e também na colonização, seguidos por espanhóis, franceses, ingleses, holandeses, até dinamarqueses.

Como explicar a colonização ter iniciado-se na América e não na África? A África era mais próxima e a conheciam melhor. O périplo africano inicia por volta de 1412, com a tomada de Ceuta. A viagem de Vasco da Gama foi 1497 e a de Bartholomeu Dias em 1499. Ou seja, temos quase 1 século de conhecimento da África. Mas a colonização deu-se na África, mas sim na América.

Não apenas Portugal. O fato de que tenha sido na América é muito curioso. A descoberta da América é fruto de uma série de circunstâncias causadas pelo acaso. [27963]

Hernani Donato: “Essa saída de Portugal ao mundo, a série de descobrimentos, posseamento e agarramento as terras conquistadas, tinham um fundo religioso mais do que um fundo imperial".

No cotidiano, a igreja sempre teve um problema com a catequese dos nativos, era a justificativa para a colonização. Quando o Papa Alexandre VI dividiu o mundo a ser descoberto, entre Portugal e Espanha, a justificativa era descobrir o "gentio", catequiza-los e expandir a cristandade. Não tratava-se apenas da expansão do capitalismo.



 22° fonte   

Vasco da Gama inicia a primeira viagem marítima da Europa à Índia
8 de julho de 1497, quinta-feira

Manuel I, rei de Portugal ordenou a Vasco da Gama encontrar o sepulcro do apóstolo Tomé.

São Tomé foi o apóstolo que duvidou de Cristo, ele é conhecido pela Igreja como "O Incrédulo". Por duvidas dar chagas de Jesus, Tomé foi enviado aos lugares mais distantes da Terra. Existem mitos de sua passagem em todas regiões que a Igreja Católica esteve...



 24° fonte   

Gaspar da Gama se apresenta á Vasco da Gama
1 de setembro de 1498, quinta-feira

Gaspar da Gama faz a sua entrada na história portuguesa, na história ocidental, em setembro de 1498, e de um jeito inacreditável. Mais inacreditável que este que contei, que se deu no dia em que os portugueses pisam, pelo menos oficialmente, pela primeira vez no Brasil.

Em setembro de 1498, Vasco da Gama já estava a vários meses na Índia, ele havia chegado no dia 29 de maio de 1498, enfim descobrindo, após anos, anos e anos de tentativas portuguesas de descobrir um novo caminho marítimo pada as Índias.

Ele teve "mil" problemas em Calicute, então ele foi mais para o sul, numa ilha chamada Angediva. E quando ele está ancorado nas proximidades da ilha de Angediva, vejam o que acontece, está narrado pelos cronistas oficiais:

Estávamos ancorados na ilha de Angediva, 12 léguas da cidade de Goa, quando um homem velho, todo dr branco, grande de corpo e grande de barba, aproximou-se a bordo de una fusta (pequena embarcação da época) e gritou para nós, os portugueses, em castelhano: Dios salve las naves e los señores capitanes cristianismo e toda la compania que nelas vieram.

Os portugueses ficaram surpresos, era inacreditável um homem falando castelhanos (espanhol) onde estavam, em Angediva, na Índia. Ele sempre vestia-se de branco. Vasco da Gama convida-o para subir a bordo e o prende.

Antes de ser preso ele havia dito que viera de Granada, na Esoanha, sua terra natal, e que estava há 40 anos da Índia e tudo o que mais queria era que aparecesse naus dos cristãos para o levarem de volta.

Vasco da Gama era uma pessoa "horrorosa", de uma crueldade boçal, tanto é que ele prende imediatamente Gaspar da Gama, tira sua roupa e o tortura "pingando-o", que quer dizer pingar óleo fervente em sua pele. Afim de saber a verdade, que aparentemente Gaspar da Gama não dizia.

Primeiro ele diz ser nativo de Granada, que depois mudou-se para Alexandria, depois para Jerusalém. Ele vai contando uma história cada vez mais louca. E o tempo inteiro agradecendo por estar apanhando.

Em nenhum momento ele esboça defesa ou ataque, ele se comporta totalmente cordato, e após 12 horas de tortura, Vasco da Gama deu-lhe dois pães e um queijo.

A história desse homem foi registrada por todos os grandes cronistas da Índia. Essas viagens portuguesas foram descritas com detalhes, com minúcias de detalhes, pelos cronistas oficiais do reino.

Fernão Lopes de Castañeda, Damião de Góes, Zurara, que escreveu antes, Gaspar Correia, que é quem escreveu o trecho que acabei de ler aqui. E o grande João de Barros, cronista oficial da Corte, que depois virou donatário do Maranhão.

Todos estes cronistas descrevem a figura de Gaspar da Gama, porque ele realmente era uma pessoa muito impressionante. Estes cronistas, claro, contavam a versão oficial, mas minuciosa do que aconteceu. Então se descobre, ao longo do tempo, que ele



 25° fonte   

Primeira expedição exploratória
dezembro de 1498

Duarte Pacheco Pereira, herói da índia, com o qual, como se disse, Dom Manuel tratara de descobrimentos em 1498, afirmou no "Livro Primeiro", capítulo 7 das "Informações" que prestou ao rei, que "encontrara além do oceano uma grande terra firme, com abundância de brasil". A mesma terra estaria situada a uma distância de setenta graus do pólo ártico e 28 do pólo antártico. Ora, essa situação geográfica é, mais ou menos, a posição da América Meridional, conseqüentemente, do Brasil....



 26° fonte   

Vasco da Gama regressou a Portugal. Gaspar da Gama virou amigo de Dom Manuel
agosto de 1499

Imediatamente não, mas ele logo em seguida é recebido pelo Dom Manuel e passa a frequentar a corte! E olha o que o Dom Manuel escreve sobre ele, cara, é um texto inacreditável.

"Trouxeram muitas especiarias, e ouro e diamantes, mas sobretudo trouxeram um judeu que agora já está tornado cristão, homem de grande descrição e muito engenho, nascido em Alexandria, grande mercador e lapidário (né, lapidava pedras), o qual mais de 40 anos tratava na Índia, e sabe, assim, esmiuçadamente tudo quanto nela há, e assim todas as terras que a cercam e todas as coisas delas, desde Alexandria para lá até o sertão da Índia e da Tartária para lá... E é graças aos conhecimentos dele e para o santo serviço e para o bem da cristandade que vamos descobrir, graças a esse homem, tudo que cerca aquela terra. Deus seja louvado. E esse homem sabe falar hebraico, caldeu, arábico, alemão e polonês, além de falar também italiano misturado com espanhol, mas fala de forma tão clara que para nós soa como se fosse português".



 27° fonte   

O “Descobrimento” do Brasil
22 de abril de 1500, domingo

São 6 horas da manhã do dia 23 de abril de 1500, o sol acaba de nascer saindo das águas do oceano Atlântico iluminado a costa brasileira a frente.

As 13 embarcações da esquadra se dirigem lentamente, cerca de 10km/h. Por volta das 10 horas, cerca de 2km da praia, lançam a âncora, que pousa no fundo arenoso, a 19 braças, ou 14 metros, de profundidade.

Um batel (a maior das embarcações miúdas que serviam aos navios antigos, naus e galeões) da nau Capitânia, e nela estão Nicolau Coelho, um veterano que havia viajado á Índia com Vasco da Gama dois anos antes, 4 remadores, sendo um escravizado angolano e um grumete da Guiné, e um homem alto, misterioso, de barba branca, também vestido de branco, com a cabeça coberta com uma touca.Este homem vinha da Índia, mas não era indiano. Falava, se supõe, ao menos dez línguas.

E assim, num barco, os portugueses conseguiram reunir homens de três continente. Nicolau Coelho, que era português, os africanos de Angola e de Guiné, e esse misterioso homem vindo da Índia. Ao todo eles falavam 12 línguas. Talvez mais de 12, porque só um deles falava 10, como eu disse.

Mas nenhum deles falava tupi, então não houve entendimento com aqueles nativos tupiniquins nas praias do sul da Bahia.Pela primeira vez na história um judeu chega ao Brasil. É o homem de branco, o poliglota, é o homem alto, com essa vasta barba.



 28° fonte   

Capitães de todos os navios reuniram-se a bordo do navio de Cabral
23 de abril de 1500, segunda-feira

Já fundeada toda a frota na atual baía Cabrália, no dia 23 de abril Pedro Álvares Cabral mandou à terra Nicolau Coelho, quando cerca de 18 íncolas observavam-nos da praia, armados de arcos e flechas. No dizer de Caminha, Coelho “[...] lhes fez sinal que depusessem os arcos; e eles os depuseram [...]”:

ele gesticulou-lhes; eles compreenderam-lhe a gesticulação e acederam-lhe ao pedido apaziguador. Gestos quaisquer aprendem-se em seu significado. Nenhuma mímica é dotada de significado inerente e prontamente compreensível por quem não a haja previamente aprendido. Seja a expressão romana de positivo (com o polegar estendido e os demais dedos retraídos), seja o abanar a mão espalmadacomo saudação ou despedida, seja o aplauso ou qualquer outro gesto, ele somente veicula comunicação se entre quem o pratica e quem o observa coincidir a inteligência de seu sentido.

