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Destaques

Francisco de Sousa


Filho de Pedro de Sousa, 3º senhor de Beringel (1525-1563) (filho de Francisco de Souza, Senhor do Prado e Maria de Noronha) e Violante Henriquez

Casado(a) com: Joana de Castro, Leonor de Castro

Irmãos (2): 1. Luis de Sousa, 4º senhor de Beringel (f.1577); 2. Mécia Henriques (1545-1569)

Pai de (3) Antônio de Sousa (1584-1631), Luís de Sousa Henriques (1575-1635), Angela de Sousa

Genros (2): 1. Maria de Meneses, 2. Catarina Barreto

Sobrinhos (1): 1 2º conde do Prado (1577-1643), casado(a) com , Mariana de Guzman y Bracemonte

Consogros (1): 1. João Pais Barreto
ano:1592
idade:52 anos
Registros: 7 de 517 registros (ver todos)
Fontes:16

3 erros
16 fontes

ver ano (67 registros)
1° - 01/01/1592 - Os padres tiveram o “conhecimento dos Capítulos difamatórios de Gabriel Soares”
1 fonte


 • 1° fonte (2010)
1° registro
O DOMINIUM SOBRE OS INDÍGENAS E AFRICANOS E A ESPECIFICIDADE DA SOBERANIA RÉGIA NO ATLÂNTICO Da colonização das ilhas à política ultramarina de Felipe III (1493-1615)




2° - 01/01/1592 - glimmer
2 fontes


 • 1° fonte (1946)
2° registro
“O devassamento do Piauí”, Barbosa Lima Sobrinho

O que nos interessa, porém, nesse roteiro, é que ele revela o devassamento de uma importante região do território atual de Minas. Conta que D. Francisco de Sousa recebera de "um brasileiro um certo metal extraído, segundo dizia, dos montes Sabaroason".

A bandeira promovida para o encontro dessa região, depois de um longo percurso, chegou a uma estrada larga e trilhada e a dois rios de grandeza diversa, que correndo do sul entre as serras Sabaraasu, rompem para o norte, e é minha opinião. [Página 38]



 • 2° fonte (1957)
2° registro
“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil

No tempo em que, vindo da Bahia, D. Francisco de Sousa, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Maregrave – história Botânica do Brasil – nos termos seguintes:

“Julgo a propósito inserir aqui o roteiro que recebi de Wilhelm Glymmer, nosso compatriota. Conta ele que, na época em que vivia na Capitania de S. Vicente, chegara àquelas paragens, vindo da Capitania da Bahia, Francisco de Sousa; pois recebera de um brasileiro um certo metal, extraído, segundo dizia, dos montes Sabaroason, de cor azul-escura ou celeste, salpicado de uns grânulos cor de ouro. Tendo sido examinado pelos entendidos em mineração, reconheceu-se que esse metal continha, em um quintal, trinta marcos de prata pura. Fascinado por essa amostra, o governador, julgando conveniente explorar mais cuidadosamente esses montes e as minas que eles encerravam, resolveu mandar para lá setenta ou oitenta homens, entre portugueses e brasileiros. Fez parte dessa expedição o nosso Glimmer, que dela faz a seguinte descrição:

“Partindo da cidade de S. Paulo, na Capitania de São Vicente, chegamos, primeiro à povoação de São Miguel (distante de São Paulo cinco ou seis léguas para o Nascente), à margem do rio Anhembi, e nesse lugar achamos preparadas as provisões, que os selvagens tinham de carregar nos ombros. Atravessamos, depois, aquele rio e, com uma marcha de quatro ou cinco dias a pé, através de densas matas, seguimos rumo de Norte, até um riacho que nasce nos montes Guarimumis, ou Marumiminis, onde há minas de ouro. Aqui, aparelhadas algumas canoas de cascas de árvores, continuámos rio abaixo, durante cinco ou seis dias, e fomos ter a um rio maior que corria da região ocidental. Aquele primeiro riacho deslisa por sobre campos baixos e úmidos, notáveis por sua amenidade. Tendo descido este rio maior, em dois dias, encontramos outro ainda muito maior, que nasce no lado septentrional da serra de Paranapiacaba (assim como o Anhembi nasce no lado austral da mesma Serra), e correndo, a princípio, para o Ocidente,na mesma direção dos montes, depois, formando um cotovelo, se encaminha por algum tempo para o Norte, e, afinal, como geralmente se crê, se lança no Oceano entre o Cabo Frio e a Capitania de Espírito Santo; chama rio de Sorobis, e é abundantíssimo em peixes, tanto grandes como pequenos. Descendo também esterio, durante quinze ou dezesseis dias, chegamos a uma catarata, onde o rio, apertado entre montanhas alcantiladas, se despenha para o Nascente. Por isso, abicamos neste ponto as nossas canoas e marchamos outra vez a pé, ao longo de outro rio que desce do lado ocidental e não se presta a navegação. Com cinco ou seis dias de marcha, chegamos à raiz de um monte altíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados e aqui e acolá sombreados de bosques se vêem lindíssimos pinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozes desses frutos têm a grossura de um dedo médio e são protegidas por uma casca como as castanhas, e são mui agradáveis ao paladar e nutritivas, (Presumo que Glimmer se refere aqui à árvore da Sapucaia). Por muitas milhas no interior se encontram árvores desta espécie.

“Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e,atravessando-o, durante quatorze dias, tomamos a direção de Noroeste, através de campos abertos e outeiros despidos de árvores, até outro rio, que era navegável e corria da banda do Norte. Atravessamo-lo em umas embarcações chamadas jangadas, e, quatro ou cinco léguas mais adiante, topamos outro rio que corria quase de norte e era navegável. Creio, porém, que estes três rios, afinal, confluem num só leito e vão desaguar no Paraguai, em razão de que o curso deles é para o sul, ou para o Ocidente. Em toda a viagem até aqui descrita nada vimos que de notasse cultura, não encontramos homem algum, apenas aqui e ali aldeias em ruínas, nada que servisse para alimentação, além de hervas e algumas frutas silvestres; todavia, observávamos às vezes fumaça, que se erguia no ar, pois por aquelas solidões vagueavam com suas mulheres e filhos alguns selvagens, que não tinham domicílio certo e não curavam de semear a terra. Junto a este último rio, encontramos, finalmente, numa aldeia de indígenas, víveres em abundância, que vinham muito a propósito, visto que já estavam consumidos os que conosco tínhamos trazido, e já a fome nos obrigava a comer frutos silvestres e ervas do campo.“Tendo-nos demorado aqui quase um mês, abastecidos de vitualhas, prosseguimos a nossa viagem em rumo de noroeste e, decorrido um mês, sem encontrar rio algum, chegamos a uma estrada larga e trilhada e a dois rios de grandeza diversa,que, correndo do sul, entre as serras Sabaraasu, rompem para o Norte; e é minha opinião que esses dois Rios são as fontes ou cabeceiras do rio São Francisco.

Da aldeia sobredita até estes rios não vimos pessoa alguma, mas soubemos que além das montanhas vivia uma tribu de selvagens assás numerosa. Estes, informados (não sei como) da presença de europeus naqueles sítios, despacharam um dos seus para nos espreitar. Caindo este em nosso poder, demo-nos pressa em arrepiar carreira, de medo desses bárbaros e por nos escassearem os viveres, ficando por explorar o metal por cuja causa haviamos sido mandados; e, quasi mortos de fome, voltamos aquela aldeia de selvagens. “Daí, recuperadas as forças e aparelhados os víveres, pelo mesmo caminho por onde viéramos regressamos àquele rio, onde havíamos deixado as canoas, e,revigorados, saltamos nela e subimos o rio até as suas fontes; e assim gastos nove meses nesta expedição, voltámos primeiro a Mogomimin, depois, à cidade de São Paulo.

”Por sugestão de Capistrano de Abreu, Orville Derby fez um estudo sobre o roteiro descrito por Guilherme Glymmer, inserido na obra de Margraff, a fim de identificá-lo no terreno. As sugestões de Capistrano de Abreu foram felizes, como em regra as suas soluções, pois que Orville Derby era o homem capaz de fazer bom trabalho, não só pelo seu saber e competência, como pela sua experiência e prática que havia adquirido em estudar e explorar as terras e rios percorridos pela expedição de que Glymnier fez parte.



3° - 15/06/1592 - Avistaram a costa do Brasil (1590) ou chegaram a "sabarabussú" (1592)
2 fontes


 • 1° fonte (1934)
3° registro
"O Romance do Prata" de Paulo Setúbal (Sabarabuçu, serra Sabarabussú)




 • 2° fonte (1904)
3° registro
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX

Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas.



