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Destaques

Manoel Fernandes de Abreu “Cayacanga”


Filho de Balthazar Fernandes (1580-1667) (filho de Manuel Fernandes Ramos e Suzana Dias) e Isabel de Proença Varella II (1588-1655) (filha de João de Abreu e Isabel de Proença Varella)

Casado(a) com:

Irmãos (9): 1. Ana de Proença "Fernandes" (1588-1655), casado(a) com Aleixo Leme de Alvarenga; 2. Benta Dias de Proença (n.1614), casado(a) com Pedro Dias Correa de Alvarenga, Paulo de Proença e Abreu; 3. Cecília de Abreu (f.1698), casado(a) com André de Zuñiga y de Ponce de León; 4. Isabel de Proença Miranda (1605-1648), casado(a) com Pedro de Miranda; 5. Luiz Fernando de Abreu (1605-1648); 6. Maria de Torales y Zunega Fernandes (1607-1686), casado(a) com Gabriel Ponce de Leon y Contreras; 7. Mariana de Proença (1607-1686), casado(a) com Diogo do Rego e Mendonça; 8. Potência de Abreu (f.1705), casado(a) com Manuel Bicudo Bejarano, Aleixo Leme de Alvarenga; 9. Verônica de Proença (f.1705), casado(a) com Bartolomeu de Contreras y Torales

Pai de (2) Antonio Fernandes de Abreu (1654-1717), Luzia de Abreu Proença (f.1743)

Genros (1): 1. Ana Maria Soares

Sobrinhos (11): 1 André de Zuñiga y de Ponce de León (1628-1687), casado(a) com , Cecília de Abreu (f.1698); 2 Anna Rodrigues de Torales (1654-1726), casado(a) com , Antônio de Oliveira Falcão (1610-1687); 3 Bartolomeu de Contreras y Torales (n.1610), casado(a) com , Verônica de Proença, Maria de Góis "Torales", Ana Rodrigues Cabral (f.1634); 4 Inês Dias de Alvarenga, a Neta (f.1642); 5 Luzia de Abreu; 6 Maria de Abreu, casado(a) com , Cap Domingos Leme da Silva; 7 Maria de Zunega Rachel de Gusman, casado(a) com , Jerônimo Ferraz de Araújo (f.1737); 8 Maria Diniz Zunega Ponce de Anhaya (1690-1780), casado(a) com , Cristóvão Diniz de Anhaya de Almeida; 9 Maria Riquelme de Gusman, casado(a) com , Jerônimo Ferraz de Araújo (f.1737); 10 Cecília de Abreu (1674-1701); 11 João Bicudo de Proença

Consogros (10): 1. Antonio Gonzáles do Rego, 2. Barnabé de Contreras (n.1554), 3. Catalina de Mendoza Manrique (n.1550), 4. Francisco de Alvarenga (1580-1675), 5. Gabriel Ponce de Leon y Contreras (1605-1655), 6. Isabel de Proença Varella (n.1563), 7. João de Abreu (n.1560), 8. Luzia Leme, a Sobrinha (1585-1653), 9. Maria de Torales y Zunega Fernandes (1607-1686), 10. Violante Ponce De León Y Guzmán Irala (n.1560)
ano:1692
idade:72 anos
Registros: 1 de 27 registros (ver todos)
Fontes:1

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1° - 31/05/1692 - Carta de Luis Lopes de Carvalho
1 fonte


 • 1° fonte (1918)
1° registro
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21