Os índios compreenderam a mímica de Nicolau Coelho. Ter-lhe-iam adivinhado o significado ou já o conheciam ? Evidentemente conheciam-no: houvera, já, contactos entre portugueses e eles.



 29° fonte   

Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás
1 de maio de 1500, terça-feira

Quando há a descoberta da América, foi uma loucura, pois os nativos não eram judeus, cristãos ou muçulmanos. E estavam nus, portanto só poderiam estar descobrindo o "gentio" no Paraíso, por isso andavam nus. Este é o tema de um dos mais belos livros de história do Brasil: “Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda. Enquanto todos procuravam os motivos econômicos...Isso pode ser visto na carta de Pero Vaz de Caminha. São doze páginas, fantásticas, nas quais ele volta sete vezes a palavra nudez: "Estavam nus! Não cobriam as suas vergonhas!"



 31° fonte   

Carta do rei dom Manuel, datada de Sintra, anunciando aos príncipes católicos o descobrimento da terra de Santa Cruz, por Pedro Álvares Cabral
9 de julho de 1501, terça-feira

Comunicava o Rei D. Manoel a seus sogros, Fernando e Izabel de Espanha o sucesso da segunda viagem á índia, por seu almirante Pedro Alvares Cabral, dizendo no que se referia ao Brasil, o seguinte:

...O dito meu capitão partiu com 13 naus, de Lisboa, a 9 de março do ano passado, e nas oitavas da Pascoa seguinte chegou a uma terra que novamente descobriu, á qual colocou nome de Santa Cruz, na qual encontrou gente nua como na primitiva inocência, mansa e pacifica; a qual terra parece que Nosso Senhor quis que se achasse, porque é muito conveniente e necessária para a navegação da índia, porque ali reparou seus navios e tomou água; e pela grande extensão do caminho que tinha de percorrer, não se deteve afim de se informar das cousas da dita terra, somente me enviou de lá um navio para me noticiar como a achou.



 32° fonte   

Der Newen Zeytung auss Pressilg I Landt
1508

29758*Der Newen Zeytung auss Pressilg I Landt

A vinda do Apóstolo São Thomé á estas partes da América, e principalmente ao Brasil e ás regiões do Paraguay, está baseada em tais fundamentos, que d´ela não se pode duvidar. Faltam monumentos antigos que testifiquem a vinda de São Thomé, e por tanto a tornem perfeitamente certa, mas é inegável que a tradição constante e uniforme de diversas nações do novo mundo, os sinais e vestígios, e o nome de São Thomé conhecido desde tempo imemorial por elas, fazem probabilíssima sua vinda a estas regiões. Muitos autores, e entre eles o padre Pedro Lozano, traram difusamente deste ponto. Desde que chegaram os jesuítas ás províncias de Guayrá, Paraná-pané e Tibaxiva, ouviram os gentios falar de São Thomé, ao qual davam o nome de pai Zumé, e dele narravam coisas prodigiosas, e o tinham em conta de varão maravilhoso, cuja memória o tempo no decurso de tantos séculos não pode fazer esquecer.

Saiu da água, ensinou as artes da agricultura, da metalúrgia, codificou leis, mas quando investiu sobre duas das prioridades masculinas essencias, a antropofagia e o múltiplo casamento, foi então expelido pelos homens. (Hernani Donato)



 33° fonte   

Referências dos nativos a São Tomé aparecerem na “Nova Gazeta da Terra do Brasil”
1515

Pode dar-se ideia de celeridade com que se difundiu a lenda do apostolado de São Tomé nas Índias, e não apenas nas Índias Orientais, lembrando, como, em 1516, quando Barbosa acabou de escrever seu livro já se falava em sua estada na costa do Brasil. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazetta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por D. Nuno Manuel, Cristóvão de Haro e outros, que a 12 de outubro de 1514 aportava, já de torna-viagem, á Ilha da Madeira.

Dos dados que o autor da Gazeta pôde recolher a bordo e mandar em seguida a um amigo de Antuérpia, constava a existência naquela costa de uma gente de muito boa e livre condição, gente sem lei, nem rei, a não ser que honram entre si aos velhos. Contudo, até àquelas paragens tinha chegado a pregação evangélica e dela se guardava memória entre os naturais.

"Eles tem recordação de São Tomé", diz o texto. E adianta: "Quiseram mostrar aos portugueses as pegadas de São Tomé no interior do país. Indicam também que tem cruzes pela terra adentro. E quando falam de São Tomé, chamam-lhe o Deus pequeno, mas que havia outro Deus maior". "No país chamam frequentemente seus filhos Tomé."

A presunção, originária das velhas concepções colombinas, e que a cartografia contemporânea nem sempre se mostrara solícita em desfazer, de uma ligação por terra entre o Novo Continente e a Ásia, facilitava grandemente essa idéia de que à América e ao Brasil, particularmente, se estendera a pregação de São Tomé Apóstolo.

Na própria Gazeta acha-se refletida essa idéia, onde se lê que o piloto da nau portadora das notícias, presumivelmente o célebre João de Lisboa, já afeito à carreira da índia, não acreditava achar-se o cabo e terra do Brasil a mais de seiscentas milhas de Malaca, e pensava até que em pouco tempo, e com grande vantagem para el-rei de Portugal, se poderia navegar do Reino até aquelas partes.

Achou também que a terra do Brasil continua, dobrando, até Malaca.”. E presume o autor que esse fato favorece a crença na vinda do apóstolo a estas partes. “É bem crível”, diz, “que tenham lembrança de São Tomé, pois é sabido que está corporalmente por trás de Malaca: jaz na Costa de Siramath, no Golfo de Ceilão.” [Páginas 135 e 136]



 34° fonte   

Segundo alguns historiadores, a prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada
16 de novembro de 1530, domingo

Porque voltaram ? Fundação De São Paulo Jaime Cortesão1955Atento, pois, à importância da língua da terra, Martim Afonso de Souza,comandando a expedição de 1530, ordenada por um D. João III motivado pela cobiça de ouro e prata que se noticiava haver em abundância na bacia do Prata e pela preocupação do aumento da invasão da costa brasileira por flibusteiros franceses (CORTESÃO, 1955:77-87), fez-se equipar de dois excelentes línguas em sua missão também de caráter exploratório, de defesa e colonizador. Um deles era Enrique Montes, na condição de provedor da armada, “que habitara terras catarinenses durante doze anos” (CORTESÃO,1955:51, 95-6, 101 e 111); o outro era o piloto Pero Anes (CORTESÃO, 1955:111 e 114). Com sua equipe de homens, entre os quais se incluíam esses intérpretes (...)

Sérgio Buarque de Holanda conta a história de um explorador europeus que, por volta do século XIX, perguntou a um nativo da região amazônica a localização de determinado rio e também qual o percurso do rio estavam estacionados. O nativo pegou um graveto e desenhou na areia toda toda a bacia amazônica, inteirinha!

Registram-se vários outros vários casos, por exemplo, o nativo de São Vicente que, na década de 1560, foi sequestrado e levado para Salvador onde foi escravizado. Ele fugiu e voltou a pé para São Vicente se orientando apenas pelas estrelas!

Além da inesgotável história do Peabiruos habitantes originais do que viria a ser o Brasil conheciam esse território como a palma, como a palma, a palma da mão deles.

Para ir do litoral à planície de Piratininga, os portugueses, até 1560, só tinham um perigosíssimo caminho, infestado pelos tamoios, seus fidalgais inimigos. Estes selvagens se ocultavam nos matos, à direita e à esquerda do caminho, atacando de improviso os viajantes, despojando-os, aprisionando-os e levando-os para seus bárbaros festins.É certo, e nem o contrário poderia imaginar-se, que essa estrada em nada se assemelhava às que, atualmente, são abertas, com tanta arte, em meio das mais escarpadas montanhas.O padre VASCONCELOS, que pela mesma passou cem anos depois de sua abertura (1656), afirmou não ter ela passado por qualquer modificação, e assim a descreveu, mostrando como era difícil o seu trajeto e como é admirável a região que atravessa: — "Não é caminhando" — disse o padre Vasconcelos — "que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo.A profundeza do vale é aterrorizante, e o número de montanhas que se elevam, umas por cima das outras, faz quasi perder toda a esperança de chegar ao fim. Quando se acredita estar no cume de uma delas, chega-se ao sopé de outra mais alta ainda. Mas é verdade que, repetidas vezes, sente-se recompensado das fadigas da ascenção. Quando eu me sentava sobre um rochedo e lançava o olhar para baixo, parecia-me estar olhando do alto do firmamento, e que oA primeira leva de cavalos veio em 1534, na Vila de São Vicente; a segunda, em Pernambuco, em 1535; a terceira, na Bahia, trazidos por Tomé de Sousa.

