Falece no Rio de Janeiro, vitimado pela febre amarela, o professor Charles Frederick Hartt, sábio geólogo americano
18 de março de 1878
10/04/2024 13:30:26
1878 — Falece no Rio de Janeiro, vitimado pela febre amarela, oprofessor Charles Frederick Hartt, sábio geólogo americano. Veio aoBrasil pela primeira vez em 1865, com a Thayer Expedition, chefiada porLouis Agassiz; voltou dois anos depois a expensas próprias, explorandoentão o litoral brasileiro, principalmente a estrutura dos Abrolhos;voltou pela terceira vez em 1870, chefiando a Morgan Expedition, comOrville A. Derby, Herbert Smith, Richard Rathbun e John Clark. Essaexpedição explorou os vales do Tapajós, Maecuri, Ereré, Trombetas, EFEMéRIDES BRASILEIRAS217o baixo Amazonas, as serras de Tajuri, Ereré, Mamiá e Paranaquara, aregião de Breves e a ilha do Marajó. Findos seus trabalhos, Hartt, que jáera professor de geologia da Universidade de Cornell, Ithaca, resolveuficar no Brasil, aceitando em 1874 a chefia da Comissão Geológica doImpério, que acabava de ser criada sob as bases por ele apresentadasao governo brasileiro. Deixou notáveis trabalhos sobre a ciência queprofessava, e também sobre linguística e folclore do Brasil.
Falece no Rio de Janeiro, vitimado pela febre amarela, o professor Charles Frederick Hartt, sábio geólogo americano
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1840
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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.