Governador da Capitania do Rio de Janeiro. EU , EI Rey vos envio intuito Saudar. Ordenando ao Governador vosso antecessor por Carta de 16 de Outubro do ano passado (1691) me informasse com seu parecer, a cerca da Carta que Luiz Lopes de Carvalho me havia escripto sobre a conveniência que podia resultar á minha fazenda, com uma fundição de ferro que pretendia fazer, obrigando para segurança do gasto da fabrica, e oficina os bens de raiz que possuía neste Reyno; respondeu por Carta de 18 de Junho deste ano (1692), que to mando noticia deste negocio, achara que as ditas minas erão de enumerável quantidade de ferro o qual se tiraria em muita abundancia, porem que como estavam trinta léguas distantes das capitanias de Santos e S. Paulo seria dificultosa a condução, como também o conservarse a gente que pudesse suprir o trabalho para o qual não herão muyto capazes os Indios, alem de que o gasto que se havia de fazer, seria mais considerável , que o dito Luiz Lopes dizia, e que ouvindo - lhe déra em reposta os papeis que com esta se vos envião.

Sr. Manda-me V. S. que o informe de que achei nas Minas de Ferro que encontrei nas serras de Birassinava no tempo em que por fazer algum grande serviço a esta Corôa, sem reparar nos descomodos da pessoa, nem ainda nos riscos da vida , e a dispêndio da minha fazenda (reduzindo-me a tão miserável estado que compadecido V. S. da minha pobreza com encargo de mulher e filhos, usando de sua clemencia, e piedade, me acomodou na serventia de um oficio de Tabelião desta cidade, para que totalmente não perecesse, ) penetrei os Sertões mais ferozes, só habitados de féras, pade cendo as inclemências que experimentam os que com zelo, e amor da pátria lhe querem descobrir novos Tesouros. Todas estas calamidades padeci por me haverem persuadido, e ter achado alguns Roteiros que insinuavam partes, e serras onde em algum tempo se acharão sinais evidentes de minas de Prata e Esmeraldas.

E por se me esgotar o cabedal próprio, e não achar quem me animasse coom algum socorro, vim a entender que Deus nosso Sr. tem guardada essa fortuna para outro que mais lhe mereça. Nesta entrada que fiz nos sertões fui dar com as ditas serras de Birasuiava, aonde estão as minas de ferro na qualidade, e fertilidade deste grosseiro metal excede a todos os que pode haver descoberto ; e por me achar exausto de cabedais p ." os poder por minha conta entabolar, dei delas noticia a S. Magestade que D.* G.° pelo seu conselho Ultramarino, de que athe o prezente nom tive resoluçam; e agora se anima a m .“ esperança com este informação que V.* S. me pede, a que satisfaço.

Tem esta Serra de circunferência sete léguas, segundo informação de varias pessoas que a tem investigado, toda coberta de densos arvoredos, em que se achão paos Reaes, e madeyras de ley que será lastima reduzillos a carvão, porém como distão trinta legoas do mar, nom ha outra serventia ; E nella se achão varios Rios capazes de em qualquer delles se fabricarem muitos engenhos de agua.

No meio desta serrania está hua varge que tem três léguas de comprido e meia de largo, e pelo meio della corre hum Rio capaz de se fazerem nelle as fabricas ; toda esta varge, e agoas vertentes da serra para ella está coberta de mineral de ferro e de meuda area, athe pedras de arobas, e muitas, e mui dilatadas betas profundas, largas, e compridas, como poderão dizer o Coronel de Ytú Manoel de Moura Ga niam, Manoel Glz. da Fonseca, e Manoel Fernandez (mestre ferreiro) porque estiverão muitos dias vella em minha companhia, hoje estão nesta Cidade.

Rende esta pedra meio por meio, porque fundindo dous quintais de pedra se tira hum de ferro. E isto posso afirmar por experiencia que fiz pellas minhas mãos, pois fabricando hum Engenho muito limitado, por não ter posses para mais, tirava todos os dias este rendimento de hum quintal de ferro de dous de pedra , porém só sinco dias continuei nesta officina, en razam de vir hua chea, e como pella minha pobreza, pois a fabriquei com pouca fortaleza, e se aruinou; ficando incapaz de poder continuar na fabrica.

