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Apiassava das canoas

SOBRINHOS
ano:1540
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1° - 10/08/1540 - Terras para Bras Cubas
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 • 1° fonte (1895)
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Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo, volume VI

Foi nesta Ilha Pequena e hoje Barnabé que, pelo menos até o anno de 1548, residiu Braz Cubas em companhia de seu pae João Pires Cubas, estabelecendo nella o plantio de cannas de assucar, de arroz e de outros cereaes ( 3 ), não só porque ficava a moradia mais próxima a S. Vicente, como porque em matto dentro, como então se dizia, ficavam os moradores muito expostos e sujeitos aos ataques e consequentes depredações das tribus indígenas, que infestavam aquellas bandas até Ubatuba e cujas investidas, nessa época, com o auxilio dos francezes foram repetidas, mo se deprehende do traslado da ;riptura de auto de posse dessa ia e mais terras, passada em Lisboa a 10 de Agosto de 1540.- Na parte a que nos referimos esse traslado : « elle capitão martim Affonso ) lhes houve por marcadas pelas demarcações já di- i e metteu posse realmente em feito, .to já a obra que na dita Ilha tem cannaviaes e mantimentos, e por e dito Braz Cubas foi também pe- lo a elle Capitão mandasse a mim ;bellÍão que desse aqui a minha fé 1 como havia três annos que João res Cubas, seu pae, viera a esta ■ra com fazenda e gasto para apro- itar as ditas terras e tomar posse lias e aproveital-as, o que deixou fazer por dita terra ser habitada r gentios nossos contrários e por ;e respeito não pudera nem po lia Braz Cubas 15 aproveital-as, etc. »

Verihca-se, pois, pela referida escriptura, cuja cópia acha-se transcripta no volume VI da Revista do Instituto Histórico de S. Paulo, que a dita Ilha Pequena fazia parte das terras doadas ; que nella residiram Braz Cubas e seu pae ; e que, finalmente, este foi o portador da referida carta de doação em 1540. Foi, portanto, nesta época que Braz Cubas concebeu o elevado e feliz plano de fundar uma povoação, começando por uma Casa de Misericórdia ; e, após, lançou os primeiros alicerces da referida povoação, que imponente hoje se ostenta á margem do canal que a circunda e que constitue, em toda a America, o porto de mais seguro abrigo. O principal motivo deste arrojado commettimento fundava-se em que « era inconveniente o surgidouro onde o rio de Santo Amaro desembocca no canal da Barra Grande e ,onde os navios, até esse tempo, davam fundo, assim aos marinheiros como aos donos .das fazendas : aos primeiros por lhes ser necessário residir em porto solitário, emquanto as embarcações aqui demoravam ; e aos segundos porque conduziam para a Villa as suas cargas mais pesadas ou pela Barra de S. Vicente, com muito perigo, em canoas, ou por dentro, rodeando toda a Ilha, com viagem mais dilatada > ; acrescentando ainda que « os marinheiros que chegavam enfermos ou aqui adoeciam, depois de cá estarem, padeciam muitas necessidades por falta de se curarem. »

Com estes nobres, elevados e humanitários intuitos, despertados por uma inspiração toda santa, conseguiu Braz Cubas, sob os melhores auspícios e com o concurso dos seus conterrâneos, homens bons, moradores principaes da terra, realizar tão notável empreendimento, erigindo nesta terra, então inculta, um hospital e irmandade de Misericórdia que o administrasse. [https://archive.org/stream]



01/01/1895 - 23548 - Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo, volume VI