4° - 01/07/1592 - Manuel Juan foi enviado pelo governador-geral, D. Francisco de Souza, ao cerro de Sergipe mais de 200 léguas da Bahia, para procurar Gabriel Soares
2 fontes


 • 1° fonte (1951)
4° registro
“Jesuítas e bandeirantes no Guairá (1549-1640)”. Pedro de Angelis (1784-1859)

Relatório de Manuel Juan de Morales das coisas de San Pablo e males de seus habitantes feito a Sua Majestade por um Manuel Juan de Morales da mesma cidade. 1636

vem f. 1 p. a este estado do Brasil no ano de 1592, enviado por seu avô de V. Mag., sendo Virey de Portugal o Duque de Alba, e vindo como governador do Brasil, D. Francisco de Sosa, que ao chegar me enviou ao Serjipe morro a mais de 200 léguas da Baía, para descobrir minas, onde Gabriel Suarez, que veio como descobridor de ouro, se perdeu. [Páginas 182 e 183]



 • 2° fonte (2013)
4° registro
“Uma breve história das Entradas e Bandeiras”, seguindopassoshistoria.blogspot.com

Em 1592, Belchior Dias Moreia (também grafado Melchior Dias Moreia), primo de Gabriel Soares e neto do Caramuru, foi incumbido de liderar uma entrada pelos sertões da Bahia e do Sergipe. Por oito anos, Belchior e seus companheiros percorreram os sertões, alguns dos familiares chegaram a acreditar que tivessem morrido.

Por volta de 1604, sua entrada aportou nas redondezas da Serra de Itabaiana, na região central de Sergipe, e de lá, Belchior partiu para Salvador. Depois destes oito anos fora de casa, ele decidiu ir cobrar sua recompensa, prometida pelo rei espanhol.

Belchior partiu para a Espanha onde residiu por quatro anos, mas não conseguiu do rei sua recompensa, pois na prática a entrada falhou em encontrar minas. Então retornou ao Brasil, e chegou posteriormente a viajar novamente para Madrid a fim de falar com o rei, no intuito de conseguir alguma mercê por sua dedicação.

O fato interessante que marca a longa entrada de Belchior, foi que o mesmo havia dito que havia descoberto prata em Sergipe, nas redondezas da serra de Itabaiana. Outra entradas para lá foram enviadas, a fim de averiguar o fato, porém, nenhuma prata foi encontrada, embora alguns dos metais ali encontrados chegaram a serem confundidos com prata. Algumas autoridades chegaram a alegar que Belchior ou era um grande mentiroso, ou estava guardando o segredo da verdadeira localização das minas de prata do Sergipe.

Belchior chegou a viajar para Sergipe numa entrada em 1618 para localizar outras minas, acabou retornando em 1620, ficou algum tempo preso, pois havia se negado a revelar a localização das minas de prata ao capitão-mor de Pernambuco Luís de Sousa, e o capitão-mor da Bahia Francisco de Sousa, ambos haviam chegado a viajar em 1618 com Belchior ao Sergipe, para ver as supostas minas que ele dizia ter descoberto.



5° - 10/07/1592 - Abertura do testamento de Gabriel Soares de Sousa, capitão-mor e governador da conquista e do descobrimento do Rio de São Francisco
5 fontes


 • 1° fonte (1627)
5° registro
“História do Brasil”, Livro I em que se trata do descobrimento do Brasil, costumes dos naturais, aves, peixes, animais e do mesmo Brasil. Frei Vicente do Salvador (1564-1639)




 • 2° fonte (1928)
5° registro
Historia Geral das Bandeiras Paulistas Escripta á vista de avultada documentação inedita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Tomo Quarto - Cyclo de caça ao indio - Luctas com os hespanhoes e os Jesuitas - Invasao do Paraguay - Occupação do Sul de Matto Grosso - Expedições á Bahia - Desbravamento do Piauhy (1651 - 1683)

Além destas duas grandes entradas bahianas quinhentistas, citemos ainda no mesmo século as de Sebastião Alvares e João Coelho de Souza no São Francisco. Morreu este no sertão e seu irmão Gabriel Soares de Souza, herdeiro de seus segredos, foi á Europa ver se a coroa lhe proporcionava os recursos necessários ás explorações enormes que pretendia encetar, em busca dos formidáveis tesouros que o irmão pretendera haver encontrado no interior do Brasil.