Caminho do Mar: as quais, embora péssimas, já permitia o tráfego de cavalos 1717

Momentos antes da Batalha de Stirling Bridge, ocorrida em 11 de setembro de 1297, William Wallace comenta com seus companheiros:

O Rei Eduardo I (1239-1307) enviará todo o exército do norte.

Pai: A cavalaria, cavalos com armaduras, pesadamente armada, que faz até o chão tremer.

Hamish Campbell: Nos derrotaram fácil.

William Wallace: Meu tio Argyle costumava falar disso, como nenhum exército repelia (mas na tradução escrita escreve "resistiu") um ataque de cavalaria pesada.

Hamish Campbell: E o que faremos?

Campbell: Á moda escocesa, atacar, fugir, se esconder.

William Wallace: Faremos lanças. Centenas, longas, duas vezes maiores que um homem.

Em junho de 323 a.c., quando um famoso cavaleiro morreu na Babilônia, havia conquistado um império que se estendia da Grécia até o rio Hindus, no Paquistão. Seu nome, Alexandre "O Grande". Nada disso seria possível sem o garanhão que ele cavalga em batalha.

Mas esse animal é mais que um veículo para as conquistas. Iremos descobrir que o cavalo tem um papel chave em quase todos os empreendimentos do Homem.

Pensamos na História como uma linha de tempo, uma série de acontecimentos que se estendem à 2 mil anos no passado. É hora de repensar. Em vez de uma linha, imagine uma rede de direções infinitas, interagindo em bilhões de anos, agindo juntas para criar tudo que conhecemos no Universos. Nosso planeta e nós mesmos.

Quando vemos os momentos mais épicos pelas lentes da ciência e sob uma nova luz revolucionária, os movimentos dos átomos agitam os movimentos dos homens, das civilizações. A História como conhecemos está ficando maior.

(...) A Grande História revela conexões que envolvem toda a humanidade, desde as roupas que vestimos e as conquistas, ou a queda de impérios, até a revolução da linguagem. E é o cavalo que liga todos eles.

A Grande História volta no tempo 6 mil anos atrás. Nas pradarias da Ásia Central, onde os primeiros nômades estão falando uma língua antiga conhecida como Proto-Hindú-Européia. Sua palavras irão certamente se espalhar e se desenvolver, ramificando-se a partir de uma rota comum, até chegar ao italiano, espanhol, grego, russo, hindú, alemão, inglês. Começando-nos as línguas faladas por quase a metade do mundo.

Por que a propagação da língua começa aqui? Porque estes são os primeiros povos na Terra à cavalgar cavalos e isto cria uma estrada entre seus mundos.

Craig Benjamin, historiador, co-autor de "Big History"

Não haveria este texto, não em português, se não fosse pelo papel do cavalo em espalhar a língua, a cultura e os seres humanos.

A Grande História liga sua História à uma série de transformações épicas. Todas colocadas em marcha por um animal revolucionário. Desde o momento em que o primeiro cavaleiro saltou no lombo de um cavalo, quase 6 mil anos atrás, ambas as criaturas se transformaram.

Jonathan Markley, historiador, Cal State Fullerton

O Homem cuida de seu cavalo. Ele limpa, adestra ele, coloca ferraduras nele, o ajuda a procriar, e em troca o cavalo nos dá a força de seus músculos, que nos leva á vitória na guerra.

Craig Benjamin, historiador, co-autor de "Big History"

No âmbito de Grande História é difícil pensar em qualquer outro mamífero que teve tanto impacto na História humana como o cavalo.

Melhor amigo do homem

Entre todos os animais da terra, por que o cavalo se tornou o mais importante aliado do homem?

Há estimados 6.6 milhões de espécies de animais terrestres , mas muitos deles, como os insetos são pequenos demais para serem úteis. Outros são difíceis demais para domesticar, carnívoros, por exemplo, são muito caros para alimentar. Alguns, como o elefante, demora tempo demais atingir o tamanho completo. Outros, como a zebra, são geniosos demais para serem úteis. Para puxar e cavalgar o animal precisa pesar pelo menos 45 quilos, o que elimina quase todos, deixando-nos com um pouco mais de 1 dúzia de mamíferos que se alimentam de grandes plantas, entre eles somente o cavalo tem a exata combinação de força, temperamento e acima de tudo, velocidade.

Cada perna é como uma mola gigante que pode impulsionar um animal de 554 quilos é velocidade 6 vezes mais rápida que um ser humano médio.

Trevor Valle, paleontologista

Uma vez que você domestica um animal que tem mais habilidade do que você mesmo, você mudou todo o jogo.

Mas por que esses antigos impérios enormes não se tornaram ainda maiores?

As evidências sugerem uma teoria surpreendente. Que os antigos impérios tem um limite de tamanho delimitado pelo cavalo. Se os limites externos de um império tem mais de 14 dias de distância, à cavalo, da capital, torna-se uma luta manter o controle.

Jonathan Markley, historiador, Cal State Fullerton

A velocidade das comunicações é essencial para manter um império. Você tem que ser capaz de enviar mensagens para a fronteira e levá-las de volta com espaço razoável de tempo, seu não puder fazer isso, seu império não é competente, você não pode responder aos ataques, não pode responder as crises.

O império mongol se expande bem além do limite de um tamanho sem precedentes de 33.7 milhões de quilômetros quadrados. Os mongóis controlavam tanta terra que poderia demorar mais de um ano para receber mensagens ou suas tropas viajarem para os limites externos do império. Mas durante um século, rebeliões dividem o império mongol em 4 territórios menores, cada um com 5 a 13 milhões de quilômetros quadrados, não coincidentemente, iguais ao tamanho do império romano á esta altura.

Do outro lado do mundo, os impérios das Américas são mínimos em comparação. O maior deles, o império inca, é apenas uma fração do tamanho do que uma vez foi Roma. Ao norte, os astecas reivindicam apenas 199.4 milhões de quilômetros quadrados.

Por que estes impérios do Novo Mundo são ofuscados por aqueles do Velho Mundo?

Por uma importante razão: o Novo Mundo não tem nenhum cavalo. De fato, os incas confiam em corredores chamados Xasques para entregar mensagens e mantimentos.

Charlie C. Mann, escritor, autor de 1491 e 1493

Com o cavalo você pode ir do ponto A ao ponto B, separados apenas 160 quilômetros de distância. Não é uma grande coisa. Para pessoas que correm é um grande feito.

Por que uma parte do mundo tem cavalos e outra não?

Você pode pensar que é porque cavalos não conseguiam chegar às Américas, até que os europeus os trouxessem aqui em navios. Mas uma evidência fóssil revelou uma novidade. Os cavalos nasceram nas América.

Trevor Valle, paleontologista:

Os cavalos são nossos, eles tem sido nossos desde o início dos tempos.

A Grande História volta no tempo 50 milhões de anos. Quando a Terra se aquece, florestas úmidas se tornam pradarias. Os ancestrais dos cavalos descem das árvores e vão para as planícies. Eles se adaptam ao seu novo meio ambiente e desenvolvem longas pernas e corpos musculosos que os permitem fugir dos predadores, dando-lhes a velocidade que um dia seria tão fundamental para a História humana.

Então, o que aconteceu com os cavalos americanos?

Eles cruzam trilhas com os primeiros americanos que atravessam a ponte da Terra de Beringh, durante a última era do gelo, não como transporte, mas como alimento. Eles provavelmente caçaram o cavalo levando-o a extinção.

Mas alguns cavalos tiveram melhor sorte, atravessando a mesma ponte da Terra, que também trouxe pessoas. Com certeza colocando-os no lugar certo, na hora certa, para que os habitantes da Ásia central os domassem.

Trevor

Os cavalo tinha um ótimo plano para simplesmente cair fora. Se não fosse por isso, onde estaríamos hoje?

Mas as civilizações das Américas não terão os benefícios deste aliado fundamental. Quando os cavalos finalmente retornaram para as Américas, com os espanhóis, nos séculos 15 e 16, generais como Hernan Cortez se chocam com as culturas, sem cavalos, do Novo Mundo, e decisivamente vencem.

