ano: | 1603 | idade: | | Registros: | 3 de 30 registros (ver todos) | Fontes: | 2 |
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ver ano (50 registros) 1° - 01/01/1603 - Os quatro vilariquenhos que chegaram a São Paulo aparecem na documentação oficial como soldados 1 fonte
• 1° fonte (2010) | | 1° registro | “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
“ | | De qualquer maneira, Camargo se introduz nos poderes da Câmara como grande parte dos homens bons da vila, através da função de almotacel, que exerceu em 1592, em meio às tensões e conflitos com os índios. Foi juiz ordinário, em 1595 e 1612, e vereador, em 1602 e parte de 1603, substituindo outro vereador impedido de assumir naquele momento. No mesmo ano de 1603, acertou casamento – que não se concretizou - de uma de suas filhas com o filho de Alonso Benitez, tenente de governador em Vila Rica do Espírito Santo, no Guairá, esboçando uma articulação familiar entre São Paulo
e o mundo paraguaio. [p. 109] |
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2° - 18/07/1603 - O procurador do Conselho, João de Sant´Ana, um dos signatários da carta 1 fonte
• 1° fonte (1934) | | 2° registro | “O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, Alfredo Ellis Júnior (1896-1974)
“ | | Além deste preciosíssimo documento, existe um outro também municipal, publicado em "Actas", vol. II,130, mais eloquente ainda em elucidar a verdadeira região, caminhada pela expedição sob exame. Este documento confirma o supra citado completando-o. Trata-se de uma carta escrita ao Governador Geral Diogo Botelho, pelos oficiais da Câmara Paulistana, sobre a terça parte dos nativos apresados pela expedição de Nicolau Barreto, que segundo corria, seria tomada para o governo.
Tem essa carta a data de 18 de julho de 1603,
"... a cometer entada tam perigosa e de tão pouco proveito que para se aviarem qualquer pobre fez mais gasto do que se espera trazer de proveito e ainda já tão rota a fama e esta provisão posto que nos a não temos vto. que areseamos se mãde ao sertão recado do conteúdo na provisão e eles sabendo corre mto. risco vir nhu de la se não vense caminho do piquiri que é província do rio da Prata de que resultaria muito mal a esta capitania...".
Prova este documento, que Nicolau Barreto estava para atravessar, na volta a São Paulo, um chamado caminho do Pequiry, que é certamente o afluente do rio Paraná, situado na então província do Rio da Prata, que por força de Tordesilhas, abrangia o Guayrá, hoje Estado do Paraná. Queremos crer que o chamado caminho do Pequiry seja o passo do rio Paraná, na foz do rio Pequiry, onde justamente o grande caudal se estreita sobremaneira, para se precipitar do alto da serra de Maracajú, nas Sete Quedas. Por ai, talvez, Barreto tenha passado para o Paraguay penetrando, assim, no vice reinado do Perú, que então abrangia, também, a enorme área boliviana, em cordilheira andina. [Páginas 23, 24 e 25] |
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3° - 22/11/1603 - Hernando Arias estimula a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos 1 fonte
• 1° fonte (2010) | | 3° registro | “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
“ | | Da disputa territorial, predominante no século XVI, passava-se a um processo que predispunha a cooperação entre as partes. Em novembro de 1603, com a presença, naquela altura, do ex-governador, chegaram à vila de São Paulo, e se apresentaram na Câmara, quatro “soldados” de Vila Rica del Espiritu Sancto, com ordens de Antonio de Añasco, lugar-tenente e cunhado do governador do Rio da Prata (o criollo Hernando Arias de Saavedra), para estabelecer e regularizar o caminho que ligava o mundo vicentino ao paraguaio.
O tal caminho encontrava-se formalmente fechado desde o governo de Tomé de Souza, na década de 1550, tendo sido novamente vedado com Duarte de Souza, na década de 1560. Estes fechamentos iniciais foram iniciativas da coroa portuguesa. Por outro lado, já durante a União das Coroas, parece que a coisa se inverteu e o temor passou a ser mais da Coroa espanhola, que buscava, de todas as formas, impedir os contrabandos e o afluxo de estrangeiros (incluindo, paradoxalmente, os portugueses) ou mesmo de castelhanos sem licença rumo a Potosí. [p. 161]
O bando de Hernando Arias de Saavedra, lugar-tenente nessa altura, expressava uma indisposição deste poderoso criollo com a planta. Ao longo de seus sucessivos governos, emitiu bandos para proibir o beneficiamento e a comercialização da erva, porque, segundo alguns autores, além de considerar um mau costume, implicavam um a exploração demasiada dos indígenas. [p. 211]
Curioso notar, contudo, que, ao mesmo tempo em que portugueses eram expulsos de Buenos Aires e Pedro Acosta processado e condenado em Assunção, tudo sob a governança de Hernando Arias, o próprio tenha estimulado a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos. Nas atas paulistas de 22 de novembro de 1603, ou seja, um mês depois da condenação de Acosta, lê-se que:
Soldados espanhóis que vieram da Villa Rica do Espírito Santo Província do Paraguai, a saber João Benites de La Cruz, procurador e Pero Minho, Pero Gonsales, Sebastião Peralta despachados pelo major dom Antonio de Andras que a tratar que sendo-lhes necessário socorro como cristãos e vassalos de sua majestade lhe dessem desta...mas que não se meteriam fazendas de uma parte para outra até sua majestade ser avisado. [p. 227]
Os quatro vilariquenhos que chegaram a São Paulo em 1603 aparecem na
documentação oficial como soldados. Isso, sem dúvida, dava-lhes certo respaldo diante
de uma possível acusação futura. Agiam a serviço do lugar-tenente e buscavam
instaurar tratos com a vila vicentina, revestidos, portanto, do caráter de uma missão
oficial. Conforme processo feito muitos anos depois, sabemos que os quatro
procuravam estabelecer “trato y comercio com la costa del Brasil”, mas também
alianças com alguns moradores de São Paulo, já que voltaram para Villa Rica com uma
proposta de casamento “Processo obrado en la Villa rica del espiritu santo, contra el capn. Franco. Benitez, por haver metido três
portugueses por la via de San Pablo. Año 1616.” In: Bandeirantes no Paraguai...op.cit. p
O objetivo era, ainda segundo esse processo, “descobrir el
camino” ou “la navegacion a la vila” de São Paulo. Na esteira desta primeira viagem,
outra expedição partiu de Villa Rica rumo a São Paulo entre os anos de 1604 e 1605, na
qual identificamos apenas os nomes de Francisco Benitez e Alonso Moreno,
possivelmente tio e sobrinho. Nesta viagem, em que Benitez levava “vino y
mercadorias” nas canoas de Moreno, foram tratar também de um casamento com os
Camargo de São Paulo. Casamento que não deu certo, apesar de Alonso trazer, de volta
ao Guairá, um português chamado Diogo Nunes, que provavelmente chegara a São
Paulo com D. Francisco de Souza, e que se casou com sua filha, Ginebra Moreno.773 O
sucessor de Añasco como lugar-tenente de Villa Rica, e que providenciara tal viagem,
foi Alonso Benitez, pai de Francisco e interessado no consórcio com os Camargo.
Enviara, assim, o filho de cerca de 20 anos para as tratativas. Mal sabia ele que
Francisco teria longas e custosas relações com os moradores de São Paulo ao longo dos
anos posteriores. [p. 229]
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01/01/1934 - 26043 - “O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, Alfredo Ellis Júnior (1896-1974) 01/01/2010 - 24461 - “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
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