Obteve-os em larga escala, assim como patentes e promessas de toda a espécie, tudo isto após grandes delongas, aliás. Mas naufragou em 1590, ao voltar, á foz do Vasa-Varris, perdendo todo o seu material. Procurou valer-lhe D. Francisco de Souza, que então inaugurava o seu governo, e com estes novos elementos encetou Gabriel Soares, em 1592, a sua entrada. É d. Francisco de Souza geralmente acusado de se haver apoderado dos seus papéis e roteiros, requerendo mais tarde e obtendo-os "os mesmos privilégios e concessões outorgadas a Soares e ainda outras" no dizer de Varnhagen. [25586]



 • 3° fonte (1934)
5° registro
"O Romance do Prata" de Paulo Setúbal (Sabarabuçu, serra Sabarabussú)




 • 4° fonte (1938)
5° registro
Efemérides Brasileiras, José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912)

Abertura do testamento de Gabriel Soares de Sousa,capitão-mor e governador da conquista e do descobrimento do Rio de São Francisco, vereador da Câmara da Bahia e autor do precioso descritivo do Brasil em 1557. Gabriel Soares faleceu pouco antes, ao chegar com a sua expedição às nascentes do Paraguaçu.



 • 5° fonte (1957)
5° registro
“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil

(...) Sebastião de Freitas, que dela foi escrivão, e que em 1591 viera de Portugal, como soldado da companhia de Gabriel Soares de Sousa, para descobrimento de metais preciosos no rio S. Francisco; [p. 261]

João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos.

Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento).

Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. Voltando para o Brasil, muito recomendado a D. Francisco de Sousa, já então Governador-geral, tratou de organizar uma expedição e partiu de suas terras, na Bahia, em busca das minas famosas que se supunham situadas no rio S. Francisco.

Subiu pela margem direita do rio Paraguaçu e, de acordo com uma das cláusulas da sua concessão, deveria formar arraiais ou povoações, com os índios que levara, de 50 em 50 léguas.

Fez o primeiro arraial e continuou a sua marcha pelo sertão. Mas adoeceram muitos dos seus homens de sezões, perdeu muitos animais, muitos mordidos por cobras, outros devorados pelas onças. Embaraçado pelas enchentes do próprio rio Paraguaçu, atravessou serras, e decidiu-se a fundar o segundo arraial; mas abatido por moléstia, esgotado de forças, faleceu aí.

No comando da expedição foi substituído por, Julião da Costa, que, vendo-se privado do guia, o índio Aracy também aí morto, esmoreceu e retirou-se com os restos da expedição para lugar mais sadio e escreveu ao Governador-geral dando conta do sucedido e pedindo instruções. D. Francisco de Sousa que, segundo as ordens de seu rei, havia auxiliado a expedição, determinou-lhe o regresso. [Página 274]

Varnhagen julga severamente o Governador-geral e até acusa-o de se ter apoderado dos roteiros e mais indicações para o descobrimento das minas. O mais provável que Julião da Costa tivesse entregue ao Governador-geral todos os papéis da expedição.

O fato é que, de posse dos roteiros e das indicações das duas primeiras tentativas, D. Francisco de Sousa tratou de requerer e obteve do rei da Espanha todos os favores, concessões, privilégios, antes outorgados a Gabriel Soares de Sousa, e muitos outros ainda, entre eles a promessa de ser feito Marquês das Minas, se tal ouro ou prata fosse descoberto. Este título sintetiza a época, caracteriza o rei e define o Governo de D. Francisco de Sousa. Ele procurava honras e rendas, o rei precisava de ouro para as suas guerras na Europa.

Ao mesmo tempo, que pelos roteiros tivera conhecimento da existência de minas de ouro e prata nas nascenças do rio S. Francisco, também tivera notícia certa e segura que, desde a vila de S. Paulo, homens que resistiam às sezões e às onças, às agruras e às asperezas das selvas, que guerreavam e venciam os índios ferozes, faziam entradas ao sertão do alto S. Francisco, já tendo tocado era alguns de seus afluentes.

Esses homens, partindo do sul, seriam capazes de ir e chegar à Lagoa Dourada e voltar depois de descobrir as afamadas minas.

