• 1° fonte (2013) | | 1° registro | Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileiras, séculos XVI-XVII. Rafael Schunk
“ | | Os últimos trabalhos de sua produção paulista foram provavelmente as esculturas idealizadas para a capela da fazenda Parateí em Mogi das Cruzes. Após o arruinamento desta chácara secular, sua antiga padroeira, Nossa Senhora do Rosário foi removida para o mosteiro paulistano.
Outras terracotas procedentes de Parateí dispersaram-se pelas igrejas mogianas algumas das quais foram reunidas no Museu das Igrejas do Carmo em Mogi das Cruzes: Nossa Senhora da Conceição e Assunção e um pequeno relicário de Santo Antônio, único deste gênero identificado na produção do mestre.
Estes caminhos outrora se interligavam por meio da Estrada Velha Rio - São Paulo. Na antiga igreja do Bom Jesus localizada no centro de Mogi o saudoso colecionador Francisco Roberto adquiriu uma escultura do Rosário de Frei Agostinho de Jesus. Identificamos nesta pesquisa uma monumental obra do artista: a imagem de Nossa Senhora da Ajuda e que pertenceu a uma capela seiscentista homônimo em Guararema. Após
o furto da imagem e sua devolução, a peça foi restaurada e hoje se encontra preservada na matriz da cidade. Na Capela da Ajuda foi colocada uma réplica.
Relacionamos esta escultura à Frei Agostinho de Jesus, pois além de apresentar
os estilemas típicos, localiza-se geograficamente próxima a antiga Fazenda de
Parateí, área de atuação do artista. Provavelmente o escultor elaborou a imagem
para os moradores de Guararema na época em que passou pela região, uma de
suas últimas obras-primas.
O artista não assinava suas esculturas e apenas algumas peças foram
datadas ao longo da carreira. Permanece no território paulista até
aproximadamente 1654, realizando obras no Mosteiro de São Bento em São
Paulo, Santos e na fazenda beneditina de Parateí em Mogi das Cruzes. Transitava
nesta época entre os recolhimentos de São Paulo e o Rio de Janeiro.
Retornando ao litoral fluminense, dedica-se a confecção de algumas
terracotas para fazendas beneditinas no entorno da Baía de Guanabara, entre os
atuais municípios de Duque de Caxias e o Rio de Janeiro, inclusive fornecendo
imagens para igrejas ao sul do Estado. Podemos destacar, nesta época, a Virgem
da Aldeia de Mambucaba, obra pertencente à Angra dos Reis e o Santo Antônio
da irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Negros de Paraty, uma das mais
antigas obras religiosas paratienses, acervo do Museu de Arte Sacra da Igreja de
Santa Rita – IPHAN. [Página 223] |
|