A descoberta de ouro em Minas Gerais que revelou um tesouro de 85% da produção mundial desse século e transformou radicalmente o BrasilEscrito por Bruno Teles - Entenda como a descoberta de ouro no final do século XVII em Minas Gerais impulsionou um novo ciclo econômico, alterou a demografia e deixou um legado duradouro no Brasil
No final do século XVII, a economia açucareira do Brasil Colônia enfrentava uma crise, enquanto Portugal buscava novas fontes de riqueza. Nesse cenário, a descoberta de ouro em vastas jazidas na região que se tornaria Minas Gerais marcou um ponto de inflexão na história, desencadeando profundas transformações.
Entenda como a descoberta de ouro no final do século XVII em Minas Gerais impulsionou um novo ciclo econômico, alterou a demografia e deixou um legado duradouro no Brasil
No final do século XVII, a economia açucareira do Brasil Colônia enfrentava uma crise, enquanto Portugal buscava novas fontes de riqueza. Nesse cenário, a descoberta de ouro em vastas jazidas na região que se tornaria Minas Gerais marcou um ponto de inflexão na história, desencadeando profundas transformações.
Este evento não apenas alterou o eixo econômico da colônia, mas também impulsionou um enorme fluxo migratório, fomentou a urbanização do interior e teve consequências sociais e culturais duradouras. A “febre do ouro” reconfigurou o Brasil de maneira indelével.
A descoberta de ouro pelos bandeirantes e o contexto da época
A busca por metais preciosos no interior do Brasil foi uma constante desde o início da colonização. No final do século XVII, com a crise do açúcar e a dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra (agravada pelo Tratado de Methuen de 1703), essa busca se intensificou. Os bandeirantes paulistas foram cruciais nessa exploração.
Figuras como Antônio Rodrigues Arzão, por volta de 1693, e Manuel de Borba Gato destacaram-se nas primeiras descobertas significativas de ouro de aluvião nos sertões mineiros. As notícias dessas descobertas se espalharam, iniciando uma corrida sem precedentes para a região.
O impacto da descoberta de ouro, migração, urbanização e a nova economia colonial
A descoberta de ouro provocou um “aluvião humano” em direção a Minas Gerais. Portugueses, paulistas, nordestinos e outros aventureiros migraram em massa, alterando o eixo populacional do litoral para o interior. Surgiram rapidamente vilas e cidades históricas como Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, Sabará e São João del Rei.
O ouro tornou-se o novo motor da economia colonial, com o Brasil respondendo por cerca de 85% da produção mundial no século XVIII. Contudo, grande parte dessa riqueza foi canalizada para Portugal e, subsequentemente, para a Inglaterra.
Para controlar a exploração, a Coroa Portuguesa criou a Intendência das Minas (1702) e impôs um rigoroso sistema de tributação, incluindo o “quinto” (20% do ouro), a “capitação” (imposto por escravo) e a temida “derrama” (cobrança compulsória para atingir cotas). As Casas de Fundição foram estabelecidas para processar o ouro e cobrar o quinto.A vida nas Minas após a descoberta de ouroA sociedade mineradora tornou-se mais diversificada e estratificada que a açucareira. Havia uma elite de grandes mineradores e comerciantes, camadas intermediárias de artesãos e pequenos comerciantes, e uma grande massa de homens livres pobres. Na base, a mão de obra era predominantemente de africanos escravizados, cujo número aumentou exponencialmente.As tensões eram frequentes, culminando na Guerra dos Emboabas (1707-1709), um conflito entre paulistas e recém-chegados (“emboabas”) pelo controle das minas. A repressão fiscal também gerou revoltas, como a de Filipe dos Santos (1720). A vida dos escravizados nas minas era árdua e perigosa, mas formas de resistência, como fugas, formação de quilombos e a compra de alforrias, eram constantes.
O legado artístico e cultural impulsionado
Em meio a essa sociedade de contrastes, floresceu o Barroco Mineiro, uma rica expressão artística financiada pela riqueza do ouro. Artistas como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa Ataíde foram seus maiores expoentes.
Suas obras, como as esculturas dos Doze Profetas em Congonhas (Aleijadinho) e as pinturas em perspectiva nos tetos de igrejas (Ataíde), demonstram originalidade e uma adaptação criativa dos estilos europeus, utilizando materiais locais como a pedra-sabão. As igrejas e o casario colonial de cidades como Ouro Preto e Mariana são testemunhos desse período.
O Brasil moldado pela descoberta em Minas Gerais
O ciclo do ouro deixou um legado ambíguo. Promoveu a interiorização da colonização e o desenvolvimento de um mercado interno mais articulado. Contudo, o declínio da produção, a partir da segunda metade do século XVIII, revelou a fragilidade de uma economia extrativista. A descoberta de ouro também causou impactos ambientais, como desmatamento e assoreamento de rios.
Apesar da exploração colonial, o ciclo fomentou a integração territorial e semeou ideias de autonomia, como na Inconfidência Mineira. A riqueza do ouro, inseparável da brutalidade da escravidão, moldou profundamente a história, a cultura e a sociedade brasileira.
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