Desejando encontrar as minas de ouro e prata nas cabeceiras do rio S. Francisco, e sentindo que obstáculos eram criados à gente de S. Paulo, impedindo-a de ir a essas cabeceiras, D. Francisco de Sousa achou intempestiva a atitude de Jorge Correia, pressuroso recebeu os embargos opostos pela Câmara de S. Paulo à provisão expedida, atendeu aos “capítulos de acusação opostos pelas câmaras que lhe foram apresentados por Atanázio da Motta”, e suspendeu Jorge Correia dos cargos de capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, emprazando-o a ir à cidade do Salvador para se defender na devassa, que contra ele mandou abrir. E para que “a capitania não ficasse acéfala, enquanto durasse a suspensão, e enquanto ele o houvesse por bem e por serviço de sua Majestade e o dito senhor não mandasse o contrário”, nomeou capitão-mor de S. Vicente a “João Pereira de Sousa” “pessoa benemérita” “dando-lhe por adjuntos Simão Machado e João Baptista Mallio, moradores em Santos,” para que todos três determinassem os casos e os negócios da capitania, dando mais a João Pereira de Sousa carta de recomendação para a Câmara de S. Paulo. Na própria cidade do Salvador, na Bahia, perante o próprio Governador, foi dado juramento a João Pereira de Souza, sobre um livro dos Santos Evangelhos, para bem servir o cargo, como já narrei.

As instruções dadas ao novo capitão, é lícito crer, foram para fazer guerra imediata ao gentio, como reclamava a Câmara de S. Paulo, dirigir as expedições para esse sertão, já percorrido pelas bandeiras paulistas, nas proximidades do alto S. Francisco, onde, no seu pensar, se achavam as minas, e aí descobri-las. É o que se pode deduzir da ação de João Pereira de Sousa, como ver-se-á no capítulo em que é estudada essa ação.

A expedição de João Pereira de Sousa não obteve os resultados esperados. Para não perder o auxílio dos paulistas, habituados à vida do sertão, para dirigi-los no descobrimento das minas, D. Francisco de Sousa resolveu transportar-se para a Capitania de S. Vicente, onde a sua habilidade tudo aplanaria e os recursos oficiais tudo facilitariam.

De fato, partiu para a Capitania de Lopo de Sousa tocando em diversos pontos da costa do Brasil, como Espírito Santo de onde dizem mandou exploradores ao sertão. Em Vitória, por provisão datada de 27 de novembro de 1598, nomeou Diogo Arias de Aguirre capitão-mor de certos navios que foram em direitura para a capitania de S. Vicente com 300 índios flecheiros, para sua guarda e benefício das minas de S. Vicente “até a minha chegada para evitar os inconvenientes que com a minha presença se atalharão sem embargo de presente (haver?) na dita capitania capitão” (Provisão registrada na Câmara de S. Vicente a 18 de dezembro de 1598 e também na Câmara da vila de S. Paulo no Reg. Geral, vol. 7º, págs. 61 a 65).

Logo depois ele mesmo, como Governador-geral, para estimular, para mandar ao sertão diversas bandeiras, se transportaria para a Capitania de São Vicente, para a Vila de S. Paulo, onde estabeleceu, por assim dizer, a sede do Governo-geral do Brasil. [p. 275, 276]



6° - 02/08/1592 - Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba
6 fontes


 • 1° fonte (1894)
6° registro
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. XXXV

Afonso Sardinha, o moço, e talvez também "o velho", chegaram a Ipanema cerca de 1590. Vinham do Jaraguá e passaram por Ibituruna, procurando ouro. O primeiro faleceu em 1592 no Jaraguá, onde ficaram as ruínas de sua fazenda. O segundo morreu no sertão em 1604, possuindo, para testar, uma boa quantidade de ouro em pó.



 • 2° fonte (1935)
6° registro
Correio Paulistano

Em 2 de agosto de 1592 Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba, vindo a encontrar grande quantidade de ferro. Lá se achava, nessa ocasião, o governador-geral, inspecionando os trabalhos de mineração e que deu ao local o nome de Nossa Senhora do Monserrate.



 • 3° fonte (1954)
6° registro
“Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco

Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto".- Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha, o moço e Sebastião Marinho.



 • 4° fonte (1957)
6° registro
“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil

As chamadas minas do Jaraguá, Bituruna, foram também descobertas por Clemente Álvares (Atas, vol. 2º, pág. 172) que as manifestou em 1606, procurando-as, segundo disse, desde 14 anos, época mais ou menos em que também as descobriram os Sardinhas, nada produziam ainda, dois anos depois do testamento de Afonso Sardinha, o moço, no sertão.

E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores.

Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94).