Querendo S. Magestade que se levante Engenho com sinco forjas, me obrigo a que todos os dias se tirem cinco quintaes de ferro, e trabalhando- se só vinte dias em cada mes se farão cem quintaes que multiplicados importão em cada anno mil e duzentos quintaes, os quaes vendidos a quatro mil rês qe tãobem a isso me obrigarei , importão Doze mil cruzados.

Importará o dispendio deste Engenho com as sinco for jas preparadas, e com o sustento da gente que ha de traba îhar, e selarios dos Indios pelo preço que gm .," se alugão quatro mil cruzados por hua vez, não entrando neles o gasto, e soldadas que hão de levar os m . que hão de vir do Reyno ; e estes 12 mil cruzados se hão de dispender na forma que se dispende a fazenda de S. Magestade havendo almox .".

Escrivam, e mais oficiaes que parecer, que terão seus ordenados alem da d. " quantia, que esta sô he deputada para a o será tambem do ferro, e dará conta do que se lhe entregar, e tambem do Reyno hão de vir os foles para a fabrica, e serão a eleição dos mestres que hão de ser dela: Advertindo que quanto mais forjas se meterem, mais quantias de ferro se farão, havendo os mestres bastantes, e um mestre carvoeiro dos que fazem caruam de souaro no Reyno.

Para isto ter efeito mandará S. Majestade ordem muito apertada para que os oficias da Câmara da Villa de Sãop Paullo deêm das Aldeias que tem de Indios forros, cem ca zais de Indios para se formar hua Aldea no lugar em que se hade fundar a fabrica: E a estes todos em quanto nam tiveram mantimento seos, se lhes a de asistir dos mesmos 40 cruzados que asima digo pagando-se lhe alem do sustento quarenta rês por dia que é o preço comum da terra aos que trabalharem na fabrica.

Os mestres para esta fabrica mandará S. Magestade vir, ou de Figueiro, Biscaia , Alemanha, ou Suécia, e estes dirão, havendo a abundancia de metal que represente, o que se poderá tirar de rendimento, que a res peito da abundancia da terra durará em quanto o mundo durar; E fazendo-se fóruos como em Figueirô, para a fun dição, e não faltando nelles nem a parte para fundir, nem carvão , qualquer dos mestres, que lá assistan , dirão o que poderá render cada forno, por dia, mez, e ano.

E por quanto me acho muito pobre, e carregado de obrigações, peço a S. Magestade que, do mesmo rendimento do ferro, se me de, todos os annos, seis centos mil reis de tença efectivos que os vencerei em qualquer parte que estiver e delles poderei tes tar, ou renunciar , além das mercés que espero faça aos ditos meus filhos ; Attendendo nom só a este trabalho, mas grandes que tenho feito em seu Real serviço. E para maior segurança do d . ° R., e para que venha em conhecimento da verdade desta informação, me sujeito, a que no cazo que se não consigão as ditas fabricas, e nam fique perdendo os 4 mil cruzados em que tenho alvitrado as despezas athe haver rendimento, a repor ao dito Sr. tudo o que estiver despendido da sua Real Fazenda, e para segurança desta minha obri gação, hypoteco as propriedades que tenho na vila do Vimieiro donde sou natural , e conta o seu valor de mais de tres mil cruzados, como consta do documento por onde se vê que me pertencem , que aprezento. E para esse effeito mando procuração a quem em meu nome hypoteque os ditos bens.

E em quanto for entabolar esta fabrica precizamente hei de deixar minha familia nesta cidade do Rio de Janeiro, e como nella nom tenho mais bens que a minha agencia, pelo officio de que V. S.“ me fez mercê, pesso dez mil reis cada mez para sustento de minha caza, enquanto a nom puder para a dita parage me conduzir. E nesta forma fico prompto para o que S. Magestade for servido e sempre me sujeito a sua Real Grandeza. Rio. Mayo 31 de 692. – De V. S. “ escravo - Luiz Lopes de Carvalho. »



01/01/1918 - 24491 - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21