Roger Mcgrath, historiador

Nos primeiros conflitos entre os povos nativos e os espanhóis, estes eram capazes de usar os cavalos para fazer ataques surpresas e lutas frontais. Isso nunca aconteceria se os povos nativos tivessem cavalos. Quando os nativos vêem estes cavalos tem 3 reações: "Mas que diabo é isto?", "Uau! Olha as coisas que ele pode fazer." e "Eu quero um". Eles vão da reação 1 até a 3 em apenas 5 minutos.

Durante 200 anos os cavalos espanhóis transformam a vida nativa americana em toda a sua extensão.

Roger Mcgrath, historiador

Uma vez que eles tem o cavalo e adotaram a cultura do cavalo, eles se transformam em guerreiros montados e também em guerreiros montados, que agora cavalgam por toda parte através de grandes planícies.

E assim como os mongóis e os romanos, antes deles, estas tribos nativas, como os Comanches, rapidamente expandem seus impérios no dorso dos cavalos.

Roger Mcgrath, historiador

De fato os espanhóis tinham um nome para isso, chamavam de Comancheria, uma área de 960 quilômetros de sul ao norte, e por volta de 640 quilômetros de lesta ao oeste. E dominavam completamente esta área. Portanto o cavalo mudou inteiramente, não apenas a cultura dos índios americanos, mas a História do oeste.

Uma Revolução da Energia

Toda energia que consumimos alimentando pode ser rastreada até uma única energia. O Sol. Os humanos não podem absorver diretamente a energia do Sol, mas plantas podem, o que significa que planícies verdejantes são reservas imensas de energia. Mas comer toda esta grama não é uma opção para os humanos, já que é essencialmente celulose, uma substância que não podemos digerir. Para obtermos energia desta grama selvagem podemos esperar que outros animais a comam, daí então comê-los. Mas, há um problema. No momento em que a energia chega á nós pela cadeia alimentar, muita coisa se perdeu. Plantas como a grama perdem 90% da energia solar que absorvem. Animais que comem grama perdem outros 90%. No momento em que estivermos comendo um filé, outros 90% são perdidos.

David Christian, historiador, co-autor de "Big History"

Eu não posso comer grama por causa do meu tipo de organismo. Olhe para toda essa energia armazenada nessa grama, e isso é frustante. eu não posso alcançá-la. Então o que vou fazer se eu for realmente esperto? Eu domestico um animal que possa comer essa grama.

Assim que os humanos começam a cavalgar cavalos comedores de grama, nós demos um passo mais perto da fonte de energia e conseguimos um impulso principal da força.

David Christian, historiador, co-autor de "Big History"

Aprender a domesticar o cavalo foi um tipo de revolução energética. Um cavalo pode produzir por volta de 8 a 9 vezes a potência de um ser humano. Então, em vez de carregar mantimentos você mesmo, você pode ter cavalos carregando, portanto é uma energia próspera.



 35° fonte   

A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa
3 de dezembro de 1530, quarta-feira

Fundação De São Paulo Jaime Cortesão1955Atento, pois, à importância da língua da terra, Martim Afonso de Souza,comandando a expedição de 1530, ordenada por um D. João III motivado pela cobiça de ouro e prata que se noticiava haver em abundância na bacia do Prata e pela preocupação do aumento da invasão da costa brasileira por flibusteiros franceses (CORTESÃO, 1955:77-87), fez-se equipar de dois excelentes línguas em sua missão também de caráter exploratório, de defesa e colonizador. Um deles era Enrique Montes, na condição de provedor da armada, “que habitara terras catarinenses durante doze anos” (CORTESÃO,1955:51, 95-6, 101 e 111); o outro era o piloto Pero Anes (CORTESÃO, 1955:111 e 114). Com sua equipe de homens, entre os quais se incluíam esses intérpretes (...)



 36° fonte   

Envio de Diogo Leite
1 de fevereiro de 1531, domingo

• 4° fonte “Braz Cubas”, Francisco Corrêa de Almeida Moraes1907(...) enviou Diogo Leite, antes do 1°. de março, com duas caravelas, para explorar a costa (...): e foram Braz Cubas° 29 e vieram em dois meses, e andaram pela terra 115 léguas; e as 65 dias foram por montanhas mui grandes e as 50 foram por um campo mui grande, e foram até dar com um grande rei, senhor de todos aqueles campos e lhes fez muita honra e veio com eles ate entregar ao Capitão.



 39° fonte   

Primeira expedição
junho de 1531

(...) a primeira expedição que penetrou nos sertões do Brasil, com o intuito de descobrir prata, ouro e pedras preciosas, mas sim outra anterior, que partiu do Rio de Janeiro em junho de 1531, por ocasião da permanência da armada de Martim Afonso naquele ponto. Compunha-se a mesma de quatro ousados expedicionários portugueses, cujos nomes são ignorados.

Sobre ela escreveu Pero Lopes no Diário de Bordo:

"Daqui mandou o Capitão Irmão quatro homens pela terra dentro; e foram e vieram em dois meses e andaram pela terra em centro e quinze léguas; e as sessenta e cinco dias delas foram em montanhas mui grande; e foram até darem com um grande rei, senhor de todos aqueles campos, que lhe fez muita honra e veio com eles até os entregar ao Capitão Irmão. E lhes trouxe muito cristal e deu novas como no Rio de Paraguay trouxe muito ouro e prata. O Capitão Irmão lhes fez muita honra, lhe deu muitas dádivas e mandou tornar para suas terras". [p. 412 e 413, 22 e 23 do pdf]



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Pedro Agnez é enviado a terra pafra buscar o Bacharel de Cananéia
12 de agosto de 1531, quarta-feira

DA TERRA AO MAR: UM ESTUDO DE MICROTOPONÍMIA CAIÇARA EM IGUAPE/SP2015E foi por isso, por terem de antemão boas notícias dessa famosa região, onde Antonio Rodrigues e João Ramalho possuíam já uma feitoria, a qual era “o fito principal – ou a meta – da expedição dos povoadores de 1531” – foi por isso, como íamos dizendo, que a armada de Martim Afonso, ao sair do Rio de Janeiro, depois de fazer escala pelos Alcatrazes, passou ao largo sem tocar em S. Vicente, dirigindo-se para Cananeia, onde fundeou “no dia de Santa Clara – 12 de agosto de 1531” – conforme escreve Pero Lopes de Souza em seu Diário.

Foi depois da chegada de Martim Afonso a Cananéia, que se teria verificado, segundo alguns historiadores, a primeira vingança do Bacharel, oculta sob o que poderia parecer uma infelicidade normal. Francisco de Chaves, genro do Bacharel, informa a Martim Afonso que, não muito longe dali, havia ouro em quantidade, a ponto de o novo capitão de São Vicente acreditar na informação, confiando-lhe 80 dos seus melhores homens, além do chefe (Pero Lobo). Esta expedição nunca mais voltaria das selvas. Pero Lopes, no seu “Diário” descreve o fato da seguinte forma:

“... o Francisco de Chaves era mui grande língua desta terra. Pela informaçam que d’elladeu ao Capitam, mandou a Pero Lobo com oitenta homens, que fossem descobrir pela terra adentro; porque o dito Francisco de Chaves se obrigava que em dez meses tornava ao dito porto, com quatrocentos escravos carregados de prata e ouro. Partiram desta ilha ao primeiro dia de setembro de mil quinhentos e trinta e hum os quarenta besteiros (*) e os quarenta espingardeiros”.(*) Besteiros = soldados armados de bestas (catapultas, arcos).Preocupado em servir melhor ao rei, Martim Afonso mandou os seus homens nesta expedição, já que as notícias sobre a viagem de Aleixo Garcia nas proximidades dos Andes, portanto dos Incas, devia ser do conhecimento do capitão-mor e mesmo porque dentre os seus homens, estava Henrique Montes e Pero Capico, que tinham conhecimento desses fatos, principalmente Henrique Montes, como já vimos anteriormente, que foi companheiro de Aleixo Garcia em Santa Catarina



 42° fonte   

Diário de Pero Lopes
17 de agosto de 1531, segunda-feira

A denominação CANANOR que aparece no perfil geográfico de Ptolomeu deve ser interpretada como CANANÉIA (F 34) que significa “lugar dos judeus ou judeu”, de Cananeu, como eram chamados os judeus, o que quer dizer que o Bacharel deixado podia realmente ser judeu ou judaizante e de real importância. Com esse batismo André Gonçalves e Vespúcio firmavam e positivavam o fato da sua deixada naquele lugar predeterminado, que Pero Lopes, em seu “Diário”, revela já saber que se chamava Cananéia.

