Desembarca no Recife o general Luís do Rêgo Barreto
29 de junho de 1817, domingo. Há 207 anos
A insurreição já tinha sido vencida desde o combate de 15 de maio no Trapiche de Ipojuca.[1]
Como de início não havia governador português em Pernambuco, os revoltosos iam sendo despachados para a Bahia na medida em que eram capturados.
Mas com a chegada de Luís do Rego Barreto, instalou-se um tribunal militar e os julgamentos passaram a ser feitos no Recife.
Quatorze réus foram executados pelo crime de lesa-majestade, a maioria enforcados e esquartejados, enquanto outros foram fuzilados.
O Padre João Ribeiro suicidou-se, mas o seu corpo foi desenterrado, esquartejado e sua cabeça exposta em praça pública.
Um episódio que emocionou até os carrascos foi o de Vigário Tenório, que foi enforcado e decepado, teve as suas mãos cortadas e o corpo arrastado pelas ruas recifenses.
Além disso, trezentos revoltosos morreram em combate, cem foram degredados e muitos pereceram por maus-tratos na prisão. Houve ainda estupros de filhas e mulheres dos revolucionários e sequestro dos seus bens.
Foi graduado Major de Infantaria n.º 9, por D. João VI, tendo criado o Batalhão de Caçadores n.º 4. Combateu por diversas vezes com o Batalhão de Caçadores no Buçaco, Castelo Rodrigo e Linhas de Torres.
Após ter combatido na Batalha dos Arapiles, na Batalha de Vitória e no assalto a San Sebastian, Rego Barreto foi destacado para o Brasil onde criou a Divisão dos Voluntários Leais de El-Rei.
Ao comando desta Divisão, derrotou uma insurreição republicana federalista em Pernambuco, conhecida por Revolução Pernambucana, onde foi depois governador geral de 1 de julho de 1817 a 5 de outubro de 1821.
Após a proclamação da Constituição de 1820, já no posto de general, Rego Barreto faz jurar a nova lei fundamental do Brasil. Enquanto passava pela Ponte da Boa Vista, em 21 de julho de 1821, levou um tiro, mas nunca foi descoberto quem de fato atirou.
Isso porque a pessoa se jogou no rio Capibaribe sob a ponte e, apesar de seu cadáver ter sido eventualmente encontrado, nunca foi reconhecida. A desconfiança, no entanto, levou à prisão de mais de duzentos suspeitos de estarem envolvidos no planejamento do assassinato.
O episódio conhecido como "Convenção de Beberibe", e em outubro de 1821 os rebeldes pernambucanos o derrubam do posto de governador, forçando-o a regressar a Portugal.
Em 1822, Rego Barreto é nomeado para o cargo de Governador das Armas do Minho. Um ano depois, derrota, em Amarante, o General Silveira que havia liderado um levantamento absolutista.
Após a Vilafrancada, Rego Barreto é deportado e reformado. No entanto, durante a regência de D. Isabel Maria, assume o posto de tenente-general, regressando ao Brasil.
No regresso a Portugal, Rego Barreto é preso por D. Miguel, mas consegue evadir-se e fugir para Espanha, só voltando após a Convenção de Évora-Monte.
Em 1834 é nomeado, de novo, Governador das Armas do Minho, e vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar.
Títulos
Visconde de Geraz de Lima, título recebido em 27 de abril de 1835, por D. Maria II
Fidalgo-cavaleiro da Casa RealComendador da Ordem de CristoComendador da Ordem de Torre-e-EspadaCruz de Ouro pelas seis campanhas da Guerra Peninsular