 • 5° fonte (1964)
6° registro
“Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)

D. Francisco, tomara posse de Governador nesse mesmo ano e em 1592 auxiliou Gabriel Soares a reconstituir a expedição, na qual Soares também morreu. Todos iam morrendo no sonho da Sabarabuçú, como repete em ritornello Paulo Setúbal. [p. 339]



 • 6° fonte (1965)
6° registro
Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História

A data da descoberta

Outro problema que se propõe ao desafio da argúcia dos pesquisadores, é a época exata em que a expedição, chefiada por Afonso Sardinha deparou com as terras ferruginosas próximas a Sorocaba. Ainda se tateia no campo das suposições; contudo parece que se poderá delimitar uma data entre 1592 e 1597 e mais possivelmente este último ano.

No ano de 1590 vemo-lo novamente vereador, tendo sido o seu termo de juramento em 24 de janeiro. Nesse ano, Afonso Sardinha assinou sua presença em todas as sessões de São Paulo, o que vem contradizer a afirmação de alguns autores que atribuem essa data como a das descobertas das minas de ferro em Biraçoiaba. Entre outros, Calógeras refere-se a "... por volta de 1590 a 1597..." o encontro do metal. Eschewege em Pluto Brasiliensis escreve ... "a história não menciona o nome do descobridor dessa ocorrência, nem do construtor e proprietário da fábrica. Supõe que seja Afonso Sardinha, o qual em 1590 construiu a fábrica de minério de Araçoiaba...". O Senador Vergueiro , com base nas Notas Genealógicas de Pedro Taques, sublinha ... "Afonso Sardinha começou em 1590 uma fábrica de ferro... em Biracoiaba... ". O interessante é que o autor setecentista em Notícias das minas de São Paulo, se contradiz, afirmando que ... "Afonso Sardinha e seu filho do mesmo nome foram os que tiveram a glória de descobrir ouro, prata e ferro... na Biracoiva no sertão do Rio Sorocaba, pelos anos de 1597...". Machado de Oliveira e vários outros que os repetem, como Heitor Ferreira Lima, também são de opinião que as explorações das minas de Araçoiaba começaram em 1590. Carvalho Franco discorda dos historiadores anteriores e afirma: "... tais iniciativas ganharam relativo impulso a partir de 1589, quando Afonso Sardinha, o moço, com Clemente Alvares e uns companheiros descobriram ouro e ferro ... junto ao morro de Araçoiaba..."



7° - 01/12/1592 - Expedições
1 fonte


 • 1° fonte (1883)
7° registro
Tese de concurso á cadeira de História do Brasil. Colégio D. Pedro II, 1883. Capistrano de Abreu (1853-1923)

Provavelmente é esta a de Azevedo Coutinho, que, como se sabe, é posterior á de Domingos Martins Cão. Do Rio de Janeiro temos notícias preciosas transmitidas por Knivet de expedições feitas ás cabeceiras do Parahiba e aos sertões de Minas Gerais, entre 1592 e 1600.



20/12/1627 - 27890 - “História do Brasil”, Livro I em que se trata do descobrimento do Brasil, costumes dos naturais, aves, peixes, animais e do mesmo Brasil. Frei Vicente do Salvador (1564-1639)
01/01/1883 - 26773 - Tese de concurso á cadeira de História do Brasil. Colégio D. Pedro II, 1883. Capistrano de Abreu (1853-1923)
01/01/1894 - 24968 - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. XXXV
01/01/1904 - 26128 - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
01/01/1928 - 25586 - Historia Geral das Bandeiras Paulistas Escripta á vista de avultada documentação inedita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Tomo Quarto - Cyclo de caça ao indio - Luctas com os hespanhoes e os Jesuitas - Invasao do Paraguay - Occupação do Sul de Matto Grosso - Expedições á Bahia - Desbravamento do Piauhy (1651 - 1683)
01/01/1934 - 20766 - "O Romance do Prata" de Paulo Setúbal (Sabarabuçu, serra Sabarabussú)
27/03/1935 - 24871 - Correio Paulistano
01/01/1938 - 28106 - Efemérides Brasileiras, José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912)
01/01/1946 - 26265 - “O devassamento do Piauí”, Barbosa Lima Sobrinho
01/01/1951 - 27059 - “Jesuítas e bandeirantes no Guairá (1549-1640)”. Pedro de Angelis (1784-1859)
01/01/1954 - 24365 - “Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco
01/01/1957 - 24528 - “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil
21/12/1964 - 9049 - “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
07/11/1965 - 24479 - Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História
01/01/2010 - k-3937 - O DOMINIUM SOBRE OS INDÍGENAS E AFRICANOS E A ESPECIFICIDADE DA SOBERANIA RÉGIA NO ATLÂNTICO Da colonização das ilhas à política ultramarina de Felipe III (1493-1615)
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