O “Diário” de Pero Lopes é muito claro quanto à vinda do Bacharel ao lugar de degredo.“E fazendo o caminho de sudoeste demos com hua ilha. Quis a Nossa Senhora e a bemaventurada Santa Clara, cujo dia era, que alimpou a néboa, e reconhecemos ser a Ilha de Cananéia... Por este rio arriba mandou o Capitam J. hum bergantim, e a Pedro Annes, que era língua da terra, que haver falla dos índios. Quinta-feira, dezessete dias do mez d’agosto (1531) veo Pedro Annes piloto no bergantim, e com elle veo Francisco de Chaves e o Bacharel, e cinco ou seis castelhanos. Este Bacharel havia trinta annos que estava degredado nesta terra”.

Tudo isso é hipotético, já que como dissemos anteriormente, não existe, a nosso ver, prova documental, direta ou indireta, sobre esses acontecimentos. Como é sabido e provado por diversos documentos já citados, o Bacharel opta pela retirada, junto com o seu genro Francisco de Chaves e toda a sua gente, que foram encontrados mais tarde em Cananéia, ao sul da Capitania, por Martim Afonso.Continuemos com a viagem de Martim Afonso.Depois da sua parada em Bertioga, Martim Afonso parte rumo ao sul, para cumprir a segunda missão, ou seja, o reconhecimento do Rio da Prata. Nesta rota, no mesmo mês de agosto, a armada Afonsina ancora nas águas de Cananéia.Pero Lopes registra o entusiasmo que as narrativas daquele Francisco de Chaves despertaram; Prometera ele que, em dez meses traria 400 escravos carregados de ouro e prata. Martim Afonso não teve dúvidas em fornecer-lhe oitenta homens, 40 besteiros e 40 espingardeiros, sob a chefia de Pero Lobo, sendo esta a primeira Bandeira a entrar pela terra adentro, saindo de Cananéia a 1 de setembro de 1531.



 44° fonte   

De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada?
1 de setembro de 1531, terça-feira

Partiram para nunca mais voltar, nem ele nem os seus soldados. Os índios Carijós teriam acabado com esta bandeira nos Campos de Curitiba.essão de 6 de abril de 1585, Atas da Câmara da Cidade de São Paulo6 de abril de 1585, sábadoEncontramos na documentação solicitação dos colonos paulistas para atacarem e descerem índios carijós (guaranis):“...pela quall rezão requeremos ao sor capitão da parte de deus e de sua magª q sua mercê com a gente desta dita capitª faca guerra campal aos índios nomeados carijós os quaes a tem a mtos anos merecida por terem mortos de quareta anos a esta parte mays de conto e cinqtª homes brancos assi portuguezes como espanhóis atee matare padres da compania de jesus q foram doutrinar e ensinar a nosa santa fee catholica...” [Sessão de 6 de abril de 1585]

Na Ata de 24 de Dezembro de 1612, os moradores da vila de São Paulo se queixavam de que os homens que iam ao sertão e ajudavam a

“vir o gentio carijó que voluntariamente vêm para esta capitania [de São Vicente] e os moradores lhe saiam ao caminho com suas ferramentas [e] mantimentos para os ajudarem a vir e deseja-lhes com isso granjear as vontades e ver se os querem servir pagando-lhes com vestir e doutrinar e o dito administrador [dos índios Mateus da Costa Amorim] os avexa com excomunhões sendo a jurisdição real de Sua Majestade e suas justiças não indo contra direito nenhum da Santa Madre Igreja porque não dão guerra a ninguém nem levantam bandeira...” 5

E é aqui que a bandeira sai do baú onde se guardavam os pertences da Câmara e se torna símbolo, por metonímia, de uma expedição militar, mesmo que a intenção belicosa seja do inimigo, no caso o índio: levantar a bandeira em uma lança significa ter intenção agressiva declarada. No caso específico, a intenção do gentio carijó que vinha a São Vicente não era agressiva, pois não levantavam bandeira e nem faziam guerra a ninguém.

Nesse pequeno trecho está resumida toda a problemática daquilo que seria tratado no futuro como o /ciclo das Bandeiras Paulistas/:

os índios vinham voluntariamente ou involuntariamente ao encontro dos paulistas? os índios eram escravizados ou trabalhavam em troca de uma recompensa em termos de alimento, vestuário, moradia e alimentação? nos conflitos entre os paulistas e a Santa Madre Igreja – sendo que nesse momento em São Paulo a Santa Madre Igreja era fortemente (se não totalmente) representada pela Companhia de Jesus – qual era a posição da jurisdição real de Sua Majestade? e o que podemos entender por jurisdição real de Sua Majestade em um momento que o rei era espanhol, mas a administração era portuguesa?

Atenção para o fato de que possivelmente nenhuma dessas respostas poderá ser unívoca, dentro de um contexto pleno de contradições políticas e conflitos sociais. A acreditar nas declarações (bastante duvidosas, em face do que sabemos através da documentação de época, principalmente pelas cartas dos governadores e dos capitães-generais, e pelas cartas e relatos dos padres jesuítas) dos paulistas, estes também não davam guerra a ninguém e nem levantavam bandeira: os índios carijós voluntariamente lhes vinham procurar.



carijós viviam ao sul da Capitania de São Vicente, de Cananéa ao Rio Grande, e eram tidos como "o melhor gentio da costa". Vestiam apenas uma espécie de avental (tanga), feito de fibra vegetal, de pele ou de pluma, que descia dos quadris até as pernas. As mulheres andavam de cabeça coberta e usavam no cabelo fibras tintas de várias cores.Acreditavam num Ser supremo mas, como o restante dos guaranis, não tinham formas públicas de culto religioso. A vida religiosa desenvolvia-se em torno dos pajés (xamãs): restringia-se às necessidades imediatas de cura para as doenças, à vingança contra os inimigos e à busca de sorte no quotidiano. Uma religião prática.O missionário São Roque Gonzales, no dia que foi morto (15 de novembro de 1628), escreve um bilhetinho ao superior da Missão, dizendo que os caciques tinham descido dos montes e a única coisa que lamentava era não ter mais cunhas e machados porque, se tivesse um pouco mais, seria capaz de trazer mais uns 500 nativos.Isto se entende facilmente, pois, na derrubada de uma árvore, o trabalho que fazia uma pessoa com o machado de ferro era equivalente ao de uns 15 nativos com machado de pedra. Pela busca do ferro, grupos nativos atacam outros que o utilizam, para apropriar-se dos objetos deste material.Os carijós não ficaram imunes a esta sedução-necessidade, corrompendo-se para obter estes instrumentos que facilitariam em muito seu trabalho.Tinham a pele mais clara que o restante dos nativos brasileiros. Sobre seus hábitos alimentares, em 1628 o Padre Francisco Carneiro SJ teceu este comentário:"... os carijós, em entremo comilões, por natureza e por uso tão habituados nesse exercício, que como animais do campo gastam o dia inteiro e parte da noite em comer, sem interpolação ou distinção de tempos que monte!"Por suas qualidades naturais, o carijó foi a maior vítima da sanha escravagista bandeirante, que nele viu o melhor braço para o serviço em suas fazendas.2 - Planta-se a CruzNo mapa de Juan de La Cosa, de 1550, aparece Santa Catarina. Vai ser um território estratégicamente muito importante - especialmente a ilha de Santa Catarina - para os navegadores que demandavam o Rio da Prata.São Francisco do Sul, cujo porto foi ponto de referência obrigatório tanto das rotas marítimas quanto da ação missionária, foi a primeira terra catarinense fecundada pelo madeiro da Cruz. A 6 de janeiro de 1504 aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir", ali permanecendo até 3 de julho. Numa pequena eminência à beira-mar, ele e seus companheiros levantaram uma cruz de madeira: realizou-se, ao toque de tambor e trombeta, a primeira celebração religiosa em terra catarinense. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Páginas 60 e 61, 2 e 3 do pdf]

ONLINE - R - EDITAR - EDITAR ONLINE - AMFTPzerar:4213 ----RELACIONARÍndios do Sul, Eduardo Bueno, 13.02.2019, youtube.com/watch?v=3eRYXtiXOR0&t=157s 13 de fevereiro de 2019, quarta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31• Pessoas (1)• Temas (3)• Cidades (1)O Brasil era basicamente ocupado por tribos do grande grupo Tupi-Guarani. Tupi quer dizer "O povo". Tapuia, seus inimigos, "os outros". Todo o litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, era habitada pela nação Guarani, que ocupava grande parte da "Mesopotâmia" dos rios Paraná e Paraguai. Todo o Paraguai era a cerne da nação Guarani. Parte do oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina, oeste do Rio Grande do Sul. Onde os jesuítas criariam os trinta povos Guaranis.A tragédia épica que eu quero falar é de uma outra nação indígena, nações na verdade, que viviam onde o Brasil já não era mais Brasil. Fica na cara que o Brasil não é mais Brasil. O Brasil deveria acabar no vale do Paranapanema.Que é o vale que separa São Paulo do Paraná. Dali para o sul, era "outro povo" já antes da chegada dos europeus. Outra "vibe", outra energia. Na verdade, abaixo do trópico de Capricórnio encontra-se o Brasil subtropical.Viviam alí os Carijós, chamados "melhor gentio da costa".

