1646 — Capitulação do forte holandês do pontal de Nazaré. Esteforte, ao sul do cabo de Santo Agostinho, foi construído pelos holandesesem 1634, e era por eles chamado van der Dussen. Não deve ser confundidocom o antigo forte português de Nazaré, situado no próprio cabo, onde osnossos fizeram honrosa defesa até 2 de julho de 1635, e que fora destruídono mesmo ano. O mestre de campo Martim Soares Moreno sitiava opontal de Nazaré desde 15 de agosto. No dia 23, com a chegada do mestrede campo Vidal de Negreiros, apertou-se o sítio. O comandante holandêsmajor Diederik Hoogstraeten, sem disparar um tiro, capitulou no dia 3de setembro, tendo antes mandado aviso a Vidal de Negreiros para queatacasse o forte da Barra, que estava mal guarnecido. Com os dois fortes,ganhamos 13 canhões. Renderam-se, além de Hoogstraeten, 275 oficiaise soldados, que, quase todos, aconselhados por aquele, se puseram aoserviço de Portugal. A esse traidor conferiu o governador-geral do Brasila patente de mestre de campo e o comando do terço de que fora chefeo honrado Luís Barbalho. Três holandeses preferiram ficar prisioneiros:foram eles Isaac Zweers, depois vice-almirante, Abrahão van Milligen eJohan Boockhusen. Um outro, Klaes Klaeszoon, em vez de imitar o dignoprocedimento desses três, anunciou-lhes que aceitava as proposições quelhe eram feitas, para poder mais facilmente voltar às suas bandeiras, epouco depois realizou esse projeto, passando-se para o Recife com 63soldados do Pontal. A data deste episódio da Guerra Holandesa no Brasilé a que fica indicada (domingo, 3 de setembro), segundo Calado (p. 242),e não 8 de setembro, como se lê em van den Broeck, já então prisioneiro.Rafael de Jesus não declara a data, e apenas diz que o acontecimento foifestejado na Várzea no dia 8. Nieuhoff publica cartas do dia 6, dirigidaspor Soares Moreno a Teles da Silva e Serrão de Paiva, dando conta dacapitulação.