1816 — Batalha de Índia Muerta, vencida pelo general SebastiãoPinto de Araújo Correia, contra os orientais. A coluna deste generalfazia a vanguarda do exército do general Lecór (depois barão evisconde da Laguna), que invadia, pelas fronteiras de Santa Teresa edo Cerro Largo, o território da Banda Oriental do Uruguai, dominadoentão pelo ditador Artigas. A batalha, que abriu às tropas de Lecór ocaminho de Montevidéu, deu-se entre o puesto de la Paloma e o paso dela Coronilla, no arroio de Índia Muerta. Sebastião Pinto comandava 957homens das três Armas, pela maior parte portugueses (722 de infantariae artilharia com um obus, 129 de cavalaria, todos da divisão portuguesa OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO652de voluntários reais, e 106 de cavalaria brasileira). O seu adversário,Frutuoso Rivera, tinha 1.700 homens de infantaria e de cavalaria, euma peça. O centro da linha portuguesa (granadeiros e caçadores) eradirigido pelo general: no flanco esquerdo, combateram dois esquadrõesdo Rio Grande e de São Paulo (major, depois brigadeiro, ManuelMarques de Sousa, segundo desse nome); no direito, dois esquadrõesportugueses (tenente-coronel João Vieira Tovar). A peleja durou quatrohoras e meia, ficando completamente destroçadas e dispersas as tropasorientais. Rivera deixou no campo de batalha mais de 300 mortos eprisioneiros, grande número de armas, o único canhão que possuía, eescapou seguido apenas de cem homens. Os vencedores tiveram 29mortos (dois oficiais) e 66 feridos (cinco oficiais). O tenente-coronelTovar perdeu um braço; os majores brasileiros Marques de Sousa eGalvão de Moura Lacerda (José Pedro) receberam contusões. O majorJerônimo Pereira de Vasconcelos, natural de Minas Gerais, comandantedos caçadores portugueses, muito se distinguiu. Este oficial era irmão deBernardo Pereira de Vasconcelos; depois da Independência, continuoua servir em Portugal, onde foi general, ministro da Guerra – em 1846 –e visconde de Ponte da Barca.