Manuel Aires de Casal Corografia Brazilica ou Relação Histórico-geográfica do Reino do Brasil. Composta e dedicada a Sua Majestade Fidelíssima, tomo I, 18171817

Não sabemos se foi antes de ir ao Rio da Prata, se depois da chegada, quando os Carijós lhe assassinaram oitenta portugueses, que expedira a descobrir, ou conquistas as minas de Cananéa.

Memória Histórica, Cronológica, Topográfica e Descritiva da Cidade de Paranaguá e seu Município, Antônio Vieira dos Santos1850

A expedição que Martim Afonso de Souza enviou as sertões de Cananéa, foi infeliz, por serem aqueles portugueses atraiçoadamente mortos pelos nativos, não constando nem um escapasse, nem mesmo o guia seu condutor; ignoram-se os pormenores deste infausto acontecimento; e nem se sabe o lugar certo onde foi tal massacre, se nos sertões das cabeceiras da Ribeira de Iguape, ou nas Serranias do Açongui, e Negra, ou se nas várzeas próximas ás grandes Cordilheiras.

• 5° fonte Os seis primeiros documentos da História do Brasil, 1874. Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo (1846-1901)1874

A 1 de setembro de 1531, de Cananéa mandou o mesmo Martim Afonso de uma tropa de quarenta besteiros e quarenta espingardeiros, de Pero Lobo, a descobrir pela terra dentro. Levou-o a dar este passo Francisco de Chaves, companheiro de João Ramalho, que se obrigou a tornar dentro de 10 meses com quatrocentos escravizados carregados de ouro e prata. Tudo quanto se sabe do destino ulterior desta expedição é que foi completamente destroçada pelos Carijós.

° fonte História geral do Brazil antes da sua separação e independência de Portugal, 18771877A intenção primeira da Expedição de Exploração da armada portuguesa comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa foi apenas pretensão para aproximar-se da entrada do Rio da Prata, possessão espanhola, disso resultando as fundações de vilas litorâneas auxiliado pelo prático de navegação Henrique Montes. Deste modo começa a saga da interiorização, pelos rios, as primeiras estradas do Brasil e que o Rio Tietê e seus afluentes tiveram suma importância.

9° fonte Jornal A República29 de março de 1911, quarta-feira

Os portugueses, ao aportarem ás costas do sul, esbarravam logo com a serra do mar, com o nosso Cubatão, gigante de granito que parecia se exibir ao invasor o acesso aos tesouros de nosso rico interior. Tivéssemos nós, no século XVI, a genial imaginação dos gregos e logo a cordilheira seria transformada em uma agremiação de Cyclopes velando zelosamente misteriosa deidade duplamente cobiçada, pela riqueza e pela formosura. O desconhecido, a interrogação do infinito, é a maior atração á que obedece o espírito humano. Transpor a serra, saber o que havia lá atrás, era indubitavelmente o primeiro desejo do aportado navegante. Não é pois de admirar que logo em 1531, partisse de Cananéa uma expedição de oitenta homens que, galgando a serra negra, atingiu os campos de Curitiba.

10° fonte Genealogia Paranaense, Francisco Negrão1926

A expedição de Pedro Lobo, guiada por Francisco de Chaves, de Cananéa tomou rumo para o sertão parananiano, passando pela Serra Negra e, provavelmente, pelas proximidades de Curitiba, com rumo á Foz do Iguassú...

Ribeira de Iguape1 de de 1939, domingoÉ na mencionada faixa, e principalmente na parte sul da mesma, que estão situados os lugares donde irradiou a civilização paulista. Foi, também, de um desses lugares, que partiu a primeira expedição paulista em demanda aos inóspitos sertões sulinos, então povoados por tribos de nativos bravios. Foi em um desses lugares, isto é, foi em Cananéa, extraordinário porto de mar, que abordou, em o ano de 1531, o primeiro português, o célebre e nobre Martim Afonso de Sousa, que, em missão de alta responsabilidade, organizada por ordem de El-Rei D. João III, veio tomar posse definitiva do Brasil, já descoberto trinta e um anos do Pedro Alvares Cabral.

• 12° fonte Discurso de Adhemar Pereira de Barros (1901-1969)27 de maio de 1939, sábado

Presumo que me escreveu de Sete Barras, pelo que pude decifrar do carimbo do correio, quase ilegivel. Zona da Ribeira, lugar, até a pouco tempo esquecido dos deuses e dos homens... Em pleno abandono, ha mais de quatrocentos anos, desde a época em que desapareceu misteriosamente, sem deixar o mínimo vestígio, a malograda expedição enviada por Martim Afonso de Sousa, em busca do Eldorado, do Perú ou do país de Ophir... Em busca, talvez, da fabulosa "montanha resplandecente", lenda que, por séculos encandeceu a imaginação dos colonos... Região que, afinal, desperta do seu letargo multi secular, com o inicio da exploração de suas riquezas minerais, transformando em realidade a lenda da "montanha resplandecente"... [Jornal Correio Paulistano, 01.12.1940. Página 24]

Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953)1940Dando uma notícia condensada de todos esses descobrimentos, temos o escritor holandês, Jean de Laet; na sua obra "O Novo Mundo ou Descrição das Indias Ocidentais", cuja princeps é de 1625 e que colheu os necessários informes de Anthony Knivet e de Wilhelm Jostten Glimmer. Assim, escreveu ele:"As minas de ouro que se descobriram nestes annos precedentes, na capitania de São Vicente, são: Santiago e Santa Cruz, nas montanhas de Paranapiacaba, a quatro ou cinco leguas do mar; Jaraguá, cerca de cinco leguas de São Paulo para o norte, e a dezesete ou dezoito leguas do mar; Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, seis ou sete leguas de São Paulo, ao nordeste e a vinte ou pouco mais do mar; Nossa Senhora do Monserrate, dez ou doze leguas de São Paulo para o noroeste, onde se encontram pepitas que pezam ás vezes duas e tres onças; Buturunda ou lbitiruna, a duas leguas da precedente, para o oeste; Ponta da Cahativa, a trinta leguas de São Paulo para o sudoeste. Quase trinta leguas da. mesma villa de São Paulo para o sudoeste, ficam as montanhas de Berusucaba ou Ibiraçoiaba, abundantes em veios de ferro, não lhes faltando também veios de ouro, que os selvagens cananéas tem por costume extrahir".

A Guerra de Iguape é consequência da chegada da esquadra de Martim Afonso em Cananéa em agosto de 1531 e o encontro com o Bacharel de Cananéa, um personagem fantástico, omitido dos livros escolares. Consideram os autores este um dos momentos mais importantes da História.

O Bacharel dominava toda região, comercializava com o mundo inteiro. Uma pessoa de cultura superior, hoje sabemos, com a qual Martim Afonso de Souza teve que fazer um acordo para a adentrar o Brasil pelo Caminho do Peabiru.

Mesmo antes da chegada de Pedro Alvarez Cabral em 1500 existia o Caminho do Peabiru, que já era chamado Caminho de São Tomé pelos europeus. Somente por esse caminho era possível atravessar Serra do Mar, até então uma barreira instransponível sem um caminho trilhado.

Foi então que, em 1 de setembro, a primeira expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, partiu de algum ponto do litoral e depois foi aniquilada.

Martim Afonso enraivecido quiz aprisionar o Bacharel, que não só matou os oficiais de justiça, mas também destruiu a primeira cidade fundada por Martim Afonso: São Vicente.

Isso obrigou Martim Afonso a recuar para Santos, cujo porto passou a ser utilizado. Isso também determinou a mudança geopolítica na época e, em primeiro lugar, determinou a extinção do sistema de capitanias hereditárias.

Outra consequência histórica, foi que os colonizadores foram obrigados a um acordo com a Companhia de Jesus, recém-fundada, para fundar São Paulo para fornecer mão de obra para a apresentação ser feita a partir de São Paulo, determinando o atraso no projeto português por à achar minas.



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A sua morte, ocorrida em 1534, quando do ataque das forças de Iguape a São Vicente é apresentada como prova final da sua traição ao Bacharel,
1534

O antigo acordo de Martim Affonso de Sousa com os tupis, de que os portugueses não subiriam para o planalto, facilitou o estabelecimento pacífico das povoações de São Vicente, Santos e Itanhaém. Mas em 1554, os portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo.



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Foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes
6 de outubro de 1534, sábado

Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa,ao que parece, fizeram um contrato com João Venist, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves para formação de um engenho para fabricação de açúcar, ato agrícola comercial para o qual os dois Sousa, entraram apenas com as terras, entrada tão vã, como a doação da capitania por D. João III, igual à que os Papas fizeram às nações ibéricas, quando por elas distribuíram o mundo a descobrir.

Atribui-se-lhe também a providência de proibir que os colonos subissem ao planalto e que fossem ao campo. Jordão de Freitas diz que foi esse contrato feito em 1534. Martim Afonso só recebeu o Foral a 6 de outubro de 1534 e a carta de doação em 20 de janeiro de 1535. (H. C. Port. no Brasil, Vol. 3º), mas cita Frei Gaspar da Madre de Deus,como fonte de informação.

Não se compreende o motivo de tal proibição. Evitar que descobrissem o caminho das minas tão cobiçadas? Isso é pueril, pois que redundava apenas na impossibilidade de alargar a conquista do interior, pela ocupação do planalto, “de bons ares e de bons campos”, próprios para produção de mantimentos e criação dos gados, de que o litoral tanto precisava para poder subsistir. Além de pueril, seria contraditório ou incoerente fundar uma povoação no campo, como afirma Pero Lopes, a 9 léguas do mar, e proibir que a esse campo fossem os colonos.

Aliás essa proibição não se encontra em nenhum documento colonial. A provisão expedida por D. Ana Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso, em 11 de fevereiro de 1544, da qual alguns cronistas deduziram a revogação dessa proibição, a esta não se refere, nem do seu contexto se infere que ela tivesse havido. Ao contrário é nessa provisão que se acha a proibição de ir ao campo no tempo em que os índios andassem em sua santidade (?), dependendo a ida de licença do capitão loco-tenente, licença, da qual sempre prescindiram os colonos para entrar ao sertão. [Páginas 88 e 89]

Martim Afonso, quando de S. Vicente subiu ao Planalto, reconheceu talvez que a povoação de João Ramalho constituiria um posto avançado de importância no caminho, que por ela passava, trilhado pelos índios, e que ia até o Paraguai, onde se imaginavam situadas as fabulosas minas que ele procurava, pelo sertão adentro, desde o Rio de Janeiro e de Cananéia. Por esse caminho transitaria mais tarde Ulrico Schmidt. Foi a pretensa vila a que se referiu a complacência de Pero Lopes, foi o lugar que Martim Afonso primeiro povoou segundo se escreveu mais tarde. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Páginas 101 e 102]



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Tome de Sousa, jesuítas e cerca de 400 degredados chegam ao Brasil
29 de março de 1549, terça-feira

Outra consequência histórica, foi que os colonizadores foram obrigados a um acordo com a Companhia de Jesus, recém-fundada, para fundar São Paulo para fornecer mão de obra para a apresentação ser feita a partir de São Paulo, determinando o atraso no projeto português por à achar minas.



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Carta de Manoel da Nóbrega
10 de abril de 1549, domingo

Os nativos acolheram bem os europeus, Nóbrega fica surpreso. Mais ainda quando percebe que esses mesmos nativos procuravam a casa de culto e de catequese como se aquilo fosse um hábito antigo. Os nativos levam Nóbrega até um local sagrado. Alí haviam marcas de pegadas nas pedras, as quais apontavam os nativos e diziam "Zumé", Pay Zumé. O padre logo escreve uma carta ao seu superior em Coimbra informando a grande notícia: São Tomé esteve no Brasil!

"Eles dizem que São Tomé, a quem chamam de Zamé, passou por aqui. E isto ficou dito pelos seus antepassados. E que suas pegadas estão marcadas, próximas de um rio, das quais eu mesmo fui ver, para maior certeza da verdade e vi, com meus próprios olhos quatro pegadas, bem marcadas com seus dedos."



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Nova estrada
1553

O antigo acordo de Martim Affonso de Sousa com os tupis, de que os portugueses não subiriam para o planalto, facilitou o estabelecimento pacífico das povoações de São Vicente, Santos e Itanhaém. Mas em 1554, os portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo.E

Para ir do litoral à planície de Piratininga, os portugueses, até 1560, só tinham um perigosíssimo caminho, infestado pelos tamoios, seus fidalgais inimigos. Estes selvagens se ocultavam nos matos, à direita e à esquerda do caminho, atacando de improviso os viajantes, despojando-os, aprisionando-os e levando-os para seus bárbaros festins.

É certo, e nem o contrário poderia imaginar-se, que essa estrada em nada se assemelhava às que, atualmente, são abertas, com tanta arte, em meio das mais escarpadas montanhas.

O padre VASCONCELOS, que pela mesma passou cem anos depois de sua abertura (1656), afirmou não ter ela passado por qualquer modificação, e assim a descreveu, mostrando como era difícil o seu trajeto e como é admirável a região que atravessa: — "Não é caminhando" — disse o padre Vasconcelos — "que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo.

A profundeza do vale é aterrorizante, e o número de montanhas que se elevam, umas por cima das outras, faz quasi perder toda a esperança de chegar ao fim. Quando se acredita estar no cume de uma delas, chega-se ao sopé de outra mais alta ainda. Mas é verdade que, repetidas vezes, sente-se recompensado das fadigas da ascenção. Quando eu me sentava sobre um rochedo e lançava o olhar para baixo, parecia-me estar olhando do alto do firmamento, e que o

Vida do Padre José de Anchieta. Padre Pedro Rodrigues (1542-1628)1607

Andava o Padre José pela serra fazendo um caminho novo de São Vicente para São Paulo e acompanhavam Afonso Sardinha com muita gente, o qual jura que viu enxugar-se-lhe o vestido padre, quando entrava na choupana vindo de fora molhado, na qual estava até que lhe parecia que Afonso Sardinha dormia, e logo se saia da casinha, e posto ao pé de um pau, as mãos levantadas passava a maior parte da noite em oração.

fonte Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. VI (1900-1901)1902

Esta última tinha-se mesmo tornado lendária na história paulista, tão grande fôra a sua influência na civilização dos povos de serra-acima. Como simples trilho ligando as campinas alta de Piratininga ás praias do mar, existiu de certo, desde época imemorial, este caminho praticado pelo gentio através dos alcantis dos montes de Paranapiacaba.

Alguns europeus, dos primeiros que se estabeleceram no paiz, teriam por ai penetrado em exploração ás regiões remotas que , segundo a tradição, eram fabulosamente ricas. João Ramalho, que se estabelecera na Borda do Campo, tel-a-ia percorrido e melhorado muitas vezes, garantindo o seu tráfico com a feitoria de Temiurú, junto do lugar onde depois se fundou São Vicente.

Os jesuítas, fundadores de São Paulo, modificaram-lhe o traçado, melhoraram-lhe o acesso dos montes em 1553, pelo que desde essa época, se ficou chamando o caminho do Padre José, em alusão a Anchieta, que, com os seus guayanàs e com auxílio de Affonso Sardinha, o construiu e melhorou.

A passagem dos rios e de brejos sem conta no alto dos campos, como a travessia dos montes alcantilados, úmidos e quase sempre desmoronadas pelas chuvas tempestuosas e frequentes, inçavam de perigos e dificuldades esse caminho, por isso mesmo objetivo, objetivo dos maiores cuidados da parte dos governadores. Mudava-se mais uma vez o traçado, desviando-o de Jeribatiba ou Santo Amaro, e conduzindo-o por Santo André, onde fora dantes.

S. Paulo nos primeiros anos: 1554-1601 (1920) Affonso d´Escraqnolle Taunay1920

Em 1553 rasgava-se nova estrada feitos pelos nativos sob a direção de José de Anchieta (1534-1597). Mandado preferir ao primeiro, por ordem de Mem de Sá, diz Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), teve por muito tempo o nome de "Caminho do Padre José".

6° fonte “História de Santos”. Francisco Martins dos Santos1937Verificando até que ponto ia a verdade do que afirmaram alguns chronistas e autorizava a tradição sobre esse novo caminho, encontramos um documento que paréce contrariar e desfazer a quasi lenda do "padre José".Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei escrita de São Salvador da Bahia3 de abril de 1555, domingoÉ o seguinte:



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“Um índio principal que veio aqui de mais de cem léguas, a converter-se à nossa santa fé, morreu com sinais de bom cristão”
1555

De São Vicente, a 15 de março de 1555

Creio que sabereis que estarmos alguns da Companhia em uma terra de nativos, chamada Piratininga, cerca de 30 milhas para o interior de São Vicente, onde Nosso Senhor favorece, com a sua glória, a salvação destas almas: e ainda que a gente seja mui desmandada, algumas ovelhas ha do rebanho do Senhor.

Temos uma grande escola de meninos nativos, bem instruídos em leitura, escrita e em bons costumes, os quais abominam os usos de seus progenitores. São eles a consolação nossa, bem que seus pais já pareçam mui diferentes nos costumes dos de outras terras; pois que não matam, não comem os inimigos, nem bebem da maneira por que antes o faziam.

No outro dia em uma terra vizinha foram mortos alguns inimigos, e alguns dos quais nossos conversos por lá andaram, não para comer carne humana, mas por beber e ver a festa. Quando voltaram não os deixámos entrar na igreja, senão depois de disciplinados; estiveram por isso, e no primeiro de janeiro entraram todos na igreja em procissão, batendo-se com a disciplina e só assim os houvéramos aceitado.

Ocupamo-nos aqui em doutrinar este povo, não tanto por este, mas pelo fruto que esperamos de outros, para os quais temos aqui abertas as portas.

Está conosco um principal dos nativos chamados Carijós (carijis), o qual é senhor de uma vasta terra, e veio com muitos dos seus servidores só á nossa procura, afim de que corramos ás suas terras, para ensinar, dizendo que vivem como bestas feras, sem conhecer as coisas de Nosso Senhor.

Diogo-vos, caríssimos Irmãos, que é um mui bom cristão, homem mui discreto e nem parece ter coisa alguma de nativo. Com ele resolveu-se o nosso Padre Manuel ir ou mandar alguns, e só espera a chegada do Padre Luiz da Grã.

Além desta, outras nações ha, inumeráveis e mui melhores, pelo que dizem pessoas que as tem frequentado, principalmente uma, a que chama Ibirajáras; a esses desejando enviar um, o nosso Padre Manuel escolheu o Irmão Pedro Corrêa, para que fizesse, demais, outros trabalhos do serviço divino na mesma viagem, e especialmente ajudasse certos Castelhanos que tinham de se passar para o Paraguai, aos quais o dito Pero Corrêa désse socorro, se os visse em grande necessidade, de matalotagem, e lhes desse companhia para irem com segurança. E começou pelos nativos dessas paragens, que mui bem receberam a palavra de Cristo e determinaram reunir-se e viver em uma grande terra, onde pudesse mais fácil ser ensinados nas coisas da Fé. Tinham os nativos em prisão para comerem, um Cristão, que era dos Carijós, e pedindo-o Pero Correa, logo lhe fizeram entrega sem taxar preço algum e o mesmo obteve acerca de outro prisioneiro inimigo, o que não é pouco, como sabeis, porquanto nisto põem os Brasis toda a sua honra. [Cartas,informações, fragmentos históricos e sermões do Padre José de Anchieta (1554-1594), 1933. Páginas 79, 80 e 81]



 60° fonte   

A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
5 de abril de 1560, terça-feira

Tocados de compaixão, os jesuítas Luiz de Gram e Nóbrega resolveram por um fim a essa dolorosa situação, que tanto atemorizava a população branca. Os referidos jesuítas, com mais dois padres seus colegas, tão empreendedores quão industrio- sos, favorecidos pelo governador Mem de Sá e auxiliados por indígenas catequizados, abriram, com perigo de vida, um novo caminho, seguindo um traçado isento do perigo de ataques por parte dos selvagens. Os habitantes do planalto e os do litoral puderam, afinal, comunicar-se entre si, sem se expor a horrorosos suplícios, e testemunharam o mais vivo reconhecimento aos padres da companhia de Jesus e ao governador Mem de Sá.

Lê-se, no útil Dicionário Geográfico do Brasil (I, 309), que, no século XVIII, os jesuítas fizeram abrir um caminho, inteiramente calçado, que ia de São Vicente à planície de Piratininga; e que Mem de Sá, encantado com a beleza desse trabalho, deixou-se dominar pelos padres da Companhia de Jesus, e que foi devido a isso que na ocasião ordenou a destruição, para agradar-lhes, da vila de Santo André. (“Viagem à provincia de São Paulo e Resumo das viagens ao Brasil, provincia Cisplatina e missões do Paraguai”. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853). Páginas 209 e 2010)



 61° fonte   

Expedições
1592

Anthony Knivet foi o pirata inglês abandonado por seu capitão no litoral de São Sebastião, em São Paulo. Eram os índios Tamoios que habitavam aquela região. Os Tamoios pertenciam à família dos Tupinambás, que ocupavam quase toda a costa brasileira da Amazônia até Cananéia.

Ao desembarcar no brasil o pirata inglês viu pelo menos dois portugueses sendo devorados pelos pelos Tupinambás em rituais sagrados. Essas cerimônias religiosas eram feitas com os portugueses, já que eles escravizavam e matavam a população indígena.

Anthony Knivet se preparava para ser a próxima vítima quando os nativos avisaram que ele seria salvo. Disseram que Knivet não era português. Os Tamoios sabiam disso, ainda falaram

nós sabemos que os nossos antepassados foram amigos dos seus antepassados

Knivet era inglês, de pele clara. Como era possível essa conexão? Pela tradição Tupinambá, os ancestrais indígenas também vieram pelo mar. Os Tamoios mostraram ao pirata inglês o provável local do desembarque, na região de Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

Esses grupos Tupinambás chamavam a si mesmo de Tamoio. Tamoio significa "avô", justamente porque ele diziam ser a tribo mais velha do Brasil.

Mais curioso é que os Tamoios fizeram questão em mostrar a Knivet algumas marcas sagradas pela região, e lá estava a marca de um pé, fincada na pedra.

Os chamados "fincapés" estão em muitos lugares na América. Muito mais do que marcas, eles são a representação de um mito. O mito da passagem de um homem branco, que deixou nas pedras o vestígio de sua existência.

Na época dos descobrimentos foram encontradas mais de doze marcas pelo Brasil. Elas estão na Bahia, em Pernambuco, na Paraíba, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina.



 63° fonte   

Salomon prævius, sive de rebus Salomonis regis libri octo
1613

85 Segunda resolução. Depois do diluvio geral do mundo, he incerto em que tempo passarão a estas partes os primeiros povoadores d ellas. O que se vê claramente; porque huns dizem, que seu primeiro povoador foi Ophir Indico, filho de .lectan, neto de Ileber, aquelle de quem falia a Escrittura no capitulo 10.° do Génesis, e a quem coube pêra senhorear o ultimo da costa da índia Oriental. D"este pois dizem, que passou d‘aqui a povoar e senhorear a região da America, entrando pela parte do Peru, e México, e dilatando por alli seu império.

Assim o traz o Padre João de Pineda da Companhia de Jesus, de Rebus Salomonis, onde refere por esta opinião Árias Montano. E vem mui a propósito esta entrada de Ophir Indico; porque deste seu primeiro povoador (se he que o foi) devião tomar o nome de índios os moradores da America, e toda a região da índia Occidental. E por respeito do mesmo nome disserão muitos (como logo veremos) que a America era o mesmo que o Ophir tao celebrado na sagrada Escriltura. E segundo esta opinião, o principio da povoação d"esta terra foi pelos annos da creação do mundo de 1700, quarenta e cinco depois do dilúvio, e antes da vinda de Christo ao mundo 2088 anos.



 64° fonte   

Carta do padre José Cataldino ao provincial padre Diogo de Torres
1613

Eis o que em 1613 o padre José Cataldino escrevia a este respeito ao provincial padre Diogo de Torres:

"Muitas coisas me tinham dito desde o princípio estes nativos, acerca do glorioso apóstolo São Thomé, que eles chamam pay Zumé, e não as tenho escritas antes, para melhor me certificar e averiguar a verdade. Dizem pois os nativos anciãos, e os caciques principais, que tem por certíssimo, por tradição derivada de pais a filhos que o glorioso apóstolo São Thomé veio á suas terras do lado do mar do Brasil, e que atravessando o rio de Tibaxiva (onde eles e seus antepassados moravam) então povoadíssimo de nativos, foi passando por seus campos ao rio Haybay, e que dai foi ao rio Piquirí, donde não sabem aonde foi. Nas cabeceiras deste rio, dizem os nativos, se acham pisadas do glorioso santo impressas em uma penha, e o caminho pelo qual atravessou estes campos está ainda aberto, sem se ter nunca fechado, nem ter crescido nunca a erva, apesar de estar no meio do campo onde não trilham os nativos, e asseguram que as penhas por onde vem este caminho estão abertas, deixando no meio um caminho igual ao mesmo chão, afirmam terem-o eles mesmos vistos." [28021]



 65° fonte   

“Do lado espanhol”
1628

Padre Montoya continuou fundando reduções. Um no próprio planalto de Ybytyrebemtá, num local conhecido como “Cemitério Santo Tomás”, com o nome deste Apóstolo, Santo Tomás. Nessa época, seria em 1628, os pais souberam que o governador Luis de Céspedes Xeria, vindo da Espanha, vinha do Brasil a caminho